terça-feira, 20 de julho de 2021

Para uma educação anti-imperialista


Este é um livro sobre balas, diz-nos o seu autor. Balas que assassinaram processos democráticos, que assassinaram revoluções, e que assassinaram a esperança (...) Os tempos mudaram, e as coisas não são feitas da mesma forma, mas os métodos e as respostas subjacentes ao imperialismo mantiveram-se em larga medida inalterados. Os bolivianos conhecem bem esta política perversa. (minha tradução da edição inglesa)

Excerto do prefácio, escrito pelo Presidente Evo Morales em 2020, quando estava no exílio na Argentina, a mais um útil livro do historiador indiano Vijay Prashad, desta vez uma breve história da mortífera política externa dos EUA. 

Não está editado em Portugal. Por cá, tende a apostar-se mais na ofuscação do imperialismo, da sua história e da sua economia política. Consequentemente, ignora-se ou denigre-se o “nacionalismo internacionalista” que sempre o combateu, como Prashad assinalou na sua história do Terceiro Mundo, enquanto projecto político, tantas vezes derrotado, mas ressurgindo de novas e surpreendentes formas. Também por isso, muitos escrevem como se esta história nunca tivesse existido ou então tivesse terminado.

4 comentários:

  1. O nacionalismo internacionalista degenera sempre, João Rodrigues, na sua versão reacionária, ditatorial e cleptocrata. Até há uma palavra para tal no vocabulário das relações internacionais, 'state capture'.

    Aliás, o nacionalismo imperialista europeu dos secs XIX e XX é filho dileto do nacionalismo progressista propagado pela Revolução Francesa.

    Não nos deveríamos espantar que o nacionalismo internacionalista anti-colonial tenha igualmente descambado, os homens e as mulheres são iguais em todo o lado, a vileza dos europeus só se distingue da dos restantes pelo grau (até porque andam nisto há mais tempo).

    Mas como a Esquerda é eternamente otimista (os católicos, mau grado a bagagem metafísica, parece que têm uma visão muito mais realista da natureza humana), parece incapaz de aceitar esse facto simples. Ou então aceita e não se importa, a moral é afinal um conceito de classe e se um morto é uma tragédia, um milhão é uma estatística, não é?

    Não se preocupe, o espectro persiste. Mas não se pode mesmo exterminá-lo?

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  2. Para cada enredo sempre se arranja um chavão, que naturalmente vai mudando seguindo as modas e circunstâncias.

    'Nacionalismo internacionalista', palpita-me que já se chamou terceiro-mundismo quando tinham um império-patrono que se dizia um segundo e novo mundo.
    Como o segundo mundo foi à falência, os seus herdeiros doutrinários não tendo escala para serem mundo em qualquer grau, tudo aplainam com um 'nacionalismo internacionalista' algo assim como 'estamos sem patrono mas temos memória'.

    O mais extraordinário deste enredo de frustrações é nunca o Império do Meio ter qualquer papel reconhecido!
    Nem imperialista nem nacionalismo internacionalista? Não haverá uma categoria em falta neste enredo?
    Revisionista parece démodé e o essencial dos instrumentos do poder não está revisto.

    Tudo considerado, os tempos não estão fáceis para as ideologias da fé.

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  3. Jaime Santos e Jose (duas madres gémeas, no mesmo tipo de comentário) desafinaram com a ideia de leitura do livro aqui proposto.
    Há que avisar estas duas velhas senhoras de tempos salazaristas - sempre muito mal disfarçadas - que se trata apenas de um livro e de uma tema de leitura, nada mais.
    Não é necessário espumarem de raiva só porque o tema não vos agrada.

    ...e em relação aos católicos e à sua visão realista da natureza humana, será preciso bater com uma rocha na cabeça de Jaime Santos e dizer que o ser humano não necessita de sofrer esta vida para gozar de felicidade numa outra? Será que Jaime Santos ainda vive em tempos medievais? Será que ainda cita a bíblia em latim?

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  4. por acaso é espantoso como ultimamente os teimosos José e Jaime Santos afinam tão bem. Será virem aqui cantar juntos há vários anos?

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