Excerto do prefácio, escrito pelo Presidente Evo Morales em 2020, quando estava no exílio na Argentina, a mais um útil livro do historiador indiano Vijay Prashad, desta vez uma breve história da mortífera política externa dos EUA.
Não está editado em Portugal. Por cá, tende a apostar-se mais na ofuscação do imperialismo, da sua história e da sua economia política. Consequentemente, ignora-se ou denigre-se o “nacionalismo internacionalista” que sempre o combateu, como Prashad assinalou na sua história do Terceiro Mundo, enquanto projecto político, tantas vezes derrotado, mas ressurgindo de novas e surpreendentes formas. Também por isso, muitos escrevem como se esta história nunca tivesse existido ou então tivesse terminado.
O nacionalismo internacionalista degenera sempre, João Rodrigues, na sua versão reacionária, ditatorial e cleptocrata. Até há uma palavra para tal no vocabulário das relações internacionais, 'state capture'.
ResponderEliminarAliás, o nacionalismo imperialista europeu dos secs XIX e XX é filho dileto do nacionalismo progressista propagado pela Revolução Francesa.
Não nos deveríamos espantar que o nacionalismo internacionalista anti-colonial tenha igualmente descambado, os homens e as mulheres são iguais em todo o lado, a vileza dos europeus só se distingue da dos restantes pelo grau (até porque andam nisto há mais tempo).
Mas como a Esquerda é eternamente otimista (os católicos, mau grado a bagagem metafísica, parece que têm uma visão muito mais realista da natureza humana), parece incapaz de aceitar esse facto simples. Ou então aceita e não se importa, a moral é afinal um conceito de classe e se um morto é uma tragédia, um milhão é uma estatística, não é?
Não se preocupe, o espectro persiste. Mas não se pode mesmo exterminá-lo?
Para cada enredo sempre se arranja um chavão, que naturalmente vai mudando seguindo as modas e circunstâncias.
ResponderEliminar'Nacionalismo internacionalista', palpita-me que já se chamou terceiro-mundismo quando tinham um império-patrono que se dizia um segundo e novo mundo.
Como o segundo mundo foi à falência, os seus herdeiros doutrinários não tendo escala para serem mundo em qualquer grau, tudo aplainam com um 'nacionalismo internacionalista' algo assim como 'estamos sem patrono mas temos memória'.
O mais extraordinário deste enredo de frustrações é nunca o Império do Meio ter qualquer papel reconhecido!
Nem imperialista nem nacionalismo internacionalista? Não haverá uma categoria em falta neste enredo?
Revisionista parece démodé e o essencial dos instrumentos do poder não está revisto.
Tudo considerado, os tempos não estão fáceis para as ideologias da fé.
Jaime Santos e Jose (duas madres gémeas, no mesmo tipo de comentário) desafinaram com a ideia de leitura do livro aqui proposto.
ResponderEliminarHá que avisar estas duas velhas senhoras de tempos salazaristas - sempre muito mal disfarçadas - que se trata apenas de um livro e de uma tema de leitura, nada mais.
Não é necessário espumarem de raiva só porque o tema não vos agrada.
...e em relação aos católicos e à sua visão realista da natureza humana, será preciso bater com uma rocha na cabeça de Jaime Santos e dizer que o ser humano não necessita de sofrer esta vida para gozar de felicidade numa outra? Será que Jaime Santos ainda vive em tempos medievais? Será que ainda cita a bíblia em latim?
por acaso é espantoso como ultimamente os teimosos José e Jaime Santos afinam tão bem. Será virem aqui cantar juntos há vários anos?
ResponderEliminar