quinta-feira, 3 de junho de 2021
Paulo Futre a Secretário de Estado do Turismo (Se é para isto...)
Em entrevista concedida ao jornal Público, Rita Marques, Secretária de Estado do Turismo, sublinha que "vamos conseguir ter muitos Web Summits", revelando que a estratégia de desenvolvimento baseada numa país periférico que depende de um turismo ultra-massificado e desempenha o papel de salão de festas com sol e calor da Europa está bem viva no governo. De forma notável, as óbvias fragilidades do modelo, que a pandemia apenas veio explicitar, não tiveram qualquer impacto na visão de políticas públicas do executivo.
Um dia, gostaria de ter um responsável pela pasta do Turismo que compreendesse as implicações sistémicas do setor que tutela. Isto é, um setor que teve méritos na rápida expansão do emprego, mas que encerra riscos para o crescimento da produtividade de longo prazo e para a estabilidade macroeconómica, com severos impactos sociais em domínios como o acesso à habitação e com uma tendência para delapidar o seu próprio ativo de atração, já que não há nada menos atrativo para um visitante do que cidades que se transformam em Disneylandias homogéneas, onde só circulam outros turistas e nada sobra de original.
Gostaria mesmo muito. Mas está visto que estou com azar. Quer a atual secretária de estado do Turismo quer a sua antecessora, e atual Ministra do Trabalho, preferiram e preferem este discurso do bater punho, do “queremos sempre mais”, com a sofisticação intelectual de um vendedor de automóveis que quer bater o record de vendas no próximo mês.
Se é para ter alguém na tutela cujo o único lema é “vai correr tudo bem, porque vão vir charters”, coloquem o Paulo Futre como Secretário de Estado do Turismo. Pelo menos, ele é o autor original da ideia como modelo de desenvolvimento.
Vai correr tudo bem, nao se sabe bem e a quem.
ResponderEliminarMuito bom!
ResponderEliminarTem que se começar a falar dos setores alternativos como alternativa à dominância do turismo...