Desta feita, a diferença assinalada pelas barras verticais que medeiam as variáveis produtividade e salários reais representa a componente de salários apropriada pelos Pingo Doce desta vida, numa evolução histórica que é uma excelente ilustração da luta de classes e da vitória (sempre provisória, claro) do capital.
Ou seja, para que a repartição entre capital e trabalho do rendimento gerado pelo país se mantivesse, por exemplo, em 2019, ano da crise pandémica, na proporção de 1999, os salários reais deviam ter crescido 18,8% relativamente a 1999 e não os 3,6% que efetivamente crescerem. A diferença entre estes números representa o valor da expropriação do capital sobre o trabalho. Para não dizer roubo.
Que a Pordata mostre todos os ângulos desta realidade, mas não compare a evolução destas duas variáveis não constitui qualquer surpresa. A fabricação do necessário consentimento assim o obriga e quem paga, manda.
(1ª parte, aqui)
Isso mesmo, aqui é que está o ponto fundamental!
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