terça-feira, 5 de janeiro de 2021
Do pluralismo televisivo
Com honrosas excepções, em canal fechado, o universo televisivo do Grupo Impresa está ao nível ideológico do saco do Expresso. Basta pensar no comentário semanal de Marques Mendes, um facilitador que apoia Marcelo, na SIC.
Na SIC-N, os dois debates presidenciais de ontem, incluindo o que opôs João Ferreira a Marcelo Rebelo de Sousa, foram comentados por Pedro Marques Lopes e por Graça Franco, dois apoiantes de Marcelo, que fizeram o que deles se esperava: apoiaram Rebelo de Sousa. Todo um padrão.
Já sabemos que comunista não comenta e apoiante de João Ferreira muito menos, nem sequer em canal fechado. Em canal aberto é preciso ser-se apoiante de Marcelo. Foram muitos anos entre este grupo e a TVI, afinal de contas.
A Constituição diz que o poder económico deve estar subordinado ao poder político. Através deste tipo de televisão, o que temos é o poder económico a tentar fabricar um certo poder político. Marcelo é precisamente um bom exemplo dessa fabricação televisiva público-privada.
Nos EUA, na França, na Alemanha, etc. os media de direita são lidos pelos simpatizantes do discurso da direita e os media de esquerda são lidos pelos simpatizantes do discurso de esquerda.
ResponderEliminarEm Portugal, os media são quase todos de direita (tirando o AVANTE), mas todos querem ser lidos e vistos como pluralistas (e essa é a única diferença em relação aos outros países).
Por isso e em 10 comentadores de direita, lá vão dando espaço a 1 de esquerda para fazer de conta.
Por isso, a crise dos media e o crescimento das redes sociais como substituto dos media tradicionais.
Pela minha parte, tenho a declarar que não perdi, nem vou perder, um minuto que seja a ver um único debate da campanha eleitoral.
Já sei, de antemão, que estaria a perder o meu tempo.
Anónimo 5 de janeiro de 2021 às 17:11, pode dizer quais são os media nos EUA que são de esquerda?
ResponderEliminar"Qualquer ditador admiraria a uniformidade e obediência dos media dos EUA." - Noam Chomsky
TINA's Nemesis (Geringonço) Embora digital, posso nomear um que leio diariamente: Jacobin Magazine. Mas há mais, como, por exemplo, o Catalyst, o Politico, The Intercept ou o The Nation. Entre aqueles menos de esquerda, leio por vezes o Rolling Stone (a secção política) ou o The Guardian (Inglês).
ResponderEliminarNos EUA são de esquerda em termos de partidos, pois só há dois. Em termos de política, descobrem sempre que nunca há dinheiro para ela.
ResponderEliminarChama-se pluralismo. Eu sei, é chato, mas quem quer ter lugar na paisagem mediática que arranje projectos editoriais alternativos.
ResponderEliminarA SIC está longe de ser perfeita, mas o que temos hoje está a milhas dos canais públicos únicos que existiam antes da abertura aos privados. O fim do cavaquismo, aliás deveu-se precisamente a essa abertura.
Anónimo 5 de janeiro de 2021 às 19:32, o que quer dizer que os "mass media" são todos de direita.
ResponderEliminarA CNN ajuda a racionalizar as intervenções militares como a Fox News.
Não existe pluralismo na comunicação social americana, ou és pelas guerras e Wall Street ou és pelas guerras e Wall Street.
Anónimo, o The Intercept não é o mesmo The Intercept que Glenn Greenwald fundou, aliás, Glenn Greenwald saiu recentemente do The Intercept porque aquilo se tornou num tentáculo que difunde propaganda do Partido de Direita "Democrata".
O que a comunicação social é nos EUA é também a razão pela qual os dois partidos que dominam os EUA são dois partidos de direita nada moderada...
Alguém não perde um minuto do seu tempo em ver debates. Faz mal. São muito elucidativos. Dos candidatos e dos media.
ResponderEliminarClaro que ficámos a saber que nos EUA, na França, na Alemanha, etc. os media de direita são lidos pelos simpatizantes do discurso da direita e os media de esquerda são lidos pelos simpatizantes do discurso de esquerda. E que em Portugal, os media são quase todos de direita mas todos querem ser lidos e vistos como pluralistas. E essa é a única diferença em relação aos outros países
Bom.Já podemos dormir em paz.
O Avante e Noam Chomsky usados agora com alibis a atestar o rebolucionário da coisa.
Pelo que é preciso voltar ao que se debate e ao desmascarar do papel da imprensa e da televisão. Dos comentadores e da proibição da entrada de comunista.Do Capital e dos TINA que nos querem impingir mesmo a martelo e mesmo nas redes sociais. Aqui. Em Portugal
Ficámos todavia a saber mais uma coisa de JS. Ele gosta desta "imprensa" que saneia a esquerda e que reproduz a voz do dono
ResponderEliminar"Chama-se pluralismo". E ele não enrubesce nem gagueja
E diz que é chato, como o outro dizia que "ai aguentam, aguentam", numa imitação barata do outro banqueiro.
E diz que quem quiser lugar que arrenje "projectos mediáticos alternativos", numa manifestação solidária com quem detém o Capital. Assim não há veleidades e JS pode ter espaço mediático para as suas grilhetas.
E diz que a SIC e Cavaco. E que o "fim do cavaquismo aliás se deveu precisamente a essa abertura".
Bom, para estas veleidades de estoriador baratucho em modo de publicitário do Grupo de Balsemão já demos. Assim se manipula a História e se constrói a cama dos porno-ricos
Mediocridade intelectual apenas? Ou a via sacra para os braços e as grilhetas que ama e venera?