segunda-feira, 30 de novembro de 2020

A infinita lata de Bonifácio


«O Chega, se conquistar a necessária credibilidade, talvez ajude a criar um espaço de discurso público isento dos constrangimentos e dos tabus que têm impedido a livre expressão de quem não se revê no socialismo. O desnorte político e intelectual criado pela sua aparição parece-me um fenómeno de bom agoiro» (Fátima Bonifácio, aqui)

José Miguel Júdice, Marques Mendes, Paulo Portas, Miguel Poiares Maduro, António Lobo Xavier, Nuno Rogeiro, José Manuel Fernandes, João Vieira Pereira, Helena Garrido, Bernardo Ferrão ou José Gomes Ferreira, para citar só de memória alguns dos comentadores de direita, políticos e jornalistas (estes apresentados como isentos), que proliferam nos espaços televisivos de comentário político (para já nem falar de um Observador que a esquerda não tem).

Um estudo do MediaLAB (ISCTE) de 2019, publicado no European Journalism Observatory, tema de um texto de Paulo Pena no Diário de Notícias de 8 de junho desse ano, não podia ser mais claro: «nos últimos três anos aumentou o número de comentadores políticos ligados ao PSD e ao CDS nos vários canais televisivos. (...) O PCP é o partido menos representado». Fazendo as contas, à direita cabem cerca de 60% dos intervenientes em programas de comentário e debate político nos principais canais e à esquerda cerca de 30%, com os comentadores não alinhados na ordem dos 11%. Em clara dissonância, portanto, com a composição político-partidária do Parlamento.

Nada que impeça Fátima Bonifácio de achar, no artigo de hoje no Público (com palavras escritas «numa cave clandestina e disponibilizadas em papel bíblia policopiado e distribuído ilegalmente», como intui, com ironia, Pedro Vieira), que o Chega é uma oportunidade para romper com os constrangimentos e tabus «que têm impedido a livre expressão de quem não se revê no socialismo». Face ao absurdo, talvez não fosse má ideia encontrar melhores pretextos para dissimular a vontade de saudar, branquear e normalizar a chegada desta extrema-direita.

13 comentários:

  1. Como sabe o Chega (para la) é um representante do que a senhora chama a cristandade tá tudo dito vão passando do CDS para o chega (para lá) , O SR. Ventura é o Sr. Paulo Portas deste tempo mas para melhor

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  2. Não podemos também colocar de parte a hipótese de que, para a Bonifácio, o Júdice e o José Manuel Fernandes são socialistas.

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  3. ChAga e credibilidade na mesma frase não pega!

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  4. Agora sim, sr. Nuno Serra. Agora você foi no ponto. Agora nós conseguimos enquadrar os dados com a problemática - da mediação da informação. Agora vemos porque o PCP é prejudicado na comunicação social, e porque se branqueiam políticas e políticos absolutamente nefastos, e porque os conteúdos da mediação são enviesados. Aliás, seria até interessante enquadrar aqui o tema dos "eventos" (dos pontos 3. e 4. da publicação anterior), e como eles foram mediados na comunicação social a partir desta estirpe de jornalismo. Me desculpe a arrogância, mas creio que há-de compreender que se pôs a jeito no texto anterior. É que, para nós comunistas, e o mesmo devia ser à esquerda em geral, esta situação da pandemia não é uma luta a ser travada contra crentes, mas em causa está uma luta contra a exploração. Foram as práticas globais do capitalismo explorador que nos conduziram a este problema pandémico (e não as práticas religiosas), e são os capitalistas exploradores que ingerem a comunicação social para fazer parar a organização colectiva das massas (com foco nos eventos do PCP). Pois bem, de resto tem todo o meu apoio para desmascarar essa bandida, essa deturpadora e essa desonesta intelectual.

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    1. Vemos porque o PCP ê prejudicado na comunicação social?
      Este bebe, fuma ou papagueia Sem ter lido o post.
      O que vemos é como o PC é prejudicado. Não porque é prejudicado
      As escolas de pafistas neoliberais só dão à luz isto?

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  5. Um texto certeiro e oportuníssimo de Nuno Serra, esfregando na cara de Bonifácio números e dados concretos

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  6. Para separar o trigo do joio segue agora um novo comentário. À parte

    Um texto assim não merecia a tentativa torpe de joão pimentel ferreira de se fazer passar por outros.

    Foquemos a nossa atenção nos disparates de um tal "nuno carvalho"-

    A tentativa de colagem ao PC, de tentar justificar a pesporrência anterior, mais o paleio imbecil segundo a qual a luta não é contra crentes(?), mas sim contra a exploração, mais as práticas globais que nos conduziram ao problema pandémico e os que ingerem ( sic) a comunicação social e que fazem parar a organização colectiva de massas( isso queria ele) bkablabla...puff

    Um arrazoado de asneiras primárias e mancas. Com aquele toque de superioridade de classe que é tão característica de coisas assim. E com que tenta fazer o seu trabalho sujo tentando desta forma contaminar o debate como se o papel de troglodita que assume, pudesse ser confundido com o debate sério e rigoroso

    Basta para confirmar ir ver o post anterior:
    https://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2020/11/tempos-dificeis.html

    João pimentel ferreira não desiste.

    Os Facilitadores de Processos são assim



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  7. "o Chega é uma oportunidade para romper com os constrangimentos e tabus que têm impedido a livre expressão de quem não se revê" no PSD e no CDS..

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  8. Direita/esquerda parlamentar não traduz a situação.
    Abrilescos e não abrilescos é o que dá o desequilíbrio de que fala a Bonifácio.

    O abrilesco dito de direita é praticamente um esquerdalho que usa um 'mas...' a maior ou menor ritmo.
    Na prática, ao culto do intervencionismo de Estado e à caridade do passado, retira-lhe a noção de integridade e dever patriótico e acrescenta-lhe doses substanciais de corretês.

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  9. José tem esta pecha contra o 25 de Abril.

    Deitaram-lhe abaixo o regime. O seu regime. O seu querido regime. De fantoches e de generais. De bolores e de torturadores. De discursos e de ursos. De idiotas e de senis. De criminosos e de banqueiros. De devassos e de coloniais.
    De devassos colonialistas

    Ele ama a Bonifácio.

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  10. E o seu ódio a Abril , aquele que lhe mandou o seu regime, as botas do seu regime, os discursos do seu regime, as perversões do seu regime, os crimes do seu regime, para o esgoto da história, é tanto que

    que ele não consegue perdoar a alguém que seja de direita e seja por Abril

    Percebe-se. Um certo patronato reles e medíocre vivia à sombra do salazarismo, das suas botas, das botas da Pide e das botifarras daqueles anormais dos legionários.

    O culto do intervencionismo do estado fascista por esta cambada andava a par dos seus crimes, dos seus assassinatos, das cargas de porrada, que esse mesmo estado intervencionista fascista executava sobre quem trabalhava.

    O dever patriótico morria no saque dos povos coloniais e numa guerra em que salazar mandava matar e morrer.


    O resto são os estertores de ódio de Jose por Abril e pelos seus ventos de liberdade, que despejaram a cloaca em que vivíamos.E por quem jose sente tantas saudades

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  11. O texto desta Fátima, em linha com o anterior sobre as quotas de negros e ciganos, devia ser visto pela esquerda, como um alerta do perigo que dali pode vir. Esse Cataventura, como o outro lhe chamou, vira para o lado que lhe der mais jeito. Qualquer dia está de abraço com os ciganos e muito amigo dos negros. Nessa altura pode muito bem fazer uma grande cozido à moda das furnas com o compadre Rio... E, com a ajuda dos queridos comentadores televisivos, um dia acordaremos como no 25 de Abril... Olha parece que houve uma revolução... Mas em tom diferente.. Olha parece que a coligação Chaga/RRSD/TV vai formar governo...

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    1. Uma revolução?
      Abraço com os ciganos e muito amigo dos negros?
      Isto cheira ou é mesmo racismo?

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