sexta-feira, 24 de julho de 2020

Problemas e desafios, para lá da pandemia

«Investigadoras e investigadores de diferentes áreas e perspetivas das ciências sociais e humanas assumiram o convite para reagir ao embate pessoal, cívico, político e intelectual da pandemia, elegendo temas que constituem problemas e desafios dos tempos que vivemos e justificam a construção de alternativas. Fizeram-no em vista dos seus trabalhos de investigação, dos seus contextos de trabalho, do seu impulso mais imediato ou, enfim, das suas preocupações mais sentidas. (...) O que aqui se apresenta é, porventura, a soma do que já nos preocupava e do que passou a perturbar-nos. Não foi a pandemia que nos inventou, foi a pandemia que nos mobilizou e, porventura, recriou os nossos processos de trabalho e a nossa posição na ciência, na universidade, na sociedade. (...) Criou-se instabilidade, produziu-se vulnerabilidade, exauriu-se o que dá mais solidez à economia, à sociedade e à vida e recebemos de volta uma pandemia. É esta noção forte que tem de nos acompanhar quando não queremos um regresso a um “normal” – que nunca ninguém definiu em proveito de todos – e que é a palavra que mais exprime a opacidade que pairava sobre o mundo que desabou com a pandemia e que não pode perdurar para pensarmos um futuro que está por construir».

Da introdução de José Reis ao «Palavras para lá da pandemia: Cem lados de uma crise». Um trabalho coletivo, de acesso livre, que não é um dicionário nem um documento programático. Junta ideias e propostas em torno de velhas e novas preocupações, que o contexto de pandemia acentuou e sinalizou. Para que tudo não fique na mesma.

19 comentários:

  1. A pandemia é o cabo das tormentas da economia capitalista ocidental?
    Será - até aparecer uma nova pandemia.
    Aliás, bastará uma segunda vaga do covid-19, se essa segunda vaga for tão violenta como a segunda vaga da gripe espanhola de 1918 (que, por acaso, até parece ter tido origem nos states).
    A segunda vaga da gripe de 1918 atingiu principalmente os mais jovens.
    Acreditam os cientistas que os mais velhos teriam sido expostos ao vírus, uns anos antes e que, por qualquer razão, os seus corpos reagiam melhor à infeção.
    Os corpos jovens reagiam em excesso à infeção, e esse excesso provocava o autoenvenenamento no sangue (septicémia) e a morte.
    Em todo o mundo ocidental, a pandemia de 2020 expôs o quão frágil é o nosso modelo económico.
    A privatização (sistemas de saúde não universais fazem com que as pessoas evitem os hospitais e permitem que a infeção se propague, sem controle), a financialização (combater uma pandemia não dá lucro a ninguém) e a globalização (100% de produção chinesa de EPIs, muito equipamento médico, desinfetantes, etc.) colocaram os países ocidentais numa situação de dependência e fragilidade, que facilitaram a disseminação do vírus (p.e., a eficácia da melhor defesa contra o vírus - a máscara - chegou a ser negada pela OMS e DGS, pela simples razão de que não haviam máscaras no mercado).
    Na UE, o monstro neoliberal tem um disfarce diferente: quer parecer fofinho, mas é tão escroque como o americano ou britânico.
    Enquanto a europa não se desfizer deste monstro, estaremos todos a perder tempo.
    Na Inglaterra, o desencanto popular com a UE foi aproveitado pelos oportunistas conservadores para tomar o poder.
    A seguir, é provável que a França, a Itália, a Alemanha e outros sejam tomadas por outros oportunistas.
    Depois, a UE deixará de ser fofinha, mas será demasiado tarde.

    ResponderEliminar
  2. A única constante dos reconstrutores pós-pandémicos é nunca dizerem quem consome menos para que outros consumam mais.
    Eufemisticamente ficam-se por novos padrões, novos paradigmas, novos modelos...mas consumirás menos, viajarás menos, farás menos lixo, ninguém o diz!
    E o papel reservado à tecnologia nunca vai de par com a necessidade do esforço de saber mais, e à inovação nunca é associado o aprender de novo.
    E quando se fala em investimento - acumulação de capital - logo se complementa com maiores salários, como se o investimento só criasse saberes e produtividades inevitáveis e nuca obsolescência e desemprego.

    Aos males do mundo nunca se lhes refere a multidão dos seus beneficiários, antes os associam a um qualquer cagagésimo dos 1% incapazes de consumir 0,0...01%!

    ResponderEliminar
  3. a pandemia a 300 mil ou mesmo 500 mil casos por dia não parece que atingirá muitas dezenas de milhões de casos não parece uma pandemia que cause mais que escassos milhões de mortos até 2021 ou 2022 se não houver vacina ou mesmo se houver e obviamente não for suficiente para imunizar as populações teremos um vírus para os próximos anos talvez décadas de distanciamento social e o impacto disso em sociedades de grande concentração demográfica será tremenda

    ResponderEliminar
  4. aparentemente os académicos tinham pouco tempo livre antes disto
    A presente pandemia de COVID-19 tem o
    potencial de criar uma oportunidade para
    repensar este paradigma. Confinados, em
    companhia das pessoas próximas, libertos dos
    compromissos nos locais de trabalho, aparentemente os/as académicos/as passaram a ter
    “tempo”: tempo para o cuidado e os afetos; e
    também tempo para ler, ouvir, pensar, refletir,
    escrever, criar, isto é, cumprir a função social
    das universidades na sua origem...

    ResponderEliminar
  5. e a imediata descarbonização do planeta proposta por alguns é uma impossibilidade prática
    o resto idem Outros descrevem um caminho para a distopia urbana, no qual abandonaremos as cidades densas, os edifícios coletivos,
    os espaços públicos massificados, em busca de
    um casulo onde possamos isolar-nos, entre
    a família e o (tele)trabalho, entre o medo do
    “outro” e a obediência à vigilância sanitária

    ResponderEliminar
  6. E essa reflexão
    leva-nos à segunda alternativa: reduzir o consumo. As nossas acções têm impactos...reduzir o consumo num mundo de 8 mil milhões em breve é o mais difícil de acontecer as novas gerações têm expectativas

    ResponderEliminar
  7. A segunda é
    uma territorialização genuína a várias escalas
    – com ênfase na nacional, regional e local –
    orientada para a suficiência de abastecimento
    e a substituição dos ciclos transcontinentais tendo em conta que nunca fomos auto-suficientes na produção de cereais além doutros bens alimentares como vamos passar para os ciclos curtos na agricultura e em muitas outras áreas donde presentemente importamos

    ResponderEliminar
  8. Nessas duas formas –
    como associação de produtores livres ou como
    capitalismo domesticado – ainda hoje encontramos, com esse ou outro nome, o desejo de

    ResponderEliminar
  9. . Só nas cidades há recursos para
    pensar as soluções para as crises

    ResponderEliminar
  10. reforçar o parque habitacional público que está caindo aos bocados ; 2) direcionar o stock habitacional
    que até aqui servia de alojamento local comprado a altos preços e com imi alto para o
    arrendamento urbano acessível, ou seja baixo rendimento dos imóveis

    ResponderEliminar
  11. alguns pontos são de uma ingenuidade brutal O objetivo é
    tornar visível a forma como os bens culturais
    locais, estórias, etc

    ResponderEliminar
  12. sem favorecer
    a produção de proximidade,,,,,,de quê se importamos quase tudo nem autosuficientes em telemóveis somos

    ResponderEliminar
  13. Mais uma vez a síntese extraordinária da aldrabice em estado putrefacto

    Doze primeiros comentários: 11 do joão pimentel ferreira e 1 do jose.

    Está em pulgas o pobre pimentel ferreira. Tão em desespero que adquire estes contornos de toda uma ópera bufa, num efeito multiplicador de personalidade.

    O que faz lembrar com estes saltinhos assim do jeito aí em cima patente?


    Pobre joão aonio eliphis pimentel ferreira.
    Estão a dar-lhe cabo do negócio.

    E a sua burrice desonesta anda no ar

    ResponderEliminar
  14. "mas consumirás menos, viajarás menos, farás menos lixo, ninguém o diz!"

    A hipocrisia é uma coisa lixada. Ainda para mais quando se emboneca toda dengosa com um ponto de exclamação final

    De como um admirador irredutível dos porno-ricos se converte assim neste fofinho ambientalista é uma incógnita.

    O jose doutra época enfadado e encrespado propunha negócios a raiar o proxenetismo. Dizia ele: "Nós, os portugueses, vamos enxotar os ricos produzidos por outros capitalistas?"

    E todo ele era sorrisos era todo ternuras a pedir e a convidar a que os ricos consumissem mais, viajassem mais, fizessem ainda mais lixo que todos os demais

    ResponderEliminar

  15. "Se bem percebo, há que escorraçar os ricos - no mínimo dizer muito mal deles - para que vivamos a nossa pobreza sem ter que contemplar os seus excessos"

    Isso era o jose aqui há uns anitos, agastado, feito basbaque, em género de engraxador das botifarras dos porno-ricos

    Fazia-lhes convites e piscava-lhes coquete os olhos.
    Seria um convite para aumentarem a sua produção de lixo ?


    Também cantava uma espécie de requiem saudoso dos porno-ricos produtores avençados do lixo

    Assim deste jeito
    " o velho-riquismo deixou de ser padrão visível numa sociedade em que a sofisticação deu lugar à bruteza, na muito democrática prevalência do vulgar."

    Ah,e não continha uma lágrima de saudade

    ResponderEliminar
  16. O que há de comum entre estas duas frases:

    "A privatização (sistemas de saúde não universais fazem com que as pessoas evitem os hospitais e permitem que a infeção se propague, sem controle)"

    "A única constante dos reconstrutores pós-pandémicos é nunca dizerem quem consome menos para que outros consumam mais".

    São ambas frases de alto gabarito intelectual, de pensada sapiência pos-moderna,com as marcas inconfundíveis da qualidade que quem as produz traz ao debate. Mas ambas são tentativas muito peculiares de avançarem com novos conceitos e novas definições

    João pimentel ferreira continua a teclar na sua tecla de ódio ao SNS. Está-lhe na alma. Engoliu as tretas que debita sobre a Holanda e agora não passa disto. Duma linguagem que lhe deixa ver os fundilhos, envolvida na roupagem própria do paleio que mostra o que é. Encontrou agora uma justificação para a propagação da infecção tão idiota que faz lembrar um bolsonaro de trazer por casa. Vê-se que está a usar um EPI da China, o que lhe provoca estes tiques estranhos e estas raivas rocambolescamente auto-direccionadas

    Jose infelizmente mostra outra coisa. Tam alguma dificuldade em. Fala de "reconstrutores pós-pandémicos". Duma assentada, arruma a pandemia e investe com os pós-pandémicos

    Pós-pandémicos? Reconstrutores? Jose confunde um debate para lá da pandemia, com reconstrutores pós-pandemia.

    Eis jose a dar uma pazada na pandemia.E a revelar um susto enorme por alguém dizer que não quer o regresso a um "normal", à medida dos terratenentes de jose.

    ResponderEliminar
  17. Claro que jose parece que encontrou uma constante.Entre os reconstrutores. Da pós-pandemia.Que parece que é única.

    E qual a constante? Única, como se sabe
    "nunca dizerem quem consome menos para que outros consumam mais."

    Ó diacho.

    Isto demonstra mais duas coisas. Por um lado revela a sua evidente "necessidade de saber mais", de "aprender de novo",de sair daquele ensino bolorento em que se produziam estas pérolas. Mas por outro revela o tique terrível entre os apologistas dos novos-ricos do "venha a nós o nosso reino", porque "quem consome somos nós"

    Jose depois destas tiradas apologistas do status quo, costuma apresentar a sua rábula da "inveja"

    Em vez disso temos uma nova versão, do mesmo tema :"Aos males do mundo nunca se lhes refere a multidão dos seus beneficiários, antes os associam a um qualquer cagagésimo dos 1% incapazes de consumir 0,0...01%!"

    Tão fofinho, jose...tão mas tão fofinho jose na forma como monta, não o diabo de passos coelho, mas uma prece em honra de quem tem tudo, de quem concentra em si a riqueza produzida pelos demais e que afinal...nem consome mais do que cagagésimos.

    A riqueza concentrada nas mãos das 85 pessoas mais ricas do mundo equivale aos recursos da metade mais pobre da população mundial. Jose não quer que se comparem estes números. Quer antes que se fale nos rolos de papel higiénico consumido e nos cagagésimos de arrotos que os porno-ricos produzem no meio de todos os produzidos pela humanidade.

    É obra.

    ResponderEliminar
  18. O LdB habilitou uma língua de soalheiro a ser comentador de comentários.
    É um caso original na blogosfera que se traduz naquela máxima de quem governa: 'quem não aplaude, leva'.
    Ainda se tivesse alguma qualidade...

    ResponderEliminar
  19. Ora bem

    (Pede-se ao jose para, por favor, não fazer comentários lacrimosos. Quem anda com o discurso dos coitadinhos na boca, como um credo evangélico, vir agora arrastar as suas mágoas desta forma soalheira, é francamente patético

    Adiante)

    O espelho é uma peça indispensável numa casa.Pode todavia causar engulhos a alguns, E quando se coloca jose em diálogo com o próprio jose, mais não resta a este último que atirar para o lado, e focar-se num estranho "quem não aplaude leva", quando quem anda com o cassetete na mão é ele próprio:

    Punhamos mais uma vez jose a argumentar com o próprio. Um jose de cacete na mão,a elogiar o dito cacete, outro jose numa de recém ecologista de pacotilha:

    Diz jose versão A:
    "Devia a esquerda estar grata à polícia, pois nunca se viu um revolucionário esquerdista suficientemente convicto sem levar com um cassetete nos cornos. O cassetete vale mais do que uma enciclopédia de loas ao Lenine!"

    Punhamos Jose a falar em máximas de quem governa:
    "'quem não aplaude, leva'." versão 2020

    Quem terá dito tal idiotice reproduzida por jose é um mistério.

    Já não o é quando se ouve um elogio da acção violenta da Pide, parido durante o consulado trauliteiro de passos:
    "Não duvido que ( os pides) trinchassem um treteiro badalhoco de vez em quando, que a higiene pública também é defesa do Estado"

    Eis jose, mais uma vez, numa sua versão A



    ResponderEliminar