segunda-feira, 13 de abril de 2020

Pandemia prevista - uma enorme PPP

A 18/10/2019, o World Economic Forum, a Fundação de Bill &Melinda Gates e o Centro para a Segurança na Saúde John Hopkins, estudaram a eventualidade de uma próxima pandemia através de um coronavírus. Nessa altura, não havia ainda qualquer suspeita de eclosão de alguma pandemia, com origem na China.

Este evento está rodeado de coincidências e pormenores já abordado pelo jornalista José Goulão. Para lançar o tema, os organizadores fizeram um filme. É estranho vê-lo porque se assemelha muito ao que aconteceu (ver o primeiro video). 

Foi tão real que, mal se deu a eclosão da pandemia com o Covid19, muitas perguntas foram feitas e os organizadores tiveram de responder, afastando qualquer suspeita de previsão. Afinal, tinham sido previstos... 65 milhões de mortos em todo o mundo. 

Em 2019, do exercício saiu um conjunto de recomendações que deixam antever aquela que - por necessidade de salvar o mundo - poderia ser uma gigante parceria entre os Estados e o sector privado. Todo o programa configura-se, não como um fortalecimento de sectores públicos na Saúde ou de uma preparação em larga escala do que poderia ser formas inovadoras de financiamento das sociedades e das economias em perda, mas de um vasto programa de Parceria Público-Privado:
"A próxima pandemia severa, não apenas causará grandes doenças e perda de vidas, mas também poderá ter, em cascata, importantes efeitos consequências económicas e sociais que podem contribuir muito para o impacto e o sofrimento globais. Esforços para evitar tais conseqüências ou responder a elas à medida que se desenrolem, exigirá níveis sem precedentes de colaboração entre governos, organizações internacionais e o setor privado. Houve esforços importantes para envolver o setor privado na preparação de epidemias e surtos em nível nacional ou regional. No entanto, existem grandes vulnerabilidades globais não atendidas e desafios do sistema internacional colocados pelas pandemias que exigirão novas formas robustas de uma cooperação público-privado para resolver."
De igual forma, é muito interessante ouvir os intervenientes sobre como financiar tanto o combate à pandemia como os efeitos económicos da pandemia (ver video Segment 3). Apesar de ter representantes de diversos países, de bancos, seguradoras, Nações Unidas, etc., a abordagem é muito virada para as empresas. Quem podem ser os investidores, quais as empresas dispostas a financiar? Isso porque tanto o FMI como o Banco Mundial não teriam recursos suficientes. Até é citado o programa de ajustamento da Grécia, Irlanda e Portugal, para mostrar a dimensão da soma de dinheiro. Tudo porque é dado que os governos estão incapacitados de se financiar.

O ambiente de workshop, num confortável hotel de Nova Iorque, parece permitir todo o tipo de intervenções. Mas ao que me pareceu, nunca foi colocada a eventualidade de todo o esforço ser centrado nas instituições públicas e num financiamento por emissão monetária. Essa possibilidade estava longe, como parecia estar a pandemia. O objectivo era outro.

3 comentários:

  1. «financiamento por emissão monetária* - o el dourado dos políticos imprevidentes!

    Nem é preciso aumentar impostos, basta quebrar a moeda, que fiduciária passa a armadilhada.

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    1. A burguesia morre de medo da inflação, que lhes come as poupanças.
      Mas a hiper-inflação é capaz de ser o resultado de ignorar a realidade e depois será "E TUDO O VENTO LEVOU".

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  2. O objectivo é outro e é sempre o mesmo, a mentira com contornos de verdade.

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