Alguém me explique esta entrevista.
Por que foi que o jornal pediu uma entrevista numa altura em que o presidente do Eurogrupo não pode dizer nada antes do Conselho Europeu de 5ªf? Como é que o jornal escolhe, numa altura destas, uma entrevista com uma jornalista como a Teresa de Sousa - uma eterna defensora do projecto europeu, dê ele as cambalhotas que der - que rapidamente se deixa enredar num bruxelense de presidente do Eurogrupo?
Exemplo: um SURE de 100 mil milhões para financiar um lay-off na Europa - "o nosso lay-off simplificado, o Kurzarbeit alemão, o chomage partiel francês, entre outros, têm todos os mesmos objectivos: proteger o emprego"? Primeiro: tal como está, o lay-off, não será um dispositivo de dádiva de dinheiro às empresas, com uma vaga promessa de não despedimento imediato? Há garantia de que terminado o lay-off o desemprego não suba? Os dados de Março parecem revelar o início de uma subida a prazo. E se não há garantia, este era o melhor mecanismo para o assegurar? Quanto custa? Mil milhões/mês. E desses quanto vai para as grandes empresas? E que garantias há que não se transformem em dividendos? Mesmo que sejam recursos desbaratados, valem a pena do ponto de vista macroeconómico? E no final, esses montantes transformam-se em dívida dos Estados. E o que vai acontecer caso se tenha de aplicar o Tratado Orçamental? E como se financiarão os Estado do Sul, com a degradação das notações? Como evitar uma repetição das más respostas dadas há dez anos? E os efeitos do desemprego a prazo? E como fazer com uma recessão que se aproxima de todos os lados?
Bastava perguntas como estas para permitir discutir mais aprofundadamente o plano de recuperação. Mas não. Ficou-se por coisas redondas. Por que não foi a esta entrevista alguém da secção de economia do jornal? O jornalista Sérgio Aníbal - que tem escrito a maioria dos artigos do jornal sobre este assunto - não foi convidado para o encontro. Se tivesse ido, sempre era capaz de falar mais de política económica. E ser jornalista.
Desperdiçou-se uma oportunidade de falar com o presidente do Eurogrupo e prestou-se a um exercício político, ainda por cima mau, porque mal se percebe alguma coisa. Além do título, claro.
Isto não deve ser visto como entrevista, mas como uma corrida aos milhões que o governo está a distribuir pelos media.
ResponderEliminarDúvidas muito pertinentes; mais claro seria o regime de faltas justificadas ou puro despedimento.
ResponderEliminarExiste para revelar que até os intervenientes estão inseguros sobre a resposta. É um começo.
ResponderEliminarPorque o jornal de "referência" Público é um covil de europeístas com o objectivo de avançar os interesses neoliberais junto do público português.
ResponderEliminarÉ também por isto que o João Ramos de Almeida já lá não está, aposto eu...
" Mesmo que sejam recursos desbaratados, valem a pena do ponto de vista macroeconómico? E no final, esses montantes transformam-se em dívida dos Estados"
ResponderEliminarHá que esclarecer João Ramos de Almeida, que o tão aclamado por si défice orçamental também acarreta "dívida de estado", e com taxas de juro superiores. João Ramos de Almeida quer o que qualquer pessoa honesta de esquerda quer: dinheiro grátis e sem condicionantes, e tal simplesmente não existe.
Ademais, refere também o mesmo jornal Público que o norte da Europa está a gastar mais do que o sul na resposta à crise, mesmo já considerando despesa calculada em percentagem do PIB. A esquerda tem clamado, tal como aconteceu em 2011, por medidas contra-cíclicas, para desta forma estimular a economia e o consumo, e assim atenuar os efeitos negativos da crise. E fá-lo bem, pena todavia que a mesma esquerda padeça de uma amnésia e uma incoerência políticas de bradar aos céus. Recordemos que a Holanda tem uma dívida pública de 50% do PIB, a Alemanha tem 60% do PIB e a Finlândia 59% do PIB. Por outro lado, mais a sul, a Itália tem uma dívida pública de 134% do PIB, Portugal tem 120%, a Grécia tem 181% e Espanha 97% do PIB. Percebe-se facilmente porque motivo uns têm mais "margem para gastar" do que outros. Quando a economia expandia e a receita fiscal crescia substancialmente a cada ano, uns baixavam a dívida (a Holanda baixou a sua dívida pública de 70% do PIB em 2015 para 52% em 2018), outros mais a sul, locomovidos pela demagogia e populismo eleitoralista, "revertiam e redistribuíam".
Porque motivo a esquerda apenas se lembra de aplicar medidas contra-cíclicas quando a crise aperta, e jamais se lembra de aplicar exatamente o mesmo princípio quando a economia cresce?
Nem estes comparças acreditam nesta União. Mas como esta ainda vai servindo os seus propósitos....
ResponderEliminarChama-se liberdade editorial, simples... Se a Esquerda Soberanista quer um jornal que reflicta as suas escolhas ideológicas que o crie e tente manter com as receitas de publicidade e com a venda do próprio jornal e das assinaturas... Eu até sou capaz de o assinar, se fizerem aos vossos exactamente as mesmas perguntas difíceis que querem fazer aos outros.
ResponderEliminarQual a estratégia para sair do Euro sem provocar falências em massa e um disparo da inflação? Como dispor de reservas de moeda forte? Como iremos renegociar a dívida sem a imposição de medidas de austeridade? Se se declara uma moratória, qual a estratégia para lidar com a litigância mais que provável da parte dos credores e a quem iremos então pedir dinheiro quando os mercados se fecharem? À China? E quais então as contrapartidas que estamos dispostos a aceitar?
Tudo perguntas pertinentes a que ninguém ainda respondeu...
Agora, andar sempre a fazer queixinhas e esperar que a imprensa seja neutra, isso é ser-se muito ingénuo...
"Segundo estimativas da Comissão Europeia, apesar da sua modesta dimensão, a Holanda é o terceiro país entre os 27 que mais beneficia em termos brutos com o mercado único, ganhando anualmente em média 84 mil milhões de euros, valor cerca de 12 vezes superior à contribuição anual holandesa para o orçamento plurianual da UE segundo a proposta do executivo comunitário (6,85 mil milhões de euros, que Haia considera excessivo), e que fica apenas atrás dos ganhos das duas maiores economias europeias, Alemanha (208 mil ME) e França (124,4 mil ME)."
ResponderEliminarhttps://eco.sapo.pt/2020/04/21/frugal-holanda-e-dos-paises-que-mais-enriquece-com-o-projeto-europeu/
Ora, todos estes anos a empochar com o euro não é de admirar que Holanda e Alemanha tenham défices baixos.
Quem não te conhecer que te compre JP Ferreira. Toda a gente já percebeu o que tu és e quemte paga.
Ainda para contrariar JP Ferreira, notório agente desinformação ao serviço das carraças do norte, vejam este video de Macron a reconhecer a injustiça de os países do norte terem meios para protegerem as suas empresas e Itália, Espanha e Portugal não.
ResponderEliminarhttps://www.ft.com/video/96240572-7e35-4fcd-aecb-8f503d529354
Há qualquer coisa de repelente num tipo que não se limita a aldrabar os factos e a retorcer os dados
ResponderEliminarMas que tem a desonestidade de carácter de se multiplicar em n, para melhor cumprir o seu mister
Caro Anónimo, vede esta notícia da BBC
ResponderEliminarhttps://www.bbc.com/news/uk-politics-48256318
A Holanda é o país que mais contribui para o orçamento da UE, quer quando consideramos valores per capita, quer em % do PIB.
Vede vede
ResponderEliminarFoi por causa destes "vede" que um dos nicks mais abjectos de joão pimentel ferreira foi desmascarado
Vede,vede...
Vede se ele percebe o que se escreve:
"a Holanda é o terceiro país entre os 27 que mais beneficia em termos brutos com o mercado único, ganhando anualmente em média 84 mil milhões de euros, valor cerca de 12 vezes superior à contribuição anual holandesa para o orçamento plurianual da UE segundo a proposta do executivo comunitário (6,85 mil milhões de euros, que Haia considera excessivo)
Vede, vede
Quem não te conhece que te compre
Vede se JPF não faz lembrar Trump:
ResponderEliminar"Os EUA é o país que mais contribui para o orçamento da OMS"
Se o caro anónimo está tão preocupado com a fuga de capitais para a Holanda, pode sempre pressionar os políticos do sul da Europa para aplicarem a fiscalidade empresarial holandesa e assim atrair também capitais
ResponderEliminarO projeto europeu é um marco inigualável no velho continente. A história económica há muito que nos dita que comércio livre e livre circulação de pessoas sempre foram excelentes motores para o crescimento e prosperidade. As teorias antropoevolutivas mais recentes até referem que um dos motivos pelos quais o Homo Sapiens suplantou o Neandertal foi exatamente porque o primeiro, ao contrário do segundo, fazia trocas comerciais entre tribos diferentes partilhando tecnologia e recursos. E enquanto houver prosperidade haverá Paz, algo que apenas a UE conseguiu na Europa por mais de 70 anos desde o colapso do Império Romano do Ocidente. Quem tiver preconceitos contra a economia, pode ler a Paz Perpétua de Immanuel Kant, que está lá um repto a uma proto-UE implícita. Podem ler também Einstein, e o seu "Manifesto ao Mundo Civilizado" aquando da Primeira Grande Guerra, quando instou os povos da Europa para que criassem uma "Liga de Europeus" para que esta possa "fundir o continente num todo orgânico". E se é plenamente verdade que não há unidade orgânica sem solidariedade, também jamais houve solidariedade sem responsabilidade.
ResponderEliminarvede: https://www.veraveritas.eu/2020/04/repto-ao-mundo-civilizado.html
Mais uma vez atenção
ResponderEliminarO link indicado é um link armadilhado
Pimentel paulorodrigesaraoarques ferreira faz-se de tontinho
ResponderEliminarNinguém lhe pediu para desbobinar as tristes e patéticas novelas que rabisca por tudo o que é sítio. Já lemos por aqui e já por aqui foi metida no seu lugar esta mão cheia de colagens a ver se assim passa. Já foram trituradas algumas dessas missas e não vale perder tempo com beatos evangélicos
O que se pede é que Pimentel Ferreira não fuja
Vede,vede se ele percebe
Mais uma vez
ResponderEliminarVede se JPF não parece Trump e as suas conferências de imprensa