Quatro dias depois de o seu governador ter garantido que não o fariam de forma permanente, o governo britânico confirmou que o Banco de Inglaterra vai financiar diretamente a despesa pública no combate à pandemia. É um facto que é dito que a atuação do banco é "temporária", mas esta permite que o governo não fique dependente dos mercados e do ânimo dos investidores para mobilizar fundos e financiar um programa de resposta económica à crise, como tem sido defendido neste blog (aqui, aqui ou aqui).
Depois de até o Financial Times ter dedicado um editorial a defender a medida, o governo decidiu avançar e aumentar o volume da sua conta no banco central, conhecida como a "Ways and Means Facility", para um valor ilimitado, permitindo que os ministérios gastem mais - algo que, até há cerca de um mês, quase todos nos garantiam não ser possível. Com a crise, as regras do jogo já estão a mudar.
Depois de até o Financial Times ter dedicado um editorial a defender a medida, o governo decidiu avançar e aumentar o volume da sua conta no banco central, conhecida como a "Ways and Means Facility", para um valor ilimitado, permitindo que os ministérios gastem mais - algo que, até há cerca de um mês, quase todos nos garantiam não ser possível. Com a crise, as regras do jogo já estão a mudar.
Bill Mitchell: "I told you so!"
ResponderEliminarEstes sacanas dos Bancos Centrais sabem há muito dos poderes que têm mas recusam-se a usá-lo ao serviço da vasta maioria da população...
Criminoso!
As consequências serão, como sempre, culpa do capitalismo.
ResponderEliminarQuando as mudarem-se as regras em função das circunstâncias, haverá de dizer-se ser isso de regra.
"(...) nenhum real engenho, nenhuma real profundidade são tolerados onde a ilusão prevalece."
ResponderEliminarVirginia Woolf "Orlando".
A ilusão do monetarismo habita as cabeças de "alho chocho" da UE, bloqueados por uma ideologia - o neoliberalismo - que integraram nos tratados, mas que nunca funcionou bem em lado nenhum, excepto para as elites, do 1% da população, que é classe social dos políticos, dos pivots de televisão e dos oligarcas, que pagam a todos eles (mas que exigem retorno do que pagam).
Paradoxalmente, o país que sempre impôs o neoliberalismo aos outros - os states - sempre usou o déficit em grande escala para se financiar.
Lá dizia o Santo: olha para o que eu digo, não para o que eu faço.