quinta-feira, 9 de abril de 2020

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Quatro dias depois de o seu governador ter garantido que não o fariam de forma permanente, o governo britânico confirmou que o Banco de Inglaterra vai financiar diretamente a despesa pública no combate à pandemia. É um facto que é dito que a atuação do banco é "temporária", mas esta permite que o governo não fique dependente dos mercados e do ânimo dos investidores para mobilizar fundos e financiar um programa de resposta económica à crise, como tem sido defendido neste blog (aqui, aqui ou aqui).

Depois de até o Financial Times ter dedicado um editorial a defender a medida, o governo decidiu avançar e aumentar o volume da sua conta no banco central, conhecida como a "Ways and Means Facility", para um valor ilimitado, permitindo que os ministérios gastem mais - algo que, até há cerca de um mês, quase todos nos garantiam não ser possível. Com a crise, as regras do jogo já estão a mudar.

3 comentários:

  1. Bill Mitchell: "I told you so!"

    Estes sacanas dos Bancos Centrais sabem há muito dos poderes que têm mas recusam-se a usá-lo ao serviço da vasta maioria da população...

    Criminoso!

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  2. As consequências serão, como sempre, culpa do capitalismo.

    Quando as mudarem-se as regras em função das circunstâncias, haverá de dizer-se ser isso de regra.

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  3. "(...) nenhum real engenho, nenhuma real profundidade são tolerados onde a ilusão prevalece."
    Virginia Woolf "Orlando".

    A ilusão do monetarismo habita as cabeças de "alho chocho" da UE, bloqueados por uma ideologia - o neoliberalismo - que integraram nos tratados, mas que nunca funcionou bem em lado nenhum, excepto para as elites, do 1% da população, que é classe social dos políticos, dos pivots de televisão e dos oligarcas, que pagam a todos eles (mas que exigem retorno do que pagam).
    Paradoxalmente, o país que sempre impôs o neoliberalismo aos outros - os states - sempre usou o déficit em grande escala para se financiar.
    Lá dizia o Santo: olha para o que eu digo, não para o que eu faço.

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