Ano após ano, a tendência de declínio consolida-se, atingindo-se em 2018 o valor mais baixo de interrupções voluntárias da gravidez (IVG) desde 2008, cerca de menos 5 mil que em 2011, ano em que o número de IVG mais se aproximou das 20 mil, o patamar médio estimado para período que antecedeu a despenalização da interrupção voluntária da gravidez (a pedido da mulher e até às 10 semanas). Mas mais significativa ainda é a queda da incidência da IVG em jovens e adolescentes (menos de 20 anos): no mesmo período (2011-2018), a redução é de -43%, quase o dobro do valor global, a rondar os -28%.
Ano após ano, a realidade contraria assim quem defendeu, no referendo, que a despenalização da IVG iria traduzir-se no seu aumento exponencial, ao ser removido o alegado instrumento dissuasor dessa opção: a prisão ou o risco de prisão para as mulheres que decidissem abortar. A ligeireza cruel do julgamento fácil e a imposição moralista, a terceiros, de legítimas convicções próprias, é apenas isso mesmo: ligeireza, moralismo e preconceito.
Ainda gostava de conhecer a posição da direita em relação à IVG, se ela desse lucro (MUITO!) aos oligarcas privados do negócio da saúde.
ResponderEliminarNão seria a mesma, com certeza, até porque moralidade da direita é falsa e hipócrita.
Como defender o SNS, depois de terem votado contra a sua criação nos idos de 1976.
"Ligeireza, moralismo e preconceito "
ResponderEliminarO mesmo vale para a descriminalização do consumo drogas ilegais.
Os EUA são um claríssimo exemplo de moralidade pífia.
Os moralistas neste país não querem saber do bem das mulheres nem ajudar os toxicodependentes.
O moralismo pífio enche as Mega-Igrejas nos EUA, e alguém fica muito rico por isso...
A imoralidade de ser eu a pagar os actos voluntários dos outros permanece.
ResponderEliminarPara aqueles que veem o mundo povoado de tadinhos, a moralidade é palavra sem outro sentido que não o de a tudo dar suporte.
E sempre o horror a que alguém lucre é justificação primeira para que tudo seja à borla!!!
ResponderEliminarE os que lucram para que alguém não lucre são como que paladinos justiceiros.
Não temer o ridículo é o dote primeiro do progressista.
Ou seja, em 2018 houve mais de 14 mil infanticídios patrocinados pelo estado.
ResponderEliminar14 mil bébés a menos por ano
ResponderEliminarSegundo algumas "almas caridosas" que por aqui escrevem comentários, 14 mil IVG é mau.
ResponderEliminarSeria preferível 20 mil por ano, como em 2010.
E então, se fossem feitas em clínicas privadas clandestinas, é que era ótimo: que paguem, se fizeram asneira.
A formação que se tem dado e que tem evitado cerca de 6mil IVG/ano de diferença é um desperdício de recursos; pagar a médicos para ensinar a arraia miúda a fornicar...
O ideal é que a reprodução se continue a fazer de borla para manter os do costume e quanto menos laços familiares tiverem melhor.
É preciso gente para pagar as nacionalizações dos calotes, que os oligarcas continuam a deixar nos bancos.
Separar o trigo do joio: a redução de IVG deveu-se à sua despenalização, ou por via indirecta à reconhecida necessidade de fazer acompanhar uma decisão de IVG por planeamento familiar e acompanhamento na maternidade? Planeamento esse que alguma franja da esquerda quer acabar, por "ferir a liberdade de decisão"?
ResponderEliminarA liberdade de decisão só é verdadeiramente livre quando a decisão é tomada de forma consciente e informada. Quando se retiram as opções, a decisão só pode ser uma. Quando não se dão condições para nascer e viver, só resta abortar a vida à nascença, para não viver em direção a uma morte prematura.
A mesma conversa para a eutanásia: quando se retira da mesa as condições para uma vida digna, só resta pedir uma morte digna.
Continua a haver IVG clandestinas após as 12 semanas, números ignorados por estas estatísticas.
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