Sintomaticamente, Augusto Santos Silva, o intelectual mais capaz da ala anti-socialista do PS, encerrou o debate do programa do governo no parlamento. Sem surpresas, fê-lo insistindo na política da chantagem, chegando mesmo a falar de traição, convocando o espectro do que no PS se apoda de coligação negativa.
Quando Santos Silva fala em imaginárias traições no futuro, eu só me lembro de reais traições no passado recente: das privatizações maciças ao trabalho cada vez mais visto como se de uma mercadoria se tratasse, passando pela socialização, sem contrapartidas de controlo público, dos prejuízos da banca dita privada.
Esta política da chantagem é a declinação nacional da economia política da chantagem com escala europeia. Esta política da chantagem delicia os serventuários do poder de turno, como Manuel de Carvalho no Público: vive obcecado com uma esquerda que já declarou mil vezes morta e enterrada. Há muitos assim, só há gente assim, em posições de poder na comunicação social.
Entretanto, a melhor resposta que eu li a esta política foi dada há uns tempos atrás por Correia Pinto no indispensável Politeia. Fica aqui um excerto de um texto claro e que deve ser lido por todos os que querem manter a consistência estratégica em tempos sempre exigentes:
“A famosa ‘coligação negativa’ não passa de uma invenção do PS para justificar a sua incapacidade de, com as suas próprias forças, pôr em prática uma política de esquerda, por moderada que seja.
Obviamente, a esquerda terá de votar contra todas as medidas de direita que o PS pretenda pôr em prática. Assim será no futuro, como sempre foi no passado.
Se a direita, por oportunismo político, se junta à esquerda nesta rejeição, o PS só terá de se queixar de si próprio. De nem sequer ter conseguido manter a ‘aliança’, tácita ou não, que vinha mantendo com a direita, como aconteceu, por exemplo, no segundo governo Sócrates.
Apesar de o PS ser o que é, e raramente, pelas suas próprias forças, o que diz ser, a verdade é que o PCP nunca apresentou uma moção de censura a um governo PS, por mais que o tenha combatido no Parlamento e na rua.
Portanto, o grande responsável pelas ditas ‘coligações negativas’ é o PS e não quem desde sempre demarca o terreno sem margem para dúvidas.”
A. Santos Silva, #2 do PS, fala em "trair os seu eleitorado" como um crime de traição. E qual é o "seu eleitorado"?.
ResponderEliminarDos 10,8 mIlhões de inscritos 1,9 milhões votaram PS. Portanto é este o "seu eleitorado". O PS representa 20 % do eleitorado mesmo que graças à distorção Hontiana se julgue iluminadamente o dono da AR, o manda chuva, o fazedor da Lei.
Entretanto cerca de 4 milhões de eleitores votaram, especificamente, contra o PS, pois votaram em outros partidos.
Trair por trair, a tal "coligação negativa" mesmo que artificialmente deficitária na AR, representa mais eleitores, mais eleitores -o dobro dos eleitores especificamente não PS- do que o (contadinho do "traído") PS.
Na verdade não é de esperar grande coerência numa assembleia gerada a martelo.
(Isto sem falar nos cerca de 4 milhões de eleitores abstencionistas que óbviamente também não aderiram ao PS, pelo que nunca poderão ter grande ar de traidores.)
O PS acha-se dono da esquerda. Será?. Por quanto tempo?.
O PS não quer ficar com o ónus das politicas que pretende implementar, pretende que seja a esquerda a se deslocar para a direita para com isso passar despercebido o seu posicionamento. A falta de legitimidade dos governos dos últimos muitos anos é mais do que evidente mas há uma altura em que tudo muda, e muda porque não é viável, talvez seja este o governo catalisador de uma mudança necessária.
ResponderEliminarChame-lhe chantagem ou o que quiser, mas se Governo PS cair pelos votos conjugados dos Partidos à direita e à esquerda do PS e como resultado a Direita voltar ao poder e regressarmos a 2011, não venha depois dizer que a culpa é do PS não ter sido suficientemente de Esquerda.
ResponderEliminarQuem dispara um tiro não se deve pôr a culpar a vítima...
Até admito que olhe para o PS como Caribdes, mas não se esqueça que há sempre Cila. Veja o caso de Corbyn. Assobiou para o lado aquando da campanha para o referendo e agora o RU arrisca-se a levar com um Governo tão à Direita que faria Thatcher corar de inveja e que se prepara para queimar numa grande fogueira toda a regulação ambiental e laboral europeia após o Brexit.
Era esta espécie de soberania que o João Rodrigues queria para os britânicos?
Na verdade, Santos Silva está errado, mas ele não pode pôr as coisas deste modo, claro. Um possível chumbo do Governo de Costa não será uma traição por parte da Esquerda, será simplesmente uma prova da sua falta de inteligência, preparada para meter o PS e a Direita no mesmo saco. Mas isso, aqui e lá fora, é mais do que evidente...
Convença-se de uma coisa, João Rodrigues. A percentagem da população votante que quer o que o João Rodrigues quer anda pelos 15%. O PS tem mais do dobro desses votos e a maioria dos seus votantes também não quer nada disso.
Portanto, o que vai ser, Caribdes, ou será mesmo Cila? Vocês escolhem...
"Se Governo PS cair pelos votos conjugados dos Partidos à direita e à esquerda do PS" porque haverá "a Direita de voltar ao poder"? Convença-se de uma coisa, Jaime Santos. A percentagem da população votante que quer o que o Jaime Santos quer anda pelos 32%, mais o ASSilva, a Ana Catarina Mendes e o Eurico Brilhante Dias. Do the math.
EliminarMais uma vez um post oportuno e radical.Que tem uma outra mais-valia, o de trazer até aqui JM Correia Pinto, com o seu rigor e a sua acutilância
ResponderEliminar( já agora...que excelente comentário a um nickname "jota", postado aí no artigo citado do Politeia)
ResponderEliminar"Obviamente, a esquerda terá de votar contra todas as medidas de direita que o PS pretenda pôr em prática. Assim será no futuro, como sempre foi no passado."
ResponderEliminarObviamente ! Mesmo que isso implique novo escancarar das portas ao governo da direita, como bem se viu no chumbo do pec iv, e o redobrar de medidas politicas de direita.
O João Rodrigues afirma-se, mais uma vez como um paladino da esquerda "pura e verdadeira", aquela que nunca cede nos "principios", para quem os compromissos que a vida em democracia implica são uma obrigação dos "outros", tendo sempre de ser feitos de acordo com os ideais e a visão do mundo existentes do seu lado da barricada. Não sei se essa atitude é resultado de alguma imaturidade democrática ou de um certo entendimento sectário do conceito. O que a nossa história regista, porém, é que dela nada de bom tem resultado para aqueles que a esquerda pretende representar.
MRocha
MRocha diz, como dizia o outro: estes são os meus princípios; se não gostarem, tenho outros.
EliminarO Partido "Socialista" não é de esquerda, é um partido neoliberal há décadas, e o é por convicção.
ResponderEliminarAfirmar isto não tem nada de purismo, é apenas constatar a realidade...
Está a chegar a altura de acontecer o mesmo ao Partido "Socialista" português o que aconteceu a outros Partidos "Socialistas" europeus.
O Partido "Socialista" não aproveitou os últimos anos para se regenerar, a União Europeia é o cemitério das democracias nacionais, o Euro continua a ser a aberração que sempre foi.
A farsa "socialista" europeísta não vai durar para sempre...
Os "socialistas" neoliberais europeístas António Costa, Mário Centeno, Santos Silva, Francisco Assis finalmente serão obrigados a sair da zona de conforto.
A 'coligação negativa' presume-se que seja algo que une contrários na oposição a um rumo que se diz positivo.
ResponderEliminarNo espectro político existente uma tal política só se adivinha possível com um governo PS.
E aqui se centra o dogma fundador do conceito, a infalibilidade do PS.
Por isso ainda se ressente de um PEC IV, que permitiria a permanência de um chefe de seita corrupto no poder.
E porque se trata de uma seita - ninguém soube, ninguém viu - é que a coligação negativa é a única arma possível de conter matilha de semelhante calibre!
o escorpião picou a rã, morreram os dois. Isso é uma questão de natureza (do escorpião).
ResponderEliminarSe voltar a acontecer terem que navegar juntos, ele picará de novo a rã. Morrerão de novo, porque as leis da Natureza não são controláveis pelo Homem...
Traduzindo: Os pequenos partidos fazem tudo o que está ao seu alcance para crescerem. É uma característica do seu ADN (da sua natureza).
«“A famosa ‘coligação negativa’ não passa de uma "INVENÇÃo" do PS...»
ResponderEliminarÉ falsa tal afirmação. Foi um facto indesmentível constatado por milhões que viram na AR os braços no ar de PSD+PCP+BLOCO conjuntamente e que ficou nos registos da nossa AR da nossa história comum.
A literatura e as intenções, quer ante ou pós, não apagam os factos.
«Obviamente, a esquerda terá de votar contra todas as medidas de direita que o PS pretenda pôr em prática. Assim será no futuro, como sempre foi no passado.»
Obviamente? O que é óbvio na luta política entre partidos? Tal posterior obviedade categórica detectada por J.Correia, dada a natureza de não-esquerda do PS, não foi obstáculo para formar a "geringonça"?
Nem foi, no passado, obstáculo para Cunhal mandar votar Soares contra Amaral.
«Se a direita, por oportunismo político, se junta à esquerda nesta rejeição, o PS só terá de se queixar de si próprio.»
Claro,segundo o condeito de "obviedade" do autor só há oportunismo político quando a direita vai "à boleia" da esquerda mas quanto ao facto da esquerda "dar boleia" à direita o brilho da pureza de intenções obscurece totalmente o calculismo.
jose neves
Os posts de João Rodrigues têm destas coisas.
ResponderEliminarPõem danados alguns escorpiões.
Refiro-me particularmente a pimentel ferreira multinick manuel galvão e a jose.
Do primeiro nem sequer vale agora perder muito tempo. São aquelas tentativas idiotas de um perito em ocultismo tentar falar com foros de "ciência". O que lhe sai é uma treta do tamanho de um boi, assim entre um escorpião e uma rã. Como a natureza não é controlável pelo homem, morrerão de novo
Tinham ressuscitado antes para gáudio do boi, da rã e do escorpião
Deixemos este nado-morto
Jose tenta afinar pelo mesmo pensamento. O pseudo-científico. Assim do género do comparsa.
ResponderEliminarTemos que assistir a uma sua deprimente tentativa de explicação do que é uma "coligação negativa". Nem vale a pena decompor a definição usada para esta por parte de jose. Nem o rumo que ele define para tal "coligação negativa" que parece que afinal se diz positivo . Cabe mais uma vez naquele registo insondável próprio de. Com o inevitável toque de comicidade.
O que vale a pena sublinhar é este dar de mãos ao PS para confirmar a existência da invenção do próprio PS. A tal "coligação negativa".
Que apenas existe para augusto santos silva e para os seus apaniguados.
E para jose, lolol
Coisas de matilha e de corrupção -de corruptos e de corruptores- Mas aí jose tem cátedra
Há aqui comentadores que acham que a esquerda deve votar em políticas de direita, ridículos...
ResponderEliminar«Nem vale a pena decompor a definição usada para esta por parte de jose. »
ResponderEliminarSe valesse, não serias o Cuco da treta redonda!
A realidade é tramada.
ResponderEliminarPelo que não adianta andar a negá-la. Nem a fazer histórias da carochinha com os braços no ar que os milhões viram
Este tipo de demagogias serve-se nalguns sítios, mas por aqui não passam
Vamos a factos e denunciemos a chantagem, os chantagistas e os vendilhões da feira:
Quem abriu caminho à subida ao poder de Passos Coelho foi em primeira mão o PS. E depois o voto do PSD e do CDS no PEC 4
Tanto o PC como o BE não mudaram a sua posição desde o PEC 1.
A esquerda nunca poderia votar as medidas anunciadas para o PEC 4:
PEC IV – março de 2011
Medidas adicionais para 2011:
- Corte total de 1360 milhões; saúde – 85 milhões; SEE -170 milhões; AP, incluindo FSA -170 milhões; segurança social -170 milhões; despesa de capital (investimento público) 595 milhões.
- Saúde – redução de custos com medicamentos, sendo que o balanço do ano de 2011 se traduziu de facto numa redução da despesa do Estado em 19,2% mas em paralelo num aumento de 9,3%, isto é mais 66 milhões de euros, de despesa para os utentes.
- Corte despesa SEE em 15%. Traduziu-se por exemplo em aumentos médios que segundo o Governo eram de 15%, mas que em muitos casos de passes e outros títulos de transportes muito utilizados chegou aos 20 ou 25%.
- Corte nos serviços públicos (administração direta e SFA – exceto SNS, CGA e ensino superior).
- Corte no investimento público, designadamente escolas, equipamentos coletivos e infra estruturas de transportes em 400 milhões de euros.
- Aumento de receitas com concessões do jogo, comunicações e energia e também venda de património.
Para 2012 e 2013 em concreto quadro II.2, página 15 e seguintes
ResponderEliminarDespesa:
- Redução da despesa em pensões 425 milhões de euros em 2012.
- Redução de custos com medicamentos e subsistemas públicos de saúde 510 milhões em 2012 e 170 milhões em 2013, dos quais: acordo com a Apifarma de redução de 140 milhões em 2012 de que não se sabe exatamente o resultado, sabendo-se contudo do já referido aumento dos custos com medicamentos para os utentes em 66 milhões de euros; corte nos hospitais públicos de 5% em 2012 e 4% em 2013; corte na saúde dos trabalhadores da administração pública (ADSE e outros) de 170 milhões; agregação em centros hospitalares e agrupamentos de centros de saúde, corte de 10 milhões em 2012 e 20 milhões de 2013.
- Encerramento de escolas e outros cortes na educação, incluindo mega agrupamentos – redução de 340 milhões em 2012 e 170 milhões em 2013.
- Outros cortes na administração pública (“consumos intermédios”) 340 milhões em 2012 e 170 milhões em 2013, incluindo por exemplo “racionalização da rede de tribunais”, isto é, encerramento de tribunais equivalente ao corte de 60 milhões em 2012 e 2013.
- “Controlo da atribuição das prestações sociais”, isto é, agravamento da aplicação da condição de recursos nas prestações sociais, restrições ao acesso ao subsídio de desemprego e de doença, congelamento até 2013 do IAS com consequência em todas as prestações que lhe estão indexadas e em paralelo aumento de cobrança de contribuições aos trabalhadores no valor de 340 milhões em 2013.
- Reduções no SEE, designadamente indemnizações compensatórias (por exemplo no serviço público de rádio e televisão), planos de investimentos e custos operacionais (por exemplo investimentos em escolas, outros equipamentos e infraestruturas de transportes) 595 milhões em 2012 e 170 milhões em 2013.
- Corte regiões autónomas e autarquias 170 milhões em 2012.
Receitas:
- Redução das deduções e benefícios em IRS, isto é, aumento deste imposto, com aumento de receita (em conjunto com alterações ao IRC) de mais 680 milhões em 2012 e 170 milhões em 2013.ntretanto o PEC IV vangloria-se de medidas já em curso (“reformas estruturais”) como a chamada “melhoria da flexibilidade e adaptabilidade do mercado de trabalho com uma revisão da legislação laboral que teve importantes reflexos, por exemplo, no indicador de flexibilidade do mercado de trabalho construído pela OCDE”. Trata-se afinal da conhecida revisão para pior, pela mão de Vieira da Silva, do código de Bagão Felix. Aliás com o PS tivemos: o fim do princípio do tratamento mais favorável; uma ainda maior generalização da precariedade por exemplo com um novo contrato de trabalho intermitente; a alteração do período experimental para 180 dias (depois declarada inconstitucional); a desregulamentação dos horários de trabalho com os bancos de horas, as adaptabilidades e medidas afins; facilitação do processo de despedimento e diminuição dos recursos de defesa dos trabalhadores; o ataque à contratação coletiva com a caducidade dos contratos; o ataque à liberdade de organização sindical e ao direito à greve, designadamente com a tentativa de instituição abusiva de regras de serviços mínimos.
Facto significativo também é o compromisso com a “antecipação do programa de privatização” face ao PEC III, prevendo-se um valor de 2184, 2255 e 1145 milhões respetivamente em 2011, 2012 e 2013.
- Aumento do IRS para reformados e pensionistas (nivelamento por baixo da dedução específica) em 255 milhões de euros a partir de 2012.
- Alteração de taxas do IVA (“progressiva simplificação”) com um aumento de cobrança de receitas de 170 milhões em 2012 e 510 milhões em 2013.
- Aumento de outros impostos sobre o consumo em mais 255 milhões em 2012.
Factos são factos.
ResponderEliminarMas quem fez cair o governo do PS foi o próprio Sócrates mais os seus PEC 1 e 2 e 3 e 4.Governações à direita, com a direita, para a direita e que tiveram o apoio explícito e táctico da dita direita para os PECs 1 e 2 e 3.
Basta ir consultar os factos e respeitar a verdade histórica. Se o PSD achou que tinha chegado a hora de ir ao pote cabia ao PS deixar as alianças com a direita e virar-se para a esquerda, abandonando aquele nojo miserável dos PECs de má memória.
Quem mudou não foi o PC e o BE. Quem mudou foi a aliança de direita face ao seu parceiro de políticas
É pena relembrar a alguns mas factos são factos. Contribuir para as aldrabices do governo sócrates mais as da direita do PS é que não , obrigado.
Cheques em branco deste tipo só de quem não conhece os convivas do festim e de quem não tem nem princípios nem valores
De chantagens fala quem sabe e pratica.
ResponderEliminarOs jornais como O "DN" recordam o que André Ventura dizia antes para o confrontar.
ResponderEliminarMas a maneira como o conhecido manipulador que nos governa retorce a palavra ninguém se lembra?
Precisamente o contrário do que mais tarde veio praticar para salvar a própria pele.
"António Costa em 2009 sobre os governos formados por jogos partidários"
Ninguém lhe atira com isto cara a cara?
É só ver o video.
Só não fazem contas à dívida.
ResponderEliminarEssa é um 'venha a nós, que alguém há-de pagar'. Presume-se que em dia de saque geral...
Uma tristeza confrangedora.
ResponderEliminarE quanta incompetência.
Quanta impotência
As coisas não lhes correm de feição. E é ver, quais ratos de navio, abandonarem o que se discute e afundarem-se no primeiro pretexto que encontram
Jose e rao arques multinick pimentel ferreira. É destes que se fala porque eles não sabem do que falar
Jose, depois de ter andado a tentar encontrar o rumo que ele diz positivo daquilo que o PS anda a debitar,volta-se pela enésima vez para a dívida.
ResponderEliminarA qual como se sabe tem sido debatida aqui um imenso ror de vezes
Forma de fuga em dó menor a deste jose. Mas lembremo-nos daquela por uma perspectiva não habitual mas que desmascara as manhas e as ronhas de tal gente
"... parece que as grandes empresas, contrariamente à generalidade das PME e das famílias, não estão a reduzir o seu endividamento! Está a aumentá-lo! E não contraem mais dívidas, para suportar investimento e assim melhorar/modernizar/ampliar a capacidade produtiva nacional!
Sim, endividam-se para pagar mais dividendos, mais remuneração aos accionistas, aos donos do capital. Ou seja, pagam um volume de dividendos superior aos lucros arrecadados. Onde aconteceu isso? Com «gestores de topo» e «empresas modelo».
Na Sonae Capital: lucros, 18,7 milhões de euros, os accionistas vão receber 25 milhões. Nos CTT: lucros, 62,2 milhões de euros, vão distribuir aos accionistas 72 milhões – deve ser por isso que os serviços postais estão cada vez melhores!
Um aumento dos dividendos superior ao aumento dos lucros! Não querem esmolas, aumentos indexados à taxa de inflação ou da evolução do IAS. Não! Mais 20% nos dividendos. Por extenso: vinte por cento!"
Aconteceu em 2017... mas perguntai aos terratenentes banqueiros como eles fizeram para crescer a dívida, com a ajuda inestimável do Euro e da troika
(Jose agora virá falar de quê? Do senado americano a pedir desculpas ou da encadernação dos seus livros de estimação?)
Rao arques pimentel ferreira multinick não conta.
ResponderEliminarDepois da cena da ressuscitação da rã e do escorpião, o pobre aonio pimentel ferreira ão arques dedica-se a exprimir a sua opinião sobre as chantagens. Segundo a sua douta opinião "De chantagens fala quem sabe e pratica"
Por isso insiste em mostrar a validade da sua afirmação e vem falar precisamente em ..."chantagens"?
É demasiado mau.
Não há dúvida. O nível intelectual e a cabotinice confirma-o. Estamos mesmo em presença de mister multinick. Agora com o Ventura pela trela
O tema é a "chantagem" do PS
ResponderEliminarMas não resistimos a trazer aqui algumas das "coisas" que certa gente quer "coisar".
"No início de agosto de 2008, as cinco estrelas do Lake Resort, em Vilamoura, eram poucas para dividir pelas figuras da alta finança que ali comemoravam. O aniversário de Paula Caetano, mulher de Horácio Roque, o homem-forte do Banif, juntou muitos improváveis parceiros de brinde. A festa parece, a esta distância, o fim de uma era.
Américo Amorim, o accionista do BIC, de capitais luso-angolanos, que viria a comprar o BPN, convivia com Alípio Dias. Este, ex-administrador do BCP, acabara de perder a guerra pelo controlo do banco para, entre outros, os capitais angolanos da Sonangol. Lado a lado (e a receber efusivos "beijinhos", segundo uma nota do Expresso), Alípio e Joe Berardo, o accionista que liderou a campanha contra Jardim Gonçalves e deitou por terra o valor das ações do BCP. Nessa guerra pelo BCP, João Rendeiro, homem forte do BPP, era aliado de Berardo. Contra Alípio Dias que tinha, em tempos, tentado evitar que o BPP abrisse as portas. Todos juntos, celebravam.
Faltava um mês e meio para a falência do Lehman Brothers. (Visão)
Em Setembro de 2008, Portugal tinha uma dívida pública de 68%, face ao PIB .
Depois a história é conhecida, BPN , BPP, BCP, BANIF, Espírito Santo ...
No dia 2 de Novembro, um domingo, estava Miguel Cadilhe em Ponte de Lima, quando recebeu uma chamada de Costa Pina. O BPN seria "nacionalizado".
Teixeira dos Santos comunicou a decisão, ao lado de Constâncio
Depois quando a Zona Euro entrou, definitivamente, na espiral da crise, com os resgates à Grécia e à Irlanda, em 2010 foram os bancos portugueses que, ficando sem liquidez nos mercados interbancários, e impedidos pelo BCE de aceder aos financiamentos com garantias, fizeram pressão no sentido da intervenção da troika. Fizeram-no em privado, durante algum tempo, e convenceram o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que nada disse a Sócrates e o novo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. Mas precisaram de pressionar em público para convencer José Sócrates. Judite de Sousa, jornalista da TVI, convidou os banqueiros para uma série de entrevistas. Para sua surpresa, todos aceitaram, no momento. "48 horas depois, o primeiro-ministro estava a pedir ajuda financeira", contou a jornalista, numa entrevista ao Público. E observou: "Acabei por, com aquelas entrevistas, fazer parte de uma narrativa que foi meticulosamente preparada pelos banqueiros." Nos 78 mil milhões de euros do "resgate" estava incluída uma fatia de 12 mil milhões para "recapitalizar" a banca nacional
Pena Preta
http://foicebook.blogspot.com/2019/11/o-extatico.html