Como se procurou demonstrar há uns tempos (ver aqui), a propósito da Hungria, um dos mitos no debate sobre migrações à escala europeia reside na ideia de que são os países com maior proporção de residentes estrangeiros que mais se opõem ao acolhimento de refugiados. Na verdade, quando se relaciona a percentagem de inquiridos que apoiam políticas de acolhimento de refugiados com a percentagem de residentes estrangeiros na população total, verifica-se a tendência para que sejam as sociedades multiculturais - e que portanto mais convivem com a diferença - a expressar maior apoio ao acolhimento de refugiados (e que mais os acolhem).
Um outro mito, devidamente explorado pelas forças da extrema-direita europeia, é o de que a Europa está já a acolher demasiados refugiados, correndo-se o risco de esse apoio colocar em causa, no mínimo, o acesso aos serviços públicos e ao emprego ou, no máximo, a própria identidade europeia, dada a alegada «invasão» em curso. Vale por isso a pena ter uma noção dos números: em 2017, o número de refugiados acolhido pela UE rondava os 22 por 5 mil habitantes, enquanto o mesmo indicador se situava em cerca de 38 no norte de África e nos 83 no Médio Oriente. E se a Europa representa 58% do número total de residentes nestas três regiões do globo, ela acolhe apenas 25% dos refugiados que por ela se distribuem.
É verdade que há diferenças abissais nos números de acolhimento registados nos diversos Estados membros (com a Suécia e a Alemanha, por exemplo, a destacar-se claramente pela positiva), naquele que é justamente um dos principais entorses das políticas da UE nesta matéria. O que não se poderá seguramente afirmar é que a Europa, no seu conjunto, esteja a acolher os refugiados que, por todas as razões e mais algumas, deveria estar a acolher.
Opinar sobre migrações e refugiados -pressupõem integração- sem falar nas culturas religiosas de uns, de outros e, não menos importante, da cultura religiosa dominate no País de acolhimento, é obra.
ResponderEliminarMais de meio milhão de refugiados oriundos das províncias ultramarinas portuguesas em Africa, os retornados, provam que nestas circunstâncias a integração decorreu sem grandes contrariedades. Pelo contrário.
Actualmente os refugiados Venezuelanos com traços culturais portugueses, confirmam o que é óbvio.
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O crescimento de islamistãos -com a sua lei sharia- que têm surgido por toda a Europa, e o desassocego social que provocaram, e provocam, nesses Países, deveriam fazer parte do discurso sobre refugiados e migaração.
Óbvia ingenuidade e gritante ignorância, nestes casos, pagam-se caro.