sábado, 4 de maio de 2019
És populista e não sabias?
Os novos liberais gostam de frases ousadas, que dêem visibilidade. Depois de já ter afirmado, num rasgo de notável perspicácia, que "somos todos privados", Carlos Guimarães Pinto e a recentemente formada Iniciativa Liberal continuam a surpreender e a apresentar conclusões inovadoras. A estratégia de partido pequeno apostado na afirmação pela irreverência é facilmente percetível e dificilmente digna de nota, mas o último "argumento" apresentado pela IL merece a nossa atenção por uns minutos.
Desta vez, a conclusão é a seguinte: quanto mais liberal um país, maior o aumento salarial. Na sua conta do Twitter, os liberais começam por notar que "Portugal foi um dos países da União Europeia em que os salários aumentaram menos nos últimos 20 anos." Certo. A novidade está no diagnóstico. O peso de fatores estruturais como a capacidade produtiva, o perfil das indústrias e serviços dos países, a capacidade negocial dos trabalhadores, os governos e as políticas de cada país, e até mesmo os diferentes pontos de partida de há 20 anos são meros pormenores. Na sua análise, com a confiança de quem passou 5 minutos a ler a página da Wikipedia sobre economia, os liberais usam um indicador opaco de liberdade económica e concluem que “o socialismo limita a qualidade de vida dos trabalhadores”, é que “os dados comprovam-no”, e contra dados não há argumentos, não é assim?
Pois bem, a estratégia é engraçada mas tem perna curta - desde logo porque somos levados a perguntar de quem é a culpa afinal. Do "socialismo", claro, mas não houve "socialismo" em Portugal nos últimos 20 anos. Houve, sim, uma governação alternada entre o centro-direita e o centro-esquerda e um aprofundar da integração europeia sob princípios de liberais de desregulação laboral e redução do peso do Estado na economia. O caso fica confuso - o que "comprovam" afinal "os dados"?
Mas há um segundo problema. É que dados há muitos, e alguém, certamente mal intencionado, pode ser levado a tentar o truque com outros. Em jeito de exemplo, aqui fica um dado inovador à atenção dos nossos liberais, capaz de mudar a forma como pensamos o combate às alterações climáticas: quanto menos piratas, mais aquecimento global. Pode parecer estranho, mas como contrariar, se os dados o “comprovam”? Será preciso recuperar a pilhagem de navios para cumprir o Acordo de Paris?
A polémica pode ser divertida mas tem um senão, é que convém estar minimamente preparado.
Nem correlação é, é escolha selectiva de 7 países que correspondem num determinado período a uma qualquer teoria tirada do rabo. Até os micro-modelos fazem melhor figura.
ResponderEliminarTexto muito interessante, mas para desmascarar uma falácia conhecida da ciência, cria outra falácia! Se correlação não implica causalidade, a não-correlação implica quase sempre a não-causalidade. Ademais não há qualquer relação sinergética entre pirataria marítima e alterações climáticas, o que pode indiciar que a correlação não implica causalidade. E há toda uma sinergia económico-social entre liberdade económica e desempenho económico, o que pode indiciar que correlação implica de facto causalidade neste caso. Em tempos também estabeleci uma correlação entre PIB per capita e salário médio bruto e a correlação é enorme. É muito improvável que a causalidade não seja manifesta. O que quer dizer que os baixos salários não são uma sina do capitalismo português pela malvadez do patronato, mas apenas uma consequência no nosso desempenho económico.
ResponderEliminarTexto muito interessante, diz para aí alguém
EliminarDe facto muito interessante. Tão interessante, que até ouvimos o ranger de dentes, pelo facto deste pequeno texto afundar as bacoradas dos liberais
Depois não mete dó este palavreado sobre a falácia e a outra falácia. E mais aquele bruá bruá de vendedor de elixires... neoliberais?
EliminarO citado pedro pimentel Ferreira não sabe que o exemplo demonstrado sobre os piratas tem como objectivo demonstrar a desonestidade ( e já agora idiotice) de aldrabões de feira e das sais falácias?
Desmontando e ridicularizando a falácia do Guimarães Pinto e muchachos?
Porque para alguns só mesmo exemplos deste calibre conseguem pôr a nu o modus faciendi desta gente
Que fica tão atrapalhada que nos brinda com mais tralha
Uma delicia, confessemos
Mais uma vez temos direito a um brinde do pimentel ferreira
EliminarUm link para um sítio suspeito e mal afamado. Em investigação porque é um risco aceder a ele.
Depois das “ amigas” a tentarem impingir o “ sítio”, temos o próprio dono do “ sítio” a impingir o mesmo sítio
A malvadez do nosso desempenho económico agora tem as costas largas Esta pode morrer solteira
EliminarLolol
Este estremeção assim tão pindérico em favor do nosso patronato ( que como se sabe tem uma escolaridade inferior ao dos trabalhadores) faz lembrar as missas do Mises em favor do patronato, que apoiava os fascistas
Faz também lembrar aqueles que esquecem que quem tem governado tem sido o bloco central de interesses e o seu apêndice mais à direita. Segundo os cânones neoliberais como se sabe.
E segundo os mandamentos da trupe dos comissários de Bruxelas. Que alimentam a teta da Besta
Este paleio faz lembrar aquele serventuário que teimava a pés juntos que era Passos o campeão do combate ao desemprego. O tamanho do disparate não lhe inibia a exibição da atoarda
Para mim a falácia exemplificativa mais clara contra o lucro nos serviços fundamentais, está na restauração, nos produtos de mercearia, habitação e vestuário. Não há bens mais fundamentais para o ser humano e para a sua dignidade enquanto pessoa humana, que alimentação, habitação e vestuário e são quase todos fornecidos por empresas privadas que visam o lucro. E todavia a maioria das pessoas não passa fome, tem casa minimamente condigna e tem vestuário com que se vestir.
ResponderEliminarJá viram ao que chegámos ?
EliminarTemos a tentativa de demonstração doutra aldrabice. Duma involuntariamente confessada nova falácia
Um neoliberal assumido agora quer propagandear a doutrina da supremacia dos interesses privados.
Para tal serve-se do repolho da mercearia e do salto alto da vizinha e do trapinho daquela que brindava com poemas obscenos
Quer que o Estado condicione tais actividades?
Ou quer sobretudo que aquilo que deve ser função do estado- a Saúde, a Habitação, a Segurança social- caiam nas garras dos interesses privados?
Como aconteceu com os figurões do Capital e os que se aboletaram com as negociatas das privatizações?
Este Pedro Pimentel Ferreira pensa que isto aqui é a caixa de comentários do Observador?
Há de facto uma confusão propositada nos termos, a linguagem contextualiza a realidade. Proponho desde já a alteração do nome ao partido socialista, parece-me mais adequado partido assistencialista, que é o que de facto defendem. Já ao PSD e ao CDS proponho a alteração do próprio discurso, digam efectivamente que defendem os mais fortes e que os mais fracos são para ser utilizados e esmagados, penso que ninguém vai estranhar muito este discurso.
ResponderEliminarEstará o Vicente Ferreira a sugerir que os populistas recorrem à demagogia? Cuidado com o seu colega João Rodrigues...
ResponderEliminarO Iniciativa Liberal caracteriza-se por pendurar uns cartazezinhos algo mentecaptos em que atira com uns slogans (aqui no Norte é pelo Porto Liberal e contra o centralismo). Como as sondagens não lhe atribuem relevância eu, se fosse a si, não lhes dava nenhuma. De contrário, eles agradecem, coitados, a publicidade que bem precisam.
O regresso dos Piratas por si não contribuirá para a resolução do problema do aquecimento global, mas o regresso da navegação à vela sim... E com ela voltarão seguramente os piratas...
Talvez fosse bom o Jaime Santos ler de novo o texto
EliminarEvitava estas figuras â pirata um pouco desaustinado
"mas não houve "socialismo" em Portugal nos últimos 20 anos"
ResponderEliminarClaro que houve!
Um original e treteiro socialismo. Abrilesco para adjectivar.
No essencial cumpre os requisitos: doses cavalares de Estado e delírio ideológico.
Doses cavalares de desinformações levamos nós quotidianamente
EliminarMas agora falar em governação “ socialista “ em Portugal, só mesmo de alguém que é demasiado ignorante ou que tenta vender uma atoarda do tamanho do seu delírio ideológico
Ou tão fundamentalista do estado novo que vê até como socialistas o bloco central de interesses e Santana, Barroso e Passos. E toda a coorte apensa
E neste último caso, já demos o suficiente para os viúvos de Salazar
Começa logo que esses índices de liberdade económica são totalmente fake.
ResponderEliminarSão feitos por organizações de propaganda neoliberal como a Heritage Foundation.
Recorrer a esses dados é como perguntar ao PCP se a Coreia do norte é uma democracia ou perguntar aos nazis se os judeus são bons ou maus.
Só um totó ou um true believer, se é que há diferença entre os dois, aceita dados com essa origem sem sérias reservas.
Fake fake como o pedro?
EliminarLolol
Vejam como está inquieto
E como solta aquele ódio que justifica a sua criação pelo João pimentel Ferreira
Sabendo nós que o único que defendeu métodos nazis foi o mesmo pimentel ferreira. Sob o nickname de Pedro O fake fake
Lolol
Há que esclarecer que 'doses cavalares de Estado' acontece 'à portuguesa'.
ResponderEliminarAo Estado nunca é proposto produzir coisa nenhuma. Luta-se para conservar uns símbolos, como um banco e um estaleiro, mas depois de aí enterrar uns milhares de milhões, assegura-se que privados ou seus reputados agentes tomem conta da situação.
Iniciativa produtiva, inovação transformada em negócio, tudo é deixado ao privado, que os socialistas são sobretudos diligentes servidores do povo, em serviços escolhidos e amparados de uma confortável burocracia. Para simplificar - candidatos a funcionários públicos, na estimável tradição queirosiana.
Pedro Pimentel Ferreira está particularmente activo
ResponderEliminarAs eleições perturbam-no.
@Pedro
ResponderEliminarHá métricas objectivas nestes rankings de liberdade económica, como por exemplo a flexibilidade laboral, veja aqui o ranking da OCDE.
Ou a carga fiscal, quanto mais baixa mais liberdade económica pois dá ao contribuinte e não ao estado, a liberdade de escolha onde gastar o dinheiro que auferiu. Valores para a carga fiscal aqui.
Falamos por isso de métricas objetivas e não subjetivas.
A ultima vez que vimos o joão pimentel ferreira por aqui himself (e não por interposto nick) foi a tentar impingir a ideia que as consultas de especialidade no SNS rondavam para lá dos 100€. Fazia na altura a apologia dos interesses privados na saúde
ResponderEliminarMultiplicou por mais de 14 vezes o custo das ditas consultas. Confrontado com os factos deu de frosques.
Pimentel ferreira volta ( com o seu próprio nick, porque usa quotidianamente outros, como o de pedro, ou de aonio eliphos ou de helena ou de marco). E volta para vender o que se lê.
ResponderEliminarVejam-se estas pérolas:
"Se correlação não implica causalidade, a não-correlação implica quase sempre a não-causalidade"
Estamos no domínio da fantochada.
Ainda não terá percebido que um dos objectivos do post é expor a mediocridade desonesta da propaganda dos guimarães pinto? E destas "causalidades" tão causais que só mesmo pelo ridículo é que se vê quão causais são estas tretas?
Mas o ridículo contínua. Diz pimentel ferreira himself fake fake:
"Ademais não há qualquer relação sinergética entre pirataria marítima e alterações climáticas, o que pode indiciar que a correlação não implica causalidade"
Ahahah
Estamos mesmo no domínio da fantochada.
É algo penoso ver este espectáculo de alguém enrodilhado nas suas próprias palavras, qual vendedor ébrio de si próprio.
Mas que é bastante divertido, lá isso é
Diz pedro"Só um totó ou um true believer, se é que há diferença entre os dois, aceita dados com essa origem sem sérias reservas."
ResponderEliminarHum
Um comentário pleno de oportunidade e de substância.
Sem "sérias reservas" isso, isso.
O verdadeiro motivo para a intervenção do "pedro" está mais acima, quando fala tresmalhado no PC e na Coreia.
Aí não lhe sai aquele amaricado "sérias reservas".
Lolol
Saia aí uns velhos métodos à maneira, tão ao gosto do pedro etc etc etc
Há que esclarecer que 'doses cavalares de Estado' acontecem 'à portuguesa':
ResponderEliminarAo Estado nunca é proposto produzir coisa nenhuma. Luta-se para conservar uns símbolos, como um banco e um estaleiro, mas depois de aí enterrar uns milhares de milhões, assegura-se que privados ou seus reputados agentes tomem conta da situação.
Iniciativa produtiva, inovação transformada em negócio, tudo é deixado ao privado, que os socialistas são sobretudos diligentes servidores do povo, em serviços escolhidos e amparados de uma confortável burocracia. Para simplificar - candidatos a funcionários públicos, na estimável tradição queirosiana.
O que vale é que ninguém passa fome graças à liberalização da especulação... /s
ResponderEliminarhttps://frederickkaufman.typepad.com/files/the-food-bubble-pdf.pdf
Pimentel ferreira e pedro.
ResponderEliminarMais a métrica e mais um link directamente para realidade objectiva dos aldrabões de feira.
Que mais uma vez se repete, é um sítio bem perigoso para quem quiser proteger os seus dados e conservar a sua identidade
Chegámos a este ponto:
ResponderEliminar". Luta-se para conservar uns símbolos, como um banco e um estaleiro, mas depois de aí enterrar uns milhares de milhões, assegura-se que privados ou seus reputados agentes tomem conta da situação"
Hum. Os reputados agentes são as canalhas criminosas como os banqueiros terratenentes que eram donos disto tudo, que endividaram o país, que fizeram os trabalhadores pagar os seus desmandos e que vampirizaram o trabalho?
Continuamos:
ResponderEliminar"Iniciativa produtiva, inovação transformada em negócio, tudo é deixado ao privado"
Assim daquela iniciativa do ilustre Passos mais a tecnofroma? Do Oliveira e Costa mais o seu BPN? Do antónio borges mais as suas negociatas obscuras? Do Pires de Lima mais os seus negócios esconsos? Do Ricardo Salgado mais o seu sangue azulado?
Eça é um personagem verdadeiramente incómodo para os que vivem à custa do trabalho alheio e ainda por cima se arrogam a serem mais iguais do que os outros, com tiques de veros conselheiros Acácio :
ResponderEliminar“É muito bonito realmente falar na ordem, no respeito à propriedade, no sentimento de obediência à lei, etc., mas, quando milhares de homens vêem as famílias sem lume na lareira, sem um pedaço de pão, os filhos a morrer de miséria e ao mesmo tempo os patrões, prósperos e fartos, comprando propriedades, quadros, apostando nas corridas e dando bailes que custam centenas de libras, bom Deus, é difícil ir falar aos desgraçados de regras de economia política, e convencê-los que, em virtude de os melhores autores da ciência económica, eles devem continuar, por alguns meses mais, a comer o vento e a aquecer-se à cal das paredes.”
Eça de Queiroz
(parece que jose teve uma apoplexia quando encontrou este excerto de Eça)
@Paulo Marques
ResponderEliminarNa Venezuela, onde o regime bolivariano proibiu a liberalização e a especulação, os famélicos deambulam por Caracas.
André pimentel ferreira?
ResponderEliminarVindo directamente da holanda com a Venezuela no bojo?
Hum, esta malta está desesperada
Gosta muito o André da especulação
ResponderEliminarE da liberalização
E se não obedecermos à especulação e à liberalização, andaremos famélicos deambulando
Enquanto eles cada vez mais néscios e obesos
O André pensará que este blog tem o nível cabotino e primário do in vino veritas