Para além do luxo de estar isenta do pagamento de impostos, a Universidade Católica Portuguesa também parece estar por vezes isenta do respeito pelos limites morais ao capitalismo que a Doutrina Social da Igreja prescreve. Digo isto, entre outras razões, por causa do seu programa executivo de gestão do luxo, o enésimo exemplo de promoção intelectual do porno-riquismo neste país.
Neste contexto, talvez seja oportuno lembrar alguns excertos da Encíclica Laudato Si do Papa Francisco, um notável texto sobre a questão ecológica:
“Uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, que deve integrar a justiça nos debates sobre o meio ambiente, para ouvir tanto o clamor da terra como o clamor dos pobres (...) Dado que o mercado tende a criar um mecanismo consumista compulsivo para vender os seus produtos, as pessoas acabam por ser arrastadas pelo turbilhão das compras e gastos supérfluos. O consumismo obsessivo é o reflexo subjectivo do paradigma tecno-económico (...) O referido paradigma faz crer a todos que são livres pois conservam uma suposta liberdade de consumir, quando na realidade apenas possui a liberdade a minoria que detém o poder económico e financeiro (...) A educação será ineficaz e os seus esforços estéreis, se não se preocupar também por difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza. Caso contrário, continuará a perdurar o modelo consumista, transmitido pelos meios de comunicação social e através dos mecanismos eficazes do mercado.”
É caso para perguntar, neste contexto: será este tipo de programa um eficaz mecanismo de mercado?
E as aulas de religião e moral que não são obrigatórias na Universidade Católica?
ResponderEliminarNem novenas nem procissões!
Como pode admitir-se tal coisa?
De facto, quão longe da opção preferencial pelos pobres. Mas a clara costela de Direita no campo da Economia é algo que a UCP mostra há muito... Isto é apenas mais uma excrescência de tal coisa, parece-me...
ResponderEliminarE não deixo de saudar a sua preocupação com a questão ecológica, lembrando-lhe no entanto que as políticas de pleno emprego que defende se encontram também viciadas por essa coisa chamada crescimento. O objetivo poderá ser mais nobre, mais virado para o investimento e menos para o consumo, mas o resultado é o mesmo.
A Esquerda deveria insistir mais na Justiça Fiscal (leia-se em políticas redistributivas) e menos em modelos de crescimento baseados em pressupostos obsoletos, porque contrários à necessidade de preservação do meio ambiente.
As políticas de pleno emprego seriam perfeitamente exequíveis se todas essas excelentes medidas que enumera fossem precedidas da óbvia redistribuição., não só dos lucros, mas também da redução do tempo de trabalho conseguidos através da produtividade gerada pela crescente mecanização dos processos de produção.
ResponderEliminarComo diria o saudoso Arnaldo Matos:" Um Papa sem papas na língua", como todos sabemos a maioria da comunicação social e a burguesia reaccinário tinha um ódio de morte ao jurista Arnaldo Matos...
ResponderEliminarA igreja sempre deu o exemplo de ser a primeira a estar-se nas tintas para os seus supostos princípios humanitàrios.
ResponderEliminarAs UC sempre foram centros do capitalismo selvagem.
Até os Chicago boys de Pinochet vinham da católica de Santiago.