quinta-feira, 21 de março de 2019
Quando falar com um economista, tenha cuidado. Comentário a uma entrevista de Robert Barro
Este artigo foi motivado pela leitura recente de uma entrevista de Robert Barro. Antes de se passar à análise da entrevista, contudo, é necessário um pouco de contextualização sobre o percurso deste autor e as características e relevância da escola de pensamento económico que representa.
Robert Barro é um dos mais distintos economistas da nova escola clássica e um dos economistas mais influentes da segunda metade do século XX. A nova escola clássica emergiu na década de 70 do século passado como contraponto intelectual à hegemonia do pensamento keynesiano. A sua ascensão foi meteórica: de mão dada com a escola dos ciclos económicos reais (real business cycles) – com quem partilha grande familiaridade de premissas e resultados - viria a triunfar, escassos anos depois, na década de 80, em alguns dos mais influentes departamentos de economia à escala global, embora o seu ascendente tenha sido mais vincado na academia americana e menos expressivo no continente europeu. Perdeu o seu lugar cimeiro ao longo da década de 90, com a consolidação do paradigma novo-keynesiano, mas ocupa ainda um lugar destacado no ensino e na investigação contemporâneas. Mesmo que parte dos seus resultados sejam hoje objeto de crítica, a sua vitória epistemológica é inegável: a teoria das expetativas racionais e os modelos de maximização com base no agente representativo subsistem como a formulação canónica dos modelos económicos convencionais, mesmo que existam esforços – sobretudo desde a crise financeira – para adicionar imperfeições ao modelo base, de modo a que reproduza mais fielmente a dinâmica efetiva do ciclo económico.
A nova escola clássica assenta o seu edifício teórico num triângulo de premissas que determinam as suas prescrições de política económica: igualdade contínua entre oferta e procura em todos os mercados, expetativas racionais e a validade de um agente maximizador representativo da economia agregada. Tomadas no seu conjunto, garantem alguns dos seus resultados mais célebres: a ineficácia da política orçamental (fruto da equivalência ricardiana com expetativas racionais), a ineficácia da política monetária (se antecipada pelos agentes) e o postulado de que as flutuações económicas se devem sobretudo a choques reais (este último resultado mais herdeiro dos seus companheiros dos ciclos económicos reais).
Porém, no que respeita à contextualização da entrevista, a dimensão mais importante a ter presente é a fundação teórica do mercado de trabalho feita pelos novos clássicos. Neste domínio, deve-se reter que a nova escola clássica não reconhece a existência de desemprego involuntário, já que assume que todos os mercados estão equilibrados, incluindo o mercado de trabalho. Todos os agentes que pretendem trabalhar pelo valor do salário real vigente são capazes de o fazer. O ato de trabalhar é, na verdade, apenas um ato de escolha voluntária entre o prazer (utilidade) do consumo do lazer e o sacrifício (desutilidade) da redução de trabalho. Assim, neste quadro, não existem pessoas desempregadas na aceção que comummente se costuma atribuir ao conceito. Existe apenas um conjunto de pessoas que pretende consumir lazer em vez de realizar trabalho, porque consideram que o salário real prevalecente não lhes permitirá comprar bens cuja utilidade supere a desutilidade que a escolha do trabalho implicaria. Mais: neste mundo alternativo, trabalhar ou não trabalhar não é uma decisão binária como na maioria das situações da vida real. Os agentes escolhem apenas trabalhar mais ou menos horas, não encontrando qualquer barreira institucional (nomeadamente a legal) a essa decisão.
As flutuações do emprego são explicadas por choques de produtividade. Tomemos o exemplo de um choque positivo de produtividade. O choque positivo causa um aumento do salário real, aumentando o custo de oportunidade de consumir lazer, fazendo com que os agentes aumentem o número de horas trabalhadas. Este mecanismo, defendem, é o que explica a flutuação do emprego ao longo da história.
De novo, todo o processo resulta da decisão livre de um agente maximizador: o desemprego não é um problema nem individual nem social.
Visto por qualquer cidadão não economista, esta teoria é surpreendentemente absurda: todos sabemos que o desemprego está historicamente associado a situações de pobreza e exclusão social; todos sabemos que as pessoas não escolhem, marginalmente, se pretendem trabalhar mais ou menos uma hora em função do salário real; e, evidentemente, todos sabemos que o desemprego involuntário existe e que a incapacidade de usar plenamente o fator trabalho é uma das mais salientes e regulares características das economias capitalistas.
Mas toda esta evidência não encontra relevância na discussão especializada de economia, porque o instrumentalismo é o critério epistemológico que, explícita ou implicitamente, enquadra a discussão. Isto significa que a validade de um modelo não depende da plausibilidade das suas premissas. O único critério de verificação tido como válido é a capacidade de gerar resultados que se ajustem ao comportamento das variáveis económicas na realidade. Isto é, a validade advém apenas da sua avaliação empírica.
Neste plano, os novos clássicos registaram a sua mais aclamada vitória na teoria da inflação. Mas também a teoria da determinação dos salários se transformou num palco do seu alegado sucesso: a sua teoria permitia fundamentar teoricamente a regularidade empírica segundo a qual a os salários reais evoluem de forma pró-cíclica. Ou seja, que os salários tendem a acompanhar o sentido da expansão ou da contração económica. Pelo contrário, o paradigma keynesiano (na sua versão da síntese neoclássica) assume que os salários reais são contra-cíclicos, resultado que decorre de assumir uma produtividade marginal do trabalho decrescente.
Terminado o enquadramento, chegamos finalmente ao objeto deste texto. No início da década de 90, Robert Barro concedeu uma entrevista aos autores do livro “A Modern Guide to Macroeconomics: An Introduction to Competing Schools of Thought”, Brian Snowdon, Howard Vane e Peter Wynarczyk. Nessa entrevista, pode encontrar-se o excerto reproduzido abaixo:
Muitos críticos da nova economia clássica argumentaram que existe uma falta de suporte empírico para a existência de fortes efeitos de substituição intertemporal na oferta de trabalho. Como reage a esta crítica?
Robert Barro: É difícil obter evidência direta disso, assim como é difícil obter evidência do quão sensível é o investimento ao custo de financiamento – é o mesmo tipo de problema. Assim como se pode ver que o investimento é muito sensível ao longo do ciclo económico, o fator trabalho também se move bastante. Se assumir uma perspetiva de equilíbrio e observar que o fator trabalho se está a mover, tem de pensar acerca de quais os incentivos que estão a fazer com que ele se mova. Mas conseguir evidência direta dos efeitos intertemporais é difícil, porque é difícil isolá-los O mesmo acontece com o consumo. É difícil destrinçar os efeitos intertemporais, mesmo que as pessoas estejam dispostas a acreditar que esses efeitos existem. Na verdade, isolar curvas de oferta e procura também é um exercício difícil. É um problema de identificação difícil.
Este excerto chamou-me a atenção por sintetizar num exemplo breve os enviesamentos que a comunicação com economistas pode gerar, quando trazida para o espaço público. A análise da pergunta e dos pressupostos e omissões da resposta permite guiar-nos pela forma como alguns economistas gostam de publicitar os seus resultados e opiniões sem submeter a escrutínio as suas premissas.
Em primeiro lugar, a pergunta tem a maior pertinência. Para que as flutuações agregadas do emprego pudessem ser explicadas exclusivamente por efeitos de substituição intertemporal entre trabalho e lazer, as elasticidades teriam de ser muito superiores às verificadas em sucessivos testes empíricos – e, mesmo esses testes, assentam em pressupostos questionáveis.
A resposta de Barro a esta questão é, no mínimo, surpreendente. A maior fonte de surpresa é o facto de Barro nem sequer responder diretamente à pergunta, escusando-se de contra-argumentar. Expurgada do acessório, Barro limitou-se a dizer duas coisas: i) o efeito de substituição intertemporal da oferta de trabalho é muito difícil de avaliar empiricamente; ii) se assumirmos uma perspetiva de equilíbrio, temos de pensar os incentivos que fazem o emprego mover-se.
Tudo nesta resposta é um problema. Quando alguém que assume que a veracidade dos resultados e não das premissas é o critério para avaliar o seu modelo e afirma que os aspetos empíricos do seu modelo são difíceis de medir, qual é o critério de validação que subsiste? No fundo, Barro escolhe desmerecer a evidência empírica que não lhe é conveniente (como o caso da taxa de substituição intertemporal da curva da oferta) e manter as demais que lhe convêm. Na verdade, nem parece que a sua opinião sobre a difícil estimação do conceito seja particularmente robusta – parece, sobretudo, um instrumento evasivo.
Mas é no segundo elemento da resposta que se encontra o fulcro do truque de comunicação. Barro afirma que se assumirmos uma perspetiva de equilíbrio temos de considerar quais os incentivos que o fazem mover. E, embora não o afirme explicitamente, o que deixa implícito é que o único mecanismo que vê como plausível para esse movimento é a escolha microeconómica entre trabalho e lazer.
O autor mantém-se inamovível na sua premissa de partida para justificar a utilização da escolha intertemporal do consumidor para explicar as flutuações de emprego. Mas, e se a premissa de partida estiver errada? Nesse caso, se a substituição intertemporal não pode ser sustentada empiricamente, toda a fundação teórica para afirmar os seus resultados se esfuma.
E haverá boas razões para suspeitar de que o mercado de trabalho não está sempre em equilíbrio? A resposta é sim. Como foi referido, a incapacidade de empregar plenamente o fator trabalho é uma das mais recorrentes características das economias de mercado. As possíveis explicações para essa incapacidade são variadas.
Os novos keynesianos, apesar de manterem as hipóteses do agente maximizador e das expetativas racionais, avançam um conjunto de fatores que poderiam explicar a rigidez de salários e preços e impediriam o mercado de trabalho de atingir o equilíbrio. Esses fatores vão desde o custo associado à mudança contínua de preços (menu costs), passando pelos custos de procura de trabalhadores com características específicas até à fixação de salários acima do equilíbrio, de modo a aumentar o custo de oportunidade de perder o emprego e assim estimular os trabalhadores a serem mais produtivos (salários de eficiência).
Outros autores, mais próximos do pós-keynesianismo, rejeitam as expetativas racionais e o agente maximizador. Na sua perspetiva, a flexibilidade de salários e preços não garante o pleno emprego, porque despoleta efeitos que contrariam o caminho para o equilíbrio. A diminuição dos salários pode ter efeitos nocivos para a procura e despoletar efeitos perversos associados ao aumento do valor real da dívida dos agentes económicos. A taxa de juro – sendo muito influenciada pela preferência pela liquidez – não é suficiente para equilibrar o mercado de bens. Ambos os fatores podem ter um efeito colateral nas expetativas, afastando ainda mais a economia do equilíbrio. Na sua opinião, como as economias de mercado resultam da ação descentralizada de vários agentes com expetativas voláteis, é muito improvável que consigam gerar o pleno emprego dos seus recursos. Por isso, deve ser o Estado a regular a procura agregada, de modo a assegurar o pleno aproveitamento dos recursos.
Para o nosso argumento o ponto relevante é que assumir que o mercado de trabalho se equilibra continuamente é uma hipótese muito pouco razoável. Assentar toda uma teoria num pressuposto tão evidentemente falso deveria ser considerado um caminho muito pouco sensato.
Mas é a aí que surge a singularidade dos economistas. Em todas as ciências sociais é possível que os autores guiem o autor até um conjunto de conclusões que dependem, em grande medida, das premissas fixadas à partida, as quais, por sua vez, dependem muito do posicionamento político e moral do autor. Não há nenhum mal nisto: desde que seja mantida uma argumentação fundamentada e séria, o exercício é legítimo. Perigoso é negar que existe essa influência à partida de crenças e convicções.
Na economia, porém, tudo é muito menos transparente. Tal como noutras ciências sociais, os pressupostos de partida decorrem de convicções e valores à partida dos seus autores. Contudo, ao contrário de outras ciências sociais, os economistas utilizam um exercício dedutivo formalizado – a matemática – que permite obscurecer a relação entre pressupostos e resultados. Quanto maior a complexidade da matemática utilizada, menor a capacidade de escrutínio dos passos lógicos que são dados. Muitos economistas usam o subterfúgio de pedirem aos seus ouvintes que ignorem as premissas e se foquem nos resultados que, garantem, foram extraídos a partir das mais sofisticas e inatacáveis técnicas de modelação. Tal ação permite-lhes comunicar resultados favoráveis aos seus valores com a aparência de uma falsa neutralidade científica.
O processo de ação comunicacional de muitos economistas, descrito no parágrafo anterior de forma abstrata, é cabalmente replicado no caso concreto da resposta de Robert Barro. Todos os autores da nova escola clássica eram acérrimos liberais. Na sua visão do mundo, os mercados tendem para o equilíbrio e a ação de uma autoridade central – orçamental ou monetária – é mais nociva do que virtuosa. Refletindo estas convicções, os seus modelos começam por assumir a hipótese totalmente irrealista de que os mercados estão sempre em equilíbrio, o que, a par de uma paleta de premissas já referidas anteriormente, garantem resultados que vão ao encontro das suas convicções. Tal não significa desmerecer as capacidades intelectuais destes autores. Pelo contrário: os autores mais destacados da nova escola clássica são dotados de brilhantes capacidades de modelação matemática da economia. O problema é usarem o seu brilhantismo para ofuscarem a clareza do debate, negando-se a reconhecer que, aparte o sofisticado exercício de modelação, os seus resultados dependem em larga medida dos seus pressupostos e dos seus valores.
Robert Barro responde implicitamente que se assumirmos que os mercados estão em equilíbrio a substituição intertemporal da oferta de trabalho é uma boa explicação, porque nem concebe abandonar o seu pressuposto de que os mercados não estão sempre em equilíbrio. Para ele, os seus valores e pressupostos não se discutem. Se a evidência empírica está contra ele, é porque está mal estimada. A realidade é que tem de se adaptar à sua conceptualização da economia e do mundo.
Escolhi trazer o exemplo da resposta de Robert Barro para este artigo, porque o que podemos aprender com ela continua muito atual. Todos os dias vemos economistas em órgãos de comunicação a darem opiniões sobre temas sociais, reclamando para si um manto diáfano de grande ascetismo e neutralidade científica. Essa neutralidade pura não existe, nem é qualquer modelo matemático ou econométrico que a confere. Todos os pressupostos merecem ser discutidos e, raramente, poderá ser dada uma resposta unívoca às questões. Não existem resultados incontestáveis em ciências sociais.
Por isso, da próxima vez que falar com um economista, tenha cuidado. Depois não diga que não o avisei.
Mas o NAIRU produz tanto papel a justificar mudanças de 8.3% de desemprego estrutural de um ano para o outro (Espanha), como é que se pode duvidar duma análise tão séria?
ResponderEliminarOs neo-keynesianos também não se riam muito, até o BCE publicou isto:
«The existence of a dominant ‘demand’ factor behind the business cycle dynamics of the data has strong implications for structural economic models. To sum up, we argue that the current vintage of DSGE models lacks a dominant demand shock that would explain the business cycle dynamics. This is no ado about nothing—most models fail to coherently explain up to 80% of key macroeconomic variables. Also, our analysis creates a shopping list for model builders in terms of the nature of the behavior a shock must exhibit in order to be considered a plausible source of business cycles. No model known to us can explain the positive co-movement of consumption, investment, and inflation to the degree and with the duration implied by the data and the estimated demand factor. »
Perante isto, é continuar a sonhar com a reforma do Euro, quem sabe em dias de nevoeiro.
Existe um problema básico na Ciência Económica. A maioria dos economistas, e portanto a Economia ortodoxa e mainstream, aceita os padrões de Popper para aquilo que é Ciência: a primazia do empírico e a objectividade. Tentam ultrapassar o seu critério da demarcação. Depois existem os Boaventuras Sousas Santos deste Mundo e os seus pensadores e discípulos que não aceitam nada disto. Estas correntes radicalmente relativistas, felizmente não são a maioria na Ciência Económica, embora o sejam em áreas como a Sociologia, a Antroplogia e segmentos importantes da Psicologia. Ainda bem que a Ecónomia, como rainha das Ciências Sociais, não se deixou contaminar pela doença que se espalha. Claro que os valores são importantes, mas existe um padrão de objectividade e neutralidade que se chama observação empírica e método científico!
ResponderEliminarA economia politica nao e uma ciencia. O problema basico da economia politica e os economistas fazerem de conta que sao cientistas.
ResponderEliminarMuito interessante. Como dizia Locke, creio, um louco é alguém que argumenta racionalmente a partir de premissas absurdas.
ResponderEliminarMas até aí a crítica pós-keynesiana perde. Abanar as mãos parece bastante menos respeitável do que o recurso a intrincados modelos matemáticos, mesmo que baseados em falsas premissas:
https://www.economist.com/finance-and-economics/2019/03/14/is-modern-monetary-theory-nutty-or-essential?cid1=cust/ednew/n/bl/n/2019/03/14n/owned/n/n/nwl/n/n/EU/214436/n
O recurso a modelos dá pois uma falsa segurança. Mas a crítica a tal estratégia deveria ser feita a partir de outros modelos. E isso, parece que a Social-Democracia ainda não conseguiu fazer:
https://www.socialeurope.eu/nobel-economics-versus-social-democracy
A falta de alternativas aos modelos vigentes representa una TINA, por falta de comparência...
Anónimo,
ResponderEliminarSó para falar no que está no artigo, e há mais, muito mais, onde é que está a objectividade de ver inflação onde ela não existe? Qual é a objectividade de actores racionais, eternos e constantes?
Jaime,
Ainda estou para ver uma crítica ao MMT que tenha alguma coisa a ver com o que foi escrito nos últimos 30 anos, muito do qual é disponível de graça. Chamar-lhe pós-keynesianismo é só mais uma prova de que ninguém se dá ao esforço de ler só porque lhe soa errado.
Paulo Marques, sobre os pressupostos da Ciência Económica actual serem obviamente falsos, não constitui qualquer novidade. Popper aceitava a possibilidade de pressupostos simplificados (e portanto errados) desde que os modelos matemáticos conseguissem qualquer tipo de capacidade preditiva, empírica. A única questão que eu quis transmitir foi a de que existem estas duas formas de querer construir a Ciência Económica. Uma delas diz que a objectividade é impossível e a Teoria Económica vai ser sempre apenas mais uma narrativa, igual a toda e qualquer opinião, que apenas traduz os preconceitos, os valores, e a mundovisao de quem a propõe. A outra perspectiva, felizmente maioritária em Ciência Económica, acredita na possibilidade da objectividade, e quer repetir os grandes feitos preditivos das ciências naturais, e por conseguinte, uma maior compreensão do Mundo! Uma perspectiva é optimista e merece respeito, pese embora a complexidade esmagadora, e a dificuldade assustadora do seu objecto de estudo. A segunda perspectiva é preguiçosa, pessimista, não nos levará a cimpreender melhor o Mundo. É uma desistência face à complexidade do Mundo. É eminentemente obscurantista e não se confunde com o verdadeiro método científico! Se me pergunta se eu não reconheço a debilidade extrema da capacidade preditiva da Ciência Económica, claro que a reconheço! Mas só com optimismo e persistência no método científico poderemos melhorar esta capacidade!
ResponderEliminarNM
NM,
ResponderEliminarIsso que escreve e um artigo de fe.
Lowwlander achei o seu comentário muito engraçado e pertinente :). Num registo mais sério diria que é a Fé na Ciência e no método científico, a fé numa compreensão mais profunda de toda a Realidade. Isto é uma crença que todos os cientistas a sério possuem, e parece-me uma crença justificada, apenas observando o passado e os êxitos tremendos da Ciência! É esse o caminho! O outro é o do obscurantismo!
ResponderEliminarNM
NM,
ResponderEliminarPois o NM e como a minha avozinha, nao percebe do que eu escrevo mas acha tudo muito engracado...
O NM tem uma visao pouco cientifica (pare alem de redutoramente maniqueista) da questao.
Dizer que a economia nao e ciencia nao e desprimor nenhum para a disciplina, e constatar uma realidade ululante.
Da mesma forma como o meu respeito pela producao teorica nas areas de estrategica e tactica xadrezistica nao e em nada diminuido so pelo facto de aquilo nao ser ciencia nenhuma, continuo a ser um avido leitor e utilizador. Agora, o que lhe garanto era a minha completa desilusao se ao pegar num daqueles livros os autores comecassem a escrivinhar inanidades do genero que eram cientistas e que o que estavam a escrever era "teoria unificadora e explicadora do fenomeno natural xadrez", ou como usavam os postulados de Popper para descrever de forma neutral a realidade...
Dizer que alguem e obscurantista e uma forma profunda de desonestidade intelectual para de um mero preguicosa e simplista estratgema de nao rebater argumentos. Presumivelmente o NM tambem apelidara de obscurantistas os matematicos que dizem que a raiz quadrada de 2 e um numero irracional? Portanto um racio irresoluvel de uma integral? Ou pior ainda quando falam de numeros imaginarios...?
Lowlander pensei que era um cómico com piada e afinal saiu-me um ignorante! Vou ser bem sintético para ver se aprende algo. A maioria dos economistas aceitam os critérios de Popper no famoso problema da demarcação entre Ciência e Pseudociência. Por isso haver um grupelho designado de extrema esquerda, dentro da Economia, que rejeita os critérios de Popper não me interessa para nada! Sempre existiram estas franjas lunáticas, que não acreditam na Ciência! O 'vosso' querido amigo Boaventura Sousa Santos, num livro sobre Ciência diz que esta narrativa (ciência) se equivale à Astrologia, Bruxaria e outras do género! Recomendo os livros de Manuel Batista da Gradiva onde este desmonta estes obscurantistas! Recomendo também que frequente as Guerras da Ciência nos EUA para ver se faz a mínima ideia do que está a ser discutido!
ResponderEliminarNM, especialista estratégico em xadrez