Há uma coisa que é mais simples do que outra: uma falar sobre o que é necessário fazer, a outra fazer o que é necessário fazer.
No dia internacional da mulher, o primeiro-ministro chamou a atenção para a desigualdade de género (nomeadamente salarial) e para as necessárias melhorias na conciliação entre a vida familiar e a profissional, designadamente quanto aos horários de trabalho.
Ora, na altura em que está no Parlamento mais um pacote laboral, era talvez o momento para o PS liderar a iniciativa política e contribuir verdadeiramente para aquilo que está a prejudicar essa conciliação: todos os dispositivos legais que foram criados para desarticular os limites ao horário de trabalho, conseguidos por prolongadas lutas de trabalhadores em todo o mundo, desde sempre. É o caso, por exemplo, dos regimes de adaptabilidade e o banco de horas, que tornam o trabalho suplementar desnecessário ou quase gratuito, porque a anormalidade do trabalho suplementar passou a fazer parte do trabalho normal.
É simples. Pelo menos, foi simples aprová-los.
Porque será que sempre se tem como a forma mais fácil de resolver problemas o ignorarem-se outros problemas?
ResponderEliminarDia Internacional dos Direitos das Mulheres
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