sábado, 9 de fevereiro de 2019
Leituras: Revista Crítica - Económica e Social (n.º 18)
A edição do primeiro trimestre de 2019 «inclui um texto de Mariana Mortágua sobre um tema esclarecedor (como a banca voltou aos lucros, não paga impostos e ainda ficou com o direito de reclamar um financiamento público sobre os impostos que não paga) e um dossier sobre as dificuldades da Zona Euro. O ponto de partida desse dossier é um conjunto de artigos de Viriato Soromenho-Marques e Ricardo Cabral, originalmente publicado em Bruxelas no blog da Fundação Heinrich Böll e inédito em Portugal. Nos vários textos, os dois autores apresentam os pontos fortes e fracos do euro, discutindo em particular as suas fragilidades estruturais, e refletindo sobre os caminhos que têm sido seguidos, tanto do ponto de vista das regras quanto da aplicação das políticas de austeridade. Como Viriato e Ricardo notam, essa evolução cria uma contradição fatal: os mesmos que apresentam como condições essenciais para o sucesso do euro algumas medidas de expansão orçamental e de convergência social intra-europeia, batalham para impedir que essas condições sejam aceites e, pelo contrário, promovem as formas mais eficazes de divergência e desigualdade. Assim, perante os sintomas da sua crise, o euro agrava as condições da crise. Essas contribuições são depois discutidas em dois textos, de Alexandre Abreu e de Vicente Ferreira. Eugénio Rosa apresenta um estudo sobre os vinte anos do euro, e estuda com cuidado os seus impactos em Portugal. Finalmente, José Belmiro Alves discute o crime e a economia da contrafação».
Do editorial do número 18 da Crítica -Económica e Social, já disponível para download gratuito. Boas leituras!
De Eugénio Rosa:
ResponderEliminar"Um outro aspeto a salientar é a estabilidade dos preços que a existência do euro deu, uma questão vital mesmo para as classes de baixos rendimentos e também para os detentores de pequenas poupanças que são aqueles que mais sofrem, por terem menos poder negocial, em situações de inflação elevada como Portugal viveu em vários anos antes de existir o euro.
Este é um aspeto que muitas vezes não é valorizado nas análises das consequências do abandono do euro, até porque muitos dos analistas não viveram esses períodos ou, se viveram, tinham poder para contornar a “ilusão monetária” que “comia” salários, pensões e pequenas poupanças sem que os atingidos compreendessem com clareza como isso acontecia.
"É importante recordar que Portugal, antes da entrada na Zona do euro, era detentor da “soberania monetária” mas isso não impediu, depois do 25 de Abril, por duas vezes (1977 e 1983), intervenções do FMI (a “troika” da altura) com consequências dramáticas para os trabalhadores, reformados e também para o país.
A “soberania monetária”, ou seja, a capacidade de criar moeda própria, de que muitos falam e consideram o remédio para todos os males do país é, sem dúvida, um bem precioso, um símbolo e instrumento de independência nacional, mas não resolve por si mesmo todos os grandes problemas do país. É importante não esquecer a história económica recente portuguesa."
in: https://criticaeconomica.net
A 'moeda própria' é mais que nunca a ambição de uma esquerda que acredita ter conquistado em permanência o poder político.
ResponderEliminarCom a desvalorização da moeda abriam-se-lhe possibilidades de gozos extraordinários.
- Congelar renda seria o mais gostoso.
- Só aumentar as reformas mais baixas, um equilíbrio festejado.
- Manter juros baixos e aumentar impostos uma apropriação sobre meios financeiros.
O saque é a anfetamina da esquerda.
"A “soberania monetária”, ou seja, a capacidade de criar moeda própria" é condição necessária mas não suficiente para uma boa gestão da economia nacional.
ResponderEliminarTalvez o Sr Eugénio Rosa queira explicar como vai fazer convergir a economia portuguesa e as outras economias periféricas do euro com o "clube dos oito". Essa é que era de homem! LOL
https://www.zerohedge.com/news/2019-02-06/busting-myths-euro-economic-convergence
Quanto às atoardas do Sr José, basta recordar que o saque é coisa em que a direita portuguesa tem muitos anos de treino... LOL
De facto o saque é o captagon da direita.
S.T.
"uma esquerda que acredita ter conquistado em permanência o poder político"
ResponderEliminarQuando o disparate ultrapassa os limites do ridículo, aparecem as ceroulas por debaixo do fraque. E não só a vista como também o olfacto denunciam a situação, que é de tal forma idiota que mais não merece que esta nota de rodapé e a certeza que nem o autor desta sandice acredita naquilo que escreve
Os disparates continuam, género metralha propagandista.
ResponderEliminarDeixemos para lá a ausência de substância real e saboreemos estes nacos:
" gozos extraordinários", "seria o mais gostoso"
O cheiro ao português do Brasil tomou conta do vocabulário de quem escreveu tais mimos.
Influência de demasiadas telenovelas baratas, papadas de forma acéfala, ou simplesmente ternuras não ocultas pelo patife do Bolsonaro?