segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Fora do euro, há limite para os défices?


"Portanto, afirmações de que o aumento dos défices orçamentais ou uma expansão da moeda produzem inflação têm de ser analisadas em termos do modo como a oferta da economia responde ao aumento da procura nominal.

Qualquer aceleração da procura nominal que enfrente uma restrição da oferta será inflacionista – algo que não é exclusivo da despesa pública.

Para explorar esta questão, é necessário saber como responde o lado da oferta da economia. Existem apenas três opções, quando a economia recebe um aumento da procura agregada nominal (despesa):

- Aumentar o produto real - isto é, aumentar a produção real de bens e serviços.
- Aumentar os preços - isto é, aumentar o nível de preços.
- Uma mistura de aumentos do produto real e de aumentos de preços.

Se a expansão da procura nominal continuar a ser satisfeita pela segunda resposta do lado da oferta, então temos a inflação a ocorrer.

Recomendo a leitura integral deste texto de Bill Mitchell.

6 comentários:

  1. Numa economia aberta, há uma quarta possibilidade: aumento das importações.

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  2. E a dívida externa? Que parte é detida em moeda nacional e que parte é detida em moeda estrangeira?

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  3. @José M. Sousa! Bem observado! E essa é uma das razões porque os "Mercados Abertos" fazem mal à Economia, pois o Pais ou Paises que "semeiam" a "Demanda" através de uma politica expansionista, vêem a mesma "literalmente roubada" por outros Estados que adoptam uma politica contraccionista, dos quais a *Alemanha* é o pior exemplo na Europa e provavelmente em todo o Mundo.

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    1. E quando se partilha a mesma moeda ainda é pior!

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  4. Absolutamente de acordo. Gostaria pois de perceber como é que o Jorge Bateira preconiza que o País, saído do Euro e após um reestruturação automática da sua dívida, que vai seguramente desagradar aos credores, se vai financiar para alcançar o aumento de produção que refere e que poderá servir para evitar o aumento da inflação.

    Imprimir ainda mais moeda? E ela será aceite para a aquisição de bens que o País não produz (máquinas e tecnologias) essenciais para promover o dito aumento da produção industrial? Cabe lembrar, já agora, que os principais produtores de tais equipamentos até são os nossos principais credores (a indústria da nossa velho aliado RU foi com as trouxas ainda antes da chegada ao poder da Sra Thatcher).

    Parece-me que primeiro o País tem que, lentamente, reduzir a sua dívida, investir em novas tecnologias e depois, talvez daqui a uns 20 anos, poderá sair do Euro, isto se a moeda única não acabar entretanto.

    Imagino que não preconize o controle de preços ou das importações (como bem lembra o José M. Sousa), quando muito algum controle do movimento de capitais.

    Os chavistas optaram pelo controle de preços e o resultado foi exatamente o contrário do desejado.

    Gostaria ainda de lhe chamar a atenção para uma entrevista de Mark Blyth no Social Europe com cujo conteúdo o Jorge Bateira concordará certamente: https://www.socialeurope.eu/crisis-of-globalisation-mark-blyth.

    O problema é que Blyth é absolutamente honesto quando admite o seguinte: 'But if they [the populists in power in Italy] leave the euro they will destroy probably somewhere in the region of 40 per cent of national savings while trying.'

    Algo de semelhante se passará por cá, tenho a certeza. Boa sorte para convencer as pessoas a aceitar o seu programa nessas condições...

    Isto se começar por admitir que tal risco existe, em lugar de copiar o pensamento mágico dos proponentes da austeridade expansionista...

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