quinta-feira, 10 de janeiro de 2019
A pergunta que não desaparece
Numa semana em que se anunciaram grandes investimentos, cuja lógica está bem exposta no editorial do AbrilAbril - por trás da propaganda a submissão - ficámos a saber que a multinacional Vinci, que controla a ANA, já recuperou, em cinco anos, um quinto do que pagou pela ruinosa, para o Estado português, privatização dos aeroportos nacionais.
Perante este blindado capitalismo predador e perante a degradação dos serviços públicos em muitas áreas, fruto de anos de compressão do investimento público imposta por regras europeias igualmente blindadas, é preciso não esquecer a pergunta em que aqui temos insistido: como se destrói um velho Estado?
Em jeito de nota de rodapé, peço-vos só que reparem no facilitador na foto da cerimónia Governo-Vinci, e isto para usar o termo apropriado para a advocacia dos grandes negócios, que já conseguiu a proeza de estar em vários lados ao mesmo tempo, estando sempre no mesmo lado, na realidade, e que, já agora, tem a distinção de ter o seu nome inscrito num dos principais símbolos do porno-riquismo da capital. Toda uma economia política encarnada.
A subserviência ao serviço do poder e dos interesses. Podia bem ser o título de um livro ou de um artigo, mas pode ser igualmente um sumário da posição de cócoras da social-democracia que hoje e num país como Portugal, compõe e ilustra esse enorme centrão que tentará até aos limites das suas forças, levar-nos ao convencimento, à aceitação, à mansidão que permita suportar o jugo.
ResponderEliminarNOTA: Alguém sabe porque razão os srs. drs. Assis e Seguro não compareceram, como seria expectável, na reunião desse novel "Movimento Europa e Liberdade"? É que o contexto foi precisamente o de toda a amálgama do "centro", sem pormenores de emblemas na lapela, por isso aqui fica o conselho: vãos, srs. drs. Vão que aquela também é a v. casa.
«recuperou, em cinco anos, um quinto do que pagou »
ResponderEliminar1/5 em 5, 5/5 em 25 = 4% ao ano sem juros!