sexta-feira, 10 de agosto de 2018
Quem cozinhava o jantar a Adam Smith?
Proponho-vos uma leitura de férias sobre a Economia e as mulheres, best-seller com tradução em 10 línguas, mas ainda não em português, de autoria da jornalista sueca Katrine Marçal.
Sendo a escrita ligeira, a argumentação é acutilante e o tema bem sério. Trata-se de um livro de divulgação de economia feminista, que mostra como a economia é uma ciência misógina, dominada pela ficção do homo economicus, onde quase só há lugar para o interesse próprio egoísta e para as transações concorrenciais de mercado. O interesse colectivo, as relações sociais não-mercantis e a cooperação são menorizadas.
A reprodução e o cuidado das criança, idosos, e outros dependentes, predominantemente a cargo das mulheres, são invisibilizadas. Não obstante, são elas, as mães, e têm sido elas, as educadoras e as cuidadoras, tanto dos capitalistas como dos trabalhadores, que mantêm, generosamente, o sistema a funcionar. Mesmo depois de também elas terem passado a participar no mercado.
Se Adam Smith tivesse reconhecido a importância das refeições que a sua mãe lhe preparou literalmente durante toda a vida, talvez a ciência económica tivesse tido outra evolução, e o sistema funcionasse um pouco melhor para todos e todas. Por ter bem presente as interdependências que se geram em sociedades cada vez mais complexas, Katrine Marçal mostra que a economia feminista está bem colocada para uma abordagem mais holista ao modo como organizamos a provisão dos bens necessários à vida humana, de um modo social e ambientalmente mais equilibrado.
Em pleno século XXI, a dicotomia emprego-família é ainda uma questão que só se coloca às mulheres. Enquanto não for colocada à comunidade no seu conjunto, a desigualdade de género no trabalho e em casa perdurará. O facto de 17% das mulheres britânicas desempregadas terem de deixar o último emprego para cuidar de algum familiar, sendo este número de 1% para os homens, não é uma questão de escolha individual, livre e autónoma; é o resultado de uma economia política e moral que não oferece as mesmas oportunidades a homens e mulheres, sobretudo às mulheres das classes trabalhadoras, que não podem recorrer aos serviços, frequentemente informais e mal pagos, de outras mulheres para as tarefas da reprodução social de que só elas continuam a ser responsáveis.
Será que a importância da família e da acção social, de vizinhança e IPSSs está a caminho de ser reconhecida.
ResponderEliminarNão por vocês certamente.
EliminarPara vocês a família é só para encher a boca.
Não há pior inimigo da família do que a política neoliberal, com a sua precarização laboral, cortes salariais e de serviços públicos e assistência social.
Um bom post
ResponderEliminarO que tem a família e a acção social e as vizinhas e as IPSS a ver com este texto de Ana Santos?
ResponderEliminarO que têm as jonets de ocasião a ver com a desigualdade do género? Como se sabe a versão caritativa das transações concorrenciais de mercado
Será possível que herr jose ao menos fazer um esforço, ou para perceber, ou para não fugir para as primeiras calinadas da tarde?
Vejamos: "a família e da acção social, de vizinhança" misturadas com as IPSSs. Este jose não dá ponto sem nó embora saibamos que não tem as costureiras em grande conta.
ResponderEliminarÉ ler jose que "é o resultado de uma economia política e moral que não oferece as mesmas oportunidades a homens e mulheres, sobretudo às mulheres das classes trabalhadoras, que não podem recorrer aos serviços, frequentemente informais e mal pagos, de outras mulheres para as tarefas da reprodução social de que só elas continuam a ser responsáveis" e por isso não há dinheiro para dar às IPSSs e a caridadezinha da Jonet alimenta-se das necessidades básicas do Lumpen.
Jose com a sua idiossincrasia neoliberal nunca engana.
Hoje em dia isto está a mudar.
ResponderEliminarCada vez mais homens vivem sozinhos e/ou cozinham, tratam de crianças etc. E cada vez mais mulheres evitam essas actividades.
Pedro pimentel aonio ferreira pensa que com estas diatribes de falsos perfis terá um grande sucesso.
ResponderEliminarToda a gente te topa, pá. Vai-te tratar ou vai dar banho ao cão.
O Cuco já baralha os ninhos onde vai buscar a reprodução...
ResponderEliminarCuco?
ResponderEliminarCom licença de herr jose, não se trata aqui de cucos. O tema é outro. E não, também não é sobre a reprodução nem sobre os ninhos
Agora, respirar fundo, acalmar-se, colocar de lado a crispação e ler de novo o que se disse.
E repete-se:
"Será possível que herr jose ao menos fazer um esforço, ou para perceber, ou para não fugir para as primeiras calinadas da segunda tarde?"
Pelas 11 e 15, Pimentel aonio ferreira "engana-se" e tenta fazer passar o Pedro como se este fosse o próprio pimentel aonio ferreira.
ResponderEliminarTeve azar. Foi denunciado pelo IP e pela Nádia que mo confirmou agora.
Ciência feminista não é ciência é estupidez! Só em terrenos férteis em ignorância passa esta ignorância! Leia-se por favor sobre as Guerras da Ciência nos EUA. Claro que culturalmente em Portugal estamos atrasados, saberemos das boas novas do Mundo daqui a 40 anos!
ResponderEliminarQuem terá por aqui falado em “ ciência feminina”?
ResponderEliminarEstá provavelmente o anónimo da ignorância e da estupidez atrasado um ror de anos
Mas talvez daqui a 40 anos saiba das boas novas de ler o que se escreve e de compreender o que lhe dão a ler