sexta-feira, 31 de agosto de 2018
Caminhemos
Foi a anulação de um projeto de transformação social profunda que foi enunciada nas recentes acusações de moralismo feitas à esquerda. A esta estratégia de moderação para manter o status quo a esquerda responde com a radicalidade das suas escolhas. Corremos o risco de sermos avaliados pela coerência dos nossos comportamentos face a essas escolhas? Preferimos esse risco à quietude fria dos cínicos perante as imoralidades da ordem social e económica.
Excerto do artigo de José Manuel Pureza, a melhor resposta de um dirigente bloquista aos pretensamente amorais, aos cínicos de esquerda e de direita, que gostariam que este partido “crescesse” e aparecesse como uma espécie de CDS da esquerda, mas em versão ideologicamente ainda mais degradada, já que o contexto é estruturalmente fixado pelas determinação neoliberais europeias. Estes são aliás os mesmos que gostariam que os comunistas fossem morrer longe, indicando como as coisas estão ligadas na sabedoria convencional.
Entretanto, começa hoje o fórum socialismo. Amanhã, serei orador numa sessão intitulada Entre Centeno e Varoufakis. Aí desenvolverei temas de uma economia política da integração também crítica dos programas encarnados por estes dois economistas, embora no caso de Varoufakis se partilhe uma parte substancial do diagnóstico.
Aproveitarei o local para explorar algumas pistas interessantes, ainda que breves, que constam da moção da actual maioria no BE à próxima convenção deste partido: a valorização da soberania democrática de base nacional, a constatação da tradução do desenvolvimento económico desigual no campo político, tornando qualquer emergência de um sujeito político europeu numa quimera, e a necessidade de ter um plano de saída do euro, no mínimo como meio para fazer face às chantagens euro-liberais.
Desta forma, os bloquistas continuam a convergir com as posições dos comunistas portugueses na mais importante questão nacional. Cada uma à sua maneira, estas são de resto as duas forças políticas imprescindíveis para uma alternativa digna desse nome para este país. O caminho da convergência faz-se caminhando.
Sauda-se o progresso na questão europeia face ao que realmente existe. No mínimo, o plano para o inevitável.
ResponderEliminar"O caminho da convergência faz-se caminhando."
ResponderEliminarCerto !
Mas então a que propósito fez a apologia deste paleio : " Corremos o risco de sermos avaliados pela coerência dos nossos comportamentos face a essas escolhas? Preferimos esse risco à quietude fria dos cínicos perante as imoralidades da ordem social e económica. " ?!
MR
Esta questão da superioridade moral da esquerda é das mais incongruentes.
ResponderEliminarQuem está sempre disposto a repartir o que é seu, para promover a igualdade, tem a natural superioridade moral de quem domina e contraria as mais poderosas, instintiva e culturalmente enraizadas tendências do Homo Sapiens. É pegar no sentimento solidário e despi-lo de todo o utilitarismo e coloca-lo como a dominante pessoal e social.
A tão elevadas almas não há como recusar-lhes o estatuto de superioridade moral.
A não ser que...
A não ser que?
ResponderEliminarO que quererá este tipo dizer com "as mais poderosas, instintiva e culturalmente enraizadas tendências do Homo Sapiens"
Um reconhecido e confessado militante anti-ciência, defensor inflamado de um ensino de há dois séculos, baseado no "senso-comum", arguente enraivecido contra tudo o que tenha foros de método científico, vem com a treta sobre as mais poderosas blablabla enraizadas blabla Homo Sapiens?
Por detrás perfila-se a velha máxima dos darwinistas sociais
Fede tanto como estes que deram a sua "mama" (linguarejar de jose) aos nazis cultivadores dos preceitos eugénicos
O BE será o que quiser, agora o que os seus dirigentes não podem é tentar racionalizar como cinismo dos outros os seus próprios erros (a Esquerda Leninista sempre foi profundamente cínica, mas adiante). Ninguém os assumiu, exceto talvez Catarina Martins e timidamente.
ResponderEliminarA hipocrisia, como se sabe, João Rodrigues, é a incapacidade de nos julgarmos a nós próprios com uma bitola pelo menos tão rígida como aquela com que julgamos os outros. Quem anda por aí a querer reduzir a política à moral deveria ser capaz de perceber este conceito elementar.
Quanto ao plano para a saída do Euro, acho muito bem e continuo à espera dele. Mas suspeito que vou esperar sentado. O agit-prop é mais fácil do que fazer contas, não é?
"Quem anda por aí a querer reduzir a política à moral "
ResponderEliminarNunca vi ninguém reduzir a política à moral. Mais. Nunca vi nos autores deste blog usar este termo ( "moral") desta forma tão cabotina como Jaime Santos agora a usa.
Pelo que podemos com um pouco de esforço citar o próprio JS contra ele próprio. "A hipocrisia, como se sabe, Jaime Santos, é a incapacidade de nos julgarmos a nós próprios com uma bitola pelo menos tão rígida como aquela com que julgamos os outros".
Mas no caso vertente é mais do que isso , não é mesmo, caro JS?
É pura e dura mentira, a lembrar que o agit-prop de JS se afunda na mediocridade e na aldrabice
O problema da superioridade moral da Nova Esquerda é real. Como esta gente não lê nada de jeito, pensa que a sua opinião e dos seus correligionários é a Verdade Moral! Eles sabem o que é o correcto em termos morais, eles estão do lado do progresso e da História, eles orientam o progresso moral das Sociedades quem têm a sorte de os ter! Além de ignorância a fundamentação profunda do seu pensamento moral é o Conservadorismo filosófico. É paradoxal mas infelizmente é mesmo assim! Além disso dizem-se verdadeiros Democratas mas isto é falso, eles são Aristocratas, porque sabem quais os valores correctos e ensinam-os ao gado que pastoreiam! Portanto uma indigência intelectual a toda a prova! Mas isto não nos deveria surpreender pois é o que o seu Gramsci prescreve: retórica e sofisma para convencer os outros e ganhar na luta de poder entre as classes! Por isso nunca irão tolerar um intelectual inorgânico, à moda de Camus, que não veste a camisola e não tem a honestidade intelectual de um vendido!
ResponderEliminar3 de setembro de 2018 às 18:18:
ResponderEliminarPimentel ferreira mais uma vez, escondido assim em pequenino e a debitar deste jeito todo ele cómico:
A falar em superioridade real ( lol) verdade moral ( ahahah) progresso moral ( ahahahahah ), conservadorismo filosófico paradoxal ( lolol), aristocratas (viva o rei), a pastorear o gado ( mééééé) e em intelectual orgânico com a honestidade intelectual de um vendido
Confere
"Caminhemos" para a miséria socialista, ora vede a Venezuela!
ResponderEliminar4 de Setembro de 2018 às 10:26:
ResponderEliminarMais uma vez, vitor pimentel ferreira. Sob anonimato e mais uma vez montado na venezuela.
De cada vez que a cita é porque está desesperadamente impotente. Tal aliás já lhe fora dito, o que reforça o seu desespero e a sua impotência
Caminhemos para a miséria neoliberal, ora vede a Argentina de Macri!
ResponderEliminar:) :) :) :) :)
S.T.
O Gaio quando não sabe como explicar os desastres dos seus heróis de há tempos atrás ( e de hoje, mas cala-se) ´proíbe' que se fale nisso.
ResponderEliminarImpotente para justificar, demasiado cobarde para reconhecer o fracasso, declara impotente quem lho recorda.
É a edição esquerdalha daquela pueril reacção: 'burro; 'burro és tu'!
Estou a ver agora o video e sem surpresa é excelente. Lapavitsas é um grande senhor e as suas opiniões muito ponderadas.
ResponderEliminarQuanto à evolução da EU/EMU...
Há uma terceira opção baseada na heterodoxia em relação ao dogma da liberdade de circulação de capitais. Mais tarde talvez faça um post mais preciso, mas para já fiquem com este artigo do Zerohedge que toca tangencialmente no assunto.
É fulcral que as opiniões estejam esclarecidas e as ideias amadurecidas para quando as propostas/imposições chegarem se saber como reagir/criticar.
https://www.zerohedge.com/news/2018-09-03/russell-napier-imf-about-send-profound-shudder-through-generation-investors
Talvez este artigo tenha mais a ver com a EMU do que parece à primeira vista.
S.T.
São tão lindos estes meninos com a conversa do Pimentel :) Dennett no seu livro a liberdade evolui punha no coro dos seus críticos a frase repetitiva: 'Parem esse corvo!'
ResponderEliminarEssa de chamar corvo ao pimentel ferreira não está mal.
ResponderEliminarEmbora não concorde. Há para aí um corvo ou um gaio ou uma outra ave que atemoriza jose.
São aves a mais
A propósito de jose e da ave que ao que parece zurze na sua má consciência.
ResponderEliminarDepois de exposta a sua filosofia um pouco à matarruano com ares de pseudo-cientificidade ("as mais poderosas, instintiva e culturalmente enraizadas tendências do Homo Sapiens"), o que resta ao jose?
Mostrar a sua impotência, de braço dado com o pimentel,lolol
Ele e o pobre vitor joão pimentel ferreira tentam e continuam a tentar todos os expedientes para fugir ao que se debate e para atirar a bola para canto.
Neste post de João Rodrigues sobre o IRS e as medidas avançadas pelo governo em relação ao retorno de emigrantes, jose está de tal forma desesperado, que avança como argumento, veja-se bem, a familia de Ortega. Embrulhado nas suas "mamas"
https://ladroesdebicicletas.blogspot.com/2018/08/nem-mais-nem-menos.html
Impotência maior,dirão.
E eu concordo
Percebe-se assim que jose tente a via da Venezuela ( tal como a tentara o pobre joão pimentel ferreira) . Tal como ele próprio tentara já a via da mulher do Ortega.
ResponderEliminarNão dá para mais.
Ora vejamos. Dirá jose:
"como explicar os desastres dos seus heróis de há tempos atrás ( e de hoje, mas cala-se) ´proíbe' que se fale nisso. "
O primeiro conselho é que jose abandone a sua zona de conforto, (como disse ad nauseam passos coelho, que jose imita ad nauseam também) e vá perguntar directamente ao gaio.
Quem serão os heróis do dito gaio há uns tempos atrás? E os de hoje? E o gaio cala-se? E proíbe que se fale nisso?
Será que jose está a tentar arranjar justificações para a sua impotente argumentação? No seu refúgio na Venezuela? Ou na de Ortega em que levou uma resposta que o fez andar à roda?
Mas porquê falar na Venezuela assim fora do contexto? Como alguém diz e porque não falar na Argentina?
O que quer jose sabemos nós o que é. Atirar para o lado e arranjar pretexto para armar a sua tenda circense:
Impotente para justificar, demasiado cobarde para reconhecer o fracasso da sua argumentação, jose declara impotente quem lhe desmonta os mantras
Já percebemos
Pelo que voltamos à vaca fria.
ResponderEliminarQuando não há mais nada a dizer, foge-se. Montado no diabo ou na mula.Para a Venezuela ou para a Coreia
Ficamos sem saber quem são os heróis do gaio a que jose se dirige. Que jose ainda os tenha, num processo de infantilização típico, é um assunto que diz respeito ao jose. Que os tente impor aos demais, mesmo que estes sejam aves, é um processo duplamente idiota. Idiota porque o é ( e já lá vamos). E idiota porque é impossível de consubstanciar o que diz
E idiota porque o é, porquê?
Porque ele próprio dá no fim a resposta a este tipo "de argumentação":
É a edição do jose daquela pueril reacção: 'burro; 'burro és tu'!
Lolol
O pior é jose provar estas idiotices que diz
Percebido ou o jose quer esclarecimentos adicionais?
Pelo que cai por terra, feita espuma, a questão da "justificação". Ou do reconhecimento do fracasso. Ou da impotência de quem recorda os heróis de quem quer que seja
Tanto mais que justificações há muitas. Para o que quer que seja. Também a Venezuela merecerá que nos debrucemos sobre ela e até para desmistificar algumas das bojardas que se dizem em torno desta. Mas não como forma de fuga ao hoje e aqui. Típica de cobardes poltrões
A paragem da história apontada por Francis Fukuyama foi afinal uma treta. Sabe-se que este agora "adia o fim da história" (artigo a sair no número de 3 de Setembro da «The New Yorker»)
Caminhemos, pois então.
O Fukuyama só disse que aquela historieta do 'rumo ao socialismo' tinha acabado.
ResponderEliminarÉ claro que o rumo à mama, esse vai manter-se em permanência, sempre houve e haverá mamões.
Mais uma vez jose aldraba. E mente.
ResponderEliminarA historieta do "rumo ao socialismo" tinha acabado. Diz jose que Fukuyama terá dito.
Jose diz o que diz deste modo grosseiro, a confirmar também que a mediocridade da sua classe também se manifesta assim
Nem a historieta acabou ( domage ) . E este jose sabe-o , ou não andava nesta agitação toda, tão perturbado como agastado.
Nem fukuyama disse apenas a idiotice que jose disse que disse.
Vulgar wikipedia ( chega para jose):
Fukuyama desenvolveu a tese que a humanidade teria atingido o ponto "culminante" de sua "evolução" com o triunfo da "democracia" liberal "ocidental" sobre todos os demais sistemas e ideologias concorrentes. Em oposição à proposta capitalista liberal, restavam apenas os vestígios de nacionalismos e o fundamentalismo islâmico. Desse modo, diante da derrocada do socialismo, o autor concluiu que a "democracia" liberal "ocidental" firmou-se como a "solução" final do governo humano, significando, nesse sentido, o "fim da história" da humanidade, gerando um estagnacionismo jamais visto antes na história do mundo muito mais dinâmica antes com seus povos vivendo do seu modo original no seu ambiente original.
A História teria terminado no episódio da Queda do Muro de Berlim. Naquele momento, os antagonismos teriam terminado pelo fato de, a partir de então, haver apenas uma única potência - os Estados Unidos da América - e, consequentemente, uma total estabilidade"
Jose quer esconder esta trampa incrível, idiota e asquerosa dita pelo fukuyama?
Não consegue
Jose quer esconder que agora é o próprio fukuyama que vem dizer que o fim da história está adiado e que afinal há ameaças ao seu neoliberalismo criminoso?
Não consegue
Jose quer manter, para além daquela cena histérica sobre a ave, as mamas que o devem acompanhar sempre?
Consegue
Caminhemos, pois então
Pese este esforço desesperado do jose