Do filme "Heat", de Michael Mann (1995) |
Francisco Ramos alerta - mais uma vez! A anterior foi há quase dois anos! - para a urgência de regras de tratamento dos doentes com cancro que vêm do sector privado - "despejados" do sector privado - quando se acabou o dinheiro dos pacientes ou quando as companhias seguradoras deixam de pagar os cuidados dos pacientes com seguros privados.
O problema não é tratá-los. Mas é o facto de, como esses doentes em muitos casos já iniciaram tratamentos, não se lhes pode interromper esses cuidados e, por isso, havendo limitações orçamentais - impostas por uma filosofia económica estúpida e criminosa - têm de passar à frente dos doentes do Serviço Nacional de Saúde...
Este caso é exemplar das consequências da ausência de uma visão integrada dos problemas e do que dá a inércia de empurrar com a barriga os problemas conhecidos. Tudo para não fazer perigar desconhecidos equilíbrios. Neste caso, trata-se da separação de águas entre o sector privado e o público que importa ser feita e que está em discussão pública.
Francisco Ramos foi secretário de Estado da Saúde em diversos governos socialistas, de ministros como Maria de Belém Roseira, Correia de Campos, Ana Jorge. Talvez fosse pertinente perguntar-lhe o que impediu, nessa altura, de traçar esta separação das águas. O Partido Socialista tem de ter um pensamento próprio e entender que tem de fazer opções claras e transparentes, coerentes e visionárias. Porque não fazer opções, é uma opção que favorece alguns interesses, mas que fará pagar bem caro aos portugueses, mesmo com a própria vida. E em última instância ao próprio PS, a um PS que faça a diferença nesta sociedade, e à esquerda nacional.
Se bem entendo, esses doentes chegam ao SNS com despesas realizadas sem encargos para o SNS.
ResponderEliminarSeguramente não estiveram dispensados de impostos nem de contribuições para a SS.
Separar águas significa o quê?
Se tiveste dinheiro para o privado, aguenta-te sem o 'serviço de saúde para todos'?
Separar águas é impor limites? Existem limites para tantos direitos (habitação, justiça,...) menos para a saúde?
Tudo a todos é a regra?
Há algum limite ao que o Estado gasta em saúde por cidadão? Alguma relação entre o que ele contribuiu e o que recebe? Alguma relação entre o seu comportamento e o que lhe é exigido?
Dar respostas antes de pensar em separar águas privado/público, que nessa dicotomia entra tudo o que é preconceito.
A capacidade visionária do PS está reduzida a "Mais Europa"...
ResponderEliminarQual terá sido a parte de "têm de passar à frente" que o jose não entendeu?
ResponderEliminarConcorda-se com a necessidade de uma progressiva separação de sectores na Saúde. A nível hospitalar, o que se passa hoje em termos de transferência de doentes do privado para o público é escandaloso. E, sendo a área oncológica a mais crítica, não é única. Há pois que tomar medidas que vão além de simples códigos de ética ou de recomendações inconsequentes, como tem feito a Entidade Reguladora da Saúde.
ResponderEliminarNesse sentido, deve ser considerado que em caso de transferência de doentes, o hospital hospedeiro seja ressarcido pelo hospital de origem numa percentagem (a definir) do valor da despesa gerada pelo doente até à data da transferência. Esta medida, com dois sentidos (privado-público ou público-privado) teria seguramente eficácia.
O deve e o haver de jose pespegado quotidianamente nestas páginas do LdB.
ResponderEliminarO "tudo a todos" é o seu papaguear constante. Esconde a sua condição de. Mas esconde outra coisa bem pior. Como o próprio não se cansa de repetir, esconde o seu ódio à "igualdade".
"Tudo a todos" dirá jose estarrecido e em processo de desvario ululante. Tudo deve ser apenas para os vampiros.Para os que eram proprietários de escravos, ou para os senhores feudais. Tudo para aqueles que se arrogavam a proprietários de terras e gentes. Tudo para os aristocratas de meia-tijela, com pretensões ao direito de se embonecarem com pó-de-arroz, enquanto chafurdavam nas actividades cinegéticas e na caça do trabalho dos servos.Tudo para os herdeiros de fortunas geradas pelos negócios da exploração e da morte.
Por isso quando escuta algo que lhe vislumbre um "tudo a todos" desata num desvario desaustinado
Uma sua marca. Registada?
Sublinhe-se todavia esse amor uberalles de jose pelos negócios que os privados fazem à custa do sofrimento e da doença.
ResponderEliminarE para as aldrabices que posta:
"chegam ao SNS com despesas realizadas sem encargos para o SNS."
Mas não é que a realidade mostra que 51% da despesa dos hospitais privados é paga pelo Estado?
É também desta forma que se mente e manipula. Repete-se o velho estribilho que uma mentira repetida mil vezes passa a verdade. Lá nos antros ideológicos onde medra
O "negócio" da saúde é defendido por uma ideologia que tem tradução concreta em novos "modelos de gestão e de gestores" saídos das caves mais infectas do neoliberalismo
ResponderEliminarHá que de facto tomar medidas. A medicina privada tradicional não se reconhece na que se pratica por grandes cadeias privadas que esmagam os João Semana e se constituem como autênticos gangues ao assalto à bolsa - dos doentes e do erário público.
E à custa da doença e do sofrimento.
Repare-se este fadinho do desgraçadinho que aparece agora pela mão do jose que anda constantemente a defender os negócios privados também na saúde.Repare-se como se desloca a questão central, que são os negócios privados na área da saúde, para os doentes que,coitados, até não oneraram o SNS nem o Estado, até encheram a bolsa das seguradoras e dos hospitais privados, mas que agora...
Sem se ter a coragem para agora o dizer em voz alta, escondido atrás duma "dicotomia entra tudo o que é preconceito", bla-bla-bla e bla-bla-bla, escamoteia-se que o que é intolerável é manter-se a situação como está, em que são prejudicados os doentes do SNS e quantas vezes os próprios despejados dos cuidados privados de saúde.
Jose de forma cuidada, ao contrário daquele tom caceteiro que utiliza as mais das vezes, pede que primeiro se dêem respostas ao seu caderninho de perguntas para enganar o próximo.
Mas tomar medidas para pôr cobro a esta chulice imoral nem pensar. Medidas para a separação das águas, isso é "limitar" e mais bla-bla-bla.
Colocar em causa os proventos imorais dos grandes interesses na saúde, ainda por cima em grande parte à custa do erário público, ainda por cima à custa da saúde dos portugueses, isso é que nem pensar.
É "preconceito" dirá com um agitar de mão dúbio, esquecido já dos seus bem conhecidos preconceitos
Se for necessário aviva-se a memória dos preconceitos de quem agora, feito piegas, fala em preconceito.