quarta-feira, 14 de março de 2018

Lógicas cúmplices

Quando todo o processo começou, quase era estranho explicar a pessoas que não tinham contacto com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) que tudo tinha uma lógica. E que a lógica não iria beneficiar os cidadãos.

Mas estava na cara. O SNS sempre foi subfinanciado. Ano após ano, na década de 90 repetiam-se os debates parlamentares sobre o Orçamento de Estado em que se provava que a actividade do SNS no ano seguinte não estava financeiramente coberta. E lá surgia sempre um argumento: "Não há dinheiro". Mas o dinheiro aparecia, depois, noutras rubricas, sem explicação lógica e aprovadas sem uma discussão clara sobre opções. A opacidade democrática no seu melhor.

Depois, iniciou-se esta lógica de moda liberal - sabe-se lá porque pressões estrangeiras, aceites tanto pelo PSD, como pelo PS sem qualquer estudo ou debate, que conviria perceber em que circunstâncias - de que os recursos seriam mais eficientemente geridos se os hospitais se digladiassem e tivessem uma lógica privada de gestão. Agora o estado do SNS já é objecto de uma tese de doutoramento em que se sintetiza o que está a ser feito há muito e com uma certa lógica. Retiro um excerto da edição de hoje do Público:

“O que aconteceu de mais importante neste trajecto de 50 anos foi, em 2002, a empresarialização dos hospitais”, diz Paulo Simões, destacando a introdução dos contratos individuais de trabalho e o fim das carreiras. “Teve um profundo reflexo porque desestruturou as equipas. Ter um lugar num serviço público deixou de ser uma referência. Como me disse um administrador de uma agência governamental, o Estado passou a ter 50 hospitais a concorrer entre si. Passou-se a uma situação de roubar recursos humanos de um lado para outro e os mais favorecidos foram o sistema privado e as parcerias público-privadas que conseguiram captar os jovens mais promissores. Os mais velhos sentiram-se sob um constrangimento enorme e quem pôde foi embora.” Paulo Simões sublinha que “a troika só veio agravar o que já estava no terreno”.

 Fez sentido este processo. Mas deve ser parado, quanto antes.

19 comentários:

  1. Qualquer semelhança com o NHS é pura ideologia.

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  2. "o Estado passou a ter 50 hospitais a concorrer entre si. Passou-se a uma situação de roubar recursos humanos de um lado para outro e os mais favorecidos foram o sistema privado e as parcerias público-privadas que conseguiram captar os jovens mais promissores."

    Pela minha experiência de trabalhador num hospital (declaração de interesses: contratado com CIT) não me parece que isso seja totalmente verdade; sim, os CITs puseram os hospitais a concorrer uns com os outros por profissionais (levando a uma inflação salarial e de subsídios avulsos - subsídios de deslocação, de fixação, de assiduidade, etc, etc. - para atrair médicos/enfermeiros/técnicos); mas não me parece que tenha sido isso a beneficiar o sistema privado - pelo contrário, foi quando, com a crise, se acabou, na prática, com a concorrência por profissionais, determinando que as instituições não podiam contratar por um salário superior ao da tabela oficial, que começou o exôdo do público para o privado (logo quando começaram os CITs o caminho até era em sinal contrário - houve sitios em que a medicina privada foi largamente reduzida porque alguns hospitais públicos começaram a oferecer fortunas aos médicos para eles trabalharem em exclusividade).

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  3. Não percebi. Se fez sentido porque deixou de fazer?

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  4. A existência de um SNS nunca foi pensada - que eu saiba - para acabar com a medicina privada. Até onde sei foi para que não faltasse assistência a quem dela precisasse e para dar suporte a políticas públicas de saúde.

    Só a deriva de liquidação do privado e de criar o máximo de emprego público concebível é que lançou esta aversão em relação ao privado.

    E como sempre, fazer contas é o maior incómodo. E ouvir falar em lucros a maior azia.

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  5. Este José não se engana nem engana ninguém...Faz azia há tempo demais. Fala como se as realidades da vida não devessem ser ponderadas e não fossem relativas. Só pode ser infiltrado a soldo.

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  6. Veja-se o que José debitou sobre a saúde

    Quem quer saúde paga-a

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  7. Só a deriva de liquidação do privado?

    O fundamentalismo religioso, doutrinal e ideológico não dá carta branca para dizer porcarias com a desculpa da vetustez.

    O privado tem crescido , multiplicado e engordado feito monstro disforme e obeso à custa da depauperação do SNS e ainda para mais com dinheiro do próprio Estado. A própria medicina privada como a conhecíamos foi ao ar, engolida pelos grandes potentados privados.

    Quando vêem algo que possa constituir fonte de lucro,atiram-se a ela como rafeiros a um osso. A saúde consagrada na constituição como um ditreto de cidadania é algo que só lhes interessa se lhes dê ainda mais dinheiro. Por isso detestam a CRP e um SNS saudável.

    As contas que sabem fazer é quanto recebem de rendas. Dos prédios privados, das PPP, dos Swaps, da dívida pública. As contas que sabem fazer é por quanto conseguem sugar mais os outros. As contas que sabem fazer é quantas remessas são precisas para mandar para os offshores o produto do saque, sem levantar suspeitas e não serem apanhados
    Também se o forem têm uma justiça de classe a protegê-los e a defendê-los.

    Salivam pelas rendas a obter com a doença e o sofrimento humano. E não olham a meios

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  8. A parvoeira é doença endémica à esquerda.
    Endeusam um Estado que só sabe gerir processos burocratizados e esperam que assume toda a gestão de sistemas dinâmicos e complexos.
    Em tais processos não há gestão eficaz sem hierarquias estabelecidas e poderes discricionários reconhecidos e aceites.
    Enxameiam a estrutura do Estado de regulamentos, criam hierarquias amorfas e em permanente estado de dever de invocação regulamentar e conformidade à parafernália de direitos e garantias de todo o cão e gato, e aspiram a que semelhante bando de burocratas sejam gestores eficazes. Acrescentem-lhes a hordas de boyadas de múltipla proveniência e logo encontram a razão porque gente de bom senso cria estruturas independentes desse novelo ou se limite a pagar a quem faça o serviço.
    Vê-se bem qual a experiência de vida de tais crentes: pica-ponto e duas de treta, que tanto basta para se dizer trabalhador nesta terra abrilesca!

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  9. Estamos fartos deste desbobinar rasca deste tal José

    Parvoeira endemica deve procurar lá nos seus sítios, que isto aqui é gente de bem

    Endeusar um estado deve ser mesmo coisa também deste mesmo José. Endeusou o estado português fascista e colonialista e agora anda com essas cabotinices sobre deuses e outras tretas. Endeusar um estado que as mais das vezes serve o grande poder económico, só se fossemos da mesma água deste José.

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  10. As tretas continuam agora versando um tema caro aos que nos andaram a vender as privatizações criminosas. A questão da gestão, assim apresentada desta forma amaricada e a cheirar a senilidade. Eis a caracterização através do paleio baseado em “sistemas complexos e dinâmicos mais a gestão eficaz mais as hierarquias discricionárias” mais a treta parida desta forma que faz ver as saudades pelo cacete e pelo autoritarismo

    Sejamos francos. A mediocridade deste nosso grande patronato é proverbial. A sua cultura e conhecimento está ao nível de grunhos do paleolítico. Quando untados com água de colónia e fatos de marca são os exemplos típicos de vigaristas sem escrúpulos com água de colónia e fatos de marca e os exemplos abundam desde os responsáveis pelo BPN ao BES, da EDP à PT, dos CTT aos homens de mão da Goldman-Sachs

    São estes os modelos de gestores apresentados por este amante do poder discricionário

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  11. Os regulamentos pelos quais este José range os dentes devem ser os regulamentos que lhes põem algum travão no processo do saque. A desregulamentacao dos mercados sempre foi um sonho para coisas como esta e os resultados estão à vista de todos. Não querem processos que lhes limitem a Vampiragem.
    Têm ódio de morte a quem tem mais competência que eles. Como se sabe o nível de escolaridade do patronato é medíocre. Conseguem licenciar-se quando o conseguem. Não sei quantas vezes falsificam os currículos e apresentam-se pelo que não são. Fraudes intelectuais, com distorções de carácter.

    Durante anos andaram a apascentar a caterva de boys e de girls. Do bloco central com toda a certeza. Mas há registos em que este sujeito de nickname José andou a defender com unhas e dentes a nomeação dos boys de Passos Coelho, com o pretexto de que precisava de gente de confiança. A memória é uma coisa lixada e quando associada a outras coisas, ainda pior.

    E depois confundem a boiada que passa directamente para o topo com os restantes FP Confundem a serradura com o pão ralado

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  12. Mas há uma coisa que ressalta, para além daquele rancor dum verdadeiro ressabiado pela conquista da Liberdade e pelo fim da guerra colonial

    É que de repente desapareceram as derivas da liquidação dos privados mais as contas por fazer, mais a azia dos lucros

    De forma recauchutada surge agora a segunda versão da coisa. Trata-se de evitar o “novelo”, de “ pagar a quem faça o serviço” ( que linguagem de profissional) e da experiência de vida.

    Alguém lhe deve ter chamado a atenção que era demais o que debitava e que o que sobrava era apenas a sua gula pura e dura, à custa da doença e do sofrimento.

    Agora surge com esta cantilena para marcar o ponto a ver se desta passa

    Um verdadeiro pro.

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  13. Importa ainda considerar que a questão das «hierarquias estabelecidas e poderes discricionários reconhecidos e aceites» tem tudo a ver com a legitimidade do poder.
    Haverá pois um fundamento para justificar que à medida que o poder do Estado se incrementa e afirma logo se ilegitima e torna tirânico.
    A comunada teórica assim o reconheceu e por isso acenou com a superior missão de vir a extinguir o Estado, juntando-se aos anarquistas que sempre assim o entenderam.

    Mas à esquerdalhada interessam-lhe pouco essas especulações; move-a o saque imediato e nada mais cómodo que ter um Estado que lho assegure.

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  14. «...a sua gula pura e dura, à custa da doença e do sofrimento»
    Cuco, estás cada vez mais trágico-cómico.
    Vou almoçar agora, à minha custa.

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  15. Lógicas cúmplices:

    Faz-se de lucas o sujeito de nickname jose.

    Fala-se de saúde e do SNS. Sua depauperizacao e a lógica implacável do lucro em benefício de interesses privados

    Qual a resposta deste sujeito?

    Falará “ na deriva da liquidação do privado”. Depois tocará o seu mantra “ das contas por fazer”. Invocará estranhamente e por fim, como suporte à sua exposição ideológica, “ a azia dos lucros”.

    Depois de algum debate, jose retrocede. Era demais aquele seu jeito de

    E passa a justificar o seu desejo incontido pelo lucro, à custa do sofrimento e da doença,( a verdade é lixada) em termos de “novelos”, de. “ pagar a quem faça o serviço” e afins

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  16. Invoca por último este jose, e de forma surpreendente, a “ experiência da vida”

    E atira-se em prol das hierarquias, e em prol dos poderes discricionários e em prol da legitimidade do poder e em prol do incremento do estado. Acrescenta depois uns floreados sobre a “ ilegítima “ e a “tirânica “ e a “ comunada” e a “ teórica” e a “esquerdalhada”.

    Mais uma vez jose é apanhado. E apanhado a fugir. Como parece que não percebeu ou que faz figura de, vamos explicitar.

    As tretas debitadas à volta dos sistemas complexos e dinâmicos mais a gestão eficaz mais as hierarquias and so on, tiveram já melhores dias. Já houve um tempo em que as hordas de publicitários neoliberais se afadigavam a defender o mérito da gestão privada

    Hoje em dia a máscara caiu. Não só sob o ponto de vista do conhecimento e do saber, os ditos funcionários públicos estão bem à frente do que o comprovadamente medíocre patronato português. Como também não se devem pagar a outros para fazerem o trabalho que pode ser feito por servidores públicos. É inútil e criminoso o socorrer-se de intermediários que parasitam o Estado e todos nós. E que nesciamente engordam refastelados à custa de rendas e de transvasos directos do Orçamento de estado

    A gula pelo lucro e o endeusamento de parasitas intermediários. Eis o alfa e o omega de José

    Mas há mais.
    Há ainda a “ qualidade” destes gestores muito privados

    Falou jose algo sobre isso? Debruçou-se sobe a denúncia dos gestores privados que saíam na capa de revistas como a “Exame” e que hoje são apontados como figuras de mafiosos? Escutou-se o seu berro silencioso em prol desta vez dos patrões privados e bons gestores do BCP e do BPP e do BES e da PT e da EDP e dos CTT e do António Borges que era um “ gestor” tão privado que lhe eram perdoados os seus impostos pela canalha que o contratava?

    Silêncio absoluto e a fuga. Montado na sua pileca e a gritar. Pelo estado e contra o estado Pela ilegítima e pela tirânica Pelo cuco que o amedronta e pelo almoço que qualquer coisa

    (A sua gula, pura e dura, à custa do sofrimento e da doença está aí bem documentado num post recente em que se fala da natureza duma sociedade que expulsa uma doente semi-nua para a rua e em que este jose se apressa a questionar os custos dos seus cuidados médicos)

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  17. Fala-me do 35º do CSC, Cuco treteiro...

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  18. (Quem será o cuco? Não haverá uma alminha gentil que prescreva algum calmante para ver se lhe passam as insónias e este carácter repetitivo quando rabeia em torno desse tal cuco?)

    Falando seriamente e deixando os pesadelos peculiares do dito jose, o que se assiste com alguma comiseração é mais uma vez a fuga deste mesmo sujeito

    Não, não estamos a falar na pileca nº35, aquela que dá muito gozo ao coitado. Nem da actividade legislativa nº35 de Cavaco.

    Nem tão pouco estamos a falar na medida nº 35 que poderia impedir o amigalhaço antónio Borges de se comportar como mafioso . Ou da legislação nº 35 que teria impedido os amigos do BES de utilizarem um governante do CDS/PP do governo de Passos Coelho para terem uma via aberta para os offshores.

    Não,não estamos a falar nos rodriguinhos nºs 35 do sujeito de nickname jose para ocultar o seu processo de silenciamento total e absoluto sobre o que se debate

    Silêncio absoluto sobre a denúncia dos gestores privados que saíam na capa de revistas como a “Exame” e que hoje são apontados como figuras de mafiosos. Ouviu-se o seu berro silencioso em prol desta vez dos patrões privados e bons gestores do BCP e do BPP e do BES e da PT?

    Foram pagados e olvidados os versinhos toscos mas sentidos em prol dos terranentes dos banqueiros, que violaram não sei quantas leis, mas cujos códigos legais foram insuficientes para os manter dentro da legislação em vigor

    Silêncio absoluto e a fuga. Montado na sua pileca e a gritar. Pelo estado e contra o estado Pela ilegítima e pela tirânica Pelo cuco que o amedronta e pelo almoço que qualquer coisa. Agora até invocando o regimento da cavalaria nº35

    Sinceramente , este sujeito pensa que somos idiotas ou quê? Escondido debaixo do entulho 35 repousa e jaz como verdadeira trampa o faduncho da competência dos"gestores privados", responsáveis também pelo descalabro a que a direita nos conduziu.



    (A sua gula, pura e dura, à custa do sofrimento e da doença está aí bem documentado num post recente em que se fala da natureza duma sociedade que expulsa uma doente semi-nua para a rua e em que este jose se apressa a questionar os custos dos seus cuidados médicos)

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  19. ( mas os silêncios continuam.Já não é só a "azia do lucro" ou a "experiência da vida" que ficaram para trás nesta dança perpétua de que este jose é especialista.

    Repare-se que o seu almoço trágico-cómico também desapareceu na voragem agora dos 35 graus:

    "A sua gula, pura e dura, à custa do sofrimento e da doença mantém-se bem documentado num post recente em que se fala da natureza duma sociedade que expulsa uma doente semi-nua para a rua e em que este jose se apressa a questionar os custos dos seus cuidados médicos"

    Aqui concretamente:
    https://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2018/03/do-estado-que-asfixia-economia.html

    Sabemos. A realidade é lixada e nem com 35 mixórdias mal alinhavadas esta consegue ser escondida)

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