Da série "Boss", na SIC Radical, que mostra como gerir a comunicação social |
E nem foi só ao jornal que o pensamento do presidente chegou. Marques Mendes, no espaço concedido na SIC pelo militante nº1 do PSD, afirmou que “o Presidente deve ter vindo [de S.Tomé] com os cabelos em pé”.
O que aflige tanto Marcelo?
Continua o Público em espaço noticioso nobre, nas páginas 2 e 3 do jornal: "No Palácio de Belém, o estado de espírito confirma os receios com a desunião do maior partido da oposição. E com a forma como Rui Rio parece querer lidar com ela, em confronto com os críticos internos, achando que o que perde em desunião, pode ganhar na imagem que dele terá o país".
Aliás, David Dinis expressou ontem essa mesma preocupação quando partilhou com a editora de Política da Antena 1 Flor Pedroso o espaço de comentário moderado por Ana Lourenço na RTP3:
"Uma guerra dentro de casa, com o PSD dez pontos atrás do PS, à beira de eleições legislativas, diria que, no mínimo, há um sentido de risco... ia dizer mal medido... " (16'30').
"Estamos a falar de um ano e meio. É muito tempo para comprar uma guerra interna desta dimensão e muito pouco tempo para apresentar propostas que o diferenciem. Neste momento, só tem a guerra. Nem sequer propostas tem para apresentar. Portanto, o país só fala - nós aqui - só podemos estar a falar de duas coisas: da aproximação de Rui Rio a António Costa, com a agenda de António Costa acrescento eu, e da guerra interna no PSD" (26'30'')
"A carga ideológica do CDS desapareceu (...) é um partido aberto, jovem. No fim, pode contar um bocadinho se o PSD... Não estou à espera de um crescimento exponencial do CDS. Mas se o PSD não se acautela e passa ano e meio em guerra... quer dizer... as pessoas que não quiserem votar na esquerda, que é preciso equilibrar, vão votar em quem? (33'45'')
Mas alguém acredita que o risco seja que os eleitores do PSD votem no CDS?
O risco é, portanto, outro.
O que quer então Marcelo?
Quer que o PSD negoceie já com o PS e feche tudo em 2018. Disse Marcelo em on: "Temos pouco meses, muito poucos, para debatermos e decidirmos o que há a decidir" ou "não é daqui a meses, em pleno ano eleitoral de 2019, quando já for tarde". Mas Rui Rio saiu de Belém a dizer que reformas estruturais não são coisas que se façam assim. Demoram e disse mesmo que nem tem soluções para já. Requer muito tempo, ouvir, conversar, negociações... (7'36'') E Rio tem razão.
Mas por que está então este presidente preocupado com rapidez e a tentar marcar por fora o ritmo ao PSD, quando sabe que reformas de fundo não se fazem assim?
O Público continua:
“Só falta um ano e meio para as legislativas. Se o PSD for partido para as eleições, desafiando oito anos da liderança anterior, é dar uma maioria absoluta a António Costa. E maioria absoluta, já se sabe, é cenário de que em Belém se prefere nem ouvir falar, diz uma fonte ouvida pelo PÚBLICO".
Ora aí está a preocupação de Marcelo Rebelo de Sousa. E esse é que deveria ser o título: "Marcelo quer evitar maioria absoluta do PS".
Mas por que não quer Marcelo que o PS tenha maioria absoluta? Por que razão não é estranho aos jornalistas que um Presidente da república embarque, desta forma, numa disputa partidária? Não seria vantajoso para o país ter estabilidade política? Até do ponto de vista de um pensamento de direita, o PS poderia libertar-se dos partidos mais à esquerda...
Tudo indica que Marcelo considera que eventuais consensos nacionais, a fechar entre o PS e o PSD, poderiam representar uma facada nas costas dos partido à esquerda. Pelo menos, Marcelo aposta que eles os sintam como tal, o que colocaria a esquerda sobre os holofotes com um rodapé televisivo a dizer "Crise à esquerda". Seria o primeiro passo para uma vitória à direita.
Eis a vantagem da "cultura de compromisso".
A cultura de compromisso sempre foi uma estratégia de forma a obrigar os partidos sociais democratas e socialistas a serem as muletas da direita.
ResponderEliminarIsto, claramente, não aconteceu e acontece só em Portugal...
Os socialistas que tenham cuidado pelos caminhos que escolhem seguir, a pasokização é uma realidade que pode vir afectar o PS...
A 'estabilidade política' é um código que significa governo com pelo menos algum destes partidos - PS/PSD/CDS. E isso implica uma preferência por ter uma AR centrada entre PS e PSD cuja força de cada um é semelhante. Não convém muito uma maioria absoluta do PS, porque isso significa um PSD menos forte em relação aos partidos à esquerda do PS e a oposição quer-se do PS a um governo PSD ou do PSD a um governo PS. Se assim for, a estabilidade política está garantida. (Para tal, o PS terá sempre que estar conotado com a esquerda ou com o centro-esquerda ou com o centro do centro/centro-esquerda ou outra coisa qualquer que dê pelo menos aparência de esquerda...pois a esquerda é o oposto da direita)
ResponderEliminarBoa tarde,fiz link,como diz o João Rodrigues isto está tudo ligado,tinha terminado uma posta sobre o Rio da Direita e o que o JRA diz ajuda a compor a coisa,agradecido.
ResponderEliminarNem mais
ResponderEliminarQue se lixem as eleições!
ResponderEliminarO PS que se amanhe com a geringonça que montou..
Não tem que haver compromisso com esquerdalhada sem rumo nem juízo.
Quanto a propostas, até eleições que as faça o governo, a quem cabe essa responsabilidade.
Aos partidos cabe apresentarem-se a eleições com um programa de governo para o país. No parlamento, se não têm responsabilidades na fórmula governativa, cabe-lhes reagir e não agir.
Adivinhem as diferenças:
ResponderEliminar"que se lixem as eleições"
Passos Coelho, 23 de Julho de 2012, numa daquelas cenas acanalhadas a que nos habituou. Depois foi o que se viu. O que o tipo fez para manter o"pote" Até com a devolução da sobretaxa do IRS implementou a aldrabice e a batota. E andou quase uma legislatura com aquele ar de prima dona ofendida, a quem lhe roubaram o poleiro e as mordomias de classe
"que se lixem as eleições"
Jose,27 de Fevereiro de 2018 às 18:48
Isto, http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2018/02/contra.html, JRA, é tb um texto nessa ideia de compromisso. Um texto macio, a querer ser fofinho e amigo que não faz bem nenhum ao jornalismo.
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