Público, 24/2/2018
Nada se sabe o que pensa este "novo PSD". Aliás, já não se sabia o que pensava o "velho PSD". Sabia-se que ele defendia aquela política do Memorando que criou 1,5 milhões de desempregados, mas desde 2014, lá se foi ouvindo PSD e CDS dizer que, afinal, tinham sido obrigados a aplicar o Memorando negociado, sim, pelo PS. Por isso, quando se questiona um social-democrata sobre que reformas defende, apenas saem frases feitas. E Rui Rio não foi excepção. Ainda ontem à saída do Palácio de Belém, Rui Rio disse que "ninguém traz as reformas estruturais numa pasta".
Apesar disso, parece achar-se que "a cultura de compromisso" é positiva em si mesmo, independentemente do que se discuta. Como se houvesse vantagem na existência de uma união nacional em torno de qualquer coisa, desde que seja qualquer coisa. E arrisca-se - pelos actores em presença - a ser um "compromisso" em torno de uma aceitação ligeira e preguiçosa da pequena margem que as políticas comunitárias deixam à decisão nacional. Sem rasgo, sem imaginação, sem eficácia de fundo. Apenas uma fotografia para os telejornais.
A comunicação social alinha, aliás, muito rapidamente nesse apelo a um "compromisso", mas apenas a um certo "compromisso" vazio: durante a intervenção da Troica, repetiu-se - e repetiu-se! - a necessidade de um acordo entre os partidos do "arco-da-governação" (PS, PSD e CDS). Agora, os tempos são outros. Aqueles partidos foram despromovidos e passaram a "estes partidos do meio do sistema para não dizer outra coisa", como disse esta noite na RTP3 a Flor Pedroso. Mas a ideia é a mesma: fazer com que o PS fique preso à direita e rompa à esquerda.
Tudo deve ser feito para que o PS não tenha veleidades: nunca será permitido ao PS pensar de outra maneira que não seja este pensamento que outros definem para ele.
Não se entende a perplexidade.
ResponderEliminarQue o PSD é de Direita parece matéria estabelecida há muito tempo e sobre a qual sempre vi a esquerda muito segura do facto.
A partir daí o assunto é claro: o PS a chegar a consensos com a Direita só pode dar Direita, que o PS tem disso forte costela como se vem proclamando e verificando há mais de 40 anos.
Que uma esquerda com o Manifesto Comunista encasquetado nos cornos fique alarmada, só se justifica se tiver tido alguma deriva de fé em milagres.
Conformem-se com o facto de terem salvo o coiro ao Costa a troco de migalhas e deem-se ao incómodo de preparar a Revolução.
Ó Jose, o país não estava a definhar graças aos comunistas? Afinal, tal como o Passos, admites que passaste 2 anos a dizer disparates?
ResponderEliminarQuanto aos consensos, pensei que o consenso de empobrecimento permanente já chegava, mas parece que não.
Todo o mundo é composto de mudança.
ResponderEliminarMas aqui não se trata disto.Trata-se apenas de épocas diferentes: numa rufavam os tambores troikistas e jose sonhava com a vendetta contra Abri.
Agora trata-se de outra coisa. É preciso tão só encontrar munições contra uma denúncia concreta e objectiva de JRA. Mesmo que se tenha que atropelar e esconder o dito há bem pouco tempo. Vamos então ver onde e como se fala de direita e de esquerda
"Que o PSD é de Direita parece matéria estabelecida há muito tempo e sobre a qual sempre vi a esquerda muito segura do facto.
A partir daí o assunto é claro: o PS a chegar a consensos com a Direita só pode dar Direita"
Versão Jose, 26 de fevereiro de 2018 às 19:47
"Deves ser novato ou esquecido. A esquerda está no poder há 38 anos!"
Versão jose ( ou JgMenos) a 12/10/12 às 23:49
"Engano, há 40 anois que somos governados por variantes de esquerda".
Versão jose (ou JgMenos) a 15/10/13 às 22:54
A denúncia desta "cultura do compromisso" assumida por esta neófita cultora do compromisso, perturba jose.
ResponderEliminarE fica neste estado. Surge assim este seu palavreado tão florido como destrambelhado: "encasquetado nos cornos" , "coiro ao Costa"
Triste vocabulário. Triste volteio de 360º no entendimento do que é a direita e de quem nos tem governado
É mesmo necessário vender a alma ao diabo,esse famoso personagem que monta o imaginário duma direita e duma direita-extrema.
E é o que faz jose.
"É certo que, durante a campanha interna, Rui Rio já havia anunciado, com não poucos estilhaços polémicos, a orientação estratégica de, não sendo o PSD o partido mais votado ou não dispondo de uma maioria absoluta com o CDS, viabilizar um governo minoritário do PS com o assumido objectivo de o libertar da necessidade de compromissos com o PCP, o BE e o PEv.
Mas, apesar disso, não deixa de ser por demais significativo que, dois dias depois da eleição de Rio, venha logo puxar essa orientação para primeiro plano, ao declarar que « Da mesma forma que o Bloco de Esquerda e o PCP têm vendido a alma ao diabo, exclusivamente com o objetivo de pôr a direita na rua, eu acho que ao PSD lhe fica muito bem se vender a alma ao diabo para pôr a esquerda na rua”, afirmou Manuela Ferreira Leite, em entrevista à TSF».
Anotando-se de passagem o lugar cativo que o Diabo continua a ter no discurso de personalidades do PSD é pois de registar o que realmente rala o PSD e como é fraca a sua ambição política para as próximas legislativas embora o seu alvo principal seja compreensível porque confirma o que mais lhes dói, a saber, o peso ou influência da esquerda junto do governo minoritário do PS que o PSD pretende atrair para compromissos alternativos consigo"
(Vitor Dias)
E não, não são migalhas, embora as invoquem como manobra de pantomina É vê-los a enfardar, quais vampiros denunciados pelo Zeca. É o que querem e como querem.
Venha aí o diabo para o montarem ou para serem montados por ele
Que os outros definem para o PS ?
ResponderEliminarMas o PS sempre foi de direita, desde quando precisa ser obrigado a pensar á direita ?
A única coisa espantosa foi ter feito a geringonça, que mais normal seria aliar-se ao CDS - como já fez.
Aliás, o pensamento da maior parte dos líderes históricos do PS é igual ao do Passos ou do Portas.
Quando o Barreto fala é virtualmente indistinguivel do Portas.
A criação dos recibos verdes pelo Soares é de fazer inveja ao Passos.
Uma vez fiquei meia hora de boca aberta com uma entrevista do Almeida Santos que dizia que em Portugal os salários são... Demasiado elevados !
Ao ler a história do SNS descobri que aquilo tudo, a única grande obra de tipo socialista do PS, na verdade não despertou grande entusiasmo na maior parte dos seus líderes e alguns, como Vitor Constancio, até estavam contra.
Esta gajada precisa ser obrigada para pensar á direita ?
O que se passa na realidade ê que o Passos podia ter sido presidente do PS que ninguém notaria grande diferença.
Mesmo quando se governa à Direita o discurso tem sempre o léxico da esquerda, e no mínimo nunca falta o hino aos coitadinhos e ao saque a que tem algo de seu.
ResponderEliminarSempre haverá consolo para a esquerdalhada.
Ahhhh
ResponderEliminarMesmo quando se governa à direita, para este sujeito de nickname jose, é uma questão de discurso apenas. É só uma questão de léxico.
("O hino dos coitadinhos" é tão só o habitual papaguear das palavras daquele génio de nome passos coelho, a quem este jose tem a mania de imitar desta forma enjoativa e serôdia)
Pois é. Mas a realidade é mais forte do que estes contorcionismos de artista de circo, sem os ter no sítio para assumir o que andou por aí anos a espalhar.
É que no seu registo de salazarista enviuvado, frustrado e impotente, este jose andou por aí a espalhar que " a esquerda está no poder há 38 anos!"( desde o 25 de Abril) e "que há 40 anois que somos governados por variantes de esquerda".
Aqui não havia vestígios de léxico nem de discurso.Sonhava com a volta da versão adequada das balls de salazar. Era somente o assumir da postura ideológica de jose, para quem barroso ou portas, santana ou cavaco não passavam de variantes de esquerda.
Jose, um convicto e assumido.Em 2012.
As balls de salazar andam assim a par do carácter do mesmo. Anedotas escondidas em antros sujos.
ResponderEliminarJose bem os procura, mas sai-lhe furada a busca. E é aqui neste seu saracotear a tentar esconjurar a coisa, que vemos que afinal a sina de jose replica a sina de salazar.
Tanto num caso e noutro a busca continua infrutífera