terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Boa sorte, Mário


Se os sociais-democratas [os que ainda sobrevivem na Europa] querem mesmo reformar a zona euro, então têm de resolver um problema que os economistas (que não têm conflito de interesses) consideram insolúvel dentro de uma zona com moeda única: o agravamento dos desequilíbrios comerciais, e o consequente endividamento dos países menos desenvolvidos para com os mais desenvolvidos, seus credores, desde a entrada na zona euro. Toda a periferia da zona euro se desindustrializou a partir daí, e mesmo a França saiu prejudicada. A Alemanha acumulou excedentes (e portanto créditos) enquanto as periferias foram acumulando défices (e portanto dívida aos excedentários).


Sabendo nós, pela história económica e também por dolorosa experiência (os gregos ainda mais, porque quiseram fazer deles um caso exemplar para meter medo aos outros), que a redução dos salários não é uma solução estrutural, aliás não é solução para nada e só debilita o país, fico à espera da solução reformista dos sociais-democratas para este problema.

Entretanto, há uma coisa que os economistas (sem conflito de interesses) sabem: sem política cambial, sem política industrial, sem política comercial externa e sem política orçamental com moeda soberana, até hoje nenhum país se desenvolveu.

Acho melhor esperarmos sentados por essa reforma da zona euro. Boa sorte, Mário.

23 comentários:

  1. Boa tarde.
    Estando nós dentro da União Europeia essa política cambial e política orçamental com moeda soberana não é possível fazer ou estarei enganado ? O que vocês sugerem como alternativa ? Naturalmente a política de desvalorização salarial não é correta, embora tenha sido assim que a Alemanha atingiu baixos níveis de desemprego, salvo erro de 5%

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  2. Eu não desejo sorte a um tipo que nada mais vai ser que um fantoche e um vendedor de ilusões.

    Os sacrifícios que nos andam a ser impostos há muitos anos obrigam-nos a não ser ingénuos.
    O poder só cede quando nós enquanto povo exigirmos a mudança, enquanto nós não estivermos preparados mentalmente para exigir essa mudança, o poder continuará a ludibriar e a abusar.

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  3. The eurozone is celebrating the election of its first Eurogroup president from southern Europe. For his supporters, the appointment of Portugal’s centre-left Mário Centeno marks a victory against austerity policies in an institution that has dominated the make-or-break decisions in the eurozone over the past seven years.

    Giving the job to a minister from a former bailout economy and an anti-austerity Socialist party is certainly laden with symbolism. After all, the Eurogroup’s critics on the left have long accused it of having an institutional bias in favour of economic punishment and being captive to the interests of its largest northern European creditors (Germany, France, the Netherlands, and the rest).

    Mr Centeno, a 50-year-old Harvard-trained economist, ticks plenty of boxes (...). But his election is unlikely to hail any big cultural shift in the workings of the Eurogroup. It was an appointment, like so many others, which boiled down to naked political calculation in the eurozone’s major capitals. Mr Centeno is a president by accident rather than design.

    One natural successor to replace Jeroen Dijsselbloem was Spain’s experienced Luis de Guindos but he ruled himself out early in favour of an expected run at the job to become European Central Bank vice-president. Italy’s Pier Carlo Padoan, considered one of the strongest finance ministers in the bloc, was hampered by his country’s looming elections. Germany was never in the running for the role, while France’s Bruno Le Maire — touted as an early contender — cooled on the position as Paris eyes bigger political fish like the commission presidency.

    Such was the dearth of suitable candidates that there was even tentative talk about letting Mr Dijsselbloem stay on temporarily until Germany’s electoral picture cleared up.

    In the absence of alternatives, what remained was a last-minute race between four ministers from smaller eurozone economies — Luxembourg, Latvia, Portugal, and Slovakia. None of the hopefuls were considered obvious leadership material, but Mr Centeno emerged as the compromise candidate. For Paris, he can be an ally in attempts to drive forward ambitious integration in the euro, while for Angela Merkel, who is in the thick of coalition talks with the left, backing a socialist in Brussels will play well at home.

    As for Mr Centeno, his anti-austerity credentials should also be taken with a hefty dose of salt. Portugal’s left-leaning finance minister has overseen a fiscal consolidation effort that would make most Germans proud.

    On winning the presidency, the political novice stressed his job was to take a neutral role in discussions to come — over eurozone integration and Greek debt relief — rather than pushing the left’s traditional causes.

    His relative political inexperience (Mr Centeno has spent most of his career as an economist) may also suit powerful players like Germany who won’t be in a rush to speed up talk on bold eurozone design changes without a government in Berlin.

    Those waiting for a leftist revolution in the Eurogroup shouldn’t hold their breath just yet.

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  4. .... MAS QUEM É QUE DIZ QUE A ELEIÇÃO DE MÁRIO CENTENO VEM SALVAR O MUNDO!?!?... BOLAS, ESTOU FARTA DE COMENTÁRIOS DE TAL MODO BANHADOS PELAS TINTAS DAS ESQUERDAS "VERDADEIRAS" - QUE ESTÃO SEMPRE A DESCONSTRUIR QUALQUER "ABERTURA" DE ALTERNATIVA... O CAMINHO FAZ-SE CAMINHANDO, MEUS AMIGOS,E AS REVOLUÇÕES NOS TEMPOS QUE VIVEMOS SÓ PODERÃO FAZER-SE POR COMPROMISSOS FASEADOS!

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  5. Thank you for your comment!

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  6. De facto, a reforma da zona Euro é uma tarefa quase impossível. Mas mais depressa Mário Centeno é capaz de apresentar uma proposta com pés e cabeça do que são todos os seus críticos à Esquerda capazes de apresentar um plano para uma saída do Euro e da UE, renegociação da dívida que não implique medidas de austeridade e para a reindustrialização do País (seja lá o que isso for) que vá além das meras generalidades e banalidades, Jorge Bateira. Já andamos nisto há 5 anos e a argumentação, que se esperaria que se tivesse tornado mais fina, é rigorosamente a mesma. Será incapacidade ou falta de vontade de mostrarem a mão?

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  7. A solução que resta assenta na politica fiscal que é das poucas onde ainda temos alguma soberania. E que mesmo assim é muito limitada.
    Essa política tem resultados extraordinários e comprovados em países de pequena dimensão ainda mais periféricos do que o nosso. A Irlanda tem um salário mínimo de 1400 euros, taxa de desemprego baixa e crescimento do PIB superior ao nosso.
    Não sei se é um modelo sustentável mas também qual o modelo económico que é sutentável a longo prazo? O que é certo é que de um ponto de vista pragmático tem proporcionado aos Irlandeses uma qualidade de vida bem superior à dos Portugueses.
    Penso ainda que de um ponto de vista pragmático será difícil ter a esquerda a implementar uma política fiscal competitiva com a da Irlanda.

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  8. Não há razão para a Guia estar farta.
    Se há coisa que a comunicação social tem sabido fazer é demonizar, ridicularizar e reprimir aqueles que têm o mínimo de sentido crítico tanto em relação ao Euro como à União Europeia.

    O Ladrões de bicicletas é um dos poucos sítios em Portugal onde se discute economia real, os jornais em geral e especialmente os jornais económicos estão reduzidos a mera propaganda ao serviço dos mesmos do costume.

    Não vale a pena ficar irritada com aqueles que são críticos do projecto europeísta, eu sei que a intoxicação ideológica neoliberal dura há décadas mas no Ladrões, tanto os autores dos artigos como os (alguns) comentadores desses mesmos artigos resistem a falsos consensos com base na chantagem, no medo e desinformação da população.

    E a Guia não é obrigada a visitar o Ladrões, um sítio bom para si, muito cor de rosa, onde os textos não beliscam sensibilidades socialistas e europeístas é o http://geringonca.com/

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  9. Aliás, porque será que alguns se sentem tão incomodados com o que se vai escrevendo por aqui?
    O Ladrões, embora tenha sucesso enquanto blog, não deixa de ter um público bem mais limitado que as TVs e os jornais.

    Será que se incomodam porque, lá no fundo, sabem que se vai escrevendo algumas verdades inconvenientes e que essas verdades não são compatíveis com as crenças dominantes, logo, qualquer manifestação desses pontos de vistas contrários provoca calafrios àqueles que não ousam questionar essas mesmas crenças? ...

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  10. A reforma da UE proposta por Macron é, muito provávelmente, um nado-morto.
    A tramóia é tão transparente que é confrangedor: Macron fez as contas à natalidade francesa e alemã e concluiu que a longo prazo a França vai ser o país mais populoso da Europa o que aliado à densidade técnológica francesa criará condições para estabelecer a supremacia da França numa "união" mais integrada.
    Por outras palavras, Macron aposta na arma demográfica a médio/longo prazo.
    Esquece Macron que, se continuar a precarizar ainda mais o emprego e reduzir os apoios sociais isso se vai inevitávelmente reflectir-se negativamente na taxa de natalidade, criando para a França um problema que não tinha e hipotecando os sonhos de grandeza a longo prazo.
    Se Macron fosse mais esperto seria mais prudente até vista a forma como a Alemanha deu a volta ao Euro (que foi originalmente engendrado com o propósito de manietar a Alemanha monetáriamente) subvertendo as regras e virando-as a seu favor.
    A cartada dos refugiados era já uma forma de tentar inverter a tendência demográfica alemã, mas está a sair o tiro pela culatra espectacularmente (AfD, terrorismo, etc.).

    A única possibilidade de êxito de Mário Centeno seria demonstrar as vantagens para os países "do centro" em adoptarem políticas mais expansionistas que reduzam o diferencial de competitividade em relação à periferia. O grande obstáculo é que aquilo que seria bom para o povo alemão no seu conjunto é mau para os "onepercenters" alemães que dominam o discurso e os partidos que vão do AfD até ao SPD passando pela CDU/CSU e FDP. Portanto o terreno está minado e durante muitos anos não se ouviu outra coisa que não fosse choramingar baba e ranho pelas poupanças dos velhinhos alemães e pelas baixas taxas de juro. Claro que a realidade é outra, e as "poupanças dos velhinhos" são os gordos proventos das exportações dopadas por um Euro artificialmente subavaliado. Portanto não parece que Centeno consiga desvalorizar as "poupanças" aos "velhinhos alemães".

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  11. Alegria meus caros, a UE, tal como mencionava Schiller precisa de Alegria na União dos Povos da Europa. Para vos inspirardes: https://www.youtube.com/watch?v=8ZRWW79Mypc
    Cumprimentos aos autorores do LdB
    um leitor assíduo

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  12. Alguém falava na alegria, mítica, da União dos Povos... Sugiro, para que a ignorância não alastre, em termos execráveis, a consulta, do relatório da OCDE sobre a Felicidade das pessoas. Em Portugal conseguimos 1.4 de 0 a 10... Chama-se satisfação pessoal, a disciplina chama-se Economia da Felicidade, e o endereço para todos os que não querem saber da realidade para nada é: http://www.oecdbetterlifeindex.org/pt/paises/portugal-pt/

    "A Verdade é o grito de muitos mas o jogo de poucos!"

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  13. O hino da UE com um toque de Riefenstahl fica muito mais realista:
    https://www.youtube.com/watch?v=K_YZwEms2rE

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  14. "Já andamos nisto há 5 anos e a argumentação, que se esperaria que se tivesse tornado mais fina, é rigorosamente a mesma. Será incapacidade ou falta de vontade de mostrarem a mão?"

    Não. Andamos há muito mais tempo nisto.

    E para todos os efeitos a argumentação não tem que se ter tornado "mais fina" . Ou melhor, não depende da espessura desta a sua maior ou menor justeza.

    Tal como o argumento contrário poderia ser aduzido. Andamos há tanto tempo nisto e os europeístas ainda não conseguiram dar a volta ao seu discurso e mostrar a mais valia do seu projecto.

    Pelo contrário , o que assistimos é a um lento mas paulatino desmistificar desta coisa duma europa que nos corta a soberania e que se edifica em torno dos grandes potentados económicos.

    Veja-se o que fizeram com a Grécia e o que nos tentaram fazer a nós

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  15. É de toda a justeza dar os parabéns ao autor do post e a alguns dos comentadores que permitiram o enriquecimento do debate.

    Jorge Bateira é particularmente feliz quando desmistifica a esperança numa renovação da UE a favor dos interesses das nações menos desenvolvidas e dos seus trabalhadores. E é-o porque ao mesmo tempo que o demonstra, mostra que não há nada de pessoal contra Centeno ou contra a sua pessoa em particular, mas sim contra a cegueira dum projecto europeísta posto ao serviço dos potentados e dos grandes interesses. E para cujo combate Centeno será completamente impotente e perfeitamente cilindrado. E ainda será usado como álibi.

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  16. O texto aí em cima escrito em inglês é de Mehreen Khan e apareceu no Finantial Times.

    Repare-se como é medíocre a discussão sobre este assunto nos jornais ditos de referência cá do burgo.

    As crenças dominantes começam a ser abordadas também de outros lados, a mostrar afinal que o rei vai nu e que o que se debate merece muito mais do que a superficialidade do discurso laudatório pueril

    O LdB mostra também aqui que tem um papel insubstituível nestas questões

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  17. Muito boa a achega do comentário das 14 e 54.

    Pela sua própria mais valia.

    Mas também pelo contraponto com um video anódino colocado aí em cima (com uma tradução a despropósito do poema de Schiller) e com um comentário ainda mais a despropósito, a raiar quase a patetice, sobre a "economia da felicidade"

    O que se faz para não se debater o que se debate

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  18. "UE a favor dos interesses das nações menos desenvolvidas e dos seus trabalhadores"

    refere-se aos trabalhadores da Albânia, Sérvia, Bielorrússia ou Turquia, que por não estarem na UE são dos mais felizes do mundo? Como será por lá o sindicalismo ou os direitos do proletariado? Evocar a Noruega e Suíça não vale, é jogo sujo, os primeiros têm petróleo, os segundos têm bancos. Portugal sem a UE era mais ao nível da Argélia! Ou Rabat, o Costa esteve lá recentemente!

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  19. "A reforma da UE proposta por Macron é, muito provávelmente, um nado-morto."

    Já o Marxismo, como a história demonstrou, é apenas um aborto!
    E já agora, o vocábulo adverbial "provávelmente" não leva acento gráfico. Acontece aos melhores!

    Centeno pelo menos demonstra alguma responsabilidade orçamental, princípio que profundamente desprezeis.

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  20. Deveriam ensinar essa coisa da "responsabilidade orçamental" aos patetas que receberam a governação do país com um déficit de 96% do PIB e o deixaram com um défice de 130%.

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  21. O "Rui dos Santos", o das odes à alegria em tons de germanófilo impenitente, denigre Beeethoven e Schiller.

    Denigre a cultura dos povos e o património da humanidade. Colateralmente denigre a inteligência dos demais.

    Há algo de profundamente patético em quem nem sequer percebe o que se diz quando se fala na impossibilidade duma "renovação da UE a favor dos interesses das nações menos desenvolvidas e dos seus trabalhadores". E fazendo-se de idiota (ou não) investe em direcção à Albânia, Sérvia, Bielorrússia ou Turquia, ignorando do que se fala e de que espaço se fala.

    Não contente com tal espectáculo envereda depois por um lastimoso e lastimável "não vale, é jogo sujo". A que se segue um desvio até a Argélia e Rabat, não resistindo depois à nomeação de Costa, daquele jeito dos pafistas desabridos e inquinados.

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  22. O sentimento de desconforto agrava-se quando lemos as fífias do referido sujeito sobre os abortos ou as suas cómicas correcções sobre os acentos gráficos. O que interessa no comentário do anónimo em causa são outras coisas a que o "Rui dos Santos" não alcança. Pavlovianamente desvia o assunto para. Ignorando os seus múltiplos privados erros e as correspondentes correcções. Ele, logo ele que contava a população emigrante fazendo o somatório dos residentes ano para ano, até atingir valores enormes, correspondentes à sua ignorância.

    Mas o sentimento de incómodo acentua-se quando sabemos que o Rui dos Santos é o novo nick de João Pimentel Ferreira

    À segunda com o nick de Aonio Eliphis. À terça usa o de Tiago. À quarta reestrutura-se e surge com o nick de Pedro. À quinta pede mais e usa o dum anónimo. À sexta salta o nosso conhecido anti-aborto regimental, o Rui dos Santos

    Ao fim-de-semana queria assinar como João Pimentel Ferreira, mas falta-lhe a coragem para o fazer

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  23. ( Sobre o aborto escrevia há uns meses o referido "anónimo " das 23 e 36:

    "Um aborto também é um esquema materno para matar um bebé".

    E concluía:

    "Matar um bebé com o consentimento legal do Estado, é de facto, abjecto"

    Estamos a ver assim que abortos gasta este tipo)

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