De acordo com os dados finais provisórios das eleições angolanas, o MPLA obteve 150 lugares na Assembleia Nacional de 220 membros, o que lhe permite obter à risca uma maioria parlamentar qualificada de 2/3. Com isto fica em condições de tomar decisões estratégicas - incluindo alterar a Constituição - sem negociar com a oposição. Esta era a vitória mínima que o partido no poder em Angola necessitava para poder continuar a governar o país como tem feito até aqui - ou seja, num regime político que é multipartidário na forma, mas de partido único na prática.
A julgar pelo tom da imprensa portuguesa, agora só resta desejar ao novo parlamento e, em particular, ao putativo presidente João Lourenço, toda a inspiração e sucesso para a nova legislatura, esperando que dela resulte um país mais próspero, mais justo e mais estável.
Acontece que está longe de ser claro que a extensão da vitória do MPLA anunciada pela Comissão Nacional Eleitoral corresponda aos resultados efectivamente obtidos nas urnas. Vários observadores internacionais (incluindo os deputados portugueses lá presentes) deram conta do bom funcionamento das mesas de voto), mas não se pronunciaram acerca do processo de contagem desses votos.
Sobre isto, há vários sinais que suscitam inquietação.
No dia posterior às eleições o porta-voz do MPLA apressou-se a declarar que estava à beira da maioria qualificada, antes ainda de a CNE apresentar quaisquer resultados parciais. Pouco tempo depois, a porta-voz da CNE legitimou os dados apresentados pelo MPLA, sem que porém estivesse na posse oficial dos resultados do escrutínio nas várias províncias. Isto levou os Comissários nacionais da CNE a convocar uma conferência de imprensa (que não foi exibida pelas televisões do regime - TPA e TV Zimbo) para se demarcarem dos resultados apresentados pela porta-voz da CNE.
O anúncio de resultados oficiais que concedem ao MPLA a vitória desejada pelo partido (por uma margem muito próxima do limiar mínimo) sem que sejam cumpridos os trâmites processuais previstos, suscitam desconfiança e perplexidade não apenas entre os partidos da oposição, mas também em organizações da sociedade civil angolana que se organizaram para acompanhar o processo eleitoral.
Aproveitando a difusão generalizada de telemóveis, smartphones e redes sociais em Angola, tanto os principais partidos da oposição (UNITA e CASA-CE) como organizações não partidárias (ver, por exemplo, aqui: https://www.facebook.com/lumessu/) apelaram aos eleitores para que aguardassem junto das assembleias de voto até que fossem afixadas no próprio local as respectivas actas-síntese, fotografando-as e enviando-as depois por internet para os centros não-oficiais de contagem. Isto permite confrontar as somas dos votos contadas a partir da base com os resultados anunciados pela CNE.
Havendo mais de 12 mil mesas de voto no território angolano, a contagem de votos por estes meios alternativos não é expedita, mas está a ser feita. Os dados ainda muito parciais que têm sido disponibilizados apontam para resultados muito inferiores para o MPLA. Embora se apresente, em geral como primeira força política, segundo alguns dados disponíveis o partido no poder poderia não chegar a obter metade do deputados da Assembleia Nacional (o que não impediria a eleição de João Lourenço para a Presidência da República, mas obrigaria o MPLA a negociar com a oposição em várias frentes de governação).
Em vez de se apressarem a dar as eleições angolanas como encerradas, os órgãos de comunicação social e as autoridades portuguesas deveriam aguardar pelo esclarecimento das dúvidas que estão a ser levantadas, que desta vez têm por base evidências palpáveis.
Não está aqui em causa interferir na soberania democrática angolana. Trata-se apenas de assumir que a democracia angolana existe de facto, mas não se limita às instituições governamentais que controlam o processo com níveis insatisfatórios de escrutínio. Há outra parte da democracia angolana, incluindo várias iniciativas da sociedade civil (muitas da quais que merecem inclusive a simpatia de alguns membros do partido no poder), que se esforçam para dar dignidade à democracia em Angola.
A atitude condescendente com que muitos partidos e órgãos de comunicação sociais portugueses têm tratado ao longo dos tempos as eleições em Angola (seja por considerarem que em África não é possível fazer melhor, seja por que consideram que não há alterativa ao MPLA para manter a estabilidade governativa em Angola) pouco tem contribuído até aqui para aquilo que os angolanos afirmam sempre ambicionar: desenvolvimento económico e social, distribuição equitativa de recursos, e estabilidade.
Verdade, honestidade e sensatez de análise. Como sempre...
ResponderEliminarUma um célebre expressão do "Quanto pior melhor".
ResponderEliminarSendo verdadeiros alguns dos episódios, calados ou amplificados consoante as conveniências, são de fazer ranger os dentes a qualquer um de nós com um mínimo de valores e entendimento das forças e interesses em disputa, seja em Angola, ou na Venezuela, no Iraque, na Líbia ou na Síria. Conhecendo o que conhecemos hoje, ninguém tem dúvidas que, no caso do povo iraquiano, líbio e sírio, era mil preferível a situação anterior que a atual.
Vivi nos anos 90 uns tempos em Angola e o que vi e senti uma miséria material ao lado da opulência. Angola tem recursos para cada um dos angolanos viver com boas condições de habitação, de educação e saúde. Mas em muitas outras realidades não é muito diferente de Portugal. Lá como cá o sonho sonhado com a Revolução também foi desvirtuado. Vezes de mais quem tem o poder exerce-o para o manter em seu beneficio, ou em beneficio de quem os instrumentaliza. Lá como cá. Lá não é mais condenável que cá.
Sucessivas gerações e principais quadros angolanos estiveram envolvidos e cresceram na brutalidade da guerra, da guerra colonial e da civil demasiado fraturante. Isso foi até há pouco mais de 25 anos. Viam-se em muitos dos jovens quadros a vontade de construir uma sociedade mais justa e desenvolvida, mas inexistiam lá, como falta cá, massa crítica, educação e cidadania, e desse ponto de vista tão ou mais chocante o que acontece por cá atendendo ao nosso processo dito democrático, para não falar nos episódios estonteantes e inenarráveis do ponto de vista da gestão dos grupos económicos que o Estado (nós todos pagamos) desenvolveu e de apropriação da riqueza dos portugueses que complacentemente resignamos.
É verdade que dou como comigo a pensar num outro paralelo. Não me identifico há muito com a política "social-neoliberal" do PS. Mas, esse facto, nas atuais circunstâncias, e depois da destruição ocorrida nos últimos anos (pela o PS foi também responsável), devo mandar abaixo o governo da geringonça e a Assembleia da Republica? ou recusar-me a participar na elaboração e na melhoria de um orçamento que tem em grande parte como objetivo agradar aos ordoliberais europeus?
O processo angolano é complexo, agravado sobretudo por ser um país rico em recursos que pode dar dinheiro a muita gente no exterior de muita maneira: pela venda de armas, pela apropriação de recursos ou obras públicas. Outro galo cantaria se fosse a Guiné de que não se fala. É possível fazer melhor em Angola? É(!), apesar de não acreditar que no curto prazo a situação melhore muito. Deixe-se no entanto que o governo que os angolanos acabaram de eleger o prove.
A pressa e a leviandade de certos comentários e posições estratégicas de alguns setores portugueses tem dado os resultados que estão à vista, como nos casos acima referidos entre outros, na destruição da esperança de tantos povos, estabilidade e paz mundial.
Estou certo que quem tem sido cauteloso nas posições, não o faz em subserviência ao governo angolano, mas por princípio e desejo de um mundo melhor para todos.
Está certo.
ResponderEliminarTudo que leve ao fim da bandalheira dos generais é boa notícia.
O risco maior é aumentar o número de comedores.
Não interessa quantos votam nem como votam, interessa quem controla os resultados. Sabemos bem como isso foi em Portugal durante a ditadura,Humberto Delgado ganhou, mas o regime atribuiu a vitória ao corta-fitas. Em Angola quem controla a CNE é o MPLA. É difícil de entender a posição dos deputados portugueses, que foram como " observadores" , e pelos vistos não observaram nada.....
ResponderEliminarAngola será uma maravilha quando forem os eleitores e os comentadeiros portugueses a decidir em quem votarão... os eleitores angolanos...
ResponderEliminarMais uma vez se comprova que isto de ir a votos é maravilhoso... quando ganham aqueles que nós queremos que ganhem, não é? Estou eu muitíssimo longe de ser um acérrimo defensor das políticas e da praxis do atual MPLA. Contudo, não deixa de ser curioso que aqueles que hoje abominam o MPLA são os mesmíssimos que já o abominavam quando ele era marxista e relativamente honesto. Nesses tempos ainda recentes, berrava essa gente por democracia ao mesmo tempo que viajava na "Jamba Tours" para ir conviver, sob a amiga tutela do regime do apartheid, com o grande democrata Jonas Sidónio Malheiro Savimbi. Depois de privar com tão recomendáveis companhias, continua essa gente - sem um pingo de vergonha na cara nem um sussurro de desculpas - a tentar ensinar à grei angolana o que é a verdadeira democracia. Mais: não é raro constatarmos que aqueles que se opõem à corrupção do M em Angola são os mesmíssimos que galhardamente se bateram, do quentinho dos seus sofás, contra a "corrupção" do PT brasileiro e ora se opõem à "corrupção" e à "ditadura" de Maduro. E nem vale a pena falar na ansiada e ardentemente apoiada "democratização" do mais próspero país africano - a Líbia.
Uma última perplexidade me assalta: que raio de homérica miopia leva o geral luso comentador a abespinhar-se com as políticas idiossincrasias angolanas e, ao mesmo tempo, a manter um total mutismo face ao paraíso democrático moçambicano, onde jornalistas são abatidos como cães em plena via pública e em plena luz do dia?
Pois é, Herr José, "bandalheira" só rima com "generais" em português de Angola... Já em português do Brasil, "generais" rimou sempre com "ordem" e "prosperidade". Por um terceiro lado,e em português de Portugal, "generais" rimou, durante treze de uns longuíssimos quarenta e oito anos, com "Angola é nossa!". Bons tempos, Herr José, bons e saudosos tempos em que se não deixou nas imundas e corruptas mãos da pretalhada as riquezas que, está bom de ver, eles - coitadinhos - não saberiam como gerir.
ResponderEliminar(Jose ficou alerta.
ResponderEliminarEssa dos comedores satisfaz-lhe os instintos de gula. Estará já a pensar nas informações aos possíveis credores?)
Um excelente, muito excelente comentário de Mário Reis. Chapeau
É impressão minha, ou o Ricardo Paes Mamede, está disposto a aceitar e propagandear que a contagem paralela de votos feita pelos "tradicionais democratas" da UNITA ou de "afins" é mais honesta do que a dos "bandidos" do MPLA? Se sim, digam-no abertamente pois assim ficaria explicada muita coisa como , por exemplo, porque denunciam o "bandido" Maduro, não só esquecendo que a única alternativa viável a ele, é a direita golpista, mas pior do que isso, não apresentando qualquer crítica ideologicamente construtiva do governo do "bandido"...
ResponderEliminarSim, o MPLA é um bando de corruptos e tudo o mais que quiserem apontar, mas qual é a alternativa? A UNITA? A CASA? Basta seguir a trajectória política do líder da CASA para saber o que esperar deles. Da UNITA o que há a dizer que ainda não foi dito? Os primeiros, pelo menos saqueiam para eles e para os seus familiares e amigos. A UNITA e a CASA, não deixarão de fazer o mesmo e acabarão por abrir as portas aos seus amigos do exterior - porque julgam que certas personalidades incomodadas com a corrupção em Angola são alvo e aceitam, toda e qualquer condecoração dos EUA?
Agora é que o caro António Vaz acertou milimetricamente no alvo... Anda muito boa gente neste país a tentar convencer o próximo de que as suas profundíssimas e muitíssimo internacionalistas convicções democráticas a faz perder dias, meses e anos de sono com as tribulações do seu muito amado povo angolano. Lol!!! Para além do facto inusitado de a pobreza longínqua lhe provocar o crónico incómodo que jamais lhe provocou a pobreza mais próxima (nunca se lhe ouviu um bocejo de lamento que fosse pela sorte dos dois milhões de portugueses que vivem na miséria), a coisa ou cheira a voluntariosa e ignorante idiotia (é o bem vindo lastro contributivo "de esquerda" que a direita supranacional e aguerridamente neocolonialista agradece, como agradecidamente sempre desse lastro se serviu fosse na Jugoslávia, no Iraque, no Afeganistão, no Sudão, na Líbia, na Síria, no Brasil ou na Venezuela)ou é máscara de quem enormemente se enoja perante a odiada identidade do ator do roubo, mas que se não repugna com o ato de roubar em si mesmo. Fossem eles os principais beneficiários da roubalheira angolana e logo enxergariam o povo angolano - ainda que mais desgraçado do que agora é - a viver no paraíso. Aquela minha anterior referência a Moçambique quis, nesse campo das hipocrisias cara de feijão-frade, dizer alguma coisa: tudo corre na santa paz de Deus quando os mesmos do costume metem a mão em 99% do kumbu...
ResponderEliminarOs mesmos que acusam - sem hipótese de recurso - José Eduardo dos Santos de "ditador" são sensivelmente os mesmos que cognominam o torcionário Paul Kagame de filantrópico democrata... Haja paciência!
O excelentíssimo Ricardo Paes Mamede desculpar-me-á a falta de urbanidade, mas essa da "condescendência" com que certas forças políticas e órgãos de informação têm tratado a situação angolana tirou-a o senhor de onde?
ResponderEliminarSó um extraterrestre ou alguém atacado por narcolepsia nos últimos quarenta anos não chegará à conclusão de que a quase totalidade das gentes políticas e media portugueses tem um ódio figadal ao MPLA. Mais: tem ao MPLA de hoje, teve ao MPLA de antanho e, pelos vistos, perpetuamente terá aos sucessivos MPLA que forem surgindo. Bem sei que há uns quantos senhores e umas quantas senhoras que, devido a questões de proveitosos cabedais, fingem agora gostar de peixe quando, na verdade, do que sempre gostaram foi de carne (de galo tenrinho, mais precisamente, ou de um seu qualquer sucedâneo). Contudo, não nos deixemos enganar, pois do que eles gostam verdadeiramente é de comer fácil e fartamente da fazenda alheia e, se hoje o seu palato de aluguer pragmaticamente se conforma com a ração de peixe, amanhã voltarão a virar o fato de jantar e comerão sofregamente carne...
Herr José só uma coisa lamenta: não poder retornar aos tempos em que os "comedores" eram exclusivamente brancos e oriundos das mais diversas províncias metropolitanas onde, diga-se, reinavam opíparos hábitos gastronómicos e a fartura em geral. Essa malta só ia "comer" para Angola - sofrendo galhardamente as moléstias da malária e do insalubre clima - porque era dada às aventuras do turismo exótico...
ResponderEliminarA ideologia de esquerda é um mundo de automatismos inevitáveis que conduzirão ao Bem, e quem proclamar tais dogmas merece toda a tolerância para instituir umas etapas intermédias, sejam elas o peculato mais assanhado ou a mais bárbara ofensa das liberdades.
ResponderEliminarÉ evidente que nada mais eficaz para que tal tolerância seja inquestionável do que definir um inimigo principal.
A partir daí, toda a barbárie que se proclame inimiga do inimigo principal e conserve o léxico da seita, alcança a benevolência plena.
É evidente que uma civilização que se funde no princípio de que a ninguém compete definir o Bem e que a melhor hipótese de a ele se aproximar é manter todo o poder sobre livre escrutínio e chamar ao voto quem a esse poder estiver sujeito, é em final o inimigo principal.
Acontece que uma tal civilização se construiu sobre o capitalismo, e sempre é a esse seu fundamento que o ódio da seita se dirige.
ELOGIO AO JOSÉ
ResponderEliminarDecididamente o José tem uma coisa fixe; é um reaccionário assumido e consciente, nunca desilude.
Por exemplo, o Ricardo Paes Mamede pode nos surpreender, mas o José não. Como uma bússola ele defende sempre o caminho para o passado, defende os interesses mais negros que se movimentam na sociedade.
Em relação a Angola ele sabe que o seu inimigo é o MPLA, mesmo que aquele movimento esteja cheio de gente que podia andar a seu lado, mas ele sabe que o MPLA tem uma história, tem uma cultura a que não renegou e isso, para os interesses da sua casta é perigosíssimo, pões pode de um momento para o outro surgir de lá um futuro melhor para os angolanos. O José sabe isso e tem medo.
A.Silva
Valha-lhe essa qualidade.
A.Silva
Olhe, caríssimo Herr José, é essa "civilização" a que, com desvelo, se refere - orgulhosamente instituída sobre o capitalismo - aquela mesma que, durante séculos traficou escravos, praticou a limpeza étnica e extinguiu povos inteiros, roubou o resto do mundo e sobre esse colossal roubo construiu a sua imensa prosperidade e, na cega corrida para o seu próprio fim e no terminal paroxismo da sua longuíssima tradição colonial, brindou o planeta com duas guerras mundiais, com os campos de concentração nazis (mas não só...) e com o genocida massacre de Judeus, Eslavos e Ciganos? É? Então tem o senhor toda a razão em proclamar aos sete ventos o seu inteligente orgulho por essa "civilização"...
ResponderEliminarAs civilizações valem pelo que alcançam não pelo que fizeram no passado.
ResponderEliminarÉ agora moda condenar o capitalismo por todo o passado do mundo, sinal evidente que é mais difícil ataca-lo pelo que está alcançado e pelo que se assegura poder alcançar.
Reacionários são os que a esse progresso provável acenam com utopias cujos ensaios são desastres humanitários e dramática regressão de valores básicos de respeito pelo Homem. Os últimos regimes em que o estatuto de escravo era institucionalmente organizado invocavam o socialismo, e chamarem-lhe reeducação, como em alguns casos fizeram, só eleva o seu nível de perversão. E tenham em conta que o Hitler além de racista também se dizia socialista e disso de largas provas à sua 'raça' (até inventou o 13º mês!).
Reacionários são essa cambada de cretinos que negam a ciência para construir igualdades fictícias que exaltam como um valor supremo.
Reacionários ao progresso são os que definem a mediocridade do rebanho como a alternativa desejável ao que chamam o mal da individualização.
Por hoje, disse, estou de férias!
Voltou a esquecer-se da medicação, caríssimo Herr José? Ou aproveitou as férias para abusar do ácido pastilhame à beira do Atlântico?
ResponderEliminarDisse o jose e disse porque está de férias.
ResponderEliminarE o que temos nós com as férias deste tipo?
Mais. Fala as barbaridades em anexo e depois "escapa-se" com o argumento das "férias"?
Vomita os maiores disparates, cita hitler mais o seu socialismo, pragueja contra o 13º mês ( ou ele não fosse patrão e até perito patronal) e depois acena com a mão num trejeito dúbio e diz que "está de férias"»
Ó jose aquele sacana sem lei que admira, o salazar convivia alegremente com Hitler. Até lhe imitava o levantar da mão na saudação típica. E agora vem falar assim do amigo do amigo do seu amigo?
Não tem vergonha
Pérolas:
ResponderEliminar"As civilizações valem pelo que alcançam não pelo que fizeram no passado".
Mas o que as civilizações alcançam não são fruto do que fizeram? No passado e que se projecta no futuro?
Mais pérolas:
ResponderEliminar"É agora moda condenar o capitalismo por todo o passado do mundo"
Por todo o passado do mundo?
Mas ninguém terá dito a este tipo que o passado do mundo ultrapassa e em muito o capitalismo?
Pensará que no tempo em que um nobre explorador de escravos coleccionava arbitrariedades e pulhices humanas estava já no capitalismo?
Será agora moda usar esta argumentação de miúdo ignorante ou de senil declamador?
Mas a este trejeito segue-se outro em forma de ladainha:
" sinal evidente que é mais difícil ataca-lo pelo que está alcançado e pelo que se assegura poder alcançar."
Isto é uma reza? Um mal estar envergonhado a suplicar que lhe atentem na fé e escondam os factos?
Ou apenas uma terna cumplicidade com esta miséria de sociedade?
Herr jose evoca os escravos.Tenta invocá-los mas não sai obra asseada.
ResponderEliminarNão se sabe se eleva o seu nível de perversão. Atrapalhado pelo seu nível de erudição, vê este ser desfeito perante a invocação de Hitler ( repare-se que aqui não é evocação)
E diz que Hitler se dizia socialista
Mas ninguém terá dito a este tipo que também Sá Carneiro o dizia? Tal como aliás muitos miseráveis bufos e colaboradores do antigo regime?
Mas ninguém terá dito que não é o que as pessoas dizem que são, que faz das pessoas o que são?
Herr jose naqueles seus célebres elogios a Pétain estava implícito o elogio a Hitler quando mandou executar milhões de comunistas, ciganos, judeus?
Até às 04:57 de hoje ninguém diz nada que possa aproximar-se de um contra-argumento,
ResponderEliminarVou a banhos.
E chama o caríssimo Herr José "argumentos" ao chorrilho de delirantes dislates com que anteriormente nos brindou? Este Herr José é verdadeiramente impagável...
ResponderEliminarPois é,caríssimo anónimo, esta colecção de delirantes dislates apresentados como "argumentos" pelo jose é motivo de alguma perplexidade e galhofa.
ResponderEliminarAtente-se contudo que há certos hábitos que não se esquecem. E o esquadrinhar temporal, os contornos de "vigilante" atento e venerado aos horários e movimentações dos outros fazem lembrar os bufos de outros tempos.
Há algo de elucidativo em tudo isto já que não é a primeira vez que saca do relógio e se assume como candidato a.
Uma má notícia herr jose. Pelas 4 e 57 e a qualquer hora do dia. Pelo que há que deixar esses tiques de proto-censor revisitado.
Não pode passar sem referência a invocação de Hitler.
ResponderEliminarNão pela tentativa de o associar ao socialismo ( isso só mesmo os amigos envergonhados mais extremistas, com dificuldades sérias em debitar algo de racional), mas na forma como tenta vender a ideia de um hitler que deu "largas provas à sua 'raça' "(até inventou o 13º mês!).
A constatação que se põe de imediato é que para este jose o grande horror do dirigente nazi foi ter "inventado" o 13º mês ( pode sair um ponto de exclamação a pedido do próprio jose?)
Ora esta questão levanta dois problemas:
-Por um lado que este Jose se posiciona ao lado dos seus , dos seus interesses de classe, dos patrões assim medíocres e caceteiros. O 13º deve constituir fonte de pesadelos para quem quer aumentar sempre a sua taxa de lucro à custa da exploração dos demais-
-Mas por outro ajuda a criar um "mito" à volta do nazi, como criador de algo que efectivamente não "inventou" ( paleio encontrado em escassos sítios,mas sobretudo nos blogs neo-nazis). E contribui para apresentar hitler como protector do trabalhador e da sua raça.
Numa vulgar wikipedia apenas um pouco das relações privilegiadas de Hitler com o patronato.
ResponderEliminar"Na Alemanha nazi foram extintos os sindicatos, contratos colectivos e o direito de greve. Os sindicatos foram substituídos pela Deutsche Arbeiterfront ou Frente Alemã do Trabalho, chefiada por Robert Ley, que admitia assalariados e empregados e também patrões e membros de profissões liberais, tornando-se a maior organização partidária da Alemanha com 25 milhões de membros. A renda anual das contribuições obrigatórias dos operários para Frente do Trabalho chegou a US$ 160 milhões em 1937 e US$ 200 milhões em 1939, somas exorbitantes para a época. Na realidade a Frente do Trabalho não defendia realmente os operários, o seu objetivo, conforme a lei, não era proteger o operário, mas "criar uma verdadeira e produtiva comunidade social. (…) Sua missão consistia em verificar se todo indivíduo seria capaz de (…) realizar o máximo de trabalho possível". A Frente do Trabalho não era uma organização independente, mas subordinada ao partido nazi, que conforme a lei de 24 de outubro de 1933 deveria ser formada por funcionários do partido, da SA., SS., ou outros órgãos nazis
A Lei Reguladora do Trabalho de 20 de janeiro de 1934, chamada de Carta do Trabalho, cedeu vastos poderes ao patrão, convertendo-o no "líder da empresa" e os empregados nos "subordinados" ou Gefolgschaft. O parágrafo 2º dizia que "o líder da empresa tomava as decisões pelos empregados e trabalhadores, em todas as questões relacionadas com a empresa", também estabelecia que o líder da empresa fosse "responsável pela situação dos operários e funcionários", estipulando também que "os funcionários e trabalhadores devem-lhe [ao líder da empresa] fidelidade".
Os salários dos operários eram fixados pelas juntas de trabalho, nomeadas pela Frente do Trabalho, que geralmente adotavam os valores de acordo com os desejos do patrão, sendo que os operários não eram consultadosHitler era favor da conservação dos salários baixos, tendo declarado no início do regime nazista "não permitir nenhum aumento do valor do salário-hora, mas elevar o rendimento somente por um aumento da atividade".[8] Os salários da Alemanha, levando em conta o custo de vida e os serviços sociais sempre foram baixos se comparados aos dos Estados Unidos na época. No governo nazi, eles baixaram ligeiramente mais. De acordo com o Departamento de Estatística do Reich os salários dos trabalhadores especializados diminuíram de 20,4 centavos por hora em 1932 — no período da Grande Depressão — para 19,5 centavos em 1936. O salário para o trabalho não-especializado caiu de 16,1 centavos para 13 por hora. Os operários também pagavam pesados impostos de renda, contribuições obrigatórias para enfermidade, desemprego e seguro contra incapacidade, e das quotas da Frente do Trabalho, o operário também era pressionado para fazer contribuições para diversas obras de beneficência
A participação dos operários alemães na renda nacional caiu de 56,9% em 1932 para 53,6% em 1938. A renda do capital e das empresas cresceu 146%.
Da mesma forma que ocorria com o agricultor, surgiram leis, começando pela de 15 de maio de 1934, que restringia severamente o operário industrial para se transferir para outro emprego. Em 1935 foi instituída a carteira de trabalho, sendo que nenhum operário poderia ser contratado sem possuí-la, a carteira informava ao patrão todos os dados simples e empregos anteriores do operário e também, se o operário quisesse mudar de emprego, o patrão poderia reter sua carteira, impedindo-o de empregar-se legalmente em outro local"
Hiter e a sua raça
A forma como este jose foge tomou nos últimos tempos aspectos curiosos:
ResponderEliminarVai "a banhos". ( esta quando lhe falam que a assumpção "socialista" era um lugar-comum após a derrota da extrema-direita em 1974)
Ou vai " de férias"
Ou vai "regar ou mandar regar a horta"
Ou vai encontrar satisfação com a pobre pileca
Ou vai para a piscina ao fundo do "quintal"
No futuro falará que precisa de ir à manicure? Ou colocar próteses?
O que se faz só para ilidir o que se debate e para fugir quando confrontado com as suas próprias atoardas
Depois do primeiro mergulho do dia, li-te salteado, Cuco, e tanto basta para saber continuares com baixo nível de eficácia no teu esforço de 'retorcer e deduzir'.
ResponderEliminarPobre diabo!
Em Nuremberga, creio que o libelo acusatório se resumia a uma única página com um simples parágrafo: "Acusa este Tribunal Internacional os réus do crime contra a Humanidade de terem criado, apoiado e desenvolvido todos os esforços para que fosse efetivamente atribuído aos trabalhadores alemães o décimo terceiro mês, demonstrando, assim, esses mesmos réus a sua aleivosa costela comunista".
ResponderEliminarUma gargalhada franca ao ler os dois últimos comentários. Por motivos diferentes, confessa-se.
ResponderEliminarO primeiro porque se adivinhou a estratégia do Jose. Dos banhos passou para o primeiro mergulho do dia. Faltará ainda a ida à manicure, ao protésico ou à sauna? Entretanto fala em "baixo nível de eficácia". O que será isto? Algo aprendido com os postulados de Goebbels?
Confirma-se, independentemente do seu "pobre diabo":
"O que faz Jose só para ilidir o que se debate e para fugir, quando confrontado com as suas próprias atoardas"
O segundo de puro gozo. Na mouche, caríssimo anónimo das 12 e 53. E com o sentido satírico que (também) é seu timbre
...é seu timbre" - o anónimo tem timbre!
ResponderEliminarHaverá no LdB uma grupo redatorial de anónimos ou o Cuco tem inside information, ou o Cuco multiplica-se em heterónimos idênticos?
Ó caríssimo Herr José, mas que grande confusão zoológica reina nessa sua cabecinha... O "Cuco" não tem heterónimos; os filhos do cuco é que passam por homónimos de pardais, pintarroxos, pintassilgos, melros e outras desgraçadas avezinhas. Aliás, o cuco lembra-me uma certa privada classe deste país que põe o ovo na coisa pública, vai à sua (faustosa) vidinha e volta mais tarde para recuperar o anafadíssimo rebento, passarinho engordado com o trabalho e os cabedais do povo pagante.
ResponderEliminarDevo, por último, confessar a minha enorme e agradável surpresa por essa sua pessoana referência. E eu que o imaginava fiel leitor de bigodinhos mais diminutos...
Uma autêntica caixinha de surpresas, este nosso Herr José...
Confessa-se que deve ser um pouco amesquinhante para o alter-ego deste já inquieto jose não conseguir distinguir as várias vozes que se escutam.
ResponderEliminarUm baixo nível de eficácia das suas capacidades cognitivas?
É pela leitura salteada ou pela necessidade imperiosa de ter que ir sempre a algum lado. A banhos? À pedicure?