António Costa assinalou o seu receio pelo que possa acontecer à PT nas mãos da Altice, comparando-a à Cimpor, dados os riscos para a integridade de uma grande empresa de base tecnológica, criada pelo tal Estado empreendedor português, e para os seus cada vez mais pressionados trabalhadores, terminando com um “olhe, eu por mim já fiz a minha escolha da companhia que utilizo”. Estes comentários merecem meia dúzia de notas meio críticas.
Em primeiro lugar, quero apostar que o Negócios, que fica perturbado com críticas justas a certos negócios, daqui a uns tempos repetirá a manchete, mas com uma alteração – “Primeiro-Ministro faz ataque violento à Lone Star” –, já que predadores há mesmo muitos.
Em segundo lugar, o destino da PT é a enésima ilustração dos riscos que impendem sobre empresas crucialmente estratégicas quando são privatizadas e reduzidas a geradores de lucros de curto prazo para accionistas impacientes.
Em terceiro lugar, o PS, que foi um dos entusiastas participantes do ciclo de privatizações, a começar na revisão constitucional que o permitiu há quase três décadas, tem de reconhecer que sem propriedade pública não há regulação, nem estratégia de desenvolvimento, que nos valha.
Em quarto lugar, o governo tem de ser consequente com o diagnóstico, mobilizando todos os instrumentos ainda ao seu dispor.
Em quinto lugar, a greve dos trabalhadores da PT merece todo o apoio, indicando que o trabalho organizado é um dos freios à predação em curso.
Em sexto lugar, temo que as declarações de Costa sejam inconsequentes, dada a convocação da ideia da “liberdade para escolher”, confundindo de forma reveladora a realidade da deliberação política, que tem lugar na AR, com a ilusão ideológica da soberania do consumidor privado, que não deve ter lugar no debate público.
Um excelente comentário de João Rodrigues.
ResponderEliminarEm sétimo lugar: só um grosseiro e pesporrente socialista pode dizer o que disse o primeiro-ministro geringonço.
ResponderEliminarE mais:
A privatização diz respeito a ele e ao seu partido, bem mais que de outros.
A gestão estratégica foi um total desastre pela mão dele e do seu partido.
A PT foi - como sempre acontece quando mete o Estado - um couto de oportunistas.
Em oitavo,a falência da etapa privatizadora do Estado Português, sempre ávido de receitas,para distribuir por accionistas,banqueiros falidos,arguidos a aguardar despachos de pronúncia e outros correlativos é a obra legada á posteridade pelos partidos da governação "habilitada e habilidosa"PSD/PPD,PS e CDS/PP.
ResponderEliminarOs últimos anos de vida da PT tiveram um conjunto de factos que levaram ao desfecho final.
ResponderEliminar1- A venda da participação de 50% na Vivo e a entrada no capital da Oi.
2- A alienação da golden share a troco de nada pelo governo de Passos Coelho, deixando o estado de poder intervir nas decisões estratégicas da empresa.
3- O empréstimo ao GES dos 900 milhões de euros.
4- A troca de participações entre a PT e a Oi, empresa falida e tecnologicamente atrasada para satisfazer a ambição de Zeinal Bava sem serem acautelados os interesses da PT.
5- A passividade do governo Passos Coelho quando a Oi a pretexto de não saber do empréstimo ao GES, decidiu vender a PT para realizar dinheiro para amortizar a enorme dívida.
Esta é a triste história do descalabro de uma empresa estratégica para o país que está a caminho do descalabro.
As privatizações foram um crime contra o Estado português.
ResponderEliminarE um maná para o Capital.
E sempre que os gramdes interesses privados metem s mão, con o apoio do poder que os swevem, quem se lixa é quem trabalha.
E os factos aí estão em toda a sua evidência
E nem os cúmplices do patronato os conseguem esconder
E a consolidação do Capital a nível global continua.
ResponderEliminarNós estamos condenados a pagar por menos e pior...
Obrigado neoliberais!!!
Foi verdadeiramente revelador das mais íntimas convicções da criaturinha ver e ouvir o finado Messias de Massamá a indignar-se com a ousadia de António Costa ao criticar - Horror! Desgraça! - uma sacrossanta empresa privada. Desgraçar, com cortes completamento arbitrários as pedras basilares do Estado? Não vem daí mal maior ao país. Despedir a esmo funcionários públicos e tornar a vida num inferno aos que precariamente restam? Essa malandragem estava mesmo precisada de sair da sua "zona de conforto". Fechar com fartura serviços públicos no interior envelhecido, desordenado e empobrecido? A malta que vegeta no interior deve é fazer as vezes dos índios das reservas dos EUA e dançar e bailar para o "camone" ver. É o "turismo", asnos!
ResponderEliminarAqueles que cantaram hossanas ao Messias laranja que vejam agora, claramente vistos, quais os interesses que ele defendeu quando era "Primeiro".
Quanto ao inevitável Herr José, tem Vossa Excelência toda a razão: quando deixada à rédea solta, a "iniciativa privada" (vem entre aspas, porquanto só um imbecil não vê que, neste país, a "iniciativa privada" é, em termos históricos até, um eufemismo para um cartel que se dedica ao incansável e infindável parasitismo do Estado, ou seja, de todos nós que trabalhamos e pagamos impostos) faz maravilhas. O pior acontece no exato momento em que o Estado tenta opor-lhe os limites da comum decência do interesse geral. É só verificar os casos do BPN e do BES. Malandro do Estado que estragou a vida a uns atarefados senhores que só queriam ganhar uns cêntimos para a magra bucha...
Quanto ao caso em concreto, é o resultado do "complexo de Napoleão"... O peixinho resolveu nadar no tanque dos tubarões, pensando que era um deles. Escusado é dizer o que aconteceu ao peixinho e o que irá acontecer ao mexilhão que a tudo assistiu coladinho às rochas litorâneas.
ResponderEliminarGrosseiro e pesporrente?
ResponderEliminarQuem diz tal é quem anda a invocar a " mulher de soalheiro" em processos esconsos e duvidosos?
Esta falta de vergonha só se compara ao ódio contra quem correu democraticamente com o seu amigo Passos da governação.
Passos que contribuiu decisivamente para a solução final da PT.
E veja-se como se escondem os criminosos e se oculta o bafo da sinistra ideologia
Não há vergonha para tanta vilanagem, entre os crimes perpetrados por todos estes senhores que vão trocando de cábula, conforme o ciclo rotativo eleitoral que impõem a todos os portugueses e apesar de um dia destes nenhum deles lá meter os pés. Deveriam ter mais vergonha, tal como certo senhor que se passeia tímida e fugazmente por Continentes e pingo Doces dos arredores de Barcarena, quiçá para se convencer que o povo é sereno e tudo esquece, nomeadamente do esquartejamento e roubo feito aos portugueses das empresas estratégicas de Portugal.
ResponderEliminarEnchem a boca com as empresas estratégicas!
ResponderEliminarNum país em que a única estratégia político-económica é sacar apoios e créditos, simulam ter políticas de estratégia num mercado concorrencial e aberto.
Tivessem ao menos uma estratégia clara para distribuir benefícios que não a de antecipar receitas para safar geringonçosos projectos como recentemente se viu.
O faz de conta que somos grandes dirigentes da economia...grandes comissões, missões e outros variados ajuntamentos de boys.
"Enchem a boca com as empresas estratégicas"?
ResponderEliminarMais uma vez que este tipo não seja aldrabão. O que se denuncia é a violência das privatizações e o saque organizado que tal constituiu. Para o bolso de privados à custa dos trabalhadores.
E denuncia-se quem foram os responsáveis por este atentado à economia nacional. Em que o bloco central de interesses desempenhou um papel essencial e em que Passos Coelho e seus muchachos deram a machadada final
Não servem portanto estas frases rascas sobre quem enche a boca mais as simulações de políticas mais as estratégias dos benefícios e as antecipações ranhosas...
O que se apresentam são factos concretos.
ResponderEliminarPelo que justificações ainda mais rascas para o que é denunciado mais não são que a confissão declarada da impotência para justificar a sanha privatizadora e os seus responsáveis.
Pelo que mais não resta a alguns do que a fuga para a frente e o bater no peito numa defesa canhestra do modus faciendi do Capital. Parece agora que a culpa é das "estratégias e das simulações".
Foi por isso que os crápulas agiram assim e privatizaram assim e procederam assim e chantagearam assim. E os vende-pátrias vulgares andaram a bater as palminhas e a pedir por mais
Estas tentativas de fuga com jeitos de justificação cobarde e apatetada vai de encontro ao dito noutro post por esta "gente", para justificar as "desonestidades" dos grandes capitalistas:
(O que ) "caracteriza um homem de negócios,(é) aproveitar as oportunidades; e não ser honesto ao ponto de não ignorar a desonestidade alheia".
Esta corja tenta justificar-se por "terem aproveitado" as oportunidades?
Por um "faz de conta que são grandes dirigentes da economia"?
E usam a invocação dos boys, logo eles que os utilizam e utilizaram até à exaustão como a realidade mais uma vez comprovou e comprova?
Em ajuntamentos variados, de homens de negócios a aproveitar as oportunidades?
Há muito que não ouço falar no Keynes.
ResponderEliminarMal a economia ameaça crescer um pouco, logo vem a distribuição, e não contentes, a poupança mais negativa de sempre.
As privatizações, que não são mais que as penhoras nos particulares (raramente um bom negócio), são o que se lamenta, tudo o mais são justas lutas.
A indigência mental que aqui acampou há mais de 40 anos é tão persistente quanto o é o descaro dos ideólogos da treta.
"As privatizações não são mais do que penhoras"?
ResponderEliminarQuererá herr jose que lhe esfreguem diante de si as motivações fundas do neoliberalismo em busca das privatizações?
E o que ele próprio disse a tal respeito?
Aldrabão e mentiroso. De caras e de frente.
Pelo que essas lágrimas hipócritas a fazer-se passar por piegas não servem. Nem deste jeito "as privatizações... são o que se lamenta" nem do jeito do " raramente é bom negócio"
ResponderEliminarHá muito que herr Jose não houve falar no Keynes...
A que propósito esta gemibunda e falsa e hipócrita lembrança?
A 30 DE JULHO DE 2015 ÀS 11:45 com o tom esbaforido e crispado pelas eleições que se avizinhavam, eis como herr jose se referia a Keines:
"O ignorante que se segue (Tiago Tibúrcio, transcrito por Nuno Serra) invoca a neopatranha que veio substituir a invocação do velho Marx: Keynes!"
Agora são estas tremuras todas saudosas por Keines
Para que depois não tenhamos nenhuma carpideira a invocar o contexto e o texto como justificação para tentar minimizar a barbaridade ideológica e cívica:
ResponderEliminarhttp://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2015/07/avisados.html
(até o "pqp" salpica a sua prosa em pré-campanha trauliteira e fundamentalista)
Mais uma nota breve
ResponderEliminar"A indigência mental que aqui acampou há mais de 40 anos" significa exactamente o quê?
Uma ode apaixonada e saudosa pela não indigência mental dos tempos do ir matar e morrer em África"?
Fugas do particular para o geral e do geral para o particular...o indicador certo do treteiro.
ResponderEliminarE o dramático...'ir matar e morrer em África' 1415 - 1975!
Agora desapareceram o texto e o contexto. Sumiram. Evaporaram-se.
ResponderEliminarAs "privatizações como penhoras" escoaram-se no lodaçal do silêncio cobarde. O "raramente é bom negócio" juntou-se-lhes em mutismo absoluto. A ofensa canalha e a choraminguice desonesta e hipócrita em torno de Keines esvaneceram-se como se nunca tivessem existido.
O "indicador certo"?
É mesmo isso. Da cobardia e da ideologia. Em passo de ganso?
Quanto ao "dramático" e ao "ir matar e morrer em África"...
ResponderEliminar(A que se seguem duas datas curiosas...1415-1975, com o pontinho de exclamação da ordem).
Escusa herr jose de fazer fitas a pseudo-virgem púdica.
Quem disse esta frase "A indigência mental que aqui acampou há mais de 40 anos" foi exactamente herr jose. Se herr jose quer fazer vender a ideia que se referia ao intervalo de tempo referido (1415-1975) ainda é mais mentecapto por pensar que somos tão mentecaptos para engolirmos essa alarvidade.
Quanto ao matar e morrer em África foram exactamente as ordens que o fascismo português deu. Para a engorda dum punhado de interesses colonais. E do bolso dos colonialistas homens de negócios da ordem.
Pelo que se percebe o incómodo de herr jose por ter sido apanhado assim deste jeito tão a jeito.