sexta-feira, 14 de julho de 2017

Ataque violento foi a privatização

António Costa assinalou o seu receio pelo que possa acontecer à PT nas mãos da Altice, comparando-a à Cimpor, dados os riscos para a integridade de uma grande empresa de base tecnológica, criada pelo tal Estado empreendedor português, e para os seus cada vez mais pressionados trabalhadores, terminando com um “olhe, eu por mim já fiz a minha escolha da companhia que utilizo”. Estes comentários merecem meia dúzia de notas meio críticas.

Em primeiro lugar, quero apostar que o Negócios, que fica perturbado com críticas justas a certos negócios, daqui a uns tempos repetirá a manchete, mas com uma alteração – “Primeiro-Ministro faz ataque violento à Lone Star” –, já que predadores há mesmo muitos.

Em segundo lugar, o destino da PT é a enésima ilustração dos riscos que impendem sobre empresas crucialmente estratégicas quando são privatizadas e reduzidas a geradores de lucros de curto prazo para accionistas impacientes.

Em terceiro lugar, o PS, que foi um dos entusiastas participantes do ciclo de privatizações, a começar na revisão constitucional que o permitiu há quase três décadas, tem de reconhecer que sem propriedade pública não há regulação, nem estratégia de desenvolvimento, que nos valha.

Em quarto lugar, o governo tem de ser consequente com o diagnóstico, mobilizando todos os instrumentos ainda ao seu dispor.

Em quinto lugar, a greve dos trabalhadores da PT merece todo o apoio, indicando que o trabalho organizado é um dos freios à predação em curso.

Em sexto lugar, temo que as declarações de Costa sejam inconsequentes, dada a convocação da ideia da “liberdade para escolher”, confundindo de forma reveladora a realidade da deliberação política, que tem lugar na AR, com a ilusão ideológica da soberania do consumidor privado, que não deve ter lugar no debate público.

21 comentários:

  1. Um excelente comentário de João Rodrigues.

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  2. Em sétimo lugar: só um grosseiro e pesporrente socialista pode dizer o que disse o primeiro-ministro geringonço.
    E mais:
    A privatização diz respeito a ele e ao seu partido, bem mais que de outros.
    A gestão estratégica foi um total desastre pela mão dele e do seu partido.
    A PT foi - como sempre acontece quando mete o Estado - um couto de oportunistas.

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  3. Em oitavo,a falência da etapa privatizadora do Estado Português, sempre ávido de receitas,para distribuir por accionistas,banqueiros falidos,arguidos a aguardar despachos de pronúncia e outros correlativos é a obra legada á posteridade pelos partidos da governação "habilitada e habilidosa"PSD/PPD,PS e CDS/PP.

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  4. Os últimos anos de vida da PT tiveram um conjunto de factos que levaram ao desfecho final.
    1- A venda da participação de 50% na Vivo e a entrada no capital da Oi.
    2- A alienação da golden share a troco de nada pelo governo de Passos Coelho, deixando o estado de poder intervir nas decisões estratégicas da empresa.
    3- O empréstimo ao GES dos 900 milhões de euros.
    4- A troca de participações entre a PT e a Oi, empresa falida e tecnologicamente atrasada para satisfazer a ambição de Zeinal Bava sem serem acautelados os interesses da PT.
    5- A passividade do governo Passos Coelho quando a Oi a pretexto de não saber do empréstimo ao GES, decidiu vender a PT para realizar dinheiro para amortizar a enorme dívida.

    Esta é a triste história do descalabro de uma empresa estratégica para o país que está a caminho do descalabro.

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  5. As privatizações foram um crime contra o Estado português.

    E um maná para o Capital.

    E sempre que os gramdes interesses privados metem s mão, con o apoio do poder que os swevem, quem se lixa é quem trabalha.

    E os factos aí estão em toda a sua evidência
    E nem os cúmplices do patronato os conseguem esconder

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  6. E a consolidação do Capital a nível global continua.

    Nós estamos condenados a pagar por menos e pior...

    Obrigado neoliberais!!!

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  7. Foi verdadeiramente revelador das mais íntimas convicções da criaturinha ver e ouvir o finado Messias de Massamá a indignar-se com a ousadia de António Costa ao criticar - Horror! Desgraça! - uma sacrossanta empresa privada. Desgraçar, com cortes completamento arbitrários as pedras basilares do Estado? Não vem daí mal maior ao país. Despedir a esmo funcionários públicos e tornar a vida num inferno aos que precariamente restam? Essa malandragem estava mesmo precisada de sair da sua "zona de conforto". Fechar com fartura serviços públicos no interior envelhecido, desordenado e empobrecido? A malta que vegeta no interior deve é fazer as vezes dos índios das reservas dos EUA e dançar e bailar para o "camone" ver. É o "turismo", asnos!
    Aqueles que cantaram hossanas ao Messias laranja que vejam agora, claramente vistos, quais os interesses que ele defendeu quando era "Primeiro".
    Quanto ao inevitável Herr José, tem Vossa Excelência toda a razão: quando deixada à rédea solta, a "iniciativa privada" (vem entre aspas, porquanto só um imbecil não vê que, neste país, a "iniciativa privada" é, em termos históricos até, um eufemismo para um cartel que se dedica ao incansável e infindável parasitismo do Estado, ou seja, de todos nós que trabalhamos e pagamos impostos) faz maravilhas. O pior acontece no exato momento em que o Estado tenta opor-lhe os limites da comum decência do interesse geral. É só verificar os casos do BPN e do BES. Malandro do Estado que estragou a vida a uns atarefados senhores que só queriam ganhar uns cêntimos para a magra bucha...

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  8. Quanto ao caso em concreto, é o resultado do "complexo de Napoleão"... O peixinho resolveu nadar no tanque dos tubarões, pensando que era um deles. Escusado é dizer o que aconteceu ao peixinho e o que irá acontecer ao mexilhão que a tudo assistiu coladinho às rochas litorâneas.

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  9. Grosseiro e pesporrente?

    Quem diz tal é quem anda a invocar a " mulher de soalheiro" em processos esconsos e duvidosos?


    Esta falta de vergonha só se compara ao ódio contra quem correu democraticamente com o seu amigo Passos da governação.

    Passos que contribuiu decisivamente para a solução final da PT.

    E veja-se como se escondem os criminosos e se oculta o bafo da sinistra ideologia

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  10. Não há vergonha para tanta vilanagem, entre os crimes perpetrados por todos estes senhores que vão trocando de cábula, conforme o ciclo rotativo eleitoral que impõem a todos os portugueses e apesar de um dia destes nenhum deles lá meter os pés. Deveriam ter mais vergonha, tal como certo senhor que se passeia tímida e fugazmente por Continentes e pingo Doces dos arredores de Barcarena, quiçá para se convencer que o povo é sereno e tudo esquece, nomeadamente do esquartejamento e roubo feito aos portugueses das empresas estratégicas de Portugal.

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  11. Enchem a boca com as empresas estratégicas!

    Num país em que a única estratégia político-económica é sacar apoios e créditos, simulam ter políticas de estratégia num mercado concorrencial e aberto.
    Tivessem ao menos uma estratégia clara para distribuir benefícios que não a de antecipar receitas para safar geringonçosos projectos como recentemente se viu.

    O faz de conta que somos grandes dirigentes da economia...grandes comissões, missões e outros variados ajuntamentos de boys.

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  12. "Enchem a boca com as empresas estratégicas"?

    Mais uma vez que este tipo não seja aldrabão. O que se denuncia é a violência das privatizações e o saque organizado que tal constituiu. Para o bolso de privados à custa dos trabalhadores.

    E denuncia-se quem foram os responsáveis por este atentado à economia nacional. Em que o bloco central de interesses desempenhou um papel essencial e em que Passos Coelho e seus muchachos deram a machadada final

    Não servem portanto estas frases rascas sobre quem enche a boca mais as simulações de políticas mais as estratégias dos benefícios e as antecipações ranhosas...

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  13. O que se apresentam são factos concretos.

    Pelo que justificações ainda mais rascas para o que é denunciado mais não são que a confissão declarada da impotência para justificar a sanha privatizadora e os seus responsáveis.

    Pelo que mais não resta a alguns do que a fuga para a frente e o bater no peito numa defesa canhestra do modus faciendi do Capital. Parece agora que a culpa é das "estratégias e das simulações".

    Foi por isso que os crápulas agiram assim e privatizaram assim e procederam assim e chantagearam assim. E os vende-pátrias vulgares andaram a bater as palminhas e a pedir por mais

    Estas tentativas de fuga com jeitos de justificação cobarde e apatetada vai de encontro ao dito noutro post por esta "gente", para justificar as "desonestidades" dos grandes capitalistas:
    (O que ) "caracteriza um homem de negócios,(é) aproveitar as oportunidades; e não ser honesto ao ponto de não ignorar a desonestidade alheia".

    Esta corja tenta justificar-se por "terem aproveitado" as oportunidades?

    Por um "faz de conta que são grandes dirigentes da economia"?

    E usam a invocação dos boys, logo eles que os utilizam e utilizaram até à exaustão como a realidade mais uma vez comprovou e comprova?

    Em ajuntamentos variados, de homens de negócios a aproveitar as oportunidades?

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  14. Há muito que não ouço falar no Keynes.

    Mal a economia ameaça crescer um pouco, logo vem a distribuição, e não contentes, a poupança mais negativa de sempre.

    As privatizações, que não são mais que as penhoras nos particulares (raramente um bom negócio), são o que se lamenta, tudo o mais são justas lutas.

    A indigência mental que aqui acampou há mais de 40 anos é tão persistente quanto o é o descaro dos ideólogos da treta.

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  15. "As privatizações não são mais do que penhoras"?

    Quererá herr jose que lhe esfreguem diante de si as motivações fundas do neoliberalismo em busca das privatizações?

    E o que ele próprio disse a tal respeito?

    Aldrabão e mentiroso. De caras e de frente.

    Pelo que essas lágrimas hipócritas a fazer-se passar por piegas não servem. Nem deste jeito "as privatizações... são o que se lamenta" nem do jeito do " raramente é bom negócio"

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  16. Há muito que herr Jose não houve falar no Keynes...

    A que propósito esta gemibunda e falsa e hipócrita lembrança?

    A 30 DE JULHO DE 2015 ÀS 11:45 com o tom esbaforido e crispado pelas eleições que se avizinhavam, eis como herr jose se referia a Keines:

    "O ignorante que se segue (Tiago Tibúrcio, transcrito por Nuno Serra) invoca a neopatranha que veio substituir a invocação do velho Marx: Keynes!"

    Agora são estas tremuras todas saudosas por Keines


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  17. Para que depois não tenhamos nenhuma carpideira a invocar o contexto e o texto como justificação para tentar minimizar a barbaridade ideológica e cívica:

    http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2015/07/avisados.html

    (até o "pqp" salpica a sua prosa em pré-campanha trauliteira e fundamentalista)

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  18. Mais uma nota breve

    "A indigência mental que aqui acampou há mais de 40 anos" significa exactamente o quê?

    Uma ode apaixonada e saudosa pela não indigência mental dos tempos do ir matar e morrer em África"?

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  19. Fugas do particular para o geral e do geral para o particular...o indicador certo do treteiro.
    E o dramático...'ir matar e morrer em África' 1415 - 1975!

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  20. Agora desapareceram o texto e o contexto. Sumiram. Evaporaram-se.

    As "privatizações como penhoras" escoaram-se no lodaçal do silêncio cobarde. O "raramente é bom negócio" juntou-se-lhes em mutismo absoluto. A ofensa canalha e a choraminguice desonesta e hipócrita em torno de Keines esvaneceram-se como se nunca tivessem existido.

    O "indicador certo"?

    É mesmo isso. Da cobardia e da ideologia. Em passo de ganso?

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  21. Quanto ao "dramático" e ao "ir matar e morrer em África"...

    (A que se seguem duas datas curiosas...1415-1975, com o pontinho de exclamação da ordem).

    Escusa herr jose de fazer fitas a pseudo-virgem púdica.

    Quem disse esta frase "A indigência mental que aqui acampou há mais de 40 anos" foi exactamente herr jose. Se herr jose quer fazer vender a ideia que se referia ao intervalo de tempo referido (1415-1975) ainda é mais mentecapto por pensar que somos tão mentecaptos para engolirmos essa alarvidade.

    Quanto ao matar e morrer em África foram exactamente as ordens que o fascismo português deu. Para a engorda dum punhado de interesses colonais. E do bolso dos colonialistas homens de negócios da ordem.

    Pelo que se percebe o incómodo de herr jose por ter sido apanhado assim deste jeito tão a jeito.

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