domingo, 11 de junho de 2017
Nada menos que isto
Sob pressões de todos os lados (internas e externas) Corbyn mostra-nos que a coerência e autenticidade de um líder, acompanhadas de um programa que rompe com a ideologia neoliberal e as políticas que destroem as sociedades e a vida das pessoas (mesmo de muitas que têm bons salários), dizem-nos qual é o caminho que temos de percorrer, aqui e agora. Uma frente de libertação do euro, reunindo partidos e cidadãos não filiados (mas empenhados), das diversas esquerdas ao centro-direita, é um projecto em que devemos começar a trabalhar agora.
Mesmo que o país ainda não tenha condições políticas para uma saída unilateral, devemos ir criando as condições para que Portugal possa vir a ter um governo que saiba aproveitar os benefícios do fim do euro e minimize os custos, quando este acontecer por iniciativa de outro país onde as condições políticas lhe permitirem dar o pontapé de saída. A sobrevivência do euro não pode ser um tabu nos media do nosso país, ao contrário do que acontece no resto da Europa.
O pior que nos podia acontecer seria termos um governo de direita a aplicar políticas de austeridade e 'reformas estruturais' num contexto de dissolução do euro. E não seria uma inovação histórica: o chanceler Bruning ainda aplicava o "rigor orçamental" na Alemanha, nos anos trinta, quando o padrão-ouro já estava a desmoronar-se. A multidão, desesperada com o desemprego, mobilizada para o ódio a um bode-expiatório, aplaudiu Hitler nas ruas. E este aplicou o keynesianismo de guerra, acabou com o desemprego, deu subsídios às famílias, e assim conquistou a esmagadora maioria dos alemães que se sentiam humilhados com os acordos de Versalhes.
Em suma, a ascensão da extrema direita na Europa dos nossos dias é o resultado das políticas que o euro exige, tal como o padrão-ouro exigia. Quem recusa defender abertamente a saída do euro, com o medo infundado de que isso é nacionalismo xenófobo e abre o caminho para a guerra, não só revela saber pouco da História da Europa como está a colaborar, pelo menos por omissão, na construção de um novo desastre.
Precisamos de uma frente de esquerda, politicamente respeitada, que diga isto ao povo, que lhe garanta que não vamos ficar eternamente neste pântano de protectorado, desemprego ou emprego precário com um salário que não permite ter habitação própria. Uma frente que nos dê a esperança de, a breve prazo, podermos ter uma vida boa, muito para além do "poucochinho" que já ganhámos com este governo.
Recusamos o conformismo. Quando a "geringonça" acabar, queremos ter uma alternativa ganhadora, queremos um governo que recupere a nossa soberania, aprofunde a nossa democracia e adopte políticas para o pleno emprego. Nada menos que isto.
(Também publicado aqui)
Um texto de alerta e mobilizador.
ResponderEliminarÉ assim mesmo
Urge preparar-nos de forma clara e realista, bastando para isso que escutemos todos os que estudam desde há muito toda esta engrenagem, que aos olhos dos que sabem, não passou de um esquema macabro de uns estados se apoderarem de outros. Os povos começaram já há muito a perceber não ser este modelo sustentável e só servir a alguns. Os únicos que teimam defendê-lo, basta virá-los do avesso para perceber a quem serviram e a quem servem. Simplesmente vergonhoso e criminoso. O caminho quer queiramos, quer não, é em frente, e em frente marche, em direcção à felicidade da maioria de todos nós.
ResponderEliminar«. Uma frente que nos dê a esperança de, a breve prazo, podermos ter uma vida boa, muito para além do "poucochinho" que já ganhámos com este governo.»
ResponderEliminarJá se conhece o breve prazo?
Holland (há quanto tempo !!!)
ResponderEliminarTsipras
Varoufakis
Pablo Iglesias
Bernie Sanders
Melenchon
Tudo somado ... nada mudou.
Venha agora Corbyn. Agora é que é !!!!
Ja se conhece o breve prazo???
ResponderEliminarNão, não se conhece. Mas reconhece-se que algum medo perpassa nesta pergunta feita assim de sopetao.
Não quer ser apanhado com as calças na mão, como confessou já que ocorreu a 25 de Abril de 74?
Quem não alinha connosco, está com a Extrema-Direita, não é Jorge Bateira? Só que foi Sapir que torceu por Le Pen, e não Stiglitz, lembra-se? Deixe lá, continuará a perder batalhas enquanto se reclamar de valores e destinos e não indicar caminhos e os riscos associados (como Mélenchon ou Corbyn, aliás). Nomeie um caso, só um, onde aquilo que defende esteja a funcionar... Porque, sabe, entre o mal presente (que até não é assim tão mau nesta doce Primavera que estende até ao Verão) e o desconhecido, as pessoas preferirão sempre o que existe. Não é cobardia, é só bom-senso. E registo igualmente o seu desejo para que sejam outros a acabar com o Euro, porque por cá, justamente, ninguém quer ouvir falar disso. No fundo, essa Esquerda que você representa deseja a crise mais ou menos abertamente, vive dela, e está-se nas tintas para a recuperação de rendimentos e a dignidade das pessoas individuais, que naturalmente se faz passo a passo, substituindo isso pela defesa de uma soberania em abstrato, cujos representantes são a meia-dúzia de iluminados medíocres do costume. Que grande soberania que isso seria, como se viu nos idos de 1975... Enfim, podem resistir à vontade, estão no vosso direito, mas continuarão a perder sempre...
ResponderEliminarAh esta tao enternecedora mania do Jaime Santos considerar-se o centro da terra qual tecnocrata da razão.
ResponderEliminarEi-lo a disparatar com tudo e com todos que não lhe sirvam as ideias, repetindo o seu eterno estribilho. É Sapir que recusou spoio aquele seu ídolo, o Macrom dos grandes interesses , e que é catalogado de apoiante de le Pen. Já foi citado o texto original de Sapir para cada um aquilatar o pensamento daquele. Debalde. JS passa por cima dessas minudências.
É o apelo à mediocridade institucional e à cobardia, disfarçada de bom senso. ( ele próprio o admite).
Mas assusta como alguem consegue dizer barbaridades do género" as pessoas preferirão sempre o que existe"
Porque aqui não é só cobardia. É conivência. É cumplicidade. Pobres de nós se os Capitães de Abril tivessem seguido a pregação situacionista de JS. Pobres de nós se os de 1640 não se tivessem revoltado. Ou os revolucionários franceses nao tivessem tomado a Bastilha
Mas há um outro grande incómodo quando se lê os comentários de JS.
ResponderEliminarÉ que este na sua ânsia de vender o seu produto, aldraba e distorce os factos que ele próprio convoca.
Veja-se como qualifica os outros de perdedores. As vitórias são as da sua gente, as derrotas sistematicamente dos outros.
Lembrar-se-á do Brexit? Do que ele disse e do que os"outros" disseram?
Lembrar-se-á de Corbyn? Do enterro que lhe prognosticou e do que sucedeu? Dos cânticos fúnebres à esquerda do Labour e dos suspiros pela vinda de Blair?
Os resultados estão aí.
Ao menos que JS seja coerente consigo próprio, porque este contorcionismo constante cansa. E nao só, mas isso é um problema sobretudo dele e do que defende
Há por aí um cuco que sempre abastarda onde poisa ao serviço de uma constância na imbecilidade: «apanhado com as calças na mão, como confessou já que ocorreu a 25 de Abril de 74»
ResponderEliminarOra o 25A é data que muito prezo, que me garantiu um feriado para o meu aniversário, e que de perto vi formar-se na alma dos militares sonhadores do 'Portugal e o Futuro'.
Foram duas passeatas militares consentidas por um regime em larga medida ansioso por se despedir de si mesmo, por se ter feito pequeno.
De pequeno se passou a mesquinho no curto prazo que mediou entre o sonho e a prevalência dos cucos deste mundo.
Ahahah.
EliminarUma autêntica delicia.
Ultrapassemos os cucos e as mães-cuco. Já iremos aos ditos e escritos que testemunham a farsa e a aldrabice, reescritos agora à pressa.
Mas esta pieguice enorme por um fascismo serôdio traduzido pelo "regime ansioso por se despedir de si mesmo" nao lembrava ao mais fiel versejador dos feitos da canalha da época.
Um verdadeiro mimo. Os ministros e os pides que não conseguiram conter os seus produtos orgânicos fizeram-no apenas pela satisfaçAo pela liberdade conseguida pela sua despedida.
"Quando a 'geringonça' acabar ...", daqui a 2 anos, seguem-se pelo menos mais 4 anos de maioria absoluta PS, do PS do centrão, do PS dos empregos para os familiares.
ResponderEliminar6 anos. Sugiro tirar férias, descansar, e 1 ano antes (daqui a 5 anos, portanto) voltar pensar num "governo que recupere a nossa soberania, aprofunde a nossa democracia e adopte políticas para o pleno emprego".
Consequências do sucesso da "geringonça". É a vida, como dizia o outro.
"O 25 de Abril é uma data que muito prezo que me garantiu um feriado"
ResponderEliminarJose, 13 de Junho de 2017 às 12:03
"Há uns milhões com memórias do 25A que não são festivas; tornaram-se refugiados, emigrados, saneados.
Os festivos não se esquecem deles e ainda hoje lhes chamam fascistas.
A maioria goza um feriado".
Jose(o mesmo), 26 DE ABRIL DE 2017 ÀS 10:06
"de perto vi formar-se na alma dos militares sonhadores do 'Portugal e o Futuro"
ResponderEliminarJose, 13 de junho de 2017 às 12:03
"Sabes bem que os comunas eram agentes soviéticos, ao serviço da pátria dos proletários, que para além do mais, bem precisava de rapar os mares de Angola e Moçambique, como se viu!
Sabes bem que o MFA tratou de entregar o Ultramar a toda a pressa antes que as populações pudessem organizar-se para expressarem qualquer opinião. Abandalhar as tropas e estuporar a hierarquia foi a grande prioridade de toda a comunada infiltrada!"
"se estavas ligado às células de agentes soviéticos, seguramente tinhas razões para recear a prisão".
"Os fdp vêm sempre com a estatística de que só é afectada uma ínfima parte da população.Também a PIDE só perseguia uma ínfima parte da população mas até hoje ainda gritam como se meio mundo conhecesse igual destino"
"dos avós souberam que já houve em Portugal governos com gente proba e com sentido de Estado e de Nação; mas eram ‘fascistas`"
"Às bestas serve-se a força bruta se forem insensíveis a outros meios" (referindo-se aos que não concordam com o seu trajecto ideológico)
"Com uma língua dessas...já deves ter enfardado!
Tento na língua...!" (em estilo ameaçador e concreto)
"A PIDE era a polícia de defesa do Estado Português; era polícia de fronteiras, agência de informações e de contenção ou ataque a quem o poder político definia como inimigos do Estado.
Os inimigos do Exército Português eram inimigos do Estado e a PIDE era uma aliada essencial à acção do exército na luta em África.
Por isso o seu desmantelamento não foi previsto, porque também não foi previsto o puro e simples ABANDONO do Ultramar"
"Não duvido que ( os pides) trinchassem um treteiro badalhoco de vez em quando, que a higiene pública também é defesa do Estado"
"Todo o cobarde se armou em opositor ao regime e à política ultramarina.
Todo o filho da puta fez declarações a favor dos turras para mamar mordomias no destino de exílio."
-"bem fez Salazar, enquanto a História esteve do lado dele, de aplicar o princípio à comunada!"
Jose (ou JgMenos) em frases espalhadas por aí , sobretudo no tempo de chumbo em que o ajuste de contas com Abril esteve tão perto
"foram duas passeatas militares"
ResponderEliminarEntão não foram?
Esta sórdida mania de tentar esconder a coragem de quem ousou enfrentar a besta dum regime que se desfez, como só a trampa que já não se suporta se desfaz.
Ou as feras acossadas a tentarem esconder que eram aquilo que eram, escondidas cobardemente atrás duma brigada do reumático caduca e repelente, dos crápulas da Pide e dum exército de fanáticos de extrema-direita que se aboletavam com a riqueza do país e das colónias
Uma "passeata"? Como tantas outras passeatas que acabaram no exílio , nas masmorras fascistas ou na morte?
Por isso também o cheiro a urina que inundou o Convento do Carmo e as caves da Pide. Ou os esgares de ódio de quem se viu desapossado por momentos da sua condição de besta e de senhor