Pergunta: pode alguém, durante um debate, dizer disparates, ignorar os adversários quando lhe chamam a atenção para isso, evitar as perguntas difíceis que lhe são dirigidas e ainda assim estar convencido - e querer convencer os outros - que tem razão? Pode, mas não é para todos.
Para quem não deu por isso (o que é tudo menos grave), há um debate em curso no jornal Público sobre a saída do euro e o retórico hábil é Rui Tavares, historiador e ex-deputado ao Parlamento Europeu. No artigo que lançou a discussão, Rui Tavares escreveu que caso Portugal saísse do euro (e cito) “não poderia exportar para os mercados que são os nossos maiores clientes no mercado único da UE”; acenou ainda com o risco de os “tribunais internacionais” poderem determinar “que a nova moeda não é transaccionável”; e acusou os defensores da saída de Portugal do euro de não explicarem “como se fará para redenominar as dívidas”. José Guilherme Gusmão, economista e dirigente do BE, respondeu-lhe pedagogicamente, explicando que as relações comerciais entre países não dependem da pertença à UE ou à zona euro, que a utilização de moedas nacionais não depende da decisão de “tribunais internacionais” e que a dívida emitida pelo Estado português está em geral sujeita à legislação nacional, pelo que não teria de ser denominada em euros, caso voltássemos ao escudo. Esta mesma clarificação foi feita por Carlos Carvalhas, economista e ex-Secretário-Geral do PCP, em reposta no mesmo jornal.
Tanto Gusmão como Carvalhas replicaram à acusação de Tavares sobre a indisponibilidade dos defensores da saída do euro para responderem a perguntas difíceis, desafiando quem se opõe a essa saída com a mesma pergunta: como pode uma economia como a portuguesa perspectivar um desenvolvimento sustentado a prazo dentro de um arranjo monetário que lhe é profundamente prejudicial? Realisticamente, que expectativas podemos ter de que esse arranjo monetário possa ser substancialmente alterado nos próximos anos? Rui Tavares não parou para reconhecer os erros da sua argumentação, nem para responder à questão que lhe foi colocada.
Eu percebo e respeito quem valoriza o actual processo de integração europeia acima de tudo e que vê no fim do euro um enorme risco de dissolução de tudo o que se conseguiu nesse sentido desde a segunda guerra mundial. Também eu valorizo aquele processo, não iludindo porém a sua natureza ideológica e os interesses que nele predominam (que são tudo menos favoráveis ao bem-comum dos europeus); nem sobreponho a estabilidade do processo de integração europeia ao direito das democracias nacionais para definirem o futuro das comunidades que representam. É isto que está em causa na União Europeia que temos – e é por isso que não me revejo em quem quer proteger a UE de todos os riscos, mesmo que para tal tenha de recorrer a argumentos errados e diversões retóricas.
Aqueles que acusam os defensores da saída do euro – ou quem, como eu, assume que esse cenário tem de ser sempre considerado e devidamente preparado – de fugir às questões difíceis (e são muitas, sem dúvida), tem obrigação de clarificar uma questão básica: assumem que Portugal viverá para sempre dentro deste arranjo monetário, independentemente das suas implicações para o país e das opções de quem cá vive? Se a resposta for afirmativa, estamos conversados. Se não o for, temos todos a obrigação de pensar a possibilidade de vivermos fora do euro – e não fugir a esta discussão como o diabo da cruz.
Rui Tavares interiorizou a UE, vive dela, logo, não é difícil entender o porquê de Rui Tavares não estar em condição intelectual para reconhecer o mal que o Euro e a UE são responsáveis...
ResponderEliminarMuito bom.
ResponderEliminarQuem??? seria o Rui Tavares se...
ResponderEliminaros DDT não descartassem os "cola-cartazes"?!
Caro Ricardo:
ResponderEliminarTambém podemos colocar uma "questão básica" aos defensores da saída unilateral do euro:
Terão eles a certeza que depois da saida Unilateral do euro os nossos indicadores economico e sociais melhorarão substancialmente, independentemente das possíveis implicações de tal saída no acesso comercial dos nossos produtos aos mercados dos países da UE, e no acesso ao financiamento (publico e privado)nos mercados financeiros internacionais?
Para o amigo Unabomber é difícil. Mas o post é esmagador. Aqui, na forma de abordar estas questões, passam também problemas éticos.
ResponderEliminarÉ ver a posição de Ricardo Paes Mamede e o modo como este coloca as questões.De forma séria,frontal, não fugindo ao assunto e passando o debate para um outro nível
A forma como o amigo Unabomber tem por vezes abordado o assunto é por vezes lastimável. Desde não mencionar fontes até insistir na repetição macaqueada dos seus próprios comentários.
Infelizmente a prova da "menorização" argumentativa está neste próprio comentário aí em cima do amigo Unabomber.
"Isto" é a sério?
Ora leia de novo o comentário , sobretudo o último parágrafo. E pergunte ao amigo Papa se também não tem dúvidas.
Posso perfeitamente antever um cenário em que Portugal abandona o Euro. Só não percebi ainda como é que chegaremos lá, e este debate já começou nos idos de 2011, pelo menos, não se está de todo a iniciar agora. Colocam-se um sem número de questões. Primeiro, quais os mecanismos institucionais para sair do Euro sem sair da UE? Esses mecanismos não existem e requerem negociação. Note-se que em caso de saída da UE não negociada, estaríamos pelo menos sujeitos às tarifas da OMC, pelo que o efeito da desvalorização da moeda perde-se nesse caso. Em segundo lugar, a saída do Euro seguida de desvalorização implica uma reestruturação automática da nossa dívida sujeita à legislação nacional, de acordo com Carlos Carvalhas. Ora, isso representa uma perda reputacional para a República. O Ricardo tem defendido um modelo de crescimento keynesiano em que o recurso continuado ao crédito pela República é essencial (na verdade, não vejo ninguém à Esquerda a dizer que o País deve deixar de contrair dívida, o que entra algo em contradição com essa coisa da 'soberania', quem entra num contrato destes sujeita-se às condições dos credores, que são sempre a parte mais forte). Posto isso, como pretendem os defensores desta saída continuar a contrair dívida? Uma reestruturação negociada, com ou sem saída do Euro, implicará sempre condições da parte dos credores, leia-se austeridade. Alguém disse em tempos que os 'Mercados' rapidamente perdoam a quem entra em 'default' mas depois cresce, mas não é esse o exemplo da Argentina, coberta em processos de litigância internacional, pelo que me parece que o 'default' não é solução alguma. Em terceiro lugar, resta a dívida externa não sujeita à legislação nacional. O que fazer quanto a ela, sobretudo aquela nas mãos de empresas? A não re-denominação dessa dívida provavelmente tornaria tais empresas insolventes. O que deve fazer o Estado para evitar isso? Nacionalizam-se? Finalmente, como pretendem aqueles que nos querem retirar do Euro defender a nova moeda de ataques especulativos e com que reservas de moeda forte (assumindo que a moeda ficará numa banda larga à volta do Euro, como defendeu creio que Otávio Teixeira, para proteger minimamente as poupanças)? Eu até posso perfeitamente aceitar que não existem respostas definitivas a muitas destas questões dadas as incertezas naturais da Economia. Mas, se os defensores da saída do Euro não forem pelo menos capazes de assumir quais os riscos reais e propor medidas para os mitigar, então desculpe que lhe diga, a sua posição relativa à saída do Euro é puramente ideológica e merece o mesmo comentário que você fez relativamente àqueles que são irredutíveis quanto à permanência no Euro. Será profundamente triste se este debate se fizer em torno de mentiras em contraposição a cenários catastrofistas, como o debate do Brexit... É que eu acredito em alternativas, mas não acredito em almoços grátis...
ResponderEliminarVão agora os economistas porem-se exigentes quanto ao léxico do historiador!
ResponderEliminarNo pressuposto de saída da UE as taxas decidiriam da nossa competitividade.
No caso “tribunais internacionais” poderem determinar “que a nova moeda não é transaccionável”; obviamente se referirá à convertibilidade das dívidas em euros, moeda nacional (sob ordenamento internacional) à data da constituição do crédito. O golpe jurídico é tudo menos evidente.
Quanto ao mais, sem chiquice-espertismo tudo é negociável.
Já viram como a resposta de Jaime Santos é completamente ao lado do que é a ideia fundamental defendida aqui pelo Ricardo?
ResponderEliminarUma tragédia esta pobreza argumentativa e este discurso de fuga patético.
Um discurso profundamente ideológico este de JS, a mostrar que isto de almoços grátis só mesmo para a classe que detem o poder.
Quanto ao debate sobre o Brexit, aqui tido por diversas vezes... não o faz corar de vergonha caro Jaime Santos?
Quer que lhe relembremos as enormidades por si aqui postadas e defendidas?
Jaime Santos.
ResponderEliminarA " perda reputacional para a República" seria uma tragédia.
É,salvo a devida distância e o vocabulário pobre , como os proxenetas que, sendo-o, estão preocupados mais com a sua reputação do que com os factos por si praticados.
O que não perdoam é que ponham em causa tal actividade. E que não chamem o nome aos bois.
Já vimos melhores argumentos. E mais honestos
"No caso “tribunais internacionais” poderem determinar “que a nova moeda não é transaccionável”; obviamente"
ResponderEliminarTalvez herr jose sair da zona de conforto e ler o que se debate?E não repetir um pouco alarvemente as patetices de Rui Tavares?
Quanto ao "obviamente" só mesmo o de Humberto Delgado assassinado por ordem de Salazar. E que disse que "obviamente demitia aquele reles tipo.
Rui Tavares é o que é.
ResponderEliminarMas a exigência de rigor não é atenuada pelo facto de ser historiador, embora isso não o diminua de nenhuma forma.
Nem os economistas merecem regra geral qualquer crédito de rigor pela trampa que na generalidade fizeram. Claro que há muitas e honrosas excepções.
Esta coisa de pedantice de classe também é o que é. Mas tais trejeitos de superioridade animal não devem constituir argumentação válida.
A mediocridade também se mede por estes assomos de honra lexical s esconder s mediocridade dos argumentos e a insuficiência educativs.
Não será por acaso que os patrões lusos têm um nível de escolaridade aterrador, embora se comportem as mais das vezes como exemplares grotescos de pesporrência intelectual. Infelizmente não só.
Essa de se preferit a "honra reputacional" à soberania nacional diz tanto destes europeístas fundamentalistas.
ResponderEliminarAsdumidos vendilhões de Portugal Mas ainda por cima falsos moralistas e hipócritas
ò Amigo Superanónimo das 22:02:
ResponderEliminarÉ muito fácil responder à pergunta colocada pelo Ricardo:
"(...)assumem que Portugal viverá para sempre dentro deste arranjo monetário, independentemente das suas implicações para o país e das opções de quem cá vive?"
Resposta: - Óbviamente que ninguém pode assumir.
Acrescenta o Ricardo:"Se não o for, temos todos a obrigação de pensar a possibilidade de vivermos fora do euro"
- Concordo totalmente com o Ricardo (temos TODOS esta obrigação)
......
Posto isto,julgo que também será fácil ao amigo superanónimo responder de forma directa e objectiva à questão que eu coloquei:
- Tem o amigo superanónimo a certeza que depois da saida Unilateral do euro os nossos indicadores economico e sociais melhorarão substancialmente, independentemente das possíveis implicações de tal saída no acesso comercial dos nossos produtos aos mercados dos países da UE, e no acesso ao financiamento (publico e privado)nos mercados financeiros internacionais?
Um pouco limitado e mantendo as mesmmas perguntas não é, ó amigo unabomber?
ResponderEliminarOra leia lá a resposta anterior para ver se é desta. Mas como pode ser que não entenda( eu explico direitinho.
Se até o Papa tem dúvidas, quem sou eu ou qualquer dos mortais para as não ter
Percebido agora? Vê como não era difícil?
O resto é uma questão ética mesmo.
Tido isto é matéria para análises de 'sensibilidades'.
ResponderEliminarHaverá melhor modo de desvalorizar salários e pensões do que pela desvalorização monetária?
Não! Embrulhada em lamentos e promessas, temperada com umas bicadas nos proprietários a coisa funciona muito bem, e com alguma boa propaganda pode ser denominada como patriótica e de esquerda.
"Matéria para análises de sensibilidades".
ResponderEliminarE desta forma herr jose desconversa do disparate sobre o "léxico do historiador".
Faz bem. A fuga significa por um lado que o puxão de orelhas foi eficaz. E por outro que nada mais resta do que isso mesmo. A fuga .
Mas herr jose foge para um outro lado.
ResponderEliminarFala em salários e em pensões.
"Desvalorização de salários e de pensões" grita, entre lamentos sobre as bicadas nos "proprietários"
O pior é que há estudos que dizem exactamente o contrário. Que os salários dos que não estão enfeudados a altos consumos de bens importados subirão.
Por outro lado há evidências concretas que os salários diminuiram com o governo de Passos. Que as pensões foram roubadas sob o consulado dos extremistas neoliberais. Não são hipóteses. São mesmo realidades.
E o pior para herr jose ainda está para vir. É que há "comentários" do herr em que este se ufana disto. Em que este berra de alegria. Em que este pede mais. Em que este insulta o mundo do trabalho e de quem foi assim roubado.
Herr jose, que fazer? Embrulhado em lamentos e promessas, fazendo fé na mediocridade dum patronato pesporrento e troglodita ( outra evidência aterradora) que mais resta do que estas pequeninas manobras de propaganda tão impotentes como hipócritas?
Herr jose, o espelho é uma coisa tramada. E dá cabo destas suas mise en scene
Respondendo à questão do Unabomber: não tenho a menor dúvida de que essa saída do euro, desde que liderada por gente competente e que ponha os interesses do país acima dos interesses particulares, permitirá melhorar os indicadores sócio-económicos e não impedirá o acesso aos mercados financeiros quando se revelar necessário!
ResponderEliminarPara o amigo Superanónimo das 09:56
ResponderEliminarRealmente é melhor o amigo Superanónimo explicar "direitinho" o que sonhou que eu não entendi.
Amigo José M. Sousa:
ResponderEliminarLembrando a questão que coloquei:
"Tem o amigo superanónimo a certeza que depois da saida Unilateral do euro os nossos indicadores economico e sociais melhorarão substancialmente, INDEPENDENTEMENTE das POSSÍVEIS implicações de tal saída no acesso comercial dos nossos produtos aos mercados dos países da UE, e no acesso ao financiamento (publico e privado)nos mercados financeiros internacionais?"
.....
Embora seja bastante improvável NÃO É IMPOSSÍVEL que, em retaliação a uma saída unilateral nossa do euro, os restantes países nos imponham um forte embargo comercial e que simultaneamente, por incumprimento no pagamento das dividas, fiquemos (Estado e privados) sem qualquer acesso nos mercados financeiros internacionais.
E, ÓBVIAMENTE que nessa situação o nossos indicadores socio-económicos iriam ser muito piores que os actuais.
Unabomber
ResponderEliminarEstá a fazer suposições a mais. Há leis internacionais sobre comércio para além da UE (OMC); e quem disse que não pagaríamos as dívidas contraídas sob direito não nacional, visto que não haverá problemas em fazê-lo em relação às contraídas no âmbito do direito interno? uma coisa é renegociar outra é não pagar. A verdade é que desde que estamos no euro é que passámos a ter dificuldade de acesso a crédito internacional com a agravante de precisarmos de moeda que não é a nossa para pagar todo o tipo de despesas, mesmo aquelas dirigidas à produção exclusivamente nacional!
Sonhar?
ResponderEliminarÓ amigo unabomber quem deve estar a sonhar deve ser mesmo o amigo.
Vamos fazer o seguinte.
Msntenha o nível do debate e não caia nesse estrebuchar sonâmbulo.
E poupe-nos os berros com que entremeia o seu discurso. Não está num palanque a arengar aos incautos e não é por elevar a voz que acrescenta o que quer que seja de peso a essa espécie de argumentação
Quanto ao seu entendimento do que não percebeu.
ResponderEliminarPaciência amigo umabomber. Acontece com alguma frequência e o senhor é um bom exemplo do referido.
Mas não faz mal. Se nao entender à primeira pode tentar à segunda , à terceira ou à quarta.
E se mesmo assim continuar com dúvidas, também daí não virá grande mal ao mundo. Debita de novo um seu comentário já debitado.
Disse o amigo superanonimo no dia 6 de abril de 2017 às 09:56:
ResponderEliminar- "Ora leia lá a resposta anterior para ver se é desta. Mas como pode ser que não entenda( eu explico direitinho."
Com os seus ultimos comentários (das 23.12 e 23.24) ficámos DEFINITIVAMENTE elucidados quanto à promessa de explicar "direitinho" do superanónimo: explicar "direitinho" e cumprir o que promete não é nada com ele.
Amigo José M. Sousa:
ResponderEliminarSão efectivamente "suposições a mais" para quem não tem a "MENOR DUVIDA" da melhoria que a saida do euro com gente competente permitirá melhorar os indicadores sócio-económicos e não impedirá o acesso aos mercados financeiros quando se revelar necessário.
....
Há realmente leis internacionais sobre comércio para além da UE (OMC), assim como há leis sobre o Euro e a UE, bem como leis para quase tudo - Porém, é obvio que TODAS as leis podem ser infringidas.
....
Parece que antes de estarmos no Euro éramos um país rico, que nunca tivemos dificuldade no acesso a crédito internacional, que até nos concediam empréstimos com juros muito baixos - deve ter sido então por puro masoquismo que chamámos o FMI em 1978 e em 1983.
...
Parece que fora do euro vai ser possível renegociar tudo e pagar tudo - dentro do euro é que não é possível renegociar nada nem restruturar nenhuma divida.
Pois é amigo Unabomber
ResponderEliminarNão percebeu a explicação direitinha?
E agora anda a lastimar-se pelo facto da sua não compreensão estar ligada a uma promessa?
Do gênero da Senhora de Fátima?
Nao faz mal amigo Unabomber. Comprova mais uma vez o dito. O entendimento passa por vezes ao lado.
E comprova também outra coisa. Que isso das promessas tem um carácter por vezes místico.
Surgem do nada, da forma mais inesperada.
E deixam os crentes nesse estado de orfandade.
Parece que dentro do euro é possível megociar tudo.
ResponderEliminarSobretudo a vidinha de alguns porque já se percebeu que para os demais nos reservam os masoquuismos dos crentes.
Mais as promessas de novas troikas
Disse o amigo superanonimo no dia 6 de abril de 2017 às 09:56:
ResponderEliminar- "Ora leia lá a resposta anterior para ver se é desta. Mas como pode ser que não entenda( eu explico direitinho."
Com os seus ultimos comentários (das 23.12, 23.24 e das 07:59) ficámos DEFINITIVAMENTE elucidados quanto à promessa de explicar "direitinho" do superanónimo: explicar "direitinho" e cumprir o que promete não é nada com ele.
....
Que eu saiba a Noruega, Islândia, Suiça, Rússia, etc. não deixaram de exportar para os países que constituíram a UE. Além disso, as importações também seriam mais facilmente controladas. Mas há um pormenor que lhe parece ter escapado no meu comentário anterior:
ResponderEliminar« precisarmos de moeda que não é a nossa para pagar todo o tipo de despesas, mesmo aquelas dirigidas à produção exclusivamente nacional!» É que hoje precisamos de moeda estrangeira até para comprar batatas nacionais! Percebe a diferença? As intervenções do FMI foram pontuais e o país era muitíssimo mais atrasado. Hoje, estamos à mercê de gente que tem o desplante de nos tratar colectivamente como bêbados e chulos! Que você ache isso normal,é lá consigo!
Voltámos à repetição de comentários.
ResponderEliminarQue fazer? Dar uma boa gargalhada e perdoar ao crente enfatuado que confirma várias coisas.
Algumas já apontadas, pelo que não vale a pena repetir.
(Se nao perceber que papagueie o mesmo)
Mas há algo não dito. Está aí patente a incapacidade de auto-critica, de reflexão, de se olhar ao espelho.
Não faz mal.Indo ao encontro do tal holandês dos copos e vinhos, que pertence à clique dirigente da UE, pode-se ouvir o pregão habitual do género:
" Vai mais um tirinho?
E apressado mas claramente impotente para mais, Unabomber repetirá um estribilho qualquer.
Disse o amigo superanonimo no dia 6 de abril de 2017 às 09:56:
ResponderEliminar- "Ora leia lá a resposta anterior para ver se é desta. Mas como pode ser que não entenda( eu explico direitinho."
Seguindo os seus ultimos comentários (das 23.12, 23.24, 07:59 e das 14:13) ficámos DEFINITIVAMENTE elucidados quanto à promessa de explicar "direitinho" do superanónimo: explicar "direitinho" e cumprir o que promete não é nada com ele.
....
Ó amigo José M.Sousa:
ResponderEliminarNenhum desses países (Noruega, Islândia, Suiça, Rússia) saiu unilateralmente do Euro ou UE, nem precisou de dar o "calote" a países do euro.
E,por isso, a situação de Portugal após a saída unilateral do Euro não é comparável à desses países (que nunca entraram na UE e no Euro).
....
Não me escapou nenhum pormenor no seu comentário:
- O problema é que o novo escudinho não serve para pagar as importações, as quais actualmente custam à volta de 60 mil milhões de euros, aprox. 40% do PIB - para as pagar necessitamos de obter divisas (moeda estrangeira) vendendo os nossos produtos para o estrangeiro, e, se não chegar, pedir financiamento no exterior.
Logo, precisamos que os países da UE não imponham restrições às nossas exportações e que os mercados financeiros não nos cortem o crédito.
...
O pagamento em escudinhos aos estrangeiros (e aos nacionais) de divida contraida em Euros ao abrigo do direito nacional, não irá certamente ser do agrado dos mercados financeiros nem dos aforradores nacionais.
As restrições alfandegárias (ou outras) que façamos às importações levarão provavelmente os nossos principais parceiros comerciais (países do UE e do euro) a responder com imposições às nossas exportações.
.....
Diz o amigo: "As intervenções do FMI foram pontuais e o país era muitíssimo mais atrasado" - (foram tão pontuais que distaram de 4 anos (1979-1983) uma da outra).
- Porque é que o país era atrasado, tendo soberania e moeda própria? Os governantes eram todos incompetentes? ultrapassou o atraso após a entrada na UE?
- E, a intervenção de 2011? já não foi pontual? o país já não estava atrasado em relação à UE? o nosso PIB em 2011 era quase igual ao da média da UE?
.....
Para terminar, lembro que quem efectivamente não reparou no pormaior (independentemente) que consta na questão que coloquei foi o amigo José M. Sousa:
"Tem o amigo (...) a certeza que depois da saida Unilateral do euro os nossos indicadores economico e sociais melhorarão substancialmente, INDEPENDENTEMENTE das POSSÍVEIS implicações de tal saída no acesso comercial dos nossos produtos aos mercados dos países da UE, e no acesso ao financiamento (publico e privado)nos mercados financeiros internacionais"
.....
Votos de um bom fim de semana para o amigo José M.Sousa.
Unabomber, já lhe respondi a essa questão. Saída unilateral não significa inexistência de negociações. Além disso, você parece fazer parte daqueles que têm um desprezo pelo seu próprio país, como se nós não tivéssemos nada que interessasse aos outros!
ResponderEliminarCom certeza sabe o que é a taxa de cobertura das importações pelas exportações.
Enfim, desde que aderimos ao SME e Euro, o PIB e o investimento estagnaram ou caíram acentuadamente, mas isso deve ser de somenos para si. Já agora, a Grécia, por exemplo, tem quase 50% de desemprego jovem. Totalmente irrelevante, certamente!
Isso, isso Unabomber, isso.
ResponderEliminarLindo menino.
Entretanto hoje Schauble , o tal amigo da europa connosco, rosnou.
E rosnou só uma vez. Não precisou de se fazer repetir, feito papagaio. Não precisou de berrar, feito sabe-se lá o quê.
Ele rosnou e disse:
" Basta"
em solidariedade con o seu outro amigo, um tipo holandês que é só presidente do eurogrupo e que nos insultou s todos.
E como o alemão sabe que tem amigos por todo o lado e que mal ele rosna os seus amigos lhe prestam vassalagem trementes como varas verdes, só rosnou mesmo uma vez.
Deixa para os amigos a dolorosa tarefa de berrar para tentarem fazer-se ouvir. Quiçá mesmo salmodearem em jeito de cassete de repetiçao para alemão ouvir.
Sim, o amigo José M.Sousa respondeu (em 7 de abril de 2017 às 11:39), mas ao afirmar que a saída do euro "não impedirá o acesso aos mercados financeiros quando se revelar necessário" não respeitou uma das condições que coloquei na pergunta que fiz: - - "(...)INDEPENDENTEMENTE das POSSÍVEIS implicações de tal saída no (...)no acesso ao financiamento (publico e privado)nos mercados financeiros internacionais".
ResponderEliminar....
A saida unilateral não significa certamente a inexistencia de negociações: as condições e o poder negocial é que provavelmente serão muito diferentes no caso da saida ser multilateral (vários países) e ser do interesse de todos, ou quase todos (devedores e credores).
....
Certamente que temos algumas "coisas" que interessam aos outros: mas covém reconhecer que somos o país mais pobre da europa ocidental desde há muitas gerações - (até certa altura tivemos a companhia da Irlanda).
....
Claro, sei o que é a taxa de cobertura das importações pelas exportações: tanto assim que sei que foram os sucessivos défices enormes da balança corrente (superiores a 10% do PIB), fundamentalmente originados por fracas percentagens de tal taxa, que nos colocaram na situação de 2011 (sujeitos à troika) - e não propriamente os sacrossantos défices publicos (como apregoam até à exaustão os fundamentalistas direitolas) - e que em 1979 e 1983 nos levaram a recorrer ao FMI.
Mais, sei também que o equilibrio da balança corrente (e da taxa de cobertura), efectuado após 2011, custou à volta de 400.000 empregos ao país.
....
Desde a altura que aderimos ao SME e ao Euro muitos factores se alteraram na conjuntura económica internacional, tais como:
- o preço do barril de petróleo subiu exponencialmente: de menos de 20 dólares nos anos 90, para mais de 100 dólares na primeira década deste séc.,
- com a entrada da China na O.M.C em 2001 e o "alargamento" da Europa a leste, a concorrência internacional aos nossos produtos e à captação de investimento estrangeiro cresceu esmagadoramente;
- e, para completar o cenário, em 2007/2008 aconteceu a maior crise financeira internacional dos ultimos 80 anos.
....
Não obstante terem conhecimento de estes condicionalismos económicos, bem como da fragilidade secular da economia Portuguesa, e ainda que o crescimento economico tem sido muito fraco na generalidade dos países desenvolvidos, vários ladrões de bicicletas (J.Bateira, J.Rodrigues,J.Gusmão, P.Coimbra..) insistem até á exaustão em culpar o Euro e a UE de todos os males actuais da economia portuguesa.
.....
Obviamente que os 50% de desemprego jovem na Grécia não são irrelevantes - mas será que a saida da Grécia do euro iria radicalmente descer essa percentagem? alguém tem a certeza disso?
A realidade actual é que mesmo na situação dramática em que têm vivido, ainda não sairam do euro, e a maioria da população não pretende trocar o Euro pelo Dracma.
......
Correcção à ultima frase do ultimo comentário:
ResponderEliminar- A realidade actual é que mesmo na situação dramática em que têm vivido, ainda não sairam do euro, e a maioria da população não pretende trocar os Euros que tem no banco por novos Dracmas.
Como é que sabe isso? (Em relação aos gregos); Até pode ser verdade, em boa parte por estarem a ser submetidos ao medo de argumentos como os seus!
ResponderEliminarDe qualquer modo, o caro Unabomber continua a descurar o facto de que boa parte do nosso endividamento aconteceu precisamente por fazermos parte do Euro. Endividámo-nos - falo em termos macro, espero que não seja daqueles que fazem juízos morais simplistas à holandês - como nunca antes para termos acesso ao que precisávamos e ao que não precisávamos. Sem o euro não teria sido possível a escala de especulação imobiliária e fundiária; os investimentos de risco da banca em Portugal e no estrangeiro que levou à falência e ao desaparecimento de vários bancos, um deles centenário e dos principais do sistema bancário. É o Unabomber capaz de me indicar um paralelo nos últimos, digamos, pelo menos 80 anos, de tal instabilidade no sistema financeiro, que está longe de estar resolvida?