quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Amar como o partido de Cristas amou

É difícil não concordar com Assunção Cristas quanto à necessidade de responder com o «radicalismo do amor» ao «radicalismo dos populismos». Na melhor tradição da própria democracia cristã, esta sua recente formulação seria um bom enunciado para devolver credibilidade e esperança a «muita gente que se foi sentindo abandonada, esquecida pela política, pela economia, pela sociedade». No limite, poderíamos até admitir que esta noção inspirou Pedro Mota Soares em 2011, quando defendeu a necessidade de uma «ética social na austeridade». Isto é, uma ação política comprometida com o «tratamento excecional para aqueles que são os mais excluídos e carenciados».

O problema é que existe uma diferença abissal entre a retórica do CDS/PP e as suas escolhas concretas na hora da governação, quando o partido tem a oportunidade de ser consequente e de traduzir em medidas efetivas aquilo que proclama. De facto, ao aumento da pobreza nos últimos anos, induzido pelas políticas de austeridade que diligentemente prosseguiu, o anterior governo - a que pertenciam Cristas e Mota Soares - respondeu com uma redução da cobertura de crianças e jovens em risco de pobreza abrangidos pelo RSI (de 37 para 22%, entre 2011 e 2015) e dos idosos em risco de pobreza abrangidos pelo RSI e CSI (de 74 para 46%, no mesmo período).


Esta estranha forma de concretizar o tal «radicalismo do amor» é particularmente acentuada entre 2011 e 2013 no caso das crianças e jovens: perante o aumento da pobreza nestas faixas etárias, em cerca de 60 mil, o governo opta por cortar o RSI a quase 38 mil menores. E o mesmo se passa com os idosos: perante um aumento contínuo do risco de pobreza (mais 95 mil entre 2012 e 2015), o anterior governo escolhe cortar o RSI e o CSI a quase 77 mil beneficiários com mais de 64 anos. Tudo isto num período em que se aprofundou a já de si desigual distribuição de rendimentos no nosso país.

Não sabemos se os dirigentes do CDS/PP têm noção de que os tais «populismos radicais» florescem com o aumento da pobreza e das desigualdades, indissociáveis de cortes no Estado Social, nos salários e nas pensões, em nome de uma «economia do pingo» que acaba por nunca pingar. O que sabemos é que o partido de Assunção Cristas e Mota Soares é pródigo em alinhavar o discurso conforme a maré, num jogo de insanáveis contradições e de oportunas intermitências entre o «amor» e uns certos «populismos».

18 comentários:

  1. Ignorar que, àparte as consequências das políticas recessivas no emprego(a dívida a não bombar a economia, antes demais), os mais pobres não foram afectados com medidas de austeridade outras que não as avaliações da justeza na sua aplicação, não é honesto.
    A condição de recursos na assistência é e será por muito tempo a condição de viabilidade da solidariedade social para os mais pobres.
    A Mama Geral é o seu contrário.
    As mamas abrilescas serão a miséria das novas gerações presentes e futuras.

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  2. Sobre o CDS , o PP , Portas e Cristas pode-se dizer com propriedade muita coisa. Uma delas é com toda a propriedade que cheiram mal.Cheiram mal, com aquele misto de hipocrisia beata e de defunto chorado por vestais pagas para o efeito. Cheiram mal pelo oportunismo político e pela voracidade de gordos e néscios "grandes empreendedores" como eles gostam de chamar aos gordos e néscios grandes capitalistas.

    A Mama Geral com que um tipo aí se baba é a confirmação da repugnância deste cenário.

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  3. "Ignorar que, àparte as consequências das políticas recessivas no emprego"...

    Mas as políticas recessivas no emprego ( e não só) não eram as políticas gizadas pela governança neoliberal com o apoio explícito de quem agora parece que descobriu hipocritamente a pólvora?

    E este fulano não era o que exigia ir para além da troika? E que se lastimava mesmo em vésperas do acto eleitoral da partida da referida troika?

    Há aqui qualquer coisa que não se ajusta.

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  4. Confirmada por esta escrita datada, rebuscada, a lembrar a linguagem dos pantomineiros a enrolarem-se para não assumirem de frente o que querem de facto dizer:
    "Ignorar que, àparte as consequências das políticas recessivas no emprego os mais pobres não foram afectados com medidas de austeridade outras que não as avaliações da justeza na sua aplicação, não é honesto"

    Temos assim que não é honesto ignorar que tirando as medidas recessivas do emprego os mais pobres não foram afectados pelas medidas de austeridade
    Mas em relação às consequências das políticas recessivas no emprego já é honesto dizer que foram afectados? Ou que os mais pobres não foram afectados pelas medidas recessivas do emprego? Por não serem recessivas ou por não ser honesto dizer tal?

    Mas há mais: "medidas de austeridade outras que não as avaliações da justeza na sua aplicação".
    As avaliações da justeza da aplicação das medidas de austeridade podem retirar o carácter de "medidas de austeridade"? Uma espécie de carácter moralista, divino e beato a justificar as medidas de(não) austeridade como medidas justas a punir os incréus? E quem se assume como juiz da justeza de tais medidas? O tribunal constitucional estará fora de questão porque esta gente odeia-o. Será o Mota Soares? A Cristas? Mas estes foram aqui bem desmascarados mais a sua hedionda política de governação? Se bem que eles bem gostassem de fazer tal papel. E cobrassem para o efeito

    Que mixórdia de linguagem esta a justificar quiçá convites adequados de peritagem

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  5. "A condição de recursos na assistência é "

    É de facto. A condição do assistencial e da caridadezinha pregada pelos hipócritas que enquanto fazem estes números circenses não hesitam em se prostrarem perante o deus mercado, a competição na gatunagem e o direito do mais forte ao saque.

    Mais uma vez. Os recursos na "assistência" são o quê? Os recursos que sobraram do auferido pelo Borges por exemplo? Que até nem pagava impostos de acordo com a lei do FMI? Os recursos que sobraram após a socialização dos prejuízos dos banqueiros? Dos Swaps de Maria Luís Albuquerque?

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  6. "Até parece mentira ouvi-los hoje, quando nos lembramos que eles formavam o governo que fez recuar o PIB mais de 5,5 pontos percentuais, que levou a um recuo brutal do investimento público e privado, que concretizou uma imemorável destruição de emprego e que procedeu a uma gigantesca política de concentração da riqueza, a que se chamou política de austeridade. Que foi precisamente um governo que usou o défice como desculpa para impor as medidas mais negativas, sem sequer cumprir os seus próprios objectivos. Uma governação durante a qual as dívidas, pública e externa, se situavam entre as maiores do mundo.

    Isto enquanto foram disponibilizados à banca privada milhões de euros de recursos públicos, desviados 7 a 9 mil milhões de euros por ano para pagamento dos juros da dívida pública, concedidos largos milhares de euros de apoios e benefícios fiscais ao grande capital e se desenvolviam os negócios dos contratos SWAP e das Parcerias Público Privadas. Aliás, foi precisamente o pretexto da falta de dinheiro que justificou a venda ao desbarato de empresas públicas, a degradação dos serviços públicos e o corte nos rendimentos".

    Havia umas esmolas para a caridadezinha era, não era? Para a madame Cristas aparecer na Hola e o Mota Soares aparecer a tomar a hóstia

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  7. "As mamas abrilescas" diz herr Jose

    Ah, que saudades das mamas de outros tempos em que as refeições patrocinadas pela Legião Portuguesa eram orgulho da família de Herr Jose, não se sabendo se tal orgulho residia no facto de serem comensais ou de serem organizadores de tais repastos para os pobrezinhos dos coitadinhos.

    Ah que saudades dos tempos em que a Mama estava reservada aos senhores banqueiros donos disto tudo, que continuaram donos disto tudo pouco depois de 25 de Abril e cuja Mama era guardada por essa instituição tão do agrado de Herr Jose que ainda hoje a elogia mais o seu serviço de guardiã da Mama

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  8. josé assuma o seu liberalofascismo por inteiro. diga o que pensa, que é

    "os desfavorecidos que se fodam", é preciso é distribuir mais dividendos.

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  9. Àparte os vómitos de esquerdalhos enfartados de mantras miserandos, sobra sempre a miséria moral e intelectual de simular acreditar-se que o resgate de um Estado, falido por dívidas e dependente de mais dívida, se faria sem austeridade ou políticas recessivas.
    É o emblema maior de esquerdalhos sem vergonha, sem qualquer preocupação de racionalidade, alimentados a mantras e ladaínhas.

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  10. Já em tempos, nos 48 anos da ditadura fascista acontecia o mesmo com os Cardeal Cerejeira e Salazar. Com estes ate´ a fome era distribuída com “amor”.
    Ao darem uma mãozinha de apoio ao CDS na área da governação, o PS e PSD tem bastantes culpas no cartório.
    Foi preciso 42 anos de governação entreguista para o PS encetar o trilho de esquerda, quando o povo já desesperava entre a fome e a vontade de comer, quando já sem soberania e independência nacionais.
    Não esqueço! De Adelino Silva

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  11. Mesmo que a direita tenha estado o maior período de tempo e o mais relevante – tempo do maná financeiro da CEE – no poder. o exemplo de Cavaco o político que mais tempo esteve no poder. Continuam a acusar os escredalhos pelas crises. Por onde andaram as vestais pudicas dos governantes direitolas?

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  12. Jose(zito):
    Desgraçado.
    E eu a pensar que te tinhas pirado de vez.
    Mas enquanto o teu dono Passos te pagar a avença, continuarás hirto e sempre presente a vigiar o LdB e a brindar-nos com as tuas insanidades.
    Disseste: «sobra sempre a miséria moral e intelectual de simular acreditar-se que o resgate de um Estado, falido por dívidas e dependente de mais dívida, se faria sem austeridade ou políticas recessivas».
    E, para ti, qual é a miséria moral e intelectual em que acreditas?
    Que a política do teu dono Passos nos resolvia a dívida?
    Viu-se como a diminuiu.
    Aliás, com uma contracção da economia de cerca de 6% e défices anuais durante 4,5 anos só podia ter aumentado, não é, tolo?
    Só a tua cabecita tonta acredita no contrário.
    Vai-te encher e moscas, tolo.
    Vai dizer essas insanidades para a tasca da tua aldeia, onde te mandam logo calar, te dão um pontapé no traseiro e te põem a andar.

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  13. Para o Sr . José, as únicas mamas que eu tenho visto, são o BPN-PSD, o BANIF -Madeira-PSD, o BES-Novo Banco, e uma classe empresarial altamente paga e incompetente na maioria dos casos, e subsídio -dependente.

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  14. " vómitos e mamas" . A demonstração prática da miséria moral e intelectual do sujeito das 9 e 37.

    Que se remete ao silêncio quando se tenta escalpelizar um pouco mais a sua hipótese de discurso.

    Quanto ao estado dito falido... basta ver o regabofe e a acumulação do capital. Algo saudado entusiasta e euforicamente pelo mesmo sujeito. Sem vergonha, sem qualquer preocupação de racionalidade, alimentado a mantras e ladaínhas.E indubitavelmente revelando a sua consciência de classe ao lado dos que exploram e saqueiam



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  15. «os mais pobres não foram afectados com medidas de austeridade outras que não as avaliações da justeza na sua aplicação»
    AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH AH

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  16. Mais uma vez hesito entre a precisão do termo esquerdalhos para descrever uma tal insânia.
    Esquerdopatas é noção a reter.

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  17. "Amar como o partido de Cristas amou"
    e como ameaça voltar a amar:

    "Grande manif
    O preço dos combustíveis em Portugal provocou fortes protestos de uma multidão , numa bomba de gasolina .
    Segundo o Público de hoje a dirigente do CDS chamou a comunicação social a uma bomba de gasolina para exigir o fim do adicional sobre os combustíveis . Nas fotografias vê-se Cristas sozinha com a sua mala Lúis Viton ao lado do seu carro topo de gama e com cara séria !
    Para completar a foto só lhe faltou levar o relógio de Cuco do Paulo Portas , o tal que assinalou a reconquista da nossa independência .
    O ridículo não mata os demagogos , nem as tias de Cascais ... "

    (pena preta)

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  18. Um hesitante-mor este jose.

    Mas dá para ver que no processo de retenção surge um quase ofendido Jose

    Tudo fita. As "mamas e os vómitos" deram lugar a este patético esgar?A tia Cristas está bem acompanhada com tios deste calibre

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