segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Em defesa de uma ampla frente política contra o euro


5 comentários:

  1. É bom lembrar a forma como Carvalhas encarava, já em 1997, a entrada de Portugal no Euro, a qual viria a ser concretizada em 1999, no chamado "pelotão da frente":

    http://www.pcp.pt/actpol/temas/moeda/munica1.html

    Vale a pena comparar a posição então assumida pelo PCP com a posição assumida por Vítor Constâncio três anos depois, quando - com Guterres em S. Bento e Sampaio em Belém - tomou posse como Governador do Banco de Portugal:

    https://www.bportugal.pt/intervencoes/discurso-de-tomada-de-posse-do-governador-0

    Repare-se, p. ex., nestas considerações em matéria de balança de pagamentos:
    "Não voltaremos a ter problemas de balança de pagamentos iguais aos do passado. Não existe um problema monetário macroeconómico e não há que tomar medidas restritivas por causa da balança de pagamentos. Ninguém analisa a dimensão macro da balança externa do Mississipi ou de qualquer outra região de uma grande união monetária."

    Tal como Guterres e Sampaio, Constâncio acreditava - ou fingia acreditar - numa caminhada
    gloriosa da União Europeia rumo a uns míticos Estados Unidos da Europa, alimentada pela "moeda única" acabada de criar e por uma "solidariedade europeia" que, desde 1974, sempre esteve muito presente no discurso do PS ... mas está cada vez mais ausente na dura realidade que enfrentamos. Neste contexto, é deveras curioso que Constâncio tenha optado por referir o estado do Mississipi, ano após ano na cauda do pelotão norte-americano, apesar da permanente "solidariedade" no âmbito da meia centena de estados da federação:

    https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_U.S._states_by_GDP_per_capita

    https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_U.S._states_by_American_Human_Development_Index

    Constâncio saltou em 2010 do cargo de Governador do Banco do "Mississipi da Eurozona" para o cargo de Vice-presidente do BCE, em que deverá manter-se até 2018 (se a actual União Económica e Monetária aguentar até lá).

    Infelizmente, o PCP é hoje o único partido português - e um dos poucos partidos de estados membros da União Europeia - a defender a dissolução da União Económica e Monetária (UEM), estabelecida no Tratado de Maastricht. E é também hoje o único partido português a admitir a saída de Portugal do euro, eventualmente antes mesmo de existir um consenso quanto à dissolução da UEM:

    a) "O País tem de estudar e preparar a sua libertação da submissão ao euro, decorra esta opção

    - De uma decisão soberana do povo português,

    - De uma imposição externa,

    ou

    - De um processo de dissolução da União Económica e Monetária.

    Esta preparação é essencial para garantir o pleno aproveitamento das vantagens de uma saída do euro e a minimização dos seus custos".

    b) A preparação para a saída de Portugal da moeda única deve começar "desde logo pela passagem para o direito português dos diversos contratos da dívida externa, para que a dívida seja depois paga em moeda nacional e não em euros".


    A. Correia

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  2. Parece já não haver duvidas que o Euro regulado pelos tratados em vigor na UE é uma moeda que tudo indica ser de difícil viabilidade . Quanto tempo mais poderá durar o Euro é uma interrogação de difícil resposta. O Euro foi o responsável pelo acentuar da desindustrialização em Portugal , isto num País que já de si tinha um grau de industrialização muito baixo . Houve uma grande destruição de Activos em toda UE , e muito especialmente nos países do sul que afectou já de forma acentuada o próprio sistema bancário. No entanto a saída de Portugal do Euro de forma unilateral poderia dar origem a uma inflação galopante. A tudo isto devemos acrescentar a grande instabilidade em toda a zona do mediterrâneo e a possibilidade de um novo choque petrolífero que poderia dar origem a uma estagnoflação (crescimento zero ou negativo + Inflação galopante ). Em face desta situação grave parece não haver respostas por parte dos dirigentes dos partidos "Euroentusiastas" que até à data se limitaram a a aceitar o Euro como um dogma , tendo já demonstrado não terem qualquer solução entrando " num gerir a crise " e numa impassividade.

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  3. Hoje ficámos a saber que Bruxelas suspende alívio da dívida grega
    "Eurogrupo suspende ajuda depois de Atenas restituir 13.º mês para pensionistas mais pobres e apoiar ilhas mais afectadas pela crise dos refugiados".

    É a este clima de permanente chantagem que estamos sujeitos? Por parte de eurocratas que lá estão sem qualquer legitimidade?

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  4. O SYRIZA queria "a renegociação da dívida" para "acabar com a austeridade". Contudo, em nome do "europeísmo" e do "internacionalismo", Tsipras e o seu "inner circle" queriam - e tudo indica que ainda querem - a preservação da "moeda única" e a manutenção da Grécia nessa moeda, pelo que a Grécia tem de suportar a permanente chantagem do Eurogrupo - em que o ministro das finanças da Alemanha é quem mais ordena - e do Banco Central do Euro. Em lugar de uma renegociação da dívida para poder acabar com a austeridade, a Grécia só conseguirá algum alívio da dívida se o governo grego der garantias, a quem manda na Eurozona, de que a austeridade se vai manter.


    A. Correia

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  5. E os "nossos europeístas" não aprendem...

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