terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Acabar com o Natal ou com o Conselho de Finanças Públicas?



A Presidente de um dos ecos nacionais de Bruxelas, o Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, deu mais uma entrevista, desta vez ao Negócios e à Antena 1. Não destaco as banalidades sobre o crescimento sem instrumentos decentes de política ou a defesa do controlo estrangeiro sobre o sistema financeiro. Realmente, eco de outras paragens.

Destaco, isso sim, a sua breve definição de Natal: “é uma época para consumir, o que não é muito positivo para Portugal”. Pareceu-me a versão macroeconómica de um célebre artigo de microeconomia, publicado na American Economic Review, sobre a ineficiência do Natal, um daqueles exercícios imperialistas para avaliar as interacções sociais pela bitola do mercado idealizado e sem fronteiras.

No caso de Cardoso, trata-se também de algo sinistro, versão economia da oferta com todo o habitual moralismo imoral: o tempo passado fora do trabalho é uma ameaça, a devolução de rendimentos e de tempo de lazer são uma ameaça. É a enésima versão do gastam tudo em vinho.

Aproveito para deixar um lembrete: em todo o liberal há um elitista autoritário em potência. Vem ao de cima quando as crises sistémicas, geradas com o contributo desta ideologia, surgem, como historiadores atentos, caso de Manuel Loff, bem sabem. E deixo um pequeno contributo para eliminar gorduras desnecessárias: acabar com o Conselho de Finanças Públicas.

17 comentários:

  1. Muito bom.

    Com mais duas qualidades notáveis:
    - O chamar o nome aos bois, de caras e com todas as letras.

    - O expressar uma clareza e acutilância dignas de se lhe tirar o chapéu.

    Parabéns!

    ResponderEliminar
  2. Ia a dizer que o Cuco não diria melhor, mas verifico que o aplauso das 22:16 é o dito cujo a reconhecer essa profunda identidade.

    ResponderEliminar
  3. Parabéns João Rodrigues pela clareza do seu discurso, expor o que está aos olhos de todos é hoje em dia uma tarefa árdua. Penso que a simplicidade no discurso aproxima as pessoas, a linguagem que utilizamos hoje é a do não comprometimento, da cobardia e da falta de carácter.

    ResponderEliminar
  4. Rendo-me à evidência!"
    Para além de «banalidades sobre o crescimento», ou a falta dele, temos o «eco de outras paragens» acolhido por esmagadora maioria na nossa AR, nossa tão aclamada fonte de toda a legitimidade.
    Já «a sua breve definição de Natal - “é uma época para consumir, o que não é muito positivo para Portugal”» - é uma brutal ofensa à sociedade de consumo e aos direitos adquiridos pelos portugueses (e já agora, como é de uso) e pelas portuguesas, na sua incessante e justa luta para consumir.
    Só uma beata, como ela é, pode pensar o Natal como uma festa tradicional da cristandade, arvorada em festa da família e da solidariedade, quando o progressismo e a justas lutas fizeram dela a festa dos presentes e das orgias gastronómicas.
    Só uma lacaia do capital, subserviente aos credores e a Bruxelas, pode despir o Natal de presentes e desbunda consumista. O 13º mês (iniciado muito justamente na Alemanha em anos que por decoro não refiro) é para isso mesmo.
    E quem é capaz de tais dislates logo se pode concluir, com a certeza mais certa, que é contra todo o descanso dos trabalhadores e do seu justo salário, faz da classe trabalhadora um cambada de bêbados, e é uma elitista por natureza.
    O Conselho Nacional de Finanças está ao serviço do estrangeiro, encarregado de esconder dos portugueses o futuro de soberania e prosperidade que está ao nosso alcance – Extinga-se!!!

    ResponderEliminar
  5. Já não é mau que chame aos liberais autoritários em potência, quando já lhes chamou vende-pátrias. Passar de traidor para autoritário e só em potência sempre representa uma evolução do discurso. Agora, parece-me é que quem considera que quem não pensa como ele acumula os defeitos enumerados acima, não é só um autoritário em potência...

    ResponderEliminar
  6. Já não era sem tempo acabar com esse órgão improdutivo e caixa de ressonância chamado CFP.
    E quanto à austera Dona Teodora, que constitui um susto permanente para os cidadãos deste país, só me ocorre aquela questão: “Why don’t you get a life?”

    ResponderEliminar
  7. Herr jose destrambelha.

    Que hino é este, que histerismo histérico é este, que patetice é esta?

    O que é "isto"?

    Que pieguice tonta e medíocre é esta?

    ResponderEliminar
  8. A clareza desta frase deve tê-lo perturbado e muito. Porque é a ilustração precisa do seu porfiar quotidiano:

    "No caso de Cardoso (Jose), trata-se também de algo sinistro, versão economia da oferta com todo o habitual moralismo imoral: o tempo passado fora do trabalho é uma ameaça, a devolução de rendimentos e de tempo de lazer são uma ameaça. É a enésima versão do gastam tudo em vinho."

    Na mouche.

    Admirável. Deixa qualquer servidor fora de serviço. Ficando reduzido a tal desbunda.

    ResponderEliminar
  9. Quanto é que a "Dona" Teodora aufere por este cargo?

    ResponderEliminar
  10. O cuco? Mais uma vez o cuco?

    Perturbada mente que insistentemente insiste. Que perturbadas condições para permanecer este queixume longínquo em baixo-contínuo permanente

    Vamos a outros assuntos, se não se importa:
    -A afirmação do sujeito : "brutal ofensa à sociedade de consumo e aos direitos adquiridos pelos portugueses"...
    se ler outra vez não é isso que o autor do post diz. Pelo contrário o que ele faz é zurzir contra "aqueles exercícios imperialistas para avaliar as interacções sociais pela bitola do mercado idealizado e sem fronteiras"

    Percebe a diferença? É que ele zurze também contra um destes praticantes de tais exercícios, precisamente o sujeito que anda a ter pesadelos com o cuco
    .

    ResponderEliminar
  11. O Conselho de Finanças Publicas está ao serviço dos Chicago`s boys, do FMi, do chamado "Consenso de washington", do BCE, da Eurocracia de Bruxelas e da Alemanha.

    ResponderEliminar
  12. Mais afirmações esconsas:
    "Só uma beata, ...festa tradicional ... arvorada quando o progressismo e a justas lutas fizeram dela a festa dos presentes e das orgias gastronómicas"
    Não é nada disto que o autor do post diz. O que diz é que reduzir o Natal à sua condição de eficiência, só mesmo na mente duma apologista em serviço dos mercados uber alles.

    Simples. Tentar deturpar o que os outros dizem é feio. Arvorar-se em beato em socorro duma beata dos mercados é mais próprio dum sicário colaboracionista da ortodoxia neoliberal

    ResponderEliminar
  13. Herr jose.

    Vossemecê tem alguma dificuldade em.
    O que a dona Teodora diz não é nada do que herr Jose anda por aí a pregar. O Natal para ela nao surge como festa de familia ou de solidariedade. O Natal apenas como espaço de eficiência.

    Claro que arvorar-se em emissario do que s dona pensa pode levar s pensar que está a tentar corrigir a argolada da dita.

    Mas foge aos factos reais. E fica a suspeição da função do servidor assumido que é herr Jose.

    Conheceram-se quando era perito so serviço da CIP?

    ResponderEliminar
  14. Entre Jaime Santos e Jose descubra as diferenças...

    ResponderEliminar
  15. Essa do vinho tocou-lhe.

    Sentiu-se mesmo assim - tocado.

    No duplo sentido da palavra.

    Mas isso de "tocado" é privilégio da classe possidente. , como ja confessou num dia em que "tocado" estava.

    Para a classe trabalhadora, porque sao ums bêbados, devem-se interditar as bebidas. E porque o que eles têm é que produzir mesmo, esses madraços.

    Para bem da prosperidade da condiçao das Teodoras e dos joses.

    ResponderEliminar
  16. Parece que Jaime Santos já devia saber que entre uma afirmação e o seu oposto há todo um gradiente de posições.

    Pelo que devia ser já do seu conhecimento que pelo facto de sistematicamente não concordar com João Rodrigues não significa imputar-lhe todos os defeitos e males de que se possa lembrar.

    Serão reflexos psvlovianos à flor da pele, esses, caro Jaime Santos?

    ResponderEliminar