Um dos melhores momentos da greve dos taxistas, foi quando um grevista, ouvido pela SIC Notícias, disse à jornalista qualquer coisa como isto: “Vocês não deviam estar contra nós, porque um dia destes também chega aos jornalistas”. Não sei se alguém tinha dúvidas disso, mas a revista de imprensa da Antena 1 de hoje mostrou o coro de indignação dos jornalistas contra os taxistas e a defesa por eles da Uber.
Do que o taxista falava, obviamente, era da forma como a multinacional Uber entrou no mercado. Passou por cima das leis nacionais, "roubou" o mercado aos táxis sujeitos a contingentação e expandiu-se durante dois anos sem qualquer penalização, ao ponto de levar o actual Governo a querer regular o problema, como um facto consumado, porque "os clientes gostam".
Veremos o diploma em preparação, mas é estranho que o ministro já admita em entrevista à SIC que os carros da Uber não contarão para o contingente do serviço público que é o táxi, porque não são táxis...
"É inconstitucional que uma actividade comum - porque as plataformas e os operadores que trabalham debaixo dessas plataformas não prestam um serviço público - não podem ter um contingente. Desde o fim do condicionamento industrial que acaba com a Revolução de Abril não há contingente para actividades que não são serviço público". João Pedro Matos Fernandes falava de "uma nova actividade", de uma concorrência "potencialmente desleal" com o aumento da oferta dos transportes descaracterizados... (Aqui, minuto 3)Ou seja, o governo optou por acabar com a contingentação e empurrar todos os táxis para actividades "comuns". E salve-se quem puder!
A penetração no mercado desta "nova actividade" foi, em tudo, semelhante aos outros países. Aliás, a actividade em Portugal é coordenada a nível europeu. Como se escreveu na Visão, todas “as decisões são tomadas pela Uber BV, a empresa que opera em todos os mercados da União Europeia”, com sede na Holanda, conhecido por ter um regime tributário privilegiado. “Mesmo os contratos de parceria com os operadores são feitos, a nível central”.
Os argumentos são os mais deliciosos. Diz Rui Bento, diretor geral da Uber Portugal: “A Uber é uma plataforma eletrónica que, através de uma aplicação, liga pessoas que se querem deslocar nas cidades a pessoas que estão disponíveis para as transportar”. “A Uber não contrata o motorista, logo o motorista não trabalha para a Uber. Quem contrata o serviço é o cliente; a Uber apenas os põe em contacto”.
Imagino já os argumentos futuros das confederações patronais nacionais: “Nós não somos patrões: apenas pomos em contacto produtores e consumidores”. Então no jornalismo – cada vez mais online - não será de estranhar que, um dia destes, apareça uma empresa que será apenas uma plataforma, que colocará em contacto "quem queira escrever notícias e quem as queira ler"!! Não haverá trabalhadores, apenas parcerias... E tudo ficará tão presente no mercado que, um dia, qualquer governo “terá” de legislar para legalizar a selva.
Este parece o paraíso no futuro do mundo do Trabalho, que começou há várias décadas com a contratação de assalariados a "recibo verde": os trabalhadores transmutam-se em empresários por conta própria. E quem paga a Segurança Social desses “parceiros”? Claro, os parceiros que trabalham...! Que bom!
Mas a opinião daquele taxista é – sem o saber - pertinente em relação aos jornalistas:
1) Os jornalistas foram - e são! - incapazes de protestar unidos contra as plataformas online que já hoje copiam abusivamente o seu trabalho, sem penalização.
2) Os jornalistas que passam a vida a trabalhar a mata-cavalos para multi-plataformas, num trabalho quase indiferenciado, com cada vez menos tempo para pensar, o que leva tendencialmente à cópia de textos (os da Lusa são muito usados...), são incapazes de protestar contra esse rebaixamento profissional – porque é a modernidade e ninguém pára o progresso;
3) Os jornalistas permitem que o seu trabalho mimetize cada vez mais a televisão e os posts, e - com isso - nada fazem para, a prazo, impedir o seu despedimento anunciado por redundância. Não reparam que este modelo conduz a uma espiral recessiva, em que as entidades patronais despedem trabalhadores caros e empregam outros mais baratos - puxando cada vez mais os salários para baixo, sempre com o argumento de que têm menos leitores e menos publicidade (porque está tudo na televisão e na internet), ao mesmo tempo que ampliam o fosso entre os salários dos directores e os dos redactores;
4) Os jornalistas que se vêem engulidos pelos acelerados ritmos de trabalho, num trabalho que é cada vez menos jornalístico e de meros escribas (em simultâneo sendo fotógrafos, operadores de imagem, captores de som...) não anteveem que já existem robots – softwares - que, mais cedo do que tarde, farão o seu trabalho, de forma mais rápida e até mais correcta, porque se trata de tarefas mecânicas.
5) Os jornalistas, aliás, em vez de antever o problema da internet - como um desafio à qualidade da informação - começaram por protestar primariamente, sim, pela multiplicação de informação que saía da sua intermediação. Outros aderiram de tal forma que defenderam o modelo bizarro em que se punha notícias gratuitas no online, iguais às que vendiam em papel... E até concordaram com as suas entidades patronais quando estas forçaram a divulgação da informação em diversas plataformas, sem lhes pagar mais por isso;
6) Os jornalistas nada fazem para tornar estanque a sua actividade: desde sempre houve jornalistas a negociar directamente publicidade, a beneficiar de prendas avultadas, de inúmeros bilhetes para espectáculos e desafios de futebol, de viagens apenas feitas para eles (o grupo Espírito Santo, por exemplo, pagava viagens duas vezes por ano, no inverno – na neve – e no verão); a legitimar viagens pagas por empresas, transformando o jornalismo numa actividade promocional, chegando-se ao ponto de apenas se viajar em trabalho seas viagens forem pagas pelas empresas, achando que, por uma questão de transparência, basta colocar uma frase no fundo do texto – “viagem paga por...”.
7) Os jornalistas em geral nada fazem para que os seus órgãos de comunicação não sejam dirigidos por pessoas que vivem em portas-rolantes com actividades empresariais em tudo conflituantes com a sua prática, numa antecâmara do que irá acontecer no futuro, nesta uberização global. O caso do Público é exemplar.
Submissos
Mas se a opinião do taxista é pertinente, esbarra numa questão básica: por que é que os jornalistas deixam?
Eles que deveriam ser a classe mais bem informada, mais vigilante e mais poderosa, capaz até de vergar governos (porque os governos dependem deles!), acabam por ser dos mais submissos.
Na minha experiência, os jornalistas são de tal forma individualistas que nunca se erguerão colectivamente para defender a classe.
Seja por medo de represálias, por preguiça, porque não querem despender tempo da sua vida a organizar-se; porque não querem estragar a sua vida ao ter uma actividade subversiva, comunista ou radical (o medo não é um fenómeno do fascismo: está na cabeça das pessoas); porque não têm opiniões ou porque é difícil conciliar excesso de opiniões; porque acham que não vale a pena. Ou ainda pior: porque muitos são mesmo contra a ideia de que é justo defender a classe, porque defender a classe é corporativismo. E os jornalistas modernos devem ser contra esses arcaísmos.
Por tudo isso, os jornalistas não se dão ao respeito.
Quando lhe cortam salários, aceitam-no em nome da preservação do emprego, mesmo que mais tarde sejam despedidos. Quando lhes atrasam o pagamento do salário, aceitam isso sem ripostar, sem reagir de imediato, sem penhorar receitas de publicidade ou os bens dos administradores. Quando as entidades patronais os põem uns contra outros, aceitam o dilema porque sabem que não há solidariedade mútua.
A todos os jornalistas, deixo o link de um filme muito simples e muito eficaz. Vejam-no no fim-de-semana.
Não sei se sabe mas o mundo evolui. Perante o comportamento daqueles grunhos a Uber não poderia desejar melhor publicidade.
ResponderEliminarE o momento do dia foi "as leis são como as meninas virgens, são para ser violadas"
Um comentário destes é basicamente o equivalente a ficar a olhar para a ponta do dedo que aponta para algo em vez de olhar para onde o dedo aponta.
EliminarO filme é extraordinário e bem pertinente.
ResponderEliminarNão faltam taxistas explorados pelo dono do alvará, a terem que vigarizar os clientes para fazerem um rendimento decente.
ResponderEliminarFaturas poucas, impostos poucos...
O que seria natural é que passassem do radio-taxi para criar uma qualquer plataforma que concorresse com a UBER, ou que prestassem serviços a todas as plataformas.
Querem que nada mude...não dá!
Trabalho com direitos ... só é empresário quem quer. Tema a contas com os factos.
“Não sei se sabe mas o mundo evolui.”
ResponderEliminarPois evolui e está a evoluir para pior e tudo isto passa como modernidade porque (muitos) ingénuos acham que Googles, Facebooks, Ubers, etc é só virtudes…
Sendo eu uma das vítimas da economia 2.0 com experiência de facto em lidar com multinacionais que surgiram com o boom da Internet posso-vos dizer esta economia 2.0 é uma economia que se baseia em trabalho tendencialmente escravo!
Esperam que nós estejamos sempre presentes, sempre a produzir e sempre compreensivos quando nos cortam ainda mais os rendimentos, já de si uma minoria do total dos lucros!
Por mais que se possa acusar os taxistas de todos defeitos a Uber não deixa de ser uma empresa mercenária!
A Uber NÃO É modernidade! É na verdade o passado!
A Uber é uma empresa capitalista numa forma mais desregulamentada que percebeu como utilizar uma tecnologia relativamente recente (a Internet) para passar por cima dos direitos e dignidade dos trabalhadores de forma a atingir o máximo lucro!
Podem acreditar, a Uber fez alguém magnificamente rico, mas aqueles que enriquecem um punhado NUNCA sairão da precariedade e dos baixos rendimento!
E ainda utilizam a própria viatura!!! E todos os encargos com essa viatura são sempre pagos pelo condutor Uber…
Os taxistas têm que se modernizar mas têm o direito a defender trabalho digno, e o trabalho da Uber não é digno para o trabalhador!
E a Uber não é única!
ResponderEliminarExistem vários outros serviços/ Apps e (todos?) baseiam-se no mesmo, baseiam-se em baixos rendimentos para o trabalhador lucro máximo para o investidor-capitalista!
Está é a “modernidade” dos tecno-gurus de Silicon Valley!
É o futuro!
É tudo tão brilhante!
Tudo tão perfeito!
Nunca questionem a “modernidade” dos tecno-gurus!!
Ainda vos chamam de velho do restelo... ou estalinista... ou terrorista...
Quando for a vossa vez de experienciarem a “modernidade” enquanto trabalhador/ escravo digam qualquer coisa!
Digam se estão a gostar...
Porque enquanto apenas forem utilizadores das Apps nunca vão perceber o que é esta “modernidade”. E talvez perceberão que a “modernidade” não só não é modernidade como não presta!
A guerra dos táxis é apenas o começo
ResponderEliminarhttp://observador.pt/opiniao/a-guerra-dos-taxis-e-apenas-o-comeco/
"Os taxistas têm que se modernizar mas têm o direito a defender trabalho digno, e o trabalho da Uber não é digno para o trabalhador!"
ResponderEliminarVia as imagens dos taxistas de ontem a vandalizar o carro da Uber? Alguém quer correr o risco de "apanhar" com um daqueles taxistas?
Pois é, se estiver na fila apanha com o taxista que estiver primeiro. Sem escolha.
Os principais fatores de sucesso da Uber são:
- Permitir ao cliente classificar e escolher o taxista que o vai conduzir;
- Saber, antes de entrar no carro, quanto vai pagar pela viagem (mais ou menos do que num táxi, mas sabe: se quer quer, se não quer não quer);
- No final fica registado a viagem que fez (para evitar "desvios") e quanto pagou (sempre com recibo, sem necessitar sequer de o pedir);
- Não paga nada directamente ao taxista, logo não há "problema de trocos" (um expediente muito utilizado para aumentar o preço ).
Modernização dos táxis tradicionais passa por prestar estes serviços. Acha que os taxistas estão dispostos a funcionar assim? Não estão. Desde logo porque se quer apanhar um táxi leva com o primeiro que estiver na fila, independentemente de lhe sair na rifa um táxi manhoso com um condutor manhoso. Que os há. Basta ver as imagens de ontem.
Um comentário muito bom aí pelas 11 e 16.
ResponderEliminarA contrastar com a patetice de alguém que avança para a designação de "grunhos" generalizando a qualificação a toda uma classe profissional. E marcando como "momemto do dia" uma frase idiota e estúpida que todavia só vincula quem a disse e não todos os demais.
Pelo que o "momemto do dia" pode ser o momento do dia para o tal hugo que assim mostra o nível dos seus "momentos do dia".Mas não deixa de ser poeira para o ar de quem parece nem sequer ter lido o muito bom texto do João.
A grunhice é algo individual . E aí parece que já podemos contar com vários interessados na matéria, não é mesmo ó Hugo?
a uber, tão linda, tão fofa, tão hipster.
ResponderEliminardepois, passará algum tempo. e os motoristas da uber, como já aconteceu noutros países, começarão a ser sufocados por piores condições, comissões mais pequenas, etc, etc. e o que vai acontecer? o serviço deles vai piorar de forma abismal.
entretanto a multinacional uber consegue o que queria ao acumular prejuízos multimilionários nos primeiros tempos de actividade no país. rebentar com a oferta regulada que existia (para este ponto, não interessa se sera boa ou má - querem acabar com ela, ponto).
depois, os preços da uber vão começar a subir, apesar do rendimento dos motoristas... descer. precarização total. e acaba o conto tão lindo e tão fofo e tão hipster do início.
o táxi tem mil problemas, tem tudo que quiserem. mas a uber é a selvajaria, e as ubers que funcionam noutros negócios idem. é o trabalho à jorna em cavalgada, patrocinado pelos novos amigos do sr. barroso e outros que tais.
Esta questão dos Táxis vs Uber tem muito que se lhe diga ate´ porque o Legislador se comprometeu com as regras neoliberais em demasia.
ResponderEliminarE mais uma vez as instituições governamentais “comprometidas” vão claudicando em nome desta medíocre modernidade, diga-se concorrência.
Comparar uma multinacional gigante como a UBER com pequenos e médios empresários de táxis, como ouvimos ontem da boca do ministro da tutela e´ simplesmente vergonhoso.
O envolvimento da polícia para coagir os manifestantes a´ debandada num estado de direito “democrático” deixa muito a desejar.
As “leis do deus mercado” não se compadecem com estas coisas da equidade e igualdade. De Adelino Silva
"Trinta anos depois de começar a andar de táxi em Lisboa, tomei uma decisão: não quero correr mais o risco de me cruzar com alguns dos arruaceiros de ontem. E muito menos com o taxista que disse que “as leis são como as meninas virgens, são para ser violadas”."
ResponderEliminarhttp://ionline.sapo.pt/artigo/527218/-a-verdade-da-caricatura-ou-como-rebentar-com-uma-classe?seccao=Opiniao_i
Em 2016 andamos a discutir se os cidadãos devem ou não ter trabalho com direitos.
ResponderEliminarEstas plataformas Ubers, de momento a operar são apenas duas, a Uber e a Cabify e não possuem carros de transporte de passageiros, limitando-se a gerir o seu negócio por computador, numa pequena sala de hotel, que estabelecem em parceria com empresas e particulares que, esses sim, possuem carros e motoristas e correm pela cidade à procura de passageiros.
ResponderEliminarSão estes parceiros que constituem a “frota” que é completamente alheia a estas plataformas. O modo como tais parceiros agem com seus motoristas, quanto a contrato, salário, registo criminal, boletim de saúde ou segurança social nada tem a ver com as Ubers.
O valor económico acrescentado destas plataformas resume-se assim a meia dúzia, se tanto, de funcionários a operar com computadores numa pequena sala. As Ubers são isto mesmo.
Quem verdadeiramente está em concorrência com os táxis são portanto os parceiros das Ubers, com a sua frota de carros. (A concorrência da Uber está nas outras plataformas, até aqui, apenas a Cabify).
Sem contingentação ou qualquer outra regulamentação. E, não se compreende que a serviços iguais, no caso o serviço de transporte de passageiros, não tenha regulamentação igual. O projecto de lei das plataformas que o governo pretende impor vem regulamentar de modo diferente aquilo que é igual. É uma aberração jurídica.
As Ubers pertencem aquele sector de empresas a que se chamou empresas abutre. Com um mínimo de esforço e um mínimo de investimento, recolhem como intermediários altíssimos rendimentos. Até aqui, são os países menos desenvolvidos os mais vulneráveis à sua penetração.
São de uma belezura de ética:
ResponderEliminar- as Multinacionais Monopolistas compraram empresas para depois as fechar... leia-se, reduziram a capacidade negocial de fornecedores... leia-se, esmagaram fornecedores (fizeram desaparecer milhões de pequenas e médias empresas) - todavia o seu lucro é sempre sagrado...
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QUANTO MAIS TARDE SE ENFRENTAR AS MULTINACIONAIS MONOPOLISTAS PIOR
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-» O governo de Dilma Rousseff não era um exemplo, mas enfrentou as multinacionais monopolistas... resultado: foi golpeado! [uma nota: em pouco tempo de governação Michel Temer fez logo várias concessões a multinacionais monopolistas]
-» O governo de Bashar al-Assad não era um exemplo, mas enfrentou as multinacionais monopolistas... resultado: as multinacionais monopolistas armaram mercenários para o derrubar.
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Enfrentar as multinacionais monopolistas vai desencadear represálias... mas... quanto mais tarde forem enfrentadas pior.
Exemplo 1: há que criar legislação que fomente o aparecimento de pequenas e médias empresas, e que procure contrariar a implementação de grupos monopolistas.
Exemplo 2: todos diferentes, todos iguais... isto é: todas as Identidades Autóctones devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no planeta. [nota: Inclusive as de 'baixo rendimento demográfico'... Inclusive as economicamente pouco rentáveis...]
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NOTA:
- A alta finança (capital global) está apostada em dividir/dissolver as Nações... terraplanar as Identidades... para assim melhor estabelecerem a Nova Ordem Mundial: uma nova ordem a seguir ao caos – uma ordem mercenária (um Neofeudalismo).
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P.S
-» http://separatismo--50--50.blogspot.com/.
[o legítimo Direito à sobrevivência das Identidades Autóctones]
[O primeiro passo será/é ir divulgando a ideia de SEPARATISMO nos países aonde a população nativa está sendo submergida pelo crescimento demográfico imparável dos não-nativos naturalizados]
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Anexo:
Esta conversa em liberdade de expressão só acontece aqui na internet; ela não passa nos media - estão controlados por mercenários/marionetas ao serviço da alta finança (capital global).
Um tipo aí pelas 14 e 48 retoma o tema do Hugo e desta vez usa um artigo assinado por uma jornalista de nome Ana Sá lopes. No jornal i
ResponderEliminarO tema repete-se e faz dó. O pretexto dum comentário idiota para justificar tomadas de posição que vão muito para lá dum comentário idiota.
Lopes está bem onde está e neste jogo de salta-pocinhas mostra que João Ramos de Almeida tem razão.
Aqui escancarado o nível da nossa comunicação social. Que depois partilha com a maior bonomia a sua vidinha ( a todos os níveis) com os verdadeiros arruaceiros do país
Pensei que ia citar o poema de Niemoeller. A corporação profissional (um conceito medieval) que dá pelo nome de taxistas, em vez de se queixar da cobertura jornalística, deveria era informar os seus associados sobre como não se devem comportar numa manifestação. Para que uma luta seja justa, é preciso que seja feita por justos, não por indivíduos que brindaram a polícia, as mulheres e quem quer que seja com epítetos dignos de uma conversa de taxistas... Pela boca morre o peixe, Trump que o diga...
ResponderEliminarJaime Santos e as corporações medievais.
ResponderEliminarMais os justos pelos quais luta de forma impoluta.
Quererá Jaime Santos que se lembre das suas proprias palavras sobre esse exemplo magnífico dum justo "lutador", que está implicado em coisas bem piores que brindes à polícia...um tipo de nome Schauble?
Lembra-se Jaime Santos do que disse sobre ele?
E agora a luta justa com estas coisas justas transforma-se em quê?
Quererá ele ensinar aquela espécie de associado de como se comportar como estadista?
Ao menos um mínimo de decência
Os acontecimentos passados na guerra do alecrim e manjerona TAXIS vs UBER não mostraram somente a situação errada de um estado dito de direito, mas também o grau de civismo dessas pessoas. Só por isso, estão de parabéns os Taxistas…E´ a cultura que temos.
ResponderEliminarTodavia a importância desse processo não deve ser escamoteada. E´ que esta´ em jogo um processo mais vasto que e´ a soberania do povo, da nação e a autoridade do governo deste Estado que se quer bem Português.
Tenho dificuldade em dissociar este facto da emanação malcheirosa da U.E. Da vassalagem a que nos prestamos ao sub-imperio franco-germânico. de Adelino Silva
Duas notas de discordância.
ResponderEliminarÉ razoável, muito razoável e até prioritária, a contestação à multiplicação do uso de textos em várias plataformas. Destrói o pluralismo e por aí fora. Coloca o texto jornalístico fora dos direitos de autor e torna ridícula a exigência de pagamentos ao Google feitas por certos grupos de comunicação.
A segunda discordância refere-se à recusa do corporativismo pela classe. Nada mais errado, a classe é monstruosamente corporativa - e apenas onde não deve. É aliás histericamente corporativa: Veja-se como um provedor de leitor foi pública e ululantemente insultado pela classe apenas por lembrar a uma repórter que ela se tinha servido (e abusado) do seu estatuto para pôr autoridades policiais a tratar-lhe de serviços domésticos e privados. Ou veja-se como reagiu à opinião parva de uma deputada que contestou um texto noticioso enviesadíssimo pela opinião da jornalista, a propósito de concentração pela escola pública.
O problema maior – e ninguém parece estar preocupado com isso – é que, muito em breve, vão ser os motoristas da Uber a protestar porque foram substituídos por carros autónomos sem motorista. E isto não é ficção, é já uma realidade. Os actuais motoristas estão só a ser usados pela Uber para se instalarem no mercado. Depois são largados como Kleenex ranhosos.
ResponderEliminarAliás vai acontecer o mesmo com os “parceiros” da AirBnB quando eles tiverem pronta a sua rede de casas modulares próprias.
Enfim, ninguém pára o progresso!
Estamos perante um caso de ludismo. Este debate remonta à revolução industrial.
EliminarE tudo isto escrito por alguém não certificado em jornalismo, fazendo concorrência desleal com a opinião jornalística, e usando a plataforma Blogger, um serviço gratuito do Google. Fantástica a sua coerência.
ResponderEliminarPorque a afirmação de nos encontrarmos perante um caso de ludismo?
ResponderEliminarPorque o tema tratado não tem interesse? Não é actual?
Porque o que denuncia JRA vai muito para lá da questão dos Táxis e não houve tempo para Pimentel se inteirar do que se debate?
Porque Pimentel considera que esta questão está arrumada e que é hodierno dar uma de hodierno e avançar, tal como avançaram outros antes dele, embora posteriormente tivessem que engolir os seus "decretos" sobre os mais variados assuntos?
Ficará Pimentel ciente que a actualidade dos debates parte de quem os acha actuais e não da régia majestade de algum decreto real?
Ò boçal criatura João Pimentel Ferreira:
ResponderEliminarJoão Ramos de Almeida é jornalista desde 1986. Foi-o no Jornal Público de Novembro de 1995 a janeiro de 2013 (17 anos 3 meses) pelo que sabe bem do que a casa gasta.E fala com propriedade sobre o tema, o que não acontece com este "não certificado" comentador.
O juízo sintético, de Ferreira, pelo qual chega a uma nova informação através da junção de informações distintas, está assim pelas ruas da amargura.
É assim uma fraude Ferreira? Sim, pelo menos no que diz respeito a alguns dos ítens com que pinta os seus "interesses".
Mais duas pequenas notas:
Qual o argumento ( decente) a utilizar para o não uso por parte de JRA da plataforma Google? Desde quando se pedem certificados sobre a utilização deste tipo de produtos, interditando-os se não cumprirem as regras de subserviência exigidas pelo Ferreira?
Daqui resulta a segunda nota: o que assistimos é a um exercício de estilo com laivos de censor. Parece que não é do agrado de Ferreira que o tema seja debatido. E para tal serve-se tanto do "ludismo" como do questionar a idoneidade de quem escreve este texto.
É feio. É de candidato a censor. E rasca
O título do artigo é "o fim dos trabalhadores"; o mesmo argumento usado pelos luditas no princípio do séc. XIX durante o começo da Revolução Industrial. Pois bem decorridos 200 anos ainda há trabalho e trabalhadores. Já não há ferreiros, mas há programadores; já não há ascensoristas mas há técnicos de informática. Com o devido respeito já não tenho paciência para este ludismo. O direito ao progresso também deveria ser um direito assegurado. Quem não o quiser seguir, pode manter-se num retiro ou continuar a usar táxis. Sobre o que penso sobre esta matéria escrevi isto.
ResponderEliminarMas isso não invalida o que diz sobre os jornalistas. Acho que há um problema sério no jornalismo em Portugal e no mundo. Acho que os jornais deveriam todos juntar-se e começar a cobrar subscrições tal como faz o Público, e a processar criminalmente os sites que violam os direitos de autor dos seus textos. Repare no caso da investigação, a Internet não mudou o paradigma; as revistas científicas, quase todas, continuam a cobrar aos seus leitores exatamente o mesmo que cobravam na versão papel.
O pimentel ferreira está convencido de que é culto e inteligente por falar de ludismo, embora nem saiba ou lhe interesse se os luditas tinham ou não tazão.
ResponderEliminarDepois salta para o que julga ser um golpe de mestre, o insinuar a incoerência de João Ramos de Almeida, que por acaso foi um dos despedidos do Público há um par de anos - os amigos de pimentel ferreira despedem as vozes dissonantes e pimentel ferreira já nem quer que as vozes dissonantes usem a net.
Primeiro cortaram-nos a voz nos jornais, substituiram-nos por robôs, estagiários e davides dinises, foram dizendo que temos a net e que só não fala quem não quer. Mas agora até já da internet nos querem desligar também que se a usarmos somos incoerentes.
Ferreira
ResponderEliminarNão diga asneiras e não se repita que já percebemos que é um fala barato
Em vez de andar com o ludismo na boca trate mas é de pedir desculpas a quem anda por aí a insultar
A conversa de Pimentel Ferreira acerca dos problemas dos jornais e da cobrança da leitura nas páginas internet passa absolutamente ao lado do principal problema do jornalismo em Portugal - que é o da exclusão de vozes. E essa exclusão foi até proposta por ele ao apontar alegada inconsistência de João Ramos de Almeida.
ResponderEliminarNão percebeu nada do que escrevi! Aprendam a interpretar textos!
ResponderEliminarSeja bem-vinda a opinião de João Ramos de Almeida, e a prova que lhe reconheco algum mértio está no facto de andar aqui a comentar. O que acho irónico, é que aquele que critica o Google as multinacionais internacionais tecnológicas por enveredarem por trabalho precário, é o mesmo que faz uso de uma plataforma gratuita providenciada exatamente por um desses gigantes da tecnologia, para fazer passar a sua mensagem e a sua opinião para os cibernautas. E que essa opinião, seja muito bem-vinda!
Pimentel Ferreira, tem um nome quem acha ironia no que não tem ironia nenhuma mas decorre de uma condição de desemprego forçado pelos mesmos que defende. Evito referi-lo por ser educado.
ResponderEliminarVocês acha-se mais esperto do que é, mas não cuida de se informar. Ainda por cima tem sérios problemas de compreensão do mundo e dos modos de correlacionar certos dados. Não mede as consequências daquilo que diz e escreve e arma-se em vítima.
" Não percebeu nada do que escrevi! Aprendam a interpretar textos!"
ResponderEliminarVamos então ver o que Ferreira escreveu a 13 de Outubro de 2016 às 12:14:
"E tudo isto escrito por alguém não certificado em jornalismo, fazendo concorrência desleal com a opinião jornalística, e usando a plataforma Blogger, um serviço gratuito do Google. Fantástica a sua coerência".
A quem se referia Ferreira?
Ao autor do texto, João Ramos de Almeida, é o que parece mais óbvio, assumindo-se o João como um blogger. Até porque ninguém se lembra em princípio de acusar um qualquer comentador de um texto de "concorrência desleal com a opinião jornalística".
Mas parece que Ferreira agora vem dizer que não, que se tem que saber "interpretar" textos.
Vejamos. Se o alvo não era o autor do texto porque motivo Ferreira não identifica a quem se quer dirigir?
Partamos do princípio ( duvidoso) que era assim. Então o erro de palmatória teria sido de Ferreira que não se soube exprimir correctamente. Pelo que o que teria que fazer, em vez dum pedante "não sabem interpretar", seria uma coisa assim do género: "peço desculpa mas se calhar não me soube exprimir bem".
Não soube mesmo. Ou então é um contorcionista , com falta deles para admitir que meteu a pata na poça.
(Quanto ao "algum mérito" atribuído ao João Ramos de Almeida mais a sua "condescendência" em vir aqui comentar...pode crer Ferreira que isto é mais uma manifestação gratuita de pedantice.Não vale a pena desenvolver o tema, pois não? )
"Uber só pagou 34 mil euros de impostos em Portugal"
ResponderEliminarA Uber e similares vão tomar conta desse mercado. Acontece sempre a mesma coisa: serviço público, depois concorrência entre privados, e depois monopólio. Eu nunca usarei esses serviços porque estou farto de coisas digitais. É mais fácil apanhar um táxi na praça, ao contrário do que dizem esses novidadeiros. Nunca tive problemas com táxis, ou marginais, não mais que em restaurantes etc. É claro que muitos táxis são uma merda, mas este país é uma merda, os pobres são uma merda, e assim por diante. É nos países pobres que esse tipo de invenção inútil tem mais adeptos porque os gajos que têm três centavos e meio canudo, querem se ver como se fossem modernos, civilizados, quando são apenas ridículos e colonizados. Eu não quero saber desse "progresso", que para se implantar tem de esmagar as pessoas, e supor que toda a gente usa essa porcaria de telefones. Fiquem com esse mundo, e levem-no para onde quiserem.
ResponderEliminarExcelente texto. Parabéns.
ResponderEliminarDuas ou três observações :
- Há programas de pesquisa por esse mundo fora para criar um "jornalista automático". Tive oportunidade de participar num em França que era uma parceria entre um diário e uma universidade. Não saiu dali nada em concreto (há uns 15 anos), mas a problemática existe nos meios científicos. Na altura puseram em equação (re)tratamento de informação, análise de estruturas de frase que se repetem e múltiplos parâmetros deste tipo.
- Se aqui a "classe jornalística" (o termo é horroroso) derreteu quase na íntegra pela Uber, saiba que em França se criou um colectivo de jornalistas contra a "uberização da sociedade".
- Um tribunal de Nova Iorque obrigou na semana passada a Uber a considerar dois choferes ditos "independentes" como assalariados e a pagar-lhes as respectivas indemnizações. É todo o modelo de negócio da Uber que é apontado nesse julgamento, mas aqui em Portugal nem uma linha nos jornais, nem um segundo na televisão. O que me leva a crer (paranóia minha) que já cheira a milhões de publidade vindoura da Uber.
No que toca aos transportes urbanos, a questão parece já do passado. Nem taxistas nem uberzotes, vêm aí os carros autónomos. Quanto às inúmeras profissões que vão ser atingidas nos próximos anos ainda nos compete escolher se queremos uma sociedade de tarefeiros ou relações laborais mais equilibradas.
Parabéns pelo seu artigo. Vou seguir as actualizações do blogue.
A grande maioria das pessoas que debate sobre isto ou fazem-no com uma raiva cega contra os taxistas, ou não percebem nada de transportes. Queiram por favor ter a bondade de ler as 11 razões (a maioria de esquerda e no interesse público) para se usar sistemas como os da uber (não tenho apreço por empresas californianas, o que defendo é um conceito de mobilidade).
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