Ontem participei num animado debate em Lisboa sobre o Brexit na livraria Tigre de Papel, um agradável espaço situado na Rua de Arroios, onde por acaso já morei nos meus tempos de Lisboa. Na livraria estava a venda, por 50 cêntimos, um livro, de 1992, intitulado The Times Guide to the Single European Market (guia do Times para o mercado único europeu), que me foi simpaticamente oferecido. Uma boa recordação do debate. Abro o livro e encontro este aviso, de 1991, de Nigel Lawson, Ministro das Finanças de Margaret Thatcher, a do no, no, no: “Nada seria mais adequado para favorecer o crescimento da Frente Nacional do senhor Le Pen do que a criação de uma união monetária”. Um quarto de século depois a filha aí está.
Quer dizer que cresce com o mesmo impulso que a esquerda vê contribuir para o seu futuro.
ResponderEliminarO resultado final só pode ser mau.
Brilhante e muitíssimo claro
ResponderEliminarNão se percebe a contribuição para o futuro solicitada por um assumido contribuidor líquido e iliquido para o passado. Do antes de Abril de 1974.
ResponderEliminarApascentador assumido de vampiros.
Nesta, dou razão a Lawson, mas por acaso já pensava assim nos anos 90. Mas chamo a atenção para declarações bem mais recentes do agora Lord Lawson, http://www.bbc.com/news/uk-politics-36717051. Olhando para o novo Governo de Theresa May, ele é bem capaz de ter razão: http://www.theguardian.com/politics/2016/jul/15/theresa-may-to-visit-scotland-nicola-sturgeon, apesar das promessas desta na reforma do capitalismo financeiro britânico. Como era aquela do agradecimento à classe operária inglesa pelo Brexit? Eu compreendo que o João Rodrigues o reitere, os seus interesses são provavelmente outros, só não sei é se a dita classe operária inglesa ficará melhor com o negócio... Isto enquanto o Labour se entretém a mostrar a sua total inutilidade...
ResponderEliminarParece que Jaime Santos não percebeu ainda ou teima ainda em não perceber.
ResponderEliminarO "negócio" montado em torno da classe operária inglesa, por quem assumidamente tem a posição de classe que tem sobre a dita classe operária inglesa, é mesmo um negócio" .
O que tem ganho a classe operária inglesa com Thatcher ou com o epígono Blair e com a traição do Labour?
O que tem ganho a classe operária inglesa em todos estes anos de abandono completo da posição de classe dum partido que se dizia dos trabalhadores?
O "negócio" em torno da posição da classe operária inglesa "esquece" outro facto fundamental. "Olvida" Blair, o tal da terceira via, o tal fdp que não só traiu a tal classe operária inglesa, como traiu os povos do Iraque. E os do Médio Oriente. E que, não esqueçamos, anda por aí à solta como um reles criminoso a adiar um julgamento por crimes contra a humanidade.
Com May perdem-se as ilusões da classe operária inglesa. Mas é bom que tal aconteça. É bom a classe operária inglesa tomar consciência da sua condição de classe. É bom que se vinque que a classe operária inglesa não ganhou nada com a governação de Blair e com os seus sucessores. O mundo ficou bem pior desde que Blair e a sua terceira via irromperam na cena política e cumpriram os mandamentos do neoliberalismo e da guerra de pilhagem.
Pelo que nada de bom se pode esperar desta classe de políticos , ao serviço da sua agenda de negócios, ao serviço dos tais 1%,esmerados defensores da rapina, da guerra e do terror. Eis o estadio a que chegou o capitalismo. Podem os órgãos de comunicação social, incluindo o Guardian, fazer jornalismo da treta em torno das romagens à Escócia ou dos sapatos de May ou das mensagens lascivas de governantes.
O mundo está muito pior. Por coisas como Blair, ou Bush, ou Aznar, ou Barroso muita dos da classe operária foi directamente para condições de vida inenarráveis, para as câmaras de tortura ou para a tumba.
Que o digam os que morreram ontem em França episódios recentes das acções passadas do carniceiro Bush, e dos seus capangas, Blair Aznar e Barroso
E ainda há quem fale em "negócios"e em "melhoria de negócios".