sexta-feira, 24 de junho de 2016
Many Thanks to the English Working Class
Por uma vez em inglês. Muito obrigado à maioria do povo britânico. E diz que a classe contou. A partir desta periferia fustigada pelo austeritarismo de Bruxelas, pela arrogância desta elite pós-democrática, acho que é inspirador assistir a esta corajosa votação pela mudança.
Num discurso na cidade de Manchester, que incluiu uma passagem em alemão e tudo, Gisela Stuart, uma das poucas deputadas trabalhistas pela saída e a primeira a falar do partido, afirmou:
“Este referendo ocorreu num contexto de afirmação do poder das instituições e do dinheiro. Foi dito às pessoas que não tinham outra escolha a não ser permanecer, mas estas votaram pela saída. Temos a obrigação de permanecer calmos e de trabalhar em conjunto. Esta é uma oportunidade para recuperar o controlo democrático das decisões.”
Uma oportunidade. Nem mais, nem menos. Nós também precisamos de uma oportunidade, claro.
A forma como a globalização aconteceu foi profundamente errada mas o isolacionismo não será bom para ninguém, não sei se teremos tempo/seremos capazes de encontrar uma forma de unir os povos antes que uma maior desgraça se abata.
ResponderEliminarNa passada semana disse:
ResponderEliminarNa UE só o povo alemão pode influenciar as decisões com o seu voto. Nos outros estados membros a regra é a imposição por comissários não eleitos da vontade do governo alemão. A Alemanha divide os membros da UE em satélites e protectorados. Um exemplo dos primeiros é a Holanda e o Luxemburgo. O exemplo dos segundos são Portugal e a Grécia. Os países satélites são governados pelas elites locais que se prestam ao serviço de administrar o protectorado ao serviço dos interesses germânicos. O Reino Unido afirmou-se durante o século XX como o país mais consequente na resistência às tentativas do domínio da Europa pela Alemanha. No século XXI a Alemanha garantiu o domínio da Europa e o fim da democracia nos países dominados, sem disparar um único tiro, apenas com a cumplicidade das "elites nacionais". O Reino Unido tem ainda autonomia suficiente para fazer um referendo, pois ainda não está ainda na condição de protectorado. Mas se continuar na UE será reduzido a esse papel e a democracia na Europa fará um interregno de muitos anos. Assim, se a saída do Reino Unido se concretizar, será a esse país que a Europa ficará a dever a travagem da hegemonia antidemocrática da Alemanha.
Digo-lhe e repito aquilo que já disse aqui. O voto pelo Brexit foi por uma saída pela Direita. Os bons argumentos para uma saída ficarão rapidamente esquecidos quando a Ultra-Direita Tory assumir o poder no RU (cuja viabilidade futura já foi colocada em causa na Escócia e na Irlanda do Norte). Neste artigo, Rui Tavares não faz qualquer demagogia, já não vale a pena e eu assino por baixo: https://www.publico.pt/opiniao/noticia/o-brexit-e-os-seus-admiradores-1736182. A Esquerda da Esquerda em Portugal gosta de experiências? Pois bem, apertem os cintos... Esperemos aliás que isto não signifique que a Geringonça está por um fio e que o resultado mais imediato do Brexit seja mesmo o regresso da PàF ao poder: https://www.publico.pt/economia/noticia/petroleo-libra-e-accoes-caem-a-pique-com-brexit-1736184
ResponderEliminarAfinal houve um lexit e ainda não demos por isso. E estamos certos que todos aqueles que vivem e trabalham em Manchester, mas que ficam às portas da grande "comunidade nacional densa", só têm que rejubilar por esta vitória da democracia contra o capital financeiro e, como disse Farage, “without a single bullet being fired”.
ResponderEliminarPode ser,
ResponderEliminarque "os que não representam a vontade do Povo" tenham vergonha e,
percam a lata de DECIDIR em nome do POVO.
Nota:
Se foi assim com o Reino Unido, imaginem o que seria com um dos "pequeninos",
com mais a blindagem do euro!
SÓ HÁ UMA ALTERNATIVA...
A VONTADE DO POVO.
Caro João,
ResponderEliminarNão sinto nada que se pareça com a pequena (e breve) esperança que senti por alturas do referendo grego. O José Gusmão escrevia há dias que o "argumento das companhias é imprestável para qualquer debate sério", mas não sei bem como se pode festejar este resultado desligando-o da campanha e das suas principais figuras. Não me parece que os britânicos tenham votado pela saída porque andaram a ler o Anderson e querem reforçar os nacionalismos inclusivos. O João cita os problemas da elite pós-democrática e das oligarquias capitalistas e parece ver nesta votação um sinal contrário a esses movimentos. Uma mudança chefiada pelo Boris Johnson, pelo Michael Gove e pelo Nigel Farage jamais trará progressos quanto à concentração de riqueza e o que nos deram a ver até agora faz temer o pior em alternativa ao dito défice democrático.
Jaime Santos, deixe lá os catastrofismos, especialmente à volta da "geringonça", que não está em causa. Para histerias no imediato, mais que previsíveis e o exato reverso das euforias que se registariam em caso contrário, já basta a reação dos mercados financeiros.
ResponderEliminarAprenda a ver para lá da biqueira dos sapatos.
Percebe-se bem o que frustrou e inquieta tanta gente à direita. Afinal parece que a União Europeia, a superestrutura política do grande capital europeu, não é uma marcha de sentido único, afinal parece que não é irreversível, afinal parece que não é "irrevogável".
ResponderEliminarPercebe-se bem o que os enraivece. Afinal parece que os povos não estão condenados a permanecer eternamente aprisionados no cárcere da União Europeia.
aleluia!!!
ResponderEliminarDemocracia finalmente marca golo na baliza dos tiranetes da U.E.!!
Mas o jogo ainda não acabou, a Democracia vai ter que marcar mais golos se quer derrotar os tiranetes.
Nada disto me espanta, agora é tempo de UE olhar para dentro e verem o que está mal. Além da Alemanha os restantes paises têm que ganhar mais poder de decisão.
ResponderEliminar«Nós também precisamos de uma oportunidade, claro.»
ResponderEliminarPois precisamos.
Precisamos de uma oportunidade de ferrar o calo na UE.
Precisamos de decidir soberanamente que nos tragam investimento externo.
Precisamos acima de tudo de nos deixarmos de palhaçadas.
Pão e Circo para todos!
ResponderEliminarReferendo Já!
Ao fazer uma analise mais cuidada dos argumentos dos favoráveis ao Brexit, reparo que varios dos argumentos são factualmente falsos; nada que perturbe as mentes esclarecidas de quem votou e bem pela saída.
ResponderEliminarDos resultados falaremos daqui a dois anos, para não nos acontecer as esperanças que tinhamos no socialismo do leste e da Venezuela.
Não seja idiota Cristóvão.
ResponderEliminarAs análises são o que são e o voto ainda é soberano.
A análises da falsidade das questões está na cabeça de quem tenta impingir a presença da falsidade ou não. Os motivos pelos quais se votou Brexit variam mais do que a camisa dum vira-casaca. Tal como os motivos para o voto na permanência na UE.Essa de dar uma de superioridade esclarecida faz lembrar o paternalismo de coisas ainda mais idiotas como Salazar.
E deixe-se de palermices sobre o socialismo do leste e da Venezuela. À falta de argumentos há sempre alguém que teima em mostrar que os não tem, exibindo estas pérolas que em pessoas com um mínimo de inteligência provocam um esgar de desprezo e de troça
Tal qual acontece com esse sujeito José que mais parece uma barata tonta a ver por onde há-de cuspir a sua ideologia
Excelente comentário o do Anónimo das 11:35.
ResponderEliminarSó 48 horas depois deste post de João Rodrigues me dou conta do espantoso título que o encima:
ResponderEliminar"Many Thanks to the English Working Class"
Portentoso.