terça-feira, 12 de abril de 2016
Veículo?
Devido sobretudo às pressões europeias, o governo não tem andado bem na economia política bancária (Banif…) e promete continuar a não andar, dada a intenção, anunciada por António Costa, de criar um “veículo de resolução do crédito malparado” da nossa banca zumbi, a tal que mandou vir a troika para se salvar e para se afundar, obra da austeridade. Aparentemente, o modelo é o italiano, já que a economicamente moribunda Itália do bufão Renzi chegou em Janeiro a um acordo com a Comissão Europeia. Já se sabe, nada se faz sem autorização superior.
Se o neoliberalismo inscrito no Euro é a expressão político-ideológica do domínio dos interesses financeiros, então as soluções para os problemas criados pelos mercados só podem ser, neste contexto europeu, conformes aos interesses destes, ou seja, soluções criadoras de mais mercados. E, claro, de mais problemas.
Estaríamos basicamente perante uma garantia pública que contribuiria para a convergência do preço pelo qual os bancos desejam voluntariamente vender os activos indesejados no seu balanço (o tal crédito malparado) com o preço pelo qual os fundos especulativos, incluindo o que contratou Maria Luís Albuquerque, podem desejar comprá-los. A garantia pública, por sua vez, teria um preço eventualmente fixado pelos Credit Default Swaps (seguros de má memória) de títulos equivalentes. Se as coisas correrem bem, os agentes financeiros ganham e se as coisas correrem mal, o público paga. Os agentes financeiros fazem o que bem entenderem. Os mercados, convenientemente garantidos por engenharias políticas dentro do paradigma da financeirização, é que sabem.
É evidente que qualquer solução obriga a superar este tipo de políticas tóxicas: auditar a banca, obrigando-a a reconhecer que aquilo que não pode ser pago não será pago, capitalizando-a, assumindo o controlo público e assim sucessivamente até à recuperação do controlo político democrático do banco central. Pois é, não há soluções que não obriguem a enfrentar o elefante na nossa sala. A esquerda está condenada a esta economia política?
O problema da Esquerda,
ResponderEliminarestá na cumplicidade activa,
no que á dependência do paradigma da democracia representativa, diz respeito.
Esperemos bem que não esteja.
ResponderEliminarAs “soluções criadoras de mais mercados”, a meu ver, só poderão dar mais mercados ate´ a´ exaustão e por que a economia mundial anda pelas ruas da amargura… Ai o exaustor colapsa!
ResponderEliminarO governo social-democrata do PS não tem outra saída … e mesmo com acordos firmados a´ esquerda no parlamento a sua queda esta já determinada…E´ contraproducente andar com Deus e com o Diabo ao mesmo tempo.
Essa do Banco Mau é como se fosse um “Paraíso Fiscal” para os maus banqueiros…para estes, e´ como ter “Sol na eira e Chuva no nabal” Esta coisa de os contribuintes terem de pagar a conta, as malfeitorias, em nome do credito mal -parado tem de acabar! DE Adelino Silva
É GOLPADA ATRÁS DE GOLPADA: veja-se o caso da venda em contra-relógio do Banif (custo de milhares de milhões de euros aos contribuintes).
ResponderEliminar.
Por muitos mestres/elite em economia que existam por aí... porque é que quem paga (vulgo contribuinte) não há-de ter uma palavra a dizer!!!???!!!???!!!
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Ora, de facto, foram mestres/elite em economia que enfiaram ao contribuinte autoestradas 'olha lá vem um', estádios de futebol vazios, BPN , BES , Novo Banco, Banif, etc .
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Vontade de combater 'golpeadores' que andam por aí... não é apontar 'milagreiros'... mas sim reivindicar/criar:
- MAIS CAPACIDADE NEGOCIAL PARA OS CONTRIBUINTES/CONSUMIDORES!
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Ao não reivindicarem mais capacidade negocial... os contribuintes/consumidores estão otariamente a colocar-se a jeito dos lobbys que pretendem aplicar 'Golpes Palacianos'...
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Ora, o contribuinte não pode ir atrás da conversa dos parolizadores de contribuintes - estes, ao mesmo tempo que se armam em arautos/milagreiros em economia etc ), por outro lado, procuram retirar capacidade negocial ao contribuinte!!!
Mais, quando um cidadão quando está a votar num político (num partido) não concorda necessariamente com tudo o que esse político diz!
Leia-se, um político não se pode limitar a apresentar propostas (promessas) eleitorais... tem também de referir que possui a capacidade de apresentar as suas mais variadas ideias de governação em condições aonde o contribuinte/consumidor esteja dotado de um elevado poder negocial!!!
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Caso 1:
O CONTRIBUINTE TEM QUE SE DAR AO TRABALHO!!!
-» Leia-se: o contribuinte tem de ajudar no combate aos lobbys que se consideram os donos da democracia!
---»»» Democracia Semi-Directa «««---
-» Isto é, votar em políticos não é (não pode ser) passar um cheque em branco isto é, ou seja, os políticos e os lobbys pró-despesa/endividamento poderão discutir à vontade a utilização de dinheiros públicos... só que depois... a ‘coisa’ terá que passar pelo crivo de quem paga (vulgo contribuinte).
-» Leia-se: deve existir o DIREITO AO VETO de quem paga!!!
[ver blog « http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/ »]
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Caso 2:
CONCORRÊNCIA A SÉRIO!!!
Não há necessidade do Estado possuir negócios do tipo cafés etc ), porque é fácil a um privado quebrar uma cartelização... agora, em produtos de primeira necessidade (sectores estratégicos) - que implicam um investimento inicial de muitos milhões - só a concorrência de empresas públicas é que permitirá COMBATER EFICAZMENTE A CARTELIZAÇÃO privada.
[ver blog « http://concorrenciaaserio.blogspot.pt/ »]
'Desde a Grécia antiga, a dívida foi um instrumento de dominação'
ResponderEliminarAs dívidas funcionam para estabelecer e reproduzir relações de dependência colonial, determinando formas particulares de dominação econômica e política.
A esquerda está condenada a esta economia política?
Claro que não…mas a continuar com engenharias desta natureza, condena-se a si própria.
Propor uma renegociação da divida e só depois desta a saída da eurozona será o culminar.
Falta concretizar um governo de verdade…
Em verdadeira acepção da palavra o dialogo directo, franco e aberto entre governo/povo
não existe. De Adelino Silva
Muito bom post.
ResponderEliminarHá que assumir o controlo público da banca e para tal há mesmo que enfrentar o elefante