«Desde a emergência da crise económica e financeira mundial em 2008 até hoje o interesse pelos temas económicos não parou de aumentar. Há aqui, porém, um paradoxo. A “Grande Recessão” e as suas sequelas revelaram que a Economia, a suposta rainha das ciências sociais, se passeava despida pelo reino das ideias, sendo incapaz de prever os eventos dramáticos que tiveram lugar e de impedir os enormes custos económicos e sociais que originaram. As insuficiências reveladas pelo pensamento económico dominante durante estes anos de crise abriram espaço para a afirmação de abordagens heterodoxas e de ideias largamente ignoradas até há pouco.
O combate por ideias alternativas ao pensamento económico dominante constitui o objectivo primordial do blogue Ladrões de Bicicletas, onde o autor escreve desde Abril de 2007. Este livro dá conta deste período em que a Economia se transformou num “desporto de combate” contra a suposta inevitabilidade do desemprego, das desigualdades sociais e da instabilidade permanente
A Economia Como Desporto de Combate reúne uma selecção de textos publicados pelo autor no Ladrões de Bicicletas entre Abril de 2007 e Dezembro de 2015, enquadrados por um capítulo inédito que trata de forma abrangente os temas centrais do livro: os processos de globalização e de financeirização contemporâneos; a tendência para o aumento das desigualdades e da instabilidade económica; a agenda conservadora inscrita nos Tratados e nas políticas da UE; e a propensão da ciência económica dominante para menorizar todas estas questões e ignorar contributos essenciais das heterodoxias.»
Sinopse do novo livro do Ricardo Paes Mamede, «A Economia como Desporto de Combate», editado pela Relógio D'Água e que será lançado na próxima quinta-feira, 7 de Abril, na Sociedade de Geografia de Lisboa (Rua das Portas de Santo Antão, n.º 100), a partir das 18h00. A apresentação da obra estará a cargo de Sandra Monteiro e Pedro Nuno Santos. Estão todos convidados.
«...incapaz de prever os eventos dramáticos que tiveram lugar e de impedir os enormes custos económicos e sociais que originaram.»
ResponderEliminarSe recuarmos ao subprime made in USA e se aí integrarmos os delírios verificados nos períodos GuterreSocráticos não pode deixar de verificar-se que os economistas deram lugar aos econmetrístas que tomam estatísticas não auditadas como a expressão de variáveis de sã economia.
Junte-se-lhe entidades reguladoras inermes ou corruptas em sintonia com políticos democraticamente desonestos e os mistérios são nenhuns.
Que a econometria é fundamento do desporto de competição partidária é uma evidência quotidiana.
Uma óptima notícia.
ResponderEliminarMas por favor a deterioração intelectual não pode justificar só por si os disparates aí em cima sobre o "subprime made in USA" onde agora aparecem integrados os, e cito, "delírios verificados nos períodos GuterreSocráticos".
Claro que quem faz esta afirmação espantosa é alguém furiosamente crispado, provavelmente pelo seu caminho pessoal estar repleto de vómitos ( iniciados a 25 de Abril de 74?). Confirmado depois pela tentativa serôdia, senil e patética de eleger os "econometristas" como ponto de fuga para esconder o que é óbvio: "As insuficiências reveladas pelo pensamento económico dominante durante estes anos de crise" .
A crispação revela-se ainda mais crispada perante um facto incontornável : Que "a Economia se transformou num “desporto de combate” contra a suposta inevitabilidade do desemprego, das desigualdades sociais e da instabilidade permanente".
A "sã economia" citada é assim um embuste. Uma espécie de reza ou de mantra onde se tenta esconder a triste realidade duma sociedade venal e criminosa, onde o lucro é a única divindade.
Quanto à expressão "políticos democraticamente desonestos" é apenas outro engodo para esconder por um lado a canalha dos políticos desonestos não democráticos ( como Salazar) e por outro a realidade factual de que o neoliberalismo conduz inevitavelmente a um aumento exponencial da corrupção. Porque afinal os ditos "políticos " mais não são que a expressão da governança do poder económico. Como o provam os "políticos " e os donos disto tudo, amados precisamente pelo mesmo tipo que, crispado, aqui exercita os seus malabarismos em defesa do pensamento económico dominante.
Caro Anónimo,
ResponderEliminarNão sei se o "neo"liberalismo conduz à corrupção, mas a melhor maneira de acabar com a corrupção não seria tirar ou menorizar o poder que esses políticos "neo"liberais ou outros têm na economia?
Vou comprar este livro e ler com atenção. O Prof. Ricardo chamou-me a atenção antes da "saída limpa" em que dizia na Sic Notícias que a "saída limpa" não iria acontecer e que iríamos continuar com a Troika cá da mesmíssima maneira, com um programa de resgate, o que, felizmente, não veio a acontecer e permite agora ao Governo redistribuir a riqueza, repôr salários e baixar o IRS.
Não faço qualquer julgamento quanto à saída limpa, porque tal como na crise do sub-prime caricaturizada no filme "A Queda de Wallstreet", apesar dos investidores estarem certos quanto à falência do mercado, os corruptos arranjam maneira de adiar, esconder e manipular. Mas despertou-me o interesse de perceber, com factos, outro ponto de vista, claramente diferente do dominante.
Boa sorte para a divulgação, Prof. Ricardo.
Vou comprar o novo livro de R.P. Mamede por necessidade de conhecer mais e melhor…
ResponderEliminarEntretanto, me questiono sobre a validade de tanto esclarecimento com base na Politica Económica e Social e ou Economia Politica– liberal ou neoliberal como quiserem, existente no “pais de brandos costumes…” tendo conhecimento da iliteracia cultural, cuja, ocupou longo espaço temporal de 1926 ate hoje.
Sugeria àqueles que “ingloriamente” lutam por uma causa justa – O bem-estar das populações — divulgarem junto do povo as suas ideias em livros, a sua arte e o seu saber mesmo que os tratem por “Feirantes de Vaidades”.
Lembro que muito do que aprendi e apreendi foi feito através do envolvimento das massas populares… em suas ligas e bibliotecas pipulares quase clandestinas.
Claro, vão dizer que os tempos são outros, mas se bem compreendi, estes lançamentos bizarros so´ servirão a burguesia… a industrialização da cultura não e´ boa coisa. De Adelino Silva