Enquanto não se forma o novo governo e não se conhecem ainda pormenores do acordo, e estando a vasculhar nos meus papéis, dei com este episódio muito esclarecedor de que é feito o nosso Portugal e de como de longe vêm os receios da participação social do PCP.
1 de Agosto de 1964. António Borges Coelho, historiador, é chamado à PIDE. É recebido pelo inspector-adjunto José Manuel da Cunha Passo, pelo subinpector Abílio Augusto Pires e o agente, também escrivão, Victor Manuel Varela. O subinspector Cunha Passo chegaria a membro do Comité Executivo da Interpol, cargo que exerceu até 1972. Em 1974, nas suas palavras, era um dos homens de topo da PIDE/DGS, juntamente com o Director Geral Major Silva Pais, o
Subdirector Geral Barbieri Cardoso, o Director dos Serviços de Informação Álvaro Pereira de Carvalho. Segundo elementos recolhidos na internet, terá falecido este ano. Leia-se este seu depoimento.
Voltemos a 1964. A primeira pergunta foi se é autor do livro intitulado "Raízes da Expansão Portuguesa" e em caso afirmativo, qual a casa editora e o número de exemplares publicados. Borges Coelho responde que sim, que a editora foi a Editorial Prelo, Limitada e que desconhece o número de exemplares.
Segunda questão: "E porque, na publicação em referência, o declarante desvirtua algumas das páginas mais brilhantes da nossa História, adulterando sacriligamente os factos e classificando de 'abutres' homens que foram hérois e foram santos, é convidado a esclarecer o concretizar quais as razões do seu procedimento".
Borges Coelho dá então uma aula em poucas palavras.
Terceira pergunta: "E porque, na mesma publicação, se contêm afirmações falsas, claramente tendenciosas ou grosseiramente deturpadas, com o objectivo evidente de atingir a Pátria no seu património histórico, é convidado a esclarecer e a concretizar quais as razões do seu procedimento e, ainda, com que fundamento se arroga o direito e a autoridade para o adoptar". Borges Coelho responde que o seu intuito foi "fazer história e não teve qualquer outro intuito".
Quarta pergunta: "E porque, ainda no mesmo livro, nega implicitamente a justiça da causa que defendemos em relação ao Ultramar, certamente porque não considera de 'abutres' aqueles que pretendem roubar-nos pedaços da Pátria, o que, no País, só é admitido pelo 'partido comunista português', é convidado a esclarecer e a concretizar como, quando e em que circunstâncias 'reatou' os seus 'contactos' com essa 'organização' ilegal, após ter-lhe sido concedido a liberdade condicional". Borges Coelho nega contactos com o PCP.
Quinta pergunta: "E porque, na mesma obra, defende a tese de que a finalidade dos descobrimentos foi o roubo, o saque e a conquista de riquezas e mercês honoríficas, tese absolutamente oposta àquela que o Governo da Nação vem defendendo nos areópagos internacionais, o que constitui autêntica traição, é convidado a esclarecer e a concretizar quais as razões do seu procedimento"...
Não vos maço mais com as perguntas do inspector-adjunto José Manuel da Cunha Passo.
Foi apenas há alguns anos.
ResponderEliminarUm respigado originalíssimo e que vem tão a propósito como recordar a exortação aos cruzados na conquista de Lisboa.
A perigosidade do PCP diminuiu drásticamente desde que perdeu a tutela e o financiamento soviético.
Ficaram-lhe os tiques de quem representou um poder imperial global, e sobra-lhe o ódio de sempre à propriedade privada e a mítica presunção de que os 'camaradas' são os mais aptos para tomar conta da plebe e dos bens dos ricos.
Fantastico e muito interessante post.Os comunistas podem nao ser honestos mas tambem o Estado Novo nao podia continuar.
ResponderEliminarREDAtheist:
ResponderEliminar-Mas o Estado Novo está presente na pessoa do PRECSilva!
-Aliás ele assinou em tempos, um termo de responsabilidade em como nunca poria em causa o Regime do Estado Novo!
-Se não cumpriu esse termo de responsabilidade, fez exactamente então como hoje faz, ao não cumprir o juramento solene que fez -sobre a Bíblia Sagrada- de Cumprir e Fazer Cumprir a Constituição da República Portuguesa aprovada em 1976!...É o PRECSilva a que temos direito.
Ao xor josé e, de modos civilizado e urbano:VAI PARA A PUTA QUE TE PARIU, FASCISTA DE MERDA!BEM PODES IR PARA A SÍRIA E LEVARES COM UMA BOMBA RUSSA NOS CORNOS!
ResponderEliminarP.S.: dá cumprimentos ao Marco António, esse novo exemplo de Onestidade.
Também um aperto(de pescoço) ao assassino de velhas ....
CASSAÇÃO, ao CABRÃO!
ResponderEliminar