1. Numa entrevista recente, Vítor Constâncio confirmou o que aqui sempre defendemos: a expulsão da Grécia do euro nunca esteve seriamente em cima da mesa, expondo assim o bluff das finanças alemãs e do BCE de forma tão clara quanto é possível a um vice-presidente do pós-democrático banco dos bancos europeus. As alternativas nunca foram a expulsão ou a submissão, mas sim a submissão ou a libertação. A submissão, a capitulação, prevaleceu, graças, em última instância, às decisões tomadas pela maioria da elite dirigente do syriza. Temos muitos interessados em envolver isto numa nebulosa de confusão para facilitar o esquecimento de um dos mais reveladores marcos da história desta distopia monetária.
2. Através do infogrecia, fiquei a saber que Yanis Varoufakis apelou ao voto nas forças de esquerda anti-memorando, em particular na unidade popular. Fez muito bem, sendo que o lastro desmoralizador dos acontecimentos de Julho faz com que as perspectivas não sejam particularmente animadoras. Veremos amanhã. Zoe Konstantopoulou é candidata independente desta aliança. Não por acaso, os dois lideram um apelo internacional em torno do plano b que terá de ser o a; apesar de ter limitações, este apelo supera a linha da esquerda europeísta ainda apoiante do syriza. Esta última, claro, continuará a falhar, quer o syriza ganhe as eleições de amanhã, quer esta força agora favorável ao memorando as perca.
Carta de S.Paulo a Timoteo “treixo”
ResponderEliminar“...a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições. Mas tu, ó homem de Deus, foge desses vícios e procura com todo empenho a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão."
Ora bem pregava o homem da bengala ao dar as novas ao mundo gentio…
Ainda hoje os viciados no dinheiro, especialmente os multimilionarios, são abençoados pelo clero da nobreza, digo nobreza. por que tambem há o clero dos plebeus, e uma hierarquia rigida para com estes.
E´ velos na tomada de posse dos presidentes e ministros, com lugar cativo no parlamento, nas comemoraçoes, e, no dia de Portugal. Alguns deles já bastante conhecidos pelo seu amor ao dinheiro.
Bem entendido, sou ateu, mas que parodia, a Deus o que e´ de Deus, a Cesar o que e´ de Cesar. São palavras que sabem a bem. De adelino Silva
«As alternativas nunca foram a expulsão ou a submissão, mas sim a submissão ou a libertação»
ResponderEliminarA libertação do euro equivale à expulsão, ou o irrealismo vai ao ponto de acreditar que alguém ia lá pôr um euro de donativo ou empréstimo sem pacto de austeridade?
O syriza fez mais alguma coisa enquanto se armava aos cucos, como grande reformador da Europa?
Que reformas lançou na Grécia?
Claro que nunca esteve em cima da mesa, a asfixia financeira que a Grécia foi sujeita desde que o Syriza ganhou as eleições não está relacionado com o obrigar o governo grego a optar por uma solução de força que só não aconteceu porque Tsipras achou que era possível negociar algo, leiam os posts de Yanis Varoufakis pelo menos desde que se demitiu e vão ter uma noção do que é a Europa,a Zona Euro e o Eurogrupo. O João Rodrigues ás vezes espanta-me...
ResponderEliminarYanis Varoufakis é um dos políticos mais interessantes da actualidade.
O que estava e esta´ em causa são que tipo de sociedades humanas pretendemos, neste caso na União Europeia, porque, pelos vistos a que temos já não serve.
ResponderEliminarAlegrei-me um poucochinho pela atitude do Tsipras ao por em movimento aquilo que se julgava imovimentável --a discussão intramuros pelos grandes chefões…
Ri, por o Siryza tirar a mascara ao Algoz…
Ri, por ver aqueles que, para alem das lamentações, nada fizeram para se livrarem desta opressão imperial
Porque foi nisto (Imperio) que a União se transformou.
Ri, por ver os governantes de direita, acompanhados por boa parte da esquerda, quais abutres, atirarem-se com suas garras aos Gregos.
Só tenho pena do curto gozo do acto. Mas há mais vivências…
Esta União nunca mais será igual!
De Adelino Silva
O Syriza não teve obviamente tempo em cinco meses, sob garrote financeiro, de lançar o que quer que fosse de reformas e querer afirmar o contrário é pura demagogia. O problema é que esta tese, que eu também defendo, de que a UE nunca quis atirar a Grécia fora do Euro (sobretudo por causa de uma coisa de que ninguém fala, chamada Target II) é contestada por Varoufakis que diz que Schauble quis que isso acontecesse para utilizar a Grécia como acção exemplar e pôr a França nos eixos. Já sabemos que Merkel queria fazer da Grécia um exemplo, porque ela disse isso a Papandreou há bastante tempo, mas tal limitava-se à aplicação da Austeridade. Portanto, se Constâncio e o João Rodrigues (e eu) têm razão, mais uma vez se demonstra que o Ex-Ministro das Finanças Grego percebia pouco do que se passava em Bruxelas e que o Syriza foi para as negociações armado só como os seus princípios e muita ingenuidade. O problema dos dissidentes do Syriza (como Varoufakis) e dos radicais de Esquerda (BE e PCP) em Portugal é julgarem que existe um solução rápida para retirar a Grécia ou Portugal do Euro. Não existe porque, desde logo, não se sabe como isso se processaria. Até Francisco Louçã, que é porventura o autor, com João Ferreira do Amaral, do trabalho mais completo sobre este tema (A Solução Novo Escudo) admite que o BE e o PCP precisam de fazer mais trabalho nessa frente.
ResponderEliminarVaticino que o planoB fracassa, pela mesma razão que o plebiscito do Tsipras fracassou está a contar com o dinheiro da carteira dos outros!
ResponderEliminarUm outro Adelino, mas da Palma Carlos, disse que fossem a´ bruxa, e tinha razão…
ResponderEliminarO Siryza voltou a ganhar eleições, e teve razao. Os antigos gregos iam a Delfos esperançados de uma boa nova sem razão…mas hoje não há bruxas...quanto muito umas médiuns a´ espera que caia umas moeditas no mealheiro…
Sem bruxas e pitonizas, o povo grego determinou que fosse Tsipras primeiro-ministro.
Ele trocou a frágil mentira dos bruxedos e pitonizas e consultou o povo. Este participou varias vezes nas acçoes do governo. Por isso regozijou, pela 1º vez, sentiu na pele a responsabilidade de ser grego e patriota.— Não são loas.
Entre nos e eles há uma distancia abismal: na Grécia, pedem o favor esclarecido do povo, em Portugal obrigam o povo. “Não bate a bota com a perdigota”
Este tipo de democracia portuguesa esta errada… de Adelino Silva