sábado, 18 de julho de 2015
Lexit...
"Os progressistas devem estar horrorizados perante a ruína da Grécia causada pela União Europeia. Chegou o tempo de assumir a causa eurocéptica." Owen Jones, um dos cronistas e ensaístas britânicos à esquerda que vale a pena ler, justifica uma viragem importante, forjando mais um termo, "lexit", saída da UE pela esquerda, contra um certo establishment. Serão cada vez mais nestes tempos DG (Depois de Grécia), também no contexto particular da discussão do Brexit. Afinal de contas, a política de esquerda também não é possível no quadro das regras do mercado único inscritas em Bruxelas, regras essa que tiveram em Thatcher uma das suas principais campeãs, como nos indica a melhor história neoliberal da integração.
Como Jones lembra, esta posição eurocéptica, rara entre a esquerda britânica nos anos AG (Antes de Grécia) mais recentes, tem, na realidade, pergaminhos históricos no trabalhismo britânico, quando este ainda estava comprometido com o reformismo de matriz socialista. Basta pensar na forma como os trabalhistas britânicos radiografaram o ADN liberal e anti-socialista da integração, presente no próprio Tratado de Roma. Não por acaso, foi a partir da esquerda do trabalhismo que, nos anos setenta, chegaram algumas das críticas mais pujantes, feitas por gigantes como Tony Benn, à adesão à então CEE.
Apesar do europeísmo estar relacionado com a diluição ideológica do trabalhismo, tal como aconteceu com a restante social-democracia europeia, a verdade é que mesmo o chamado novo trabalhismo, graças a Gordon Brown e a muitos economistas, não cometeu o erro de aderir ao Euro, ao contrário do que pretendia Tony Blair. Nós bem que devíamos ter avaliado melhor os nossos interesses e seguido a Grã-Bretanha nesta área, evitando este enredamento continental trágico. Sairemos dele e das regras constrangedoras do mercado único, no quadro de uma cooperação europeia flexível e a várias velocidades, nunca percamos o optimismo da vontade, mas, se depender das nossas medíocres elites do poder e de demasiada oposição, só depois de termos tentado tudo o resto…
tem de mudar o termo europeísmo, europeísta é estar com a europa. que se assumam como tal os adeptos do liberalismo não impede outros europeístas. expropriam tudo em seu favor e até o sentido de um termo que sempre foi neutro?
ResponderEliminarJoão Rodrigues, vê isto:
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?t=126&v=8vTTUcaYEWs .
Estou certo que te interessará.
Na greve dos trabalhadores da CUF em 1943
ResponderEliminarUMA VERDADE!
Minha avo´ Elisa dizia a minha mãe Beatriz, sua filha, que o LANÇA do Sindicato era um bom homem e de confiança, mas o sindicato em si, não estava a medir a força do patronato com a GNR a defende-lo.
Já nesta época se falava em correlação de forças em combate. Vem isto a propósito do processo Grécia/resto da U. Europeia.
«Onde o homem mostra as suas capacidades de liderança e organização politica deixando sua marca, e´ no controlo da espontaneidade desse mesmo processo no desenvolvimento das massas eruptivas».
Ora acontece que o fruto da ocasião, nem sempre esta´ maduro, por isso a necessidade imperiosa de conhecimentos e saberes… da coisa!
Infelizmente, os “cronista” ai estão para refazerem forças da fraqueza de outros… por Adelino Silva
O que será que leva os cidadãos anónimos (na Grecia serão 65%) a estarem mais confiantes no controle e gestão dos burocratas de Bruxelas do que nos governantes tipo socrates , P.Portas e Cª ?
ResponderEliminarPorque os outros líricos que por aí defendem a sua dama com tiros nos pés, basta ver a expressão eleitoral ou a aceitação das suas teorias na redução!! da abstenção.
A posição de resistente da Grécia inoculou um vírus na Europa e no Mundo!...Esse vírus disseminou-se e tem tendência a crescer sem parar, a partir da estúpida imposição dos Germanófilos. Eles nem sabem o que semearam.
ResponderEliminarNa extraordinária sessão com o Lapavitsas, linkada no comentário das 16:09, toda ela muito interessante, incluindo o espantoso final, realço também as considerações sobre o que se poderia chamar a "transição de fase" para fora do euro, a partir dos 21:33.
ResponderEliminarPara aqueles que, frequentemente de modo muito pateta, exigem "números" aos defensores da saída. Para aldrabices, já bastam os "números" do PS e do PSD/CDS.
A incapacidade de descrever o cenário alternativo dentro de um quadro institucional credível transforma as alternativas em pura revolução com o que a caracteriza no essencial: faz-se e depois se verá.
ResponderEliminarOra, para revoluções é preciso mais do que discursos inflamados e invocações vagamente coerentes.
É preciso que haja um mal maior, sentido e vivido; e por muito que se inflacionem os males presentes não se chega a nada que mobilize a desesperança.
A esquerda, pelos vistos, desabituou-se das lutas de classe intensas como esta que enfrenta hoje por toda a Europa do euro. Deixou até de falar em luta de classes. Não será apenas por romantismo, mas é seguramente por inexperiência uma vez que desde há muitas décadas ter resumido as suas contendas com a direita apenas a reivindicações de cariz salarial.
ResponderEliminarA esquerda da Grécia pensou, que lhe bastava ter não só a razão moral de seu lado mas também a razão técnica (razão técnica como Varoufaquis demonstrou nas suas declarações) para obter alguma cedência às suas pretensões anti austeridade.
A esquerda grega foi ingénua ao pensar assim, ao pensar que os seus justos argumentos seriam alguma vez escutados pelo euro-grupo. Não se deu conta do que a direita radical neoliberal europeia teria a perder se porventura cedesse em alguma coisa. Seria a negação de um dos seus mais sagrados dogmas – o modelo único e não há alternativas.
O euro-grupo mostrou-se surdo e cego em seus dogmas neoliberais e sobretudo vingativo para alguém que ousou ameaçar a sua liderança política.
Que a derrota do governo grego sirva de lição histórica para a esquerda.
Mas que bojardas são estas?
ResponderEliminarIsto é da idade ou reflecte uma pecha impossível de superar?
Vejamos:
-Um cenário alternativo é agora uma questãa de capacidade ou não capacidade de as descrever? Se daqui resultar uma incapacidade então transforma-se as alternativas em pura revolução ( o que será uma revolução impura?)
-O que caracteriza no essencial uma revolução é "faz-se e depois se verá". Eis o paradigma de alguém que terá ficado no fundo da caserna a 25 de Abril à espera dum presente de aniversario dado pelo Kaulza? Mas francamente a estória pessoal não justifica tais dislates
Mas onde se denota que o pé começa a escorregar é quando há a reza sobre " o mal maior vivido" e a "inflacção dos males presentes" e a ausência da "mobilização da desesperança".
Curioso.Aqui denota-se já alguma preocupação pelo facto da desesperança ser já o horizonte prometido pelo Capital ( menos para os oligarcas capitalistas). Até a realidade começa a impôr-se à narrativa virtual dos axiomas neoliberais.
Mas não chega tal contastatação para apagar a sensação de deja vu deste último parágrafo do comentário do das 19 e 33.
Faz tanto lembrar o que uma alta patente militar terá dito a Marcelo caetano apenas uns dias antes da queda com estrépito do seu governo. Sim, naquela cena de ópera bufa , conhecida pelo beija-mão das chefias militares aos manda-chuva do governo fascista
De
A actual política da Zona Euro é precisamente o Thatcherismo , ou o monetarismo da chamada Escola de Chicago. que onde tem estado presente tem semeado a ruina e a pobreza.
ResponderEliminarO caserna Jose, ficou na caserna, não contou para o povo em Abril de 74. A preocupação com a defesa dos saqueadores do momento levam-no a recolher-se de novo na caserna. Pensa ele da caserna neoliberal fascizante que está definida em tabela uma taxa de compressão a aplicar, faz-se e, quando explodir, depois se verá; ou que não há pneus furados que vão vazando lentamente até rebentar com as jantes.
ResponderEliminarApós a queda do Muro de Berlim, os reformistas socialismos europeus ocidentais perderam a razão de ser para o grande capital que os tolerava, pois a sua função de válvula de segurança do sistema já não era necessária. O presságio desse processo foi o ataque brutalmente vitorioso de Tatcher ao núcleo duro do Trabalhismo inglês: os sindicatos. Depois, na ausência de uma real e efectiva base de apoio, foi o que se viu: uma deriva direitista a que podiam chamar tudo, mas que eles, os Trabalhistas, resolveram crismar de "3ªVia". O processo continuou de forma tal e com tal ímpeto que a esquerda "reformista" europeia mais parecia uma daqueles criaturas que faz plásticas atrás de plásticas para se tornar na fotocópia quase perfeita do seu adorado ídolo "pop". A "3ªVia" rapidamente se metamorfoseou em via única de único sentido.A promiscuidade com os grandes senhores da finança e do capital deu no que agora se vê: uma fantochada hollyoodesca a que chamam de "democracia", mas que mais apropriadamente poderíamos chamar de "dança das alternadeiras gémeas", dança essa em que a gémea da esquerda ainda se mexe somente para manter as aparências de "pluralismo".Além disso, o maestro e a maestrina da banda - Schäuble e Merkel - encarregam-se de zelar para que a música seja de uma nota só: a de uma triunfante marcha marcial germânica rumo ao nenhures do caos.Em conclusão, sejamos sinceros:perante o original (a direita) quem precisa da fotocópia (a "esquerda reformista")?
ResponderEliminarQuanto a europeístas e demais tontos amigos do capital travestidos de gente séria, temos este Ascenso Simões, que não consegue ser alheio a broncas e disparates: http://www.sol.pt/noticia/394503
ResponderEliminarÉ isto o PS? Se é, caiu-lhes a máscara e só vota neles quem quer ou for suficientemente tonto para o fazer. Perante o escrito deste sujeito não restam dúvidas: não há quaisquer diferenças entre o PS/PSD/CDS. Ponto final. Parágrafo.
A esquerda nem tem a coragem de assumir a ditadura do proletariado nem articula nada que se pareça com uma reforma credível do sistema capitalista.
ResponderEliminarEstá pela maior parte transformada em associações de maldizentes que exprimem raivas e ocultam sonhos de autoritarismos que não têm coragem de exprimir claramente.
Daí o seu forte contributo para o teatral cenário que se vai instalando no debate político.
Os seus aderentes, por qualquer razão que cabe à psicplogia tratar, parecem satisfazer-se com esse estado de coisas, e dirigem toda a sua irritação a quem denuncie o enredo ou perturbe o coral, excepção feita aos que o fazem invocando os cânones da violência que todos sabem ser a própria essência do socialismo ...«com mão de ferro conduziremos o homem à felicidade» se não me falha a memória.
A esquerda é muito mais consciente e comedida que a direita, pensa antes de arrastar as coisas para o conflito total...A direita vive de sangue, porque foi de sangue que fez a sua história.
ResponderEliminarNão entremos na psicopatologia do sofá nem do enredo do coral flamengo. Isso sãp processos do foro do aderente
ResponderEliminarÀ desesperança confessada, segue-se agora um apelo piegas à reforma ( credível!) do sistema
O caso grego mostrou ( ou melhor, confirmou) que não há reforma possível dentro do sistema. Vir agora um tipo pieguicimamente confessar a sua vontade de tal reforma é simplesmente , permita-se que o diga , repelente.
E repelente porque será útil recordar que quem faz tal "apelo" é o mesmo que disse aquilo que disse sobre o caso grego e como ele "interpretou" da sua forma, a reforma (credível, entenda-se) do sistema capitalista. Interpretou-a entre a saudação da ordem a merkel e ao Dr Strangelove e o ódio mais primário pelos gregos. Adornados pelas cabeleireiros e pelos motoristas e pelas invectivas grosseiras a tudo o que não cumprisse as ordens da banca e da troika.
Daí que a "reforma" convocada " deste jeito hipócrita faça lembrar um exercício mal parido para temperar a "desesperança " confessada, mais uma necessidade pré-eleitoral condizente com as pieguices, mentirosas e sem escrúpulos, do passos. A que se associa uma negação de todo o tamanho da realidade em que vivemos e uma cumplicidade de classe com esta sociedade, que incapaz de se expandir e gerar lucros ao nível do passado, começa a consumir as estruturas que o têm sustentado.
(Quanto às raivas emitidas pelo das 11 e 36 elas estão por aí e atestam o género; E aqui não há qualquer falha de memória, infelizmente para o pusilânime que oculta sonhos de autoritarismo
"Às bestas serve-se a força bruta se forem insensíveis a outros meios"
Escrito aqui por jose/Jgmenos e dirigido a quem não lhe seguisse as manhas e os preceitos - da troika e dele )
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