segunda-feira, 27 de abril de 2015

Operação “Caldos de galinha”

Os dois presidentes partidários do PSD e do CDS juntaram-se diante das câmeras de televisão para assinar um acordo que não é um acordo. É antes uma promessa de discutir nas respectivas direcções partidárias a manutenção de uma coligação. Para isso, bastava um comunicado para as redacções, mas Passos Coelho e Paulo Portas transformaram tudo numa operação de propaganda contra o estudo dos "peritos do PS", já de si também um não-evento do programa económico a liberar em Junho.

"Caldos de galinha" foi a palavra de ordem da Maioria para assustar o povo português em prime-time e com a certeza da repetição garantida nas televisões ao longo dos dias, tal como já estava a acontecer com o estudo dos "peritos do PS".

Paulo Portas falou para a nossa população envelhecida: "Os nossos dois partidos têm uma História nas políticas sociais” (ver 5:00).

Eis a História: A degradação da protecção social começou antes de 2011, mas acentuou-se depois disso. Nas pensões de velhice, o número de pensionistas por velhice tem subido a um ritmo regular. Mas apesar das carreiras contributivas serem cada vez maiores - e com elas, a pensão a receber por pensionista - a pensão média tem vindo a abrandar significativamente, sinal dos sucessivos cortes operados. Interessante a variação ocorrida de 2013.


O Complemento Solidário para Idosos - apoio dado a quem não tenha descontos suficientes para uma pensão nínima - começou a cair desde 2011. Tanto em número de beneficiários, como em verba orçamentada.


O mesmo aconteceu ao Rendimento Social de Inserção. O número de apoiados tem vindo a cair desde 2011.


No subsídio de desemprego, o número de desempregados sem apoio subiu e o subsídio médio de subsídio por desempregado começou a cair desde 2011.


Ao mesmo tempo que descem os apoios públicos à protecção social, sobem as verbas para a Acção Social, maioritariamente para a concessão de serviços por instituições particulares, pagos pelo Estado.


Mas Paulo Portas acertou na mouche num aspecto, que os "peritos do PS" lhe deram de bandeja.

Ao proporem uma redução da TSU dos trabalhadores - com o objectivo de lhes dar rendimento de imediato - aceitaram cortar igualmente de imediato receitas da Segurança Social, necessárias para pagar hoje as pensões. E deram um sinal de que a Segurança Social pode não ser um compromisso entre gerações. Ou seja, aceitaram precisamente o efeito que teria um plafonamento, transversal (limite de contribuições no curto prazo para reduzir pensões no longo prazo).

E Paulo Portas - esquecendo-se do efeito que teria o plafonamento que sempre defendeu e que está aliás no Programa de Governo, disse: "O que não faremos secretamente é provocar um colapso nas actuais contribuições dos trabalhadores porque isso financia e paga as pensões dos actuais reformados. Trabalharemos pela coesão entre gerações, não pela sua ruptura".

Que nome daríamos a tanta consistência e coerência?

14 comentários:

  1. Caldos de galinha precisam-se!
    A certeza de que só as gerações abrilescas terão direito a reformas majoradas deve levar as gerações seguintes a contar com pemsões minoradas.
    Falava para os jovens numa linguagem que os velhos podem explicar.

    ResponderEliminar
  2. O striptease da direita pretende mostrar ao país que o rei vai nu na esquerda...

    ResponderEliminar
  3. Caro José,
    Tanto ódio ao 25 de Abril, ou a quem o fez, ainda lhe faz mal. Às vezes, por coisas que são ditas, sinto que a vida no 24 de Abril era assim um pouco como agora, mas com menos rendimento e mais com polícia política e tribunais plenários. Não sei se isso lhe diz alguma coisa, mas a mim sim.

    As reformas de todos depende da forma como se farão os descontos: menos rendimentos, menos pensões.
    Menos crescimento, menos rendimento, menos pensões. Apenas isso.

    Mais caldos de galinha como estes e acabamos mesmo sem pensões a curto prazo. E com uma conta aberta no banco, para viver como princípes com umas dezenas de euros por mês, para não vivermos acima das nossas possibilidades... Veja os gráficos e faça as contas.

    ResponderEliminar
  4. Caro João
    No 25Abril de 1974 estava na tropa e era dia do meu aniversário, e desde há meses sabia que havia reuniões entre os militares.
    Ainda hoje tenho amigos que me cobram ter então dito que fora 'uma bela prenda' que os militares me ofereciam.
    Sempre suspeito dos que invov«cam o 25A para justificar toda a cretinice que desde então povoa 'a coisa pública'.
    Nada tem o 25A com semelhante onda de demagogia e pura estupidez que persiste e que à falta de mais se diz ser o resultado do 'jogo democrático'; que disso se trata, um jogo de pequenas naturezas e de más contas.
    Louvo-o por ter resistido a meter a PIDE na dialéctica incriminatória.
    Quanto ao mais fico-me pelo que acima disse.

    ResponderEliminar
  5. o Jose não é de fazer contas...é mais de panfletos e manifestações da bílis. Com tanto rancor ele deve ter sido traumatizado com a revolução. Deve ter sido um dos que ficou a perder ou que levou uns sustos. Enfim, um dos que viviam à sombra do regime e que até achava piada quando a PIDE ia buscar o vizinho que lia livros proibidos. Mas o Jose nunca toca nesses temas - a PIDE, a censura, a proteção das grandes famílias que ainda aí andam, os assassinatos, a proibição de reunião, os regulamentos de polícia, os presos políticos, as taxas de analfabetismo e de mortalidade infantil etc etc etc...disto o Jose não traça um pio

    ResponderEliminar
  6. Caro José,
    Sim, têm se feito muito más contas e muitas vezes más contas para justificar opções políticas. Mas a nossa tarefa - ou de quem acha que pode ajudar a que tudo melhore - é propor ideias apoiadas em boas contas. E mudar as ideias se as contas não dão e mudar de contas se as ideias se mostram erradas.
    Mas excesso de palavras mal orientadas não ajuda.
    Peço-lhe que nos ajude a um debate sério e com contas certas. Da minha parte estarei sempre disponível para corrgir contas e ideias.
    Escreva sempre.

    ResponderEliminar
  7. fico mais aliviado por saber que o Jose afinal parece que gostou da revolução mas não dos seus frutos...menos mal...mas o Jose tem que admitir que houve muita coisa boa e que Abril não tem culpa do poder ter sido capturado por escumalha corrupta

    ResponderEliminar
  8. A quem possa interessar:
    - O meu interesse em discutir o pré-25A com os que o usam para branquear as cretinices que lhe sucederam é nenhum.
    - As louvaminhas ao que se seguiu ao 25A só impressionam quem o viu em filme ou na delirante literatura encomiástica. Quem o viveu encontrará de tudo, do exaltante ao sórdido.
    - Interessa-me que se trate do que hoje pode e deve ser realizado.
    - Do passado tratar dos erros que condicionam o presente, do futuro cuidar que o presente o potencie.

    ResponderEliminar
  9. Não passa.

    Jose não está interessado em discutir o pré- 25 de Abril?

    Mas porquê os elogios de jose /Jgmenos à constituição de 1933?

    E a salazar?
    E aos pides, pelos quais o mesmo jose agradece não lhe atirarem à cara?
    Os tais que jose elogiou e por cuja perseguição logo o jose lamentou a 25 de Abril?

    Veja-se a pérola com que tenta desculpabilizar totalmente o regime fascista pelo que se seguiu.
    Veja-se que jose apenas quer saber do passado para "tratar dos erros".Todavia os do Pré-25 nem pensar porque servem para branquear. Não ,isto não é branqueamento do fascismo.É isso mas é mais

    Não é por nada que este jose /Jgmenos não foi contactado pelos que ousaram fazer o 25 de Abril. Ele, militar, sabia há meses que os militares ...ele , militar, queria que lhe dessem uma prenda. Do género de prenda que o kaulza também quereria dar?

    Infelizmente para o jose há registos deste a atacar violemtamente os que se moviam para a conquista da liberdade:
    Um exemplo apenas:
    "A ingenuidade do regime residia na confiança em que o exército ‘digeria’ toda a merda que lá pusessem transformando-a em defensores da Pátria".

    Era a "merda" que fez com que os crápulas que nos governavam engolissem alguma da "merda" que fizeram.

    O exaltante de jose no pos 25 de Abril sabemos nós quem é. Cansa-nos os encómios ao cavaco e ao passos e a portas.

    O sórdido para jose também o sabemos.Cansa-nos também o seu ódio a quem trabalha, a quem se sindicaliza, a quem não recebe a bem as determinações da troika.A estes e repetindo textualmente as palavras de jose:
    "Às bestas serve-se a força bruta se forem insensíveis a outros meios"

    Não , não pode passar.

    Há por aí testemunhos directos do pensar e do sentir desta direita-extrema que agora corre por portas e por coelho.Tal já diz muito de quem nos governa.

    Mais palavras sobre a posição de jose perante a guerra em África nas palavras do mesmo jose:
    "Todo o filho da puta fez declarações a favor dos turras para mamar mordomias no destino de exílio"

    Turras? Filho da puta?
    Ah estas pieguioces do jose pelo facto do kaulza não lhe ter dado uma prenda no seu aniversário

    De

    ResponderEliminar
  10. As gerações abrilescas?

    Mas o que é isto?

    Quem fez a Revolução foi sistematicamente afastado e não há memória que tenham enriquecido como fizeram os oliveira e costa e cavacos.

    A dívida cresceu.Com o euro mas sobretudo com os governos de direita.O ódio contra as reformas justifica todos os disparates?

    Já a demagogia de se dirigir aos jovens replicando o discurso da canalhada da governança apenas atesta os mestres do jose.

    Sempre, sempre essa pecha de tentar dividir quem é explorado. E de fazer passar a doutrina de quem explora.

    De

    ResponderEliminar
  11. Do seu canto levanta-se a verborreia abrilesca; caluniosa, rasteira, desprezível.

    ResponderEliminar
  12. É muito "chato" jose confrontar-se com o seu próprio vocabulário tenso, quantas vezes insultuoso, algumas vezes ameaçador

    E profundamente "chato" jose ver que a sua agitação paroxística, paralela ao circuito eleitoral próximo, encontra uma barreira no próprio vocabiulário do jose quando tal circuito está mais longínquo e a sua verdadeira natureza se pode expandir melhor.

    Fica a tentativa de branqueamento do pre-25 de Abril ( assunto incómodo agora e de que foge desta forma tão pouco consistente. Fica o ódio a Abril.Mas permanece aquela tirada replicando a governança desprezível, em que tenta atirar gerações contra gerações. Contra os velhos, faz propaganda para os jovens.

    Aonde já ouvimos isto?
    Quem culpava os judeus pelos males na Grande Alemanha?
    A História repete-se agora em jeito de farsa

    Sorry , mas não passa

    De

    ResponderEliminar
  13. Este José só pode ser um aspirante a "pidesito" do 24/4, daqueles que se entretinham a entregar as próprias mães ás masmorras do regime.
    Pena é que gentalha desta não tenha sofrido na carne o que outros sofreram, embora, mesmo assim, tal gentalha continuasse com a cabeça cheia de porcaria.
    E já agora que o Zéquinha vá chamar velho á valente....
    Para bom entendedor....


    ResponderEliminar
  14. Pode-me enviar as fontes desses gráficos por favor? Obrigado

    ResponderEliminar