sábado, 18 de abril de 2015
Mariano Gago
«Quando se escrever a história do Portugal Democrático, haverá uma página sobre a qual não haverá dúvidas: aquela onde se irá contar a revolução e a festa que tiveram lugar no nosso país no domínio da investigação e da cultura científica. Esta história tem muitos actores mas um só protagonista: José Mariano Gago, que concebeu, negociou e pôs em prática essa estratégia, trabalhando com todos os parceiros de boa vontade, em Portugal e no estrangeiro, ao longo de diferentes governos e de muitos anos, e que transformou um sistema científico quase inexistente numa rede moderna capaz de se renovar e crescer, ao serviço do desenvolvimento, da cultura e da democracia. Que desapareça num momento onde a sua herança está a ser meticulosamente desmantelada é uma ironia da história e uma chamada de atenção para todos nós.»
José Vítor Malheiros sobre Mariano Gago, no Público de hoje. O ex-ministro da ciência ficará porventura como a referência mais eloquente de um tempo em que se apostava, apesar de todas as limitações, ambiguidades e contradições, num processo de verdadeira modernização do país, assumindo-se a necessidade de superar o atraso histórico como condição para afirmar Portugal numa Europa e num mundo cada vez mais competitivos e exigentes. Um modelo de desenvolvimento que procurava, apesar de tudo, estimular potencialidades e recursos, qualificar e capacitar, e no quadro do qual as instituições de ensino superior e os centros de investigação responderam de forma consequente e muito promissora aos desafios lançados por Mariano Gago. Uma estratégia de desenvolvimento que contrasta, de forma trágica, com o projecto de desistência e regressão, de desigualdade e obscurantismo, de nivelamento por baixo, em que o actual governo está empenhado. Que a morte de Mariano Gago tenha ocorrido neste contexto é de facto, como diz o José Vítor Malheiros, uma ironia da história e uma pungente chamada de atenção para todos nós.
E assim se vê o essencial.
ResponderEliminarE assim se vê que há muito mais em comum do que se pensa.
E assim se vê que há muito a perder.
Outro aspecto que se deve realçar é que quando se governa com competencia e sabedoria os resultados ficam para além da espuma dos dias.
ResponderEliminarO trabalho do ministro Macedo tanto agora como nas finanças tambem ficou para alem das querelas dos palhaços partidarios.
então Jose...não vens agora falar da promoção do emprego ? ou achas que é acabando com a investigação que se promove o emprego ? ahh e tal...esses investigadores não faziam nada e só papavam salários...deve ser esta a profunda visão do Jose e demais sabujos
ResponderEliminarO trabalho do ministro macedo?
ResponderEliminarQual macedo?
O que sonega e manda encerrar camas nos hospitais públicos e que vão depois abrir no privado?
Nos próprios IPO onde se admitiu abertamente que cirurgias tinham sido adiadas por falta de amas?
Ou nos casos do aumento do número de mortos no inverno em que o ministro se portou como um "palhaço partidário" a esconder a sua actividade em prol dos negócios...privados?
De
Ao Gago não responsabilizo pelo oportunismo dos que interpretaram a sua política como o caminho mais curto para a sinecura pública.
ResponderEliminarMas como socialista estou certo que desvalorizou que tal viesse a ocorrer. Derreter recursos sempre encontra justificação na alma do verdadeiro progressista.
Eu associo-me inteiramente ao respeito, enorme respeito pelo empenho e dedicação que este homem dedicou à sua área de Governação! Foi, é e será uma referência de como se deve exercer e defender a causa Pública, com despojamento e desinteresse pessoal.Sem janotices mas com competência, sem artifícios mas com grande honestidade.
ResponderEliminar"Ao Gago não responsabilizo..."
ResponderEliminarQuanta pretensão, quanto pedantismo e quanta irracionalidade arrogante...
Que tipo de educação pode levar alguém a falar beatamente em "alma", quando procura justificação para os seus peculiares e particulares rancores?
Neste post em que se fala de CiÊncia é bom relembrar (como um anónimo já o fez)o que dizia ipsis verbis quem se afirma com esta irracionalidade arrogante:
"Impressionado ficaria eu se os cientistas se dedicassem a revelar como criar empregos, com meios que não sejam a fantasia de que ...se tudo fosse diferente, diferente seria..
Ainda que muito bem caracterizem um mal, não fazem nenhum bem por isso, limitam-se a bem documentar a inutilidade da sua ocupação".
São palavras textuais de "jose" (JgMenos). As sinecuras de que fala (cargo ou trabalho bem remunerado que não requer muito esforço) resultam daquela triste apologética sobre "os negócios" com que cobre toda a actividade económica que preza. De facto as sinecuras de passos ou de cavaco, de albuquerque , ou de portas, de cristas ou de Catroga não têm alma. Estão-lhe muito mais prosaicamente na massa do sangue.
Porque as negociatas destes permitem alimentar os grandes negócios dos que servem.
Eis as verdadeiras sinecuras
De
José(zito):
ResponderEliminarMeu pobre (de espírito) e intelectualmente imbecil, aqui te deixo, tirado do blog Má Despesa Pública, para saberes o que são sinecuras públicas:
«No passado dia 9 de Abril, o Governo aprovou a fusão da Estradas de Portugal (EP) com a Refer na Infraestruturas de Portugal, tendo em vista uma alegada eficiência na gestão dos recursos. No mesmo dia a revista Visão, citando a Lusa, adiantava que "a comissão nomeada em Agosto tem que definir a modalidade jurídica da fusão e do modelo de governo da futura empresa Infraestruturas de Portugal, assim como redigir os estatutos e definir o plano estratégico para o triénio 2015-2017. " E o Má despesa foi espreitar os contratos publicados entretanto e relacionados com a fusão das duas empresas públicas:
- Parecer jurídico sobre o funcionamento da nova empresa: 15 mil euros (+IVA);
- Plano de comunicação e assessoria mediática no âmbito do processo de fusão: 25 mil euros (+IVA);
- Assessoria em gestão de recursos humanos no âmbito do processo de fusão: 119.700,00 € (+IVA).
É pena que não se conheçam os estudos nos quais o Governo se baseou para a decisão de fusão, a qual não será indiferente ao facto dos novos fundos comunitários excluírem o financiamento de infra-estruturas rodoviárias em Portugal.»