sábado, 21 de março de 2015
Cordeiros para imolar
Concurso de professores: depois de instalado o caos nas escolas e da conversão de centenas de docentes em marionetas ambulantes, o ministro Nuno Crato pede desculpa e mantém-se no cargo. A cabeça que rola é a do director-geral da Administração Escolar, Mário Agostinho Pereira. Plataforma Citius: depois de instalado o caos nos tribunais, com milhões de processos a ficarem inacessíveis, a ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz «assume integralmente a responsabilidade política» e pede desculpa pelos «transtornos» inerentes à paralisação dos tribunais. As cabeças que rolam são as de Rui Mateus Pereira e Carlos Brito, dirigentes do Instituto do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça. Pacote VIP: depois de se confirmar a criação de um sistema de detecção de acesso a dados fiscais relativos a «um grupo [de contribuintes] associado a pessoas com cargos políticos, mais mediatizadas», por altura do episódio da Tecnoforma, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, e a ministra da Justiça, Maria Luís Albuqueruque, de nada dizem saber. As cabeças que rolam são as de António Brigas Afonso e José Maria Pires, director-geral e subdirector-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira.
O governo parece muito empenhado em deixar como legado uma nova noção de «responsabilidade política»: a que cuida de transferir sempre para os níveis inferiores da hierarquia as consequências concretas dessa mesma «responsabilidade», aplicadas a cordeiros prontos a degolar. Nada que surpreenda, se tivermos presente que a profunda regressão a que o país está a ser sujeito dificilmente se limitaria à destruição da economia e ao deslaçamento social, implicando também a deterioração gradual da vida política, da qualidade da democracia e a erosão do quadro de princípios do Estado de Direito. No meio do lodaçal, sobressai a dignidade do ex-ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, que decidiu sair do governo pelo seu próprio pé (apesar da resistência de Passos Coelho em aceitar a demissão), invocando a «diminuição da sua autoridade política», na sequência do escândalo dos Vistos Gold.
Extraordinárias notícias!
ResponderEliminarCaminhamos no bom sentido. A administração pública na mão dos funcionários públicos e os políticos entretidos em comissões de inquérito e outra tretas do género em que são exímios.
Logo que os funcionários deixem de demitir-se sem razão e exijam ser demitidos o sistema ficará perfeito.
As forças retrógradas deste país, engendraram por cima, um processo regressivo a enquadrar o “Estado Novo” Corporativo, para pior. Os acontecimentos últimos devem indicar um “Alerta Amarelo” a Belém e S. Bento.
ResponderEliminarDe o “Catraio” respeitosamente
A ultima noticia da lista VIP é por demais evidente que não se percebe porque é que ainda andam a discutir a questão. Se fosse só um problema de controle tudo se passava sem lista A questão principal é a existência da lista. Quem é que tem interesse na lista ou seja quem é que tem interesse em que sejam aqueles nomes a constituir a lista? Face aos nomes da lista é evidente de quem é o interesse ou seja quem induziu o sistema a trabalhar a lista.
ResponderEliminarNo meu ponto de vista o Miguel Macedo não saiu por ser mais digno do que os outros, mas sim porque encontrou ali uma boa oportunidade para fugir do barco que ele percebeu que se afundava sem hipótese de voltar à tona. Foi mais oportunismo político. No mais, foi sempre conivente com tudo o que de erradíssimo este governo foi realizando ao longo de todos estes anos de retrocesso. Saiu momentos antes da festa acabar, mas já podre de bêbedo, antes que alguém viesse contabilizar os estragos. Creio mesmo que escapuliu por cobardia. Desleal, virou as costas aos comparsas do gang. Foi terminar de se enfrescar sozinho sentado ao balcão doutra taberna.
ResponderEliminarExtraordinário é o esforço deste jose para esconder a verdadeira canalhice institucional...
ResponderEliminarPerante as notícias -objectivas -dos bodes expiatórios governamentais, jose atira para o lado, para os ditos f. públicos ( na sua linguagem primária anti função publica atribui a administração da administraçãp publica aos ...funcionários publicos!).
Mas vai mais longe. Testemunha o seu incómodo perante o lodaçal que está a ser averiguado . Deve causar-lhe engulhos as investigações sobre o BES
Comprometidop ,conivente e cúmplice?