quarta-feira, 4 de março de 2015

A Questão Grega

Um debate sobre a Grécia num novo formato, dedicado exclusivamente à Internet, chamado "Franco-Atirador". Esta é uma iniciativa do Nuno Ramos de Almeida e da Joana Amaral Dias, num modelo em que as semelhanças com o "Forte Apache" de Pablo Iglesias não serão coincidência.
Participei juntamente com a Sandra Monteiro, o André Abrantes Amaral e o Pedro Braz Teixeira. No final, penso que a discussão foi, inevitavelmente, mais sobre Europa e Portugal.



12 comentários:

  1. «A Grécia, quando muito, tinha um nível de endividamento público maior que o português, mas Portugal tinha um nível de endividamento privado externo bastante mais alto que o da Grécia. Na verdade, no final, quando nós vamos ver, em termos líquidos, o que deve cada país, Portugal deve mais, em termos líquidos, do que a Grécia, em relação ao seu PIB.» (Nuno Teles, aos 9:30).

    Confesso que quando ouvi a segunda frase, formulada no presente e reforçada pelo “no final”, receei que o Nuno Teles estivesse a dizer que a dívida externa portuguesa é, hoje, maior do que a grega, mas ouvindo de novo, prestando atenção à explicação, à frase anterior e ao contexto, percebe-se que se refere à situação de partida, não de chegada. Inteiramente correto.

    Acho que contribuiu para o equívoco as barbaridades que o Louçã anda a despejar na televisão e nas redes sociais, em que exibe um gráfico, muito mal amanhado, em que supostamente Portugal tem uma dívida externa líquida maior do que a Grécia. Com a agravante adicional de sentenciar que “factos são factos”. Mais valia que se desse ao trabalho de consultar as estatísticas.

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  2. O incómodo da esquerda quando lhe tocam nos chavões leva-a à expressão da sua inépcia política.
    Aos mais ardentes sempre os satisfaz pensar que se tudo que está mal é obra da direita, logo a esquerda está certa, só porque não fez nada!

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  3. Bravo Nuno, o caminho pode ser (também) por aqui. Excelente cenário, bons convidados, boa postura dos moderadores, boa realização. Apenas dois reparos - a apresentação dos convidados devia ser mais extensa, dizendo quem são as pessoas, o que fazem, onde se posicionam...não se devia presumir que quem está ver conhece esta gente. Outra, é o presumível equilíbrio entre esquerda e direita no painel de convidados - francamente, talvez se passasse bem sem um dos direitosos e convidando mais alguém de uma outra "esquerda", mais alinhada com uma social democracia... Para futuras emissões, talvez intercalar um ou dois ou três vídeos que ilustrem a atualidade (problema com direitos de autor?), suscitando comentário, marcando ritmo. Continuem, há que continuar.

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  4. O incómodo do José quando lhe tocam nos chavões leva-o à expressão da sua inépcia política.
    Ao José sempre o satisfez pensar que se tudo que está mal é obra da esquerda, logo o José está certo, só porque não faz nada!

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  5. O que eu acho cada vez mais complicado é alguém minimamente de esquerda conseguir debater com tipos como estes da direita liberal, que agarrados aos seus dogmas negam tudo o que lhes metam pelos olhos a dentro.
    Dados sobre a situação em 2007? ignoram. Dados sobre a evolução da economia nas últimas décadas? não querem saber. Realidade política e social a desmoronar-se à sua volta? A culpa é da esquerda, aquela que nunca esteve no poder.... ou aquela que imaginam que esteve.

    Já não há pachorra para tanta desonestidade intelectual. Eu acho que não conseguia estar frente a frente com uma pessoa dessas sem a mandar àquela parte.

    E a joana Amaral Dias também podia ir dar uma curva... o estilo só prejudica o que tenta dizer.

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  6. Há interesse no debate ou discussão, quando se trata de intervenientes que se situam num quadrante político de proximidade, mesmo que existam óbvias diferenças. Caso contrário, é uma perda de tempo, um frete, uma estucha.
    Estando a blogosfera cheia de temas, interesses e valores veiculados pela direita (que vão desde a caridade, ao saudosismo do império colonial), o que leva alguém a incrustar-se num blogue, quando não há a menor afinidade?
    É “serviço” ou só o gosto de chatear?

    (Isto remete-nos em parte para o que diz também o L. Rodrigues …)

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  7. Do que se lê se deduz o acerto do meu comentário!
    Se tudo fosse diferente, como seria diferente! Falemos como se fosse, que é nosso o direito à felicidade - tirem-me da frente esses da direita que se comprazem em perturbá-la...vá lá, punham lá um, de preferência que seja uma ilustrativa caricatura dos males que representa...

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  8. Não se trata de não discutir com pessoas de direita, mas com pessoas de direita que se recusam a discutir.
    Aquilo a que se assiste constantemente só tem paralelo com discutir evolução com criacionistas.

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  9. L. Rodrigues, compreenda o problema:
    a direita - que a esquerda diz ter estado no poder - esteve - segundo a direita - a praticar políticas de esquerda, que se revelaram o desastre que conhecemos.
    Não é que a esquerda diz que é preciso mais do mesmo, mas em modelo agravado e exagerado!!!
    À evolução que a direita quer - naturalmente no sentido da direita - responde a esquerda dizendo querer criar o verdadeiro Estado de esquerda, ex-nuovo, a ignorar o passado, dívida incluída!?!

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  10. Jose
    Compreenda uma coisa, a esquerda, que a direita diz ter estado no poder, esteve, segundo outra esquerda, a praticar politicas de direita.

    E a resposta da direita ao descalabro económico e social é... mais políticas de direita.

    Tenho uma novidade para si, foram as políticas de direita levadas a cabo na Alemanha que criaram o excedente que alimentou a dívida nas periferias. Foram políticas de direita que liberalizaram os mercados financeiros a ponto de chegar onde chegámos. Foram políticas de direita que destruiram o nosso aparelho produtivo tornando-nos incapazes de pagar a dívida.

    Claro que para quem está na extrema direita da política económica, tudo o restto é de esquerda, por isso argumentar contra o que eu disse é fácil. Mas é uma caricatura cheia de falácias que me escuso de lhe explicar.

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  11. «foram as políticas de direita levadas a cabo na Alemanha que criaram o excedente que alimentou a dívida nas periferias.»
    Gostei!
    A direita cria riqueza e financia o despesismo das políticas de esquerda: investimento público massivo, SNS, etc:
    Conclusão: culpa da direita que criou riqueza!

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  12. José...

    Vá lá ver de onde vieram os excedentes: não foi criação de riqueza, foi captura. Compressão dos salários alemães.

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