terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Cem

No Le Monde diplomatique, e na sua edição portuguesa, sempre denunciámos o carácter sistémico e iníquo da construção da globalização neoliberal, com as suas instituições financeiras e comerciais (Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Organização Mundial do Comércio, etc.), a que se juntou a União Europeia, com os seus tratados, a sua Comissão e o Banco Central Europeu. Sempre procurámos demonstrar que a crise financeira não foi, na sua origem, uma crise das dívidas soberanas, mas que esta foi criada para operar uma brutal transferência dos rendimentos do trabalho para o capital, dos recursos do público para o privado e da soberania popular para instituições muito pouco democráticas. Sempre trouxemos à discussão o quanto este projecto está assente na arquitectura europeia e monetária, veiculando informação que cremos ser útil para a formação das escolhas que cada cidadão terá de fazer num cenário em que a reestruturação de uma dívida que todos sabem ser insustentável coloque em cima da mesa a questão do euro (…) Acreditamos que é por estarmos alinhados com projectos de emancipação que faz todo o sentido perseverarmos. Como sempre, dependemos dos nossos leitores. É a eles que dedicamos este número 100. E todos os próximos.

Sandra Monteiro, A informação crítica como ética, Le Monde diplomatique - edição portuguesa, Fevereiro de 2015. Apesar de se tratar inequivocamente de um projecto colectivo, é mais do que justo destacar neste marco o trabalho incansável da sua directora. Imprescindível.

1 comentário:

  1. No meio de um universo pouco credível e muito premeável á manipulação o" Le Monde Diplomatique"
    na sua versão quer em lingua francesa ou portuguesa sobressai como um orgão de grande qualidade e referencia . Parabens à sua Directora e a todos os restantes colaboradores.

    ResponderEliminar