segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Ainda 2015


Dois espectros pairarão sobre a Europa em 2015: a deflação e as eleições em vários países periféricos. A ameaça deflacionária indica-nos como a crise, apesar da recuperação tépida, não foi superada. Em especial para os países fortemente endividados, a deflação é geradora de todos os círculos viciosos. Neste contexto, os povos poderão apoiar soluções políticas que ponham em causa o regime “austeritário” europeu. A confrontação entre a democracia e os mercados financeiros promete marcar o próximo ano, a começar pela Grécia. Se é verdade que não há como a aproximação de eleições para atenuar os piores aspectos da austeridade, também é verdade que a soberania democrática foi em larga medida esvaziada e a sua recuperação pelos povos europeus promete colocar no primeiro plano a política. Esta nunca pode ser separada da economia, como veremos em 2015.

Eu não lidero nada, mas pediram-me a chamada antecipação para 2015 no Negócios.

7 comentários:

  1. «...promete colocar no primeiro plano a política.»
    Era o que mais faltava!
    Foi por isso que os políticos inventaram uma economia fundada em dívida e despesa, e agora apelam à inflação e à emissão de moeda para regressar à economia pelo caminho mais fácil dos ajustes automáticos sem assumirem as falácias que andaram servindo à populaça.
    Querem papel que compre votos e chamam a isso democracia!

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  2. Pois é, devemos "voltar à economia" pelo caminho mais difícil, estava-me a esquecer...
    Haja paciência. Isto não faz qualquer sentido.

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  3. Mais difícil para quem? Para os treteiros da política que enchem a boca com direitos e garantias, quando no rolo da inflação são os mais fracos quem mais sofre.
    Mas nada como a perspectiva de umas vagas de lutas por revisões salariais para humedecer os sonhos dos cabotinos com 'elevada sensibilidade social'.

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  4. O ódio à democracia , o que quer que isso seja, está aí bem patente.

    Não,não é de todo acaso que quem assim se espraia é quem precisamente insulte os que se opõem aos saques nacionais e quem profira ameaças néscias e boçais.

    Repare-se neste pequeno pormenor.Para a direita extrema os direitos e garantias são para abater.Começam a arfar quando se fala em tal.a "desculpa" dos mais fracos sofrerem com a inflação torna-se simplesmente hipócrita ( estamos a ser claramente eufemistas) quando quem tal afirma é o primeiro a afirmar a sua indiferença com o aumento da pobreza e com a concentração da riqueza.

    Outro "pequeno" pormenor. O que a direita extrema tem para oferecer já não é nada.Apenas tem sofrimento e submissão, mais exploração e fome.É isto que os povos querem?
    Está na hora de quebrar as amarras austeritárias e avançar decididamente em novas soluçóes que tragam de novo a voz dos povos à ribalta.

    A nacionalização da banca é um dos objectivos prioritários ( e não , não tem a ver com os cabotinos que se humedecem com os sonhos de banqueiros e do grande patronato, para usar uma linguagem de facto um pouco execrável)

    De

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  5. Este desdém das "lutas" tem dado um jeitão aos Josés desta vida e o menosprezo dos sindicatos resultou em carreiras congeladas desde 2009 (vamos para 6 anos, viva o progresso!!), salários sucessivamente reduzidos e cortados e aumento do horário de trabalho. E bem que pode acenar com o fantasma anti FP que bem sabe que no privado tem sido semelhante o tratamento, mas com o cereja da enorme vaga de despedimentos ocorrida em 2012 que resultou na substituição de postos de trabalho com as mesmas funções, com ordenados substancialmente reduzidos.

    Uma bitola de razia e sempre a pensar à chinesa que tem arrastado tudo consigo, mas este é o caminho da felicidade, não esquecer. Os sindicatos, bando de comunas que não querem trabalhar...

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  6. " quando no rolo da inflação são os mais fracos quem mais sofre". Isso é falso. Isso seria negar a história económica portuguesa desde 74...

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  7. E qual o problema das lutas? O bolo é para crescer e distribuir. Mais ou menos equitativamente.

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