domingo, 16 de novembro de 2014

Parasitas pequeninos


Por que é que os abrigos fiscais são geralmente países pequenos?

Pequenos, grandes ou médios, todos os estados precisam de receitas fiscais. Mas os estados de países pequenos podem obter receitas descomunais, relativamente às suas despesas, se reduzindo a taxa de imposto sobre as empresas quase a zero conseguirem convencer muitas empresas a instalar a sua sede fiscal no seu pequeno território. Taxa pequena sobre muitas e grandes empresas equivale a receitas fabulosas para estados de países pequenos.

Já os estados dos países grandes não podem fazer o mesmo. Se descerem a taxa sobre todas as empresas conseguirão atrair algumas, mas a receitas do pequeno imposto pago pelas empresas atraídas não compensaria a perda de colecta de todas as outras que já lá estão sediadas.

Mudando de poiso as empresas deixam praticamente de pagar impostos, e os estados, à excepção dos parasitas, passam a não conseguir colecta-los. Qual é a consequência? Os estados, à excepção dos parasitas, voltam-se cada vez mais para os rendimentos do trabalho e das pensões como fonte de receita.

Nada disto faz sentido, mas na União Europeia é assim. A União Europeia que fixa em tratados os montantes dos défices e das dívidas e retira aos parlamentos a prerrogativa de deliberar sobre os Orçamentos do Estado é não só incapaz de se desparasitar, como promove a presidente o chefe de um governo parasita.

Caro Sr. Juncker vamos lá ver como é: nós ficamos com os estragos do grupo Espírito Santo, o seu pequeno (mas muito amigo) país fica com os impostos?

4 comentários:

  1. Bom texto.


    Parasitas ‘pequenos' que tiveram por desígnio de parasitas maiores serem os receptadores do produto, e estão todos de acordo.

    «Caro Sr. Juncker vamos lá ver como é: nós ficamos com os estragos do grupo Espírito Santo, o seu pequeno (mas muito amigo) país fica com os impostos?».

    É preciso muito cinismo e hipocrisia para responder a esta pergunta de José Castro Caldas.
    É perguntar-lhe, também, se durante os passeios com o cão pelo bairro tem aprendido alguma coisa.
    É estranho, ou não, a esperança de alguns passar por esta UE, e por este comissário e o conhecimento que tem dos vizinhos.

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  2. Boa questão!
    O chefe do governo parasita é ele mesmo mais um parasita decorativo, nesta espécie de União. Quando ele vem dizer que o que o Luxemburgo fez é legal, se bem que eticamente possa ser reprovável, está a rir-se na nossa cara. Já é o normal!

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  3. Entretanto…

    os oportunistas lambe-botas do capital, instalados no poder dito democrático,

    vão assobiando para o lado e,
    não mexem uma palha, para acabar com os parasitas pequenos.

    Se fosse qualquer coisinha, que o POVO usufruísse…

    eles sabiam logo, como acabar com isso!

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  4. "Mas os estados de países pequenos podem obter receitas descomunais ..."
    Felizmente Portugal (Estado pequeno) nunca quis seguir este caminho do facilitismo uma vez que isso iria contra a ética do seu Povo, que certamente se levantaria num coro de protestos contra tal opção.

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