terça-feira, 25 de novembro de 2014

Alemanha Europeia ou Europa Alemã?

A questão alemã, ou seja, a hegemonia alemã na Europa, tem sido também um dos eixos de uma certa análise crítica da economia política europeia: da ideologia dominante entre a elite alemã – uma versão do neoliberalismo chamado ordoliberalismo também inscrito nas instituições europeias – até à economia política interna à Alemanha e à que é exportada para a periferia – e as duas não são necessariamente coincidentes –, passando pelo euro, através do qual a elite alemã trancou a periferia e a França assim periferizada numa moeda forte que não serve as suas economias (as elites francesas e não só cometeram um erro de proporções históricas, se foi de erro que se tratou), culminando nas ilusões em relação à capacidade e desejo alemães de tornar o euro numa moeda com Estado (associado às politicamente impossíveis redistribuições internacionais que seriam necessárias na escala necessária e ao reforço do respectivo controlo político, sempre indesejado e indesejável, diria eu). Há mesmo muito para discutir sobre o “mau exemplo alemão”, de que falava recentemente o Alexandre Abreu. Os estudos europeus, uma área dominada até há pouco, com honrosas excepções, mais por um europeísmo acrítico do que pela análise crítica, têm também discutido alguns destes temas. Graças ao incansável trabalho de Eduardo Paz Ferreira, que colocou na agenda um novo terceiro D (“desgermanizar”), haverá amanhã um debate plural para responder a uma pergunta pertinente: “temos uma Alemanha Europeia ou uma Europa Alemã? Os detalhes estão aqui.

1 comentário:

  1. Uma frase lapidar entre parenteses e que aqui recupero:
    "as elites francesas e não só cometeram um erro de proporções históricas, se foi de erro que se tratou"

    Sapir dá aqui nota também da capitulação total da "imprensa francea"...
    e de mais algumas outras coisas:

    http://resistir.info/europa/sapir_italia_18nov14.html

    De

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