terça-feira, 21 de janeiro de 2014

A austeridade é para sempre e a derrota também?

O economista português, um blogue de economia política a acompanhar regularmente, convenceu-me a dar uma olhadela à parte económico-financeira da moção política que Passos Coelho leva ao Congresso do PSD. É que a irrelevante indirecta a Marcelo foi muito discutida, mas o importante é mesmo que se confirma que a força que esta gente tem cá dentro está hoje decisivamente lá fora, nas estruturas de constrangimento, na economia política ao serviço dos credores, com escala europeia. Passos diz com toda a franqueza que “muitas pessoas poderão sentir-se um pouco frustradas por constatarem, após o termo do Programa, a persistência de muitas das regras que associavam ao regime da Troika”, “regras novas que não devemos ver como estando associadas à excepcionalidade mas que são a nova normalidade.” Sabem qual é o grande problema? Passos e companhia arriscam-se a ter toda a razão e toda a força para o seu programa de recorte tão regressivo quanto antidemocrático. É por estas e por outras que a esquerda que não desafie essas regras, as novas e as velhas, que não lhes desobedeça, que espere por amanhãs europeus que nunca cantarão, está condenada à derrota que importa, a que ocorre no campo das ideias e das políticas públicas. Para sempre. E o pior é que passará, cada vez mais, a chamar vitória à derrota, aceitando os termos ideológicos neoliberais: releiam, por exemplo, Vital Moreira ou Correia de Campos sobre Hollande.

4 comentários:

  1. Recomendar a leitura de Vital Moreira e Correia de Campos a propósito de F. Holande é pedir acto de auto-tortura, tantos e tão graves são os disparates dessas duas criaturas. Com pessoas destas não é de admirar que o P.S. não consiga descolar a sério do PSD.
    Gente desta ainda não percebeu que é necessário que o PS se defina e opte claramente por politicas de esquerda e de uma vez por todas.
    Se não o fizer agora(então em que circunstâncias é que o fará.?) corre o risco de se tornar irrelevante.
    Será que o PS ainda não viu que a UE e este governo declarou guerra aos portugueses e ao país e que, por isso, é necessário dizer basta e acabar com estas politicas insanas.?

    ResponderEliminar
  2. O PROBLEMA ESTÁ NA CAPTURA DA

    democracia representativa...

    PELOS INTERESSES INSTALADOS!

    QUE A DIREITA - EM NOME DO CIDADÃO!
    - DESCONSIDERE E LIXE O CIDADÃO...NÃO SURPREENDE.

    A ESQUERDA,

    QUER GOSTE OU NÃO GOSTE,

    SEJAM DIREITOS,DEVERES,OU OUTRA COISA QUALQUER...

    TERÁ DE RESPEITAR A OPINIÃO E VONTADE DA MAIORIA DOS CIDADÃOS.

    SE A OPINIÃO E VONTADE DA MAIORIA,
    NÃO REFLECTE...O JUSTO (??!!),

    QUEM SERÁ RESPONSÁVEL???

    ResponderEliminar
  3. Subscrevo o comentário do Anónimo das 16:33.
    Enquanto o PS mantiver gente como o transfuga do Vital Moreira, Luís Amado, Alvaro Beleza e outros, não pode contar com o voto de muitos e muitos portugueses, que não se revêm nos disparates e interesses que esta gente defende.

    ResponderEliminar